Capítulo 21 - Onde está a Clary?

Eu acordei em cima de uma cama em um quarto muito luxuoso. Me levantei de súbito e observei a silhueta esguia e morena que me encarava do sofá. Sebastian, tardiamente percebi.

– Como eu vim parar aqui, Sebs? - Perguntei, nada amistosa.

– Você desmaiou em meus braços e agora está aqui. - Ele respondeu, tranquilamente.

Então a cena toda de Jace beijando Aline voltou à minha mente como um tapa e eu senti vontade de vomitar.

– Me leve de volta à escola, Sebs! - Ordenei, ajeitando a blusa.

– Não. - Ele riu e eu fiquei tonta.

– Como assim não?

– Eu não vou levá-la de volta para o Lightwood. Nem agora, nem nunca!

– Você me sequestrou? - Perguntei, incrédula.

– Encare como quiser. O fato é que você agora é minha e vai ser minha para sempre!

– Escute aqui, Sebastian! Seus pais sabem disso? - Zombei, não acreditando na ameaça em potencial da situação.

– Eu sou emancipado, faço o que quiser! - Ele riu. - Tem roupas para você no armário, se vista e venha jantar. Estarei esperando-a na sala de jantar. - E saiu, simplesmente. Eu me perguntava do paradeiro daquele Sebastian cortês e carinhoso. De modo algum eu iria obedecer as ordens desse ser!!

Deitei-me novamente na cama e procurei dormir. Para que quando acordasse, isso não passasse de um pesadelo.

***

POV Jace.

– Descobriram alguma pista? - Eu perguntei ao policial. Clary estava sumida há dois dias e estávamos todos na casa da sua tia Maia.

– Nada, Jace. Apenas o mesmo. O carro dele foi visto pela última vez não muito longe daqui. - Bufei.

– Jace, vá descansar! - Maia me disse, apoiando a mão em meu ombro. - Você não come, não dorme e não sai de perto desse telefone há dois dias. Vai ficar tudo bem, nós vamos achar a Clary.

Senti as lágrimas encherem meus olhos.

– Não, não vai ficar tudo bem! A CULPA É MINHA! EU deixei o Verlac levar a Clary para a enfermaria! Eu deveria levá-la! - Me exasperei.

– Sei que a Clary é sua amiga, mas você não precisa se culpar tanto. Todos aqui amamos ela e nem por isso nos flagelamos que nem você.

– É porque vocês não amam ela do jeito que Eu amo! Ela é minha Pequena! Teimosa, arrogante, tem um gênio horrível e parece uma cereja esplosiva. Mas é MINHA cereja esplosiva. ( Cherry Bombs- Tributo às The Runuaways. )

– Eu não entendo...

– May! - Dessa vez foi Isabelle quem se manifestou. - O Jace e a Clary estão namorando há 1 semana.

O olhar de Maia brilhou de lágrimas e ela me abraçou.

– Me desculpe, eu não sabia! - Agora ela estava transbordando lágrimas. - Eu sei como você se sente!

Todos nós choramos e ficamos analizando a desgraça, até eles irem dormir e eu ficar plantado ao lado do celular, esperando ela ligar. Quase caio no sono, mas a vibração em meu bolso me desperta.

Atendo rapidamente, não reconhecendo o número no meu visor.

– Alô?

– Jace..? - Aquela linda voz faz um sorriso brotar em meu rosto.

– Pequena, você está bem? Onde você está? Quando eu quebrar a cara desse imbecil...

– Calma, Jace! Ele não sabe que eu escondo o telefone na bota. Acha que eu não tenho nenhum. Eu não sei onde estou, só sei que é um quarto elegante. Eu me recuso a sair e ele não se opõe, só manda a empregada me trazer comida. Por favor, Jace! Me tire daqui, eu não quero ficar mais aqui!

– Eu vou te salvar, Pequena! - Afirmei.

– Não avise a polícia, Sebastian tem gente de lá na folha de pagamento. Sei que pode demorar alguns dias, mas rastreie o sistema de gps do meu celular. Eu tenho que desligar, ouvi passos! Eu... Te amo, Jace! - E desligou. Meu coração inflou por saber que ela estava bem e ao mesmo tempo murchou por estar tão longe.

– Eu também te amo, Pequena! - Murmurei baixinho e me joguei no sofá. Pela primeira vez em 48 hrs, eu consegui dormir.