Voltei para a cozinha e tive de apanhar os rebuçados que caíram quando ouvi o grito dele(que desastrada!!!). Acabei assim de pôr tudo a jeito. O Break apareceu à porta, com um casaco na mão.

- Não está frio. Está sol e tudo, vês???

- Eu sei, mas quando viermos já sei que vai estar frio.

- Queres lá ficar muito tempo, é?

- Sim, preciso de aliviar os meus pensamentos.

- Está bem. Fazes bem em levar o casaco, se calhar depois vai dar-te jeito.

- Não. É para ti. Eu já sabia que te ias esquecer de levar um, então usas o meu.

- Ai, que tu lembras-te de tudo! És um querido, mas não vai ser preciso, acho eu.

- Logo veremos. Vamos?

- Sim Break, está tudo aqui.

Fomos a pé até lá. Ele levou a mala com a comida toda. Foi a primeira vez que saímos em público. Ele deu-me a mão, oficializando o nosso namoro. Nesse momento, o tempo parou quando ele me olhou a sorrir. Fiquei com o coração preenchido, começando a pensar se eu realmente estaria a fazer a diferença na vida dele.

- Olha, é assim que eu te quero ver sempre. És tão lindo, amor. Olha, temos de falar daquele assunto do nosso namoro.

Ele ficou mais alegre, mas continuámos a andar sem dizer uma palavra. Por fim chegámos a um sítio do parque que tinha sombra. Deixámos tudo na relva e deitámo-nos, cada um para seu lado. Não estava muito frio, mas depois de estarmos ali uma hora calados comecei a sentir uma brisa que não me agradava.

- Break… - ele estava a olhar para o céu e de certeza que não me tinha ouvido. – Olha, deixa lá isso.

- Hã? Oh, desculpa, estava aqui com as minhas coisas. Que foi?

- Eu percebi. Aquece-me, amor, estou a ficar com frio.

Assim foi, e de repente surgiu outro Break. Ele levantou-se, olhou para mim e perguntou:

- Posso tocar-te no peito?

- O que é isso, Break?? Viraste outra pessoa?

- Hahaha, estava a brincar, querida.

Ele pôs o casaco dele sobre os meus ombros, eu deitei-me de lado, e ele aproximou-se de mim, ficando depois agarrado a mim, tocando-me na barriga com muito carinho. Entrelaçámos as mãos e ele começou a beijar-me o pescoço e a mordiscar-me a orelha. Havia uma pergunta que eu nunca lhe tinha feito, e aquele era o momento.

- Responde-me a uma coisa: já fizeste aquilo?

- O quê?

- Break, acorda, acho que ainda estás nos teus pensamentos!!! Se já estiveste da forma mais íntima possível com uma rapariga.

- Queres dizer sexo?? Tens medo de perguntar? Haha! Não, nunca o fiz.

- Então e já tiveste muitas namoradas?

- Não, amor… Nunca precisei, até agora. Por isso, nunca tive nem uma namorada.

- A sério? – eu estava com os olhos muito estranhos, achei que ia chorar, mas contive-me.

- Sim. Estou a falar a verdade. Eu posso esconder-te coisas, mas sempre que te falo de algo, eu não minto. Mas porquê essa pergunta?

- Bem… hum… por nada… Estavas assim a chegar-te a mim… E tu sabes que eu sou muito nova… Ainda tenho medo.

- Mas tu comigo estás bem. És a coisa mais importante que existe na minha vida. Eu quero dizer-te uma coisa em que penso muitas vezes, principalmente antes de adormecer.

- Diz lá…

- Eu gostava de ser pai contigo.

Fiquei sem palavras. O quê, eu ainda era muito nova!!! Não podia ser!

- E achas que estás preparado? É que eu não estou!!! – disse-lhe, com firmeza.

- Bem, ainda não fizemos nada para além de dormirmos juntos, por isso não posso bem dizer. Mas o que me fazia mais feliz na vida era deixar descendência contigo. – ele disse isso, corando logo a seguir. Tirou da caixa um bocado de bolo e deu-me um rebuçado.

- Queres comer mais? Trouxe bebida também.

- Chá para mim??

- Não Break, foi uns sumos e uma garrafa de água, desculpaaa!

- Então eu bebo água contigo. Tens de me ajudar a comer o bolo também.

O meu rebuçado acabou de se dissolver na boca, e como me estava a apetecer mais, estendi a mão para a caixa e saiu um doce com um pauzinho. Sabia que era do Break.

- Podes começar a comer, mas eu também quero um bocadinho! – disse Break, lendo-me os pensamentos.

Era de morango e tinha um sabor muito exótico. O Break pousou a fatia de bolo no guardanapo e chegou-se a mim.

- Vá, dá-me um bocadinho. Não queiras tudo para ti.

Olhei para ele com vergonha e estendi-lhe o doce, dizendo: - Toma…