alo?

– oi Lucas, é Mari. gostaria de saber se você tem um tempo agora, eu preciso falar com você. será que poderia ser?

– você quer me encontrar em algum lugar? ou venha até meu apartamento.

– poderia ser em algum lugar público. - ri fraco. - que tal na lanchonete onde a gente sempre ia?

– combinado então. chego aí em 10 minutos, mas você vai sozinha não é?

– sim.

– certo, até mais tarde. beijo.

assim que desliguei o celular peguei minha bolsa que estava sobre o sofá. então escutei barulhos na escada e vi que mau-mau estava vindo em minha direção.

– onde você vai? - perguntou.

– vou até.... a lanchonete aqui perto.

– por que? o que tem de fazer lá?

– mau-mau, não é nada de mais. não se preocupe, achei que não estava interessado em saber minutos antes.

– eu agi mal com você, me perdoe. fui um pouco rude.

– tá tudo bem, mas agora eu preciso ir.

– me liga se precisar?

– ligo sim. - sorri e mau-mau me deu um pequeno selinho.

sai da república e chamei um táxi. a lanchonete não ficava tão longe, porém eu não gostava de caminhar. informei o endereço ao taxista e ele me levou até lá. o paguei e desci do táxi em seguida. entrei na lanchonete e vi que Lucas ainda não havia chegado, me sentei em uma mesa e logo uma garçonete veio me atender. como eu já tinha tomado café da manhã na república pedi apenas um suco de maracujá.

assim que a garçonete saiu, vi Lucas se aproximar. ele estava.... lindo!

veio em minha direção sorrindo, parecia feliz em me ver.

– adorei seu convite. - sorriu ao se sentar. - só estou um pouco ansioso e surpreso, você disse que precisa conversar comigo.

– é lucas, achei melhor a gente vir aqui na lanchonete... - fui interrompida.

– onde a gente se beijou pela primeira vez. - ele sorriu levemente. - você ainda gosta muito daqui não é mesmo?

– éé... gosto daqui sim.

ele sorriu.

– eu pedi um suco de maracujá, você vai querer alguma coisa?

– não, eu já tomei meu café em casa.

a garçonete apareceu trazendo meu suco e pediu se a gente queria mais alguma coisa. neguei com a cabeça e ela se retirou.

– como vai a faculdade? - lucas me fitou.

– vai muito bem! - sorri.

lucas e eu conversamos durante alguns minutos. então, resolvi ir logo ao assunto.

– lucas, aquele dia que você dormiu na república... bem, na manhã seguinte aconteceu algo estranho por lá. - lucas me olhava com atenção. - eu e mau-mau iríamos até a casa de nossos pais, mas... o carro dele foi totalmente destruído!

– nossa! sério?

– Lucas, você não tem nada a ver com isso não é?

– você está desconfiando de mim? - ele arregalou os olhos.

– não é isso... é que, mau-mau afirmou que havia trancado a garagem e pela manhã ela estava aberta... - fui interrompida novamente.

– ora, pode ter sido qualquer um...

– você é o único... estranho... que estava na república e tinha acesso a chave da garagem. não estou te culpando, apenas quero que me diga a verdade. seja sincero comigo. antes de você sair, você e mau-mau tiveram um desentendimento então pensei que.... - fui interrompida.

– eu não acredito que esta desconfiando de mim!

– Lucas, foi muito sério o que aconteceu...

– e é muito sério você estar desconfiando de mim!

– Lucas, porque está tão exaltado? apenas me responda e diga a verdade.

– eu não... eu não estou exaltado! e eu não estou envolvido nisso. é um absurdo você pensar que pudesse ter sido eu. mesmo tendo uma pequena briga com o maurício eu não seria capaz de fazer aquilo com seu carro. eu sei o quanto queria ver seus pais!

por um momento me senti culpada em ter pensado na possibilidade de ter sido lucas. mas ele estava muito exaltado e parecia nervoso. apesar disso, eu acreditei em suas palavras.

– tudo bem lucas. me perdoe ter desconfiado de você, é que mau-mau ficou muito mal com tudo isso. ele trabalhou muito para conseguir um carro e agora acontece isso..

– vocês informaram a polícia?

– sim. mas ainda não temos mais nenhuma informação do culpado.

lucas revirou os olhos, e pegou em minha mão.

– Mari, eu seria incapaz de te fazer algum mal. INCAPAZ entendeu? mesmo o carro sendo... dele. isso também te afetaria.

– obrigada lucas, e me perdoe.

– está tudo bem.

MAU-MAU NARRANDO.

eu já estava ficando preocupado. Mari disse que não demoraria e agora já se passavam duas horas depois que ela saiu. eu estava impaciente. peguei meu celular e liguei para o dela, porém ela não atendeu. liguei outras vezes mas não tive resposta.

fiquei pensando na tal coisa que ela tinha para resolver. e fiquei mais preocupado ainda. talvez não seria nada demais. porém eu não conseguia me acalmar.

ela disse que voltaria logo, e eu já tinha até programado um filme pra gente assistir. havia ligado para uma pizzaria e pedido pizza para almoçar, e estava a esperando feito doido.

liguei mais algumas vezes para seu celular, e ela não atendeu. pedi a Samira se ela sabia o que mari teria de fazer, mas ela também não sabia.

as pizzas chegaram e já estavam esfriando. o filme já estava pra começar no CINEMAX. e Mari não dava noticias.

calcei meu tênis e sai a sua procura. chamei um táxi e fui em direção à lanchonete mais próxima. pedi para o taxista me esperar, até porque não sabia se ela estaria naquela lanchonete.

por um momento até achei que ela almoçaria fora, porém ela não me avisou e disse que voltava logo.

entrei na lanchonete. muito grande por sinal, precisava achá-la para ter certeza que estava tudo bem. caminhei mais adentro e levantei-me na ponta dos pés para ver a lanchonete toda. haviam muitas mesas e muitas pessoas lanchando. apenas um casal estava se beijando.

me espichei ainda mais, e meu coração se quebrou em mil.

A minha Mariana estava com Lucas. o cara que acabou com meu carro e agora com meu namoro!

os dois estavam se beijando!

lágrimas descontroladas desciam sobre meu rosto. eu tive vontade de ira até lá socar a cara daquele desgraçado! mas eu nunca fui um cara muito violento. além de tudo, Mari não estava querendo se afastar. estava.... respondendo ao beijo.

peguei os cacos de meu coração e voltei para casa.