Meus olhos brilharam ao ver o interior da cabana, a sala era linda, grande, tinha dois sofás, um grande e outro pequeno, uma mesa de centro pequena, uma lâmpada simples no teto, algumas plantas, de plástico tenho certeza. Uns quadros pendurados para decorar Me joguei no sofá grande e as malas no chão, isso porque tivemos que correr o caminho todo com essas malas pesadas, olhei para Mário e ele de volta, acho que adivinhou meus pensamentos.

–Me ajuda que eu te ajudo.- ele disse, pegando algumas das minhas malas me incentivando a pegar as dele.

Chegando no andar de cima, percebi que no corredor enfeitado por quadros pintados com desenhos indecifráveis, mas bem bonitos, tinha três portas,

abri a primeira que era inteiramente branca, a abri era um quarto lindo, paredes pintadas em creme, uma cama de princesa com lençóis brancos, e vários travesseiros espalhados pela mesma.

Entrei olhando bem as coisas, vi um guarda roupa, uma penteadeira, uma janela enorme que tinha uma vista incrível, umas cortinas meio beges impediam a luz do sol de entrar.

– A escola não economizou mesmo hein. - comentei enquanto dava mais uma olhada.

– Não mesmo. - concordou.

– Então vou ficar nesse quarto mesmo, tem uma janela grande, uma cama e EU! - gritei o final e me joguei na cama.

Ele soltou uma risada e depois foi com as malas dele para o seu quarto, me deixando ali, sozinha, curtindo a maciez daquela cama que a minha não tinha. Acabei pegando no sono.

Mário narrando

Poxa, só a Marcelina para conseguir me fazer rir naquele momento tão cansativo de escolher o quarto, levar as malas e tudo. E é isso que eu mais amo nela, ela me faz muito bem, aliás, tudo ali naquela cabana era legal, só o que me incomodava era aquele bracelete que comichava meu braço sem parar, porque o Celso teve a "brilhante" ideia de colocar o mesmo na parte do meu braço onde as mangas acabavam, e como os braceletes eram presos nos braços por fita adesiva, acabava coçando, dava uma vontade louca de tirar e coçar, mas não tinha como tirar aquilo, era igual à algemas, só saía com chave.

Enfim, depois de entrar em meu quarto, que por pura coincidência era exatamente IGUAL ao dela, tirando a cor dos lençóis, que eram de um azul marinho, coloquei as malas próximas ao guarda-roupa e desci para vasculhar o andar de baixo. Desci as escadas e encontrei um vão da porta que levava à outro cômodo, era a cozinha, ela era separada por uma pequena mureta colorida, tinha uma geladeira branca que estava ligado por mágica uma mesa pequena com 3 cadeiras , um armarinho que tinha algumas coisas práticas como: cereal, frutas, biscoitos e pratos fundos com flores desenhadas nas bordas. Fiquei impressionado, a escola era mesmo tão boa financeiramente pra conseguir uma cabana assim? Poxa, tomara que a minha seja a melhor, fiquei pensando em como será a cabana que os meninos vão ficar, eles merecem algo bom também.

Daniel narrando

Depois de finalmente chegar à uma cabana arrastando as malas, consegui pegar uma vazia. Era uma cabana simples, ela tinha apenas um andar, mas era enorme por dentro. A sala era toda branca e tinha uma estante com vários livros, filmes e CD's e o melhor de tudo: tinha televisão. Que maravilha, assim não vamos ficar à toa na cabana no final do dia depois do fim das atividades. O sofá era marrom e dava para três pessoas sentarem, em frente ao mesmo, uma mesa de vidro redonda enfeitada com um jarro de flores, mas o jarro estava vazio, mais tarde eu pego algumas flores escondido e coloco nele. À direita da porta de entrada, havia uma porta, dei uma rápida olhada e vi que era a cozinha, tinha uma mesa grande com duas cadeiras, um pequeno armário onde tinha as coisas que nos alimentaríamos: frutas, cereal e biscoitos e uma janela bem grande que dava visão ao lado de fora.

A outra porta à esquerda levava à um corredor enorme, largo que continha três portas do lado esquerdo, olhei a primeira, vi que era o primeiro quarto, que tinha uma cama de solteiro com um lençol vermelho, travesseiros e almofadas espalhadas pela cama e uma estante com várias prateleiras vazias, que provavelmente eu poderia colocar coisas como meus perfumes e desodorantes, meu celular entre outras coisas. No fundo, uma janela grande com cortinas brancas, ventilador de teto com seis hélices e uma porta do lado esquerdo que eu ia descobrir pouco depois pra onde levava.

–Esse é meu.- eu disse para Maria Joaquina, mas quando vi, ela já tinha entrado no outro.

–Ei Daniel, vem cá ver isso.- ela disse e eu fui até lá.

Quando olhei para o outro quarto, vi que era exatamente igual ao meu.

–É bom que seja igual, assim ninguém reclama.- eu brinquei e ela riu.

–Verdade. A escola deve ter feito um sacrifício pra conseguir tudo isso.- ela disse e eu concordei, fazer o quê? Vou mentir sendo verdade?

Depois do comentário observador, ela se jogou na cama e começou a esvaziar as malas, enquanto eu, movido pela curiosidade, fui até a porta que tinha no canto do quarto e abri. Era o banheiro, na hora, quase vibrei de alegria, provavelmente a Maria Joaquina também tinha banheiro no quarto dela e assim nós poderíamos tomar banho sem incomodar ninguém.

Exausto, liguei o ventilador de teto e me deitei de costas na cama, morrendo de ansiedade para o dia seguinte chegar logo.

Maria Joaquina narrando

Meu Deus, nem consigo acreditar que vou ter um quarto grandão como esse só pra mim durante um mês, claro que não é maior que o meu, mas é do jeito que eu gosto e sempre quis ter. Pra melhorar tudo, ainda tinha banheiro dentro dele, o que explicava não ter banheiro no corredor. Depois de esvaziar minhas malas e colocar todas as roupas no armário e as outras coisas em seus devidos lugares, coloquei meu pijama que tava lá no fundo da mala e me joguei na cama grande e espaçosa, nada melhor que uma boa noite de sono para relaxar.

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Enquanto os quatro amigos curtiam a sorte grande de terem pego cabanas tão grandes e bonitas, Gabriel e Matheus também desfrutavam de suas cabanas. A cabana de Gabriel e Vitória era verde-claro e tinha janelas de cor marrom, tinha um alpendre na porta de entrada e por dentro tinha uma sala pequena pintada de branco, dois sofás verde-limão em um canto da sala, junto com uma televisão de 600 polegadas, do outro lado, uma mesa de madeira com um vaso de flores de plástico, do outro lado da sala, havia uma pia cheia de pratos e uma estante com cereal, frutas e biscoitos, pois era só isso que o colégio conseguiu para eles comerem durante um mês inteiro. E diferente de todas, a sala não era separada da cozinha, por isso, as três portas da casa eram posicionadas uma do lado da outra, a da esquerda, que ficava um pouco atrás do sofá era o banheiro, enquanto as outras duas eram os quartos. Os dois também eram iguais assim como em todas as cabanas, a cama deles era de solteiro, lençóis amarelos e uma estante. