Amor Platônico?

Visita (Perfeita) Aos Meus Sogros


No que desembarcamos no aeroporto, poucas fãs vieram falar conosco. Um pouco mais do que em Floripa, umas quinze ou dezesseis.

O Pedro tirou fotos e deu autógrafos para todas.

Assim como aqui em Floripa, algumas vieram falar comigo, pediram fotos, já outras me ignoraram. Mas em São Paulo, por ter poucas fãs no momento ninguém ousou em me xingar também.

Tinha um grupo de meninas que mandavam umas indiretas, falando que tinham "Certas pessoas que eram interesseiras na fama e no dinheiro do Pedro", mas eu nem liguei, as ignorei apenas.

Depois de atendermos as fãs, fomos em direção ao lugar onde ficavam os táxis.

╼ Até que hoje tinham poucas fãs né? -falei para o Pedro

╼ Sim - ele respondeu - Quando eu estava indo pra Floripa tinha um pouco mais. Mas elas nem podiam imaginar que eu voltaria no mesmo dia, poucas horas depois, né?

╼ Verdade - falei sorrindo.

Pegamos um táxi.

Durante a viagem nos beijamos (tentamos nos conter por causa do motorista, mas foi difícil) e conversamos sobre como havia sido a semana de cada um de nós dois.

╼ A minha foi bem agitada - falou Pedro - Fomos em rádios, gravamos o Estação Teen, participamos de programas de TV... Mas a falta que eu sentia de você era enorme, eu já não tava mais aguentando te esperar, já não tava mais aguentando de saudades.

╼ Então vem, que eu já não aguento mais te esperar... - cantei.

Rimos juntos.

╼ Verdade - ele falou - Nem tinha pensado nisso quando eu disse. Ei amor, você viu as entrevistas que eu dei no rádio e na TV? Perguntaram muito sobre você.

╼ Claro que vi amor - falei emocionada, lembrando de tudo que ele tinha dito no decorrer deste tempo que descobriram que estávamos namorando - Eu amei demais tudo, fiquei muito emocionada.

╼ Que isso amor - ele falou encabulado - Só falei a verdade. Só falei o que eu sinto.

╼ Mas as palavras que você usou, as frases que você disse... nunca ouvi nada mais lindo - falei - Não teve medo das suas fãs ou da imprensa, disse que me amava demais. Disse que eu sou uma menina de ouro, incrível, linda, inteligente, bacana... As pessoas perguntando se não foi muito cedo a decisão de você me pedir em namoro já que me conhecia a tão pouco tempo, e você dizendo que o amor que você sentiu por mim foi tão forte que você sabia que não precisava mais esperar pra saber que eu sou o amor da sua vida. Essa foi a minha parte preferida de todas, confesso. Eu chorei de emoção ao ouvir isso em casa. Senti você mais presente, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância. Você realizou meu maior sonho, que era ser amada por você e sua namorada, e fez ainda melhor do que eu sonhava. Teve coragem, não se amedrontou ao enfrentar a imprensa e os fãs. Fiquei com muito orgulho de você, e cada vez mais apaixonada.

╼ Nossa amor, eu não sabia que o que eu falava significava tanto pra você - ele falou, também visivlmente emocionado com tudo que eu disse - Nunca imaginei que isso te faria tão feliz. Que bom que você ficou assim. A minha felicidade é a sua.

Trocamos um beijo apaixonado, e depois Pedro continuou:

╼ Sabe Luísa, só disse tudo aquilo porque realmente é o que eu sinto. Eu nunca amei ninguém assim, de verdade. Nós criamos uma coisa muito intensa em pouco tempo de convivência. Criamos uma intimidade enorme basicamente via MSN e Skipe - rimos juntos- Mas é verdade, agora que eu sinto o que sinto por ti vejo que tudo que eu senti antes é pequeno. Nosso amor foi repentino, mas foi a melhor coisa que me aconteceu. Você foi a melhor coisa que me aconteceu. É quem eu mais amo nessa vida.

Não segurei as lágrimas, mas o Pedro fez questão de enxugá-las.

Depois disso nos beijamos muito mais e, quando nos demos conta da presença do taxista, maneiramos um pouco. Continuamos conversando. Falei pra ele como tinha sido minha semana e tentei expressar um pouco da falta que eu tinha sentido dele nesses dias.

O trânsito sempre infernal e engarrafado de São Paulo ajudou para que nossas conversas e beijos fossem bem longos.

Mas enfim chegamos na frente do prédio do Pedro.

