Maria Joaquina narrando

Eu achei muito boa aquela ideia da minha mãe deixar eu morar em um apartamento com as duas pessoas mais importantes da minha vida, eu poderia me mudar de casa sem ficar longe do Daniel ou da Marcelina, então, assim que eles contaram no restaurante que nós moraríamos lá, no dia seguinte levaram a gente para conhecer o apartamento.

–É um apartamento que não terá nada, ok? Os móveis ainda não chegaram lá, mas conforme o tempo passar, eles vão chegando. - disse minha mãe enquanto íamos de carro para minha casa. Chegando no apartamento, ele já me impressionou ao ser na parte sul da cidade e aparentava ser muito luxuoso, se eu tentasse ver o último andar eu quebraria o pescoço de tão alto que era. Fui subindo com meus pais pela portaria até o elevador e quando ele parou, vi que estava no sétimo andar de vinte. Quando entramos, estava tudo bem vazio, mas logo deu pra ver o tamanhão do lugar, ele era uma apartamento tão grande que dava pra fazer uma festa Cosplay lá mesmo. Não que eu goste de músicas desse tipo, mas eu acho que daria pra fazer uma festa ali mesmo.

–E então filha?- perguntou minha mãe.

–Adorei mãe. Do jeito que eu gosto.- respondi.

Depois que eu confirmei que gostei, meus pais foram resolver os últimos detalhes e depois voltamos pra nossa casa, onde eu arrumaria minhas coisas para ir ao apartamento em três dias.

Mário narrando

No dia seguinte, acordei com minha mãe me chamando para sairmos:

–Vamos aonde tão cedo mãe?- perguntei.

–Visitar seu novo apartamento.- disse ela, sorrindo.

Rapidamente terminei meu café, me arrumei e Daniel também. Em pouco tempo estávamos na estrada. Chegando no apartamento, logo me surpreendi quando vi o tamanhão dele, era muito grande por fora, será que era assim também por dentro? Minha pergunta se confirmou quando eu cheguei no apartamento e cruzei a porta. Cara, aquele apartamento era o maior que eu já vi, não sei nem quantas pessoas eu podia chamar pra uma festa ainda mais naquela sala. Olhando em volta, vi que nossa janela era giratória, tinha umas rodinhas embaixo dela que permitia que ela rodasse assim que empurrassem.

–Gente, é radical. Adorei!- eu disse.

–Mano, isso aqui não é um apartamento qualquer. É o paraíso!- exaltou-se Daniel.

–Que bom que gostaram meninos.- disse minha mãe.

Então, depois que nós mostramos o quanto gostamos do apartamento, nossos pais foram resolver o resto com um contrato que eles ofereceram. Voltei pra casa tão empolgado quanto saí, aquilo era o meu sonho: morar sozinho em um apartamento de luxo como aquele. A sorte estava voltando a reinar em minha vida. Tomara que agora eu continue com ela.

Marcelina narrando

No dia seguinte, após a formatura, estava mergulhada em um sono profundo quando fui acordada pela minha mãe:

–Filha, acorda.- disse minha mãe.

–Por quê mãe? Aconteceu alguma coisa?- perguntei, ainda meio sonolenta.

–Filha, esqueceu que hoje você irá conhecer o apartamento que vai morar com seus amigos?

–Ih, é mesmo.- me levantei de sobressalto, igual a um foguete, tomei um banho não muito demorado, ajeitei meus cabelos e me arrumei. Uma blusa verde-água com uma calça preta e um sapato preto sem salto. Depois, desci pra tomar café e a mesa já estava pronta.

–Filha, pode tomar o seu café com calma porque eu ainda tenho que me arrumar e seu pai, que está no trabalho, ainda vai demorar pra chegar aqui.- disse minha mãe.

–Tá bom.- respondi mordendo uma torrada.

–Bom dia mãe. Bom dia Marcelina.- disse Paulo, entrando na cozinha, pouco depois.

–Bom dia filho, pode tomar seu café tranquilo também.

–Tá bom.

Então, nos sentamos na mesa e começamos a comer, mas ele não falava comigo e resolvi puxar assunto:

–Tá ansioso?- perguntei.

–Bastante. E você?

–Também. Ele deve ser bem grande né?

–Tomara que sim.

Depois de alguns minutos, minha mãe apareceu na sala, nós terminamos o café e a campainha tocou. Pensei que fosse papai.

–Eu atendo.- disse Paulo, se levantando. Quando ele abriu a porta, apareceu Alícia.

–Oi amor.- ela disse.

–Oi Alícia.- ele disse e a abraçou.

–Oi Marcelina.

–Oi Alícia.

–Marcelina, como a Alícia vai morar com a gente, achei que devíamos levá-la pra conhecer nosso apartamento junto com a gente.- disse Paulo.

–Concordo.

Depois, nós três nos sentamos no sofá até que papai apareceu na sala.

–Estão prontos?- perguntou ele.

–Claro.- Paulo e eu respondemos.

Eu fui dirigindo o carro do meu pai porque achei que ele devia estar cansado de ter dirigido a manhã toda de casa para o trabalho e vice-versa e agora ele pegaria uma estrada longa até nossa casa. Então, achei que ele precisava descansar. Pois é, eu já tinha carteira, acho que praticamente todo o pessoal da nossa turma já tinha, só que eu não tinha meu próprio carro, ainda.

Já Paulo tinha seu próprio carro, ele comprou quando tinha acabado de tirar carteira, foi até uma concessionária e comprou o carro em prestações e foi com Alícia até nossa casa no carro, só os dois.

Quando chegamos no apartamento, o tamanho dele já me impressionou, mas quando entrei nele, fiquei com os olhos arregalados e minha boca abriu sozinha.

–Cara, nunca vi nada igual.- disse Paulo.

–Nem eu. É fantástico.- disse Alícia.

–E você filha?- perguntou meu pai.

–Tá brincando pai? Eu adorei!- respondi, eufórica.

Depois, fomos resolver os últimos detalhes para aquele apartamento ser nosso e voltamos pra casa, eu estava tão animada que logo fui ligar para Maria Joaquina e contar que já tinha visto o tamanhão do apartamento.

Daniel narrando

Acordei no dia seguinte com minha mãe me sacudindo de leve.

–Aonde vamos tão cedo?- perguntei.

–Conhecer seu futuro apartamento.- ela respondeu e saiu do quarto.

Então me lembrei que na noite anterior, no jantar de comemoração à nossa formatura, nossos pais tinham dito que íamos mudar de casa pra ficarmos mais próximos da Universidade onde estudaríamos, então logo fui tomar um banho e quando saí, coloquei uma camisa preta e uma calça jeans com meu velho all-star preto. Depois, desci pra tomar café e peguei as chaves do meu carro. Sim, agora eu já tinha carro, mas ele não era exclusivamente meu, eu dividia ele com Mário quando era necessário, mas Mário me prometeu que assim que ele tivesse o próprio carro dele, ele seria só meu.

Fui dirigindo e seguindo o carro do meu pai, mas quando chegamos no apartamento, deixamos os carros estacionados do lado de fora da garagem, pois não íamos ficar nem uma hora lá dentro e pegamos o elevador. Chegando no apartamento, confesso que fiquei praticamente pasmo, não imaginava que fosse viver num luxo daquele.

–Gente, é radical. Adorei!- disse Mário.

–Mano, isso aqui não é um apartamento qualquer. É o paraíso!- exaltei-me.

–Que bom que gostaram meninos.- disse minha mãe.

Então, depois que tudo foi resolvido, voltamos pra casa e fomos aproveitar os últimos dias lá. O apartamento não ficava longe de onde estudaríamos, levava mais ou menos vinte minutos de carro, porém, meus pais acham que se continuássemos vivendo em nossas antigas casas, seria mais complicado ir para a Universidade, então, tínhamos que ir, pois assim poderíamos aprender a suportar a saudade que sentiríamos de nossa família, o que é totalmente normal. Dormi aquela noite mais feliz do que nunca.