Maria Joaquina narrando

Assim que finalmente conseguimos chegar no apartamento, Daniel deixou o carro no estacionamento e quando saímos, pegamos nossas malas e ele trancou o carro. Em seguida, ele me entregou a chave do meu carro e nós esperamos todo mundo terminar de pegar suas coisas em seus carros.

–Querem ajuda?- perguntou Daniel.

–Não precisa não.- respondeu Mário.

Também ofereci ajuda à Marcelina, mas ela disse que não precisava. Então peguei as chaves e começamos a subir com dificuldades, mas subimos. Quando chegamos no apartamento, já fui logo para o meu quarto, estava exausta, embora não tivesse dirigido e queria também descansar para esquecer o tamanho da saudade que eu vou sentir dos meus pais. Eu precisava mesmo era descansar nos braços de alguém. Mas não fiz isso, depois que cheguei no quarto que dividiria com Daniel, coloquei todas as coisas da mala no guarda roupa, deixando para o Daniel organizar as dele mais tarde. Quando acabei, aproveitei que nosso apartamento já tinha água nos banheiros e na cozinha e tomei um banho, precisava relaxar um pouco.

Quando terminei, lá dentro do banheiro mesmo vesti uma roupa mais confortável, um short jeans e uma blusa preta do Nirvana, não que eu gostasse deles, mas o Daniel gostava e tinha me dado de presente. Depois, fui até a sala e encontrei Paulo e Mário, um colocava quadros na parede e o outro abria as janelas, estavam tão concentrados em suas tarefas que nem sequer perceberam que eu estava ali, foi quando ouvi uma voz atrás de mim:

–Ei gente, quem tá com fome?- era Daniel.

–Eu tô.- disse Mário.

–Eu também.- respondeu Paulo.

–Então eu vou lá embaixo comprar umas coisas pra gente comer falou? Não demoro.- disse Daniel.

–Falou mano.- acenou Paulo.

–Quer ir comigo amor?

–Claro, vamos sim.- eu respondi. Podia estar muito cansada, mas eu sabia que como ele era a única coisa que me fazia esquecer dos meus pais, valeria a pena passar por cima do cansaço pra ir com ele até o mercado, mas estranhei ele estar animado, pensei que ele estaria tão cansado quanto eu. Descemos, fomos até a mercearia da esquina e entramos.

Daniel narrando

Eu estava muito cansado de ter dirigido por tanto tempo sim, mas eu tinha que fazer alguma coisa, ninguém ali estava disposto a ir até a mercearia da esquina de tão cansados que estavam, mas eu precisava comprar alguma coisa porque a nossa geladeira estava vazia e já estava na hora do almoço, por isso, alguém tinha que tomar a iniciativa de ir comprar algo. Então eu tive e percebi que a Maria Joaquina estava muito cansada, só que perguntei por educação e mesmo assim ela concordou em ir comigo, mas não disse nada, preferi ficar quieto e fomos até o mercadinho que ficava há um quarteirão da nossa casa, pegamos um carrinho e começamos as compras. Compramos coisas importantes como macarrão, leite, arroz, feijão, chocolate, biscoitos, refrigerantes, entre outras coisas, não planejávamos encher só a geladeira, queríamos encher também a casa com outras coisas pra comer na hora de lanchar. Após pegarmos tudo que precisávamos, começamos a caminhar por um corredor para irmos até o caixa quando vi dois homens, eu conhecia os dois, mas não lembrava muito bem deles, um estava completamente distraído olhando para as prateleiras e o outro estava tão distraído olhando um papel que tinha em sua mão que não viram a gente. Só quando cheguei mais perto, consegui ver quem era:

–Gabriel? Matheus?- eu disse e eles olharam pra nós.

–Daniel?- disse o Matheus e eu olhei para Maria Joaquina, o que ambos estavam fazendo aqui depois de tanto tempo?

–Cara, quanto tempo!- disse Gabriel vindo me abraçar enquanto Matheus abraçava Maria Joaquina.

–O que estão fazendo por aqui?- perguntei tentando puxar assunto.

–Nada, só conhecendo a cidade nova que meus amigos se mudaram.- disse Gabriel.

–E matar a saudade.- disse Matheus.

–Puxa, fiquei bem feliz, a gente tá morando ali naquele prédio da esquina.- disse Maria Joaquina.

–Acho que sei onde fica.- respondeu Gabriel.

–Então, lá é tão bom, vocês iam adorar.

–Querem ir lá ver?

–Ah, não obrigado. A gente tem umas coisas pra resolver em casa ainda hoje.- disse Matheus e nós assentimos. Depois disso, ficamos sem jeito por alguns segundos, sem sabermos muito o que fazer ou falar, até que começamos a caminhar para o caixa.

Passamos no caixa e eu paguei tudo, saímos dali e fomos pra casa, Matheus e Gabriel acompanharam a gente até a rua tagarelando o tempo todo, eles tinham muita coisa pra contar e também sentiam muito a nossa falta.

–E como vocês estão?- perguntei quando eles enfim, nos deram espaço pra falar.

–Estamos bem. Vocês acreditam que a Vitória e a Luana estão de volta?- disse Gabriel.

–Sério? Que bom. E como foi esse retorno?- perguntou Maria Joaquina.

–Bom, mais ou menos. Elas mandaram dois e-mails que elas receberam daqueles rapazes que elas gostavam dizendo que só as viam como amigas, porque elas tinham se declarado pra eles, mas eles não aceitaram, aí elas estão querendo voltar com a gente agora.- disse Matheus.

–E o que vocês disseram?- perguntei.

–Ah, que não. Nos trocaram por outros piores que nós e agora querem ficar com a gente só por terem levado um fora. Eu não acho certo ficar com elas agora.- disse Gabriel.

–Concordo.

Então, eles entraram em um carro, um Mitsubishi Evolution, Matheus tomou o volante, nos despedimos e eles foram embora, quando finalmente chegamos em casa, só Paulo e Mário estavam na sala vendo tevê, onde estavam as meninas?

–Chegamos!- eu anunciei e os dois se levantaram do sofá em um pulo. Foi quando ajudei Maria Joaquina a levar as coisas para a cozinha e vi que Marcelina e Alícia estavam lá, só esperando a hora do almoço chegar. Coloquei as coisas na pia e Maria Joaquina perguntou:

–Querem me ajudar aqui?

–Claro.- as duas disseram juntas e eu aproveitei pra me afastar e fui até a sala, onde os dois agora estavam jogando um jogo de Wii U.

–O que estão jogando?- perguntei.

–Mario Kart 8.- respondeu Mário.

–E quem tá ganhando?- perguntei.

–Ainda estamos no começo da corrida.- disse Paulo e só então eu percebi que eles tinham começado a corrida quase no mesmo momento em que cheguei, acho que eles tinham ligado o jogo quando eu e Maria Joaquina estávamos voltando do mercadinho, acabei me empolgando e começei a jogar como terceiro jogador.

Depois de alguns minutos jogando, as meninas nos chamam para almoçar.

–Meninos, o almoço tá pronto.- disse Marcelina e começamos a comer.

–A comida tá muito boa, vocês capricharam hein.- disse Mário. Paulo e Daniel concordam com Mário e as meninas ficam bem felizes e eles continuam o almoço animadamente.