╼ Milagre não ter nehuma fã aqui na frente - Pedro falou, pensando alto - Com certeza estão na aula, ou então as que foram ao aeroporto na minha ida a Floripa avisaram que eu saí e elas desistiram de ficar aqui na frente.

Então, ele pagou o taxista e descemos do táxi, com uma certa pressa, para niguém nos parar e nos atrasar.

╼ Ai meu Deus, é agora - pensei alto também, enquanto entrávamos no prédio do Pepo.

╼ Não precisa ficar nervosa amor - Pedro falou - Eles já te adoram, com certeza te conhecendo do jeitinho que você é, vão te amar.

╼ Ah lindo, obrigada - falei, ainda nervosa - Assim espero.

Entramos no elevador. Meu nervosismo era tanto que parecia que não chegávamos nunca. Cada segundo parecia uma eternidade.

Mas vamos combinar: Não seria nada mal passar uma eternidade com o Pedro no elevador né?

Por isso aproveitei para beijá-lo.

Além de matar a saudade e essa sede louca que eu tenho pela boca dele, quando eu o beijava eu não conseguia pensar em mais nada a não ser em nós dois, do quanto eu era sortuda de poder ter ele ali. Coisa que muitas fãs queriam, mas só eu tinha. Coisa que eu esperei a vida toda e finalmente havia se realizado.

Foi um bom método, pois parecia que em um segundo o elevador tinha chegado no andar do Pedro.

Eu tinha gostado muito de beijar no elevador, era uma boa ideia que podíamos botar em prática um dia desses, talvez com mais demora nos beijos, ou talvez até mais que isso...

Mas enfim, não era momento de pensar em safadezas.

Dei a mão pro Pedro e fomos em direção ao apartamento dele.

O nervosismo bateu forte de novo, e agora com mais intensidade.

Pedro tocou a campainha.

Meu coração estava saindo pela boca.

Até que a Leni, minha sogra (era tão lindo e ao mesmo tempo surreal dizer isso, pela primeira vez sendo verdade, e não só uma brincadeira minha), abre a porta. Vejo também o Mauro, mais ao fundo, esperando para nos ver.

╼ Chegaram cedo! - Leni falou muito receptiva - Nem deu pra eu terminar a lasanha!

╼ Pois é - disse Pedro - milagrosamente os vôos não atrasaram hoje.

╼ Que bom! - falou Leni - Assim podemos conversar desde já. Entrem!

Pedro fez sinal pra eu passar primeiro. Era sempre um cavalheiro. Depois que ele fechou a porta, resolveu fazer as apresentações, como se eu já não conhecesse a família dele dos pés a cabeça.

╼ Mãe, essa é a Luísa - disse Pedro, e nisso, eu abracei Leni e falei "Prazer" e ela me respondeu "O prazer é meu" - Luli, essa é a minha mamãe Leni, sua sogra.

╼ Então você é a famosa Luísa - disse Leni - É ainda mais linda pessoalmente! O Pedro não para de falar de você nem um segundo. Parece que eu já te conheço sabe?

╼ Obrigada - respondi - E sei sim. Também sinto que já conheço vocês há anos. Coisas de fã, sabe como é.

╼ É verdade! - falou Leni - Mesmo que não pessoalmente, parece que já nos conhecemos bem.

Depois Pedro me apresentou a Mauro, que também não economizou elogios.

╼ O Pedro não exagerou nada quando disse que você era linda. É um prazer te conhecer, querida.

╼ Eu que estou muito honrada em conhecer vocês. Honrada e mutio feliz.

╼ Eu tô aqui também! - disse Michele, que estava mais no canto da sala com a Duda, e por isso ainda não tinhamos a visto - Também faltei o serviço pra conhecer a famosa Luli. Não podia perder essa oportunidade!

Quando eu vi a Mi, fiquei ainda mais feliz. Pedro fez questão de nos apresentar também. Ela também foi super simpática.

╼ Que linda que você é Luli - ela falou - Desculpa a folga de já te chamar pelo apelido, mas é que o Pedro fala tanto de ti que já me sinto íntima.

╼ Poxa, todos vocês ficam aí me entregando! - falou Pedro envergonhado. Rimos muito juntos - Mas é verdade. Acho que estou até chato de tanto falar de ti.

Agora foi a minha vez de ficar envergonhada, mas por dentro explodindo de alegria. Eu só sorria, que nem uma boba, de tanta felicidade.

Essa foi mais uma prova de que ele me amava de verdade. Vivia falando de mim pra família dele, vivia pensando em mim, assim como eu penso nele.

╼ Chato você sempre foi maninho, nem esquenta - bricou Mi.

╼ Valeu aí ô! - Pedro também entrou na brincadeira.

Todos nós rimos.

╼ Por favor, briga de irmãos na frente da visita não! - disse Leni, também em tom brincalhão.

╼ Ah gente, muito obrigada - falei - Mi, linda é você! E quanto ao Pedro ser chato de tanto falar de mim, acho que estamos empatados! Meus pais estão cansados de ouvir eu falar do Pedro. Faço isso desde meus doze anos todo o dia, vinte e quatro horas!

Rimos.

Depois disso, vi a Duda olhando pra gente, tentando chamar a Mi.

╼ Oi Dudinha! - falei toda boba. Eu amava crianças, e pela Duda eu tinha um carinho em especial - Tudo bem lindinha?

Ela ficou meio tímida, não me respondeu.

╼ Fala com a Luli filha! - disse a Mi.

Depois de um tempo de insistência, ela me deu um sorrisinho.

A Leni foi olhar a lasanha, e ficamos conversando um pouco.

Logo, ela veio à sala nos chamar para dizer que o almoço estava pronto.

Meu lugar era ao lado do Pedro, e ele puxou a cadeira pra eu sentar. Eu agradeci.

"Será que esse menino não cansa de ser cavalheiro, lindo e príncipe?" Pensei. Ele era muito melhor do que eu imaginava (e olha que eu já o imaginava um homem incrível).

Comemos, conversamos.

Percebi que eles queriam evitar o assunto das fotos, pra não deixar o clima desagradável, mas por fim Leni perguntou como tinha sido com o pessoal da minha escola e da minha família com essas novidades todas. Tanto o namoro quanto as fotos.

Contei que os meus pais haviam me apoiado muito, mas que algumas pessoas da minha escola haviam sido muito cruéis comigo.

Contei o que havia acontecido na escola e eles lamentaram muito, falaram que essas pessoas não tinham o direito de se meterem em nossas vidas, mas que era para eu me acostumar, porque namorando o Pedro, o Brasil inteiro daria palpites na nossa relação e na nossa vida.

Eu disse que eu já estava me acostumando e que tudo isso valia à pena pelo Pedro. Nesse momento, todos fizeram "awwwwwwn" e o Pedro me beijou. A minha intenção nem foi ser fofa, na verdade falei sem intenção alguma, era apenas o que eu sentia.

Contei também da reação dos meus amigos, que eles viviam perguntando como era namorar o Lanza, tanto por ele ser famoso, quanto por ele ser meu ídolo, o cara que eu esperei pela minha vida toda e que parecia impossível.

E e disse que eu respondia a meus amigos que era a melhor coisa do mundo. A fama dele as vezes dificultava, mas o fato de ele ser meu ídolo era a melhor coisa do mundo porque, além de eu ter muita admiração e um amor de verdade por ele há anos, era a realização de um sonho.

Tia Leni (não adianta, desde meus doze anos a chamo assim e não ia conseguir para de chamar, até avisei isso à ela. Perguntei se eu podia, se ela gostava, e ela disse que adorava que a chamassem assim, que não tinha problema) achou muito lindo o jeito que eu falava do Pedro, e disse que via que nosso namoro ia dar muito certo, porque sentíamos muito amor pelo outro, na mesma intensidade. Ela apostou até em casamento no futuro, e todo mundo concordou.

Depois do almoço, teve sobremesa.

Depois,fomos para a sala e ficamos lá, conversando.

Tiramos algumas fotos juntos.

Tirei com cada um separado, umas só com meus sogros e o Lanza, depois só com a Mi, Duda e Pedrinho, e depois botamos a minha máquina pra bater automático e tiramos todos juntos.

Algum tempo depois o interfone toca: era o Luan Assis com o Thomas.

╼ Já vieram incomodar? - disse o Pedrinho em tom de brincadeira, abrindo o portão pra eles - Entrem logo, arrombados.

Meu coração foi a mil.

Poxa, meu outro ídolo iria entrar por aquela porta, meu segundo choose.

Era emoção demais para um dia só.

Eu estava lá com o Lanza, com a família toda dele e ainda estavam chegando o Loiro e o Luan, caras que eu amava demais também.

É, parece que agora que o negócio iria animar mais ainda, e ficar ainda mais emocionante, feliz e perfeito pra mim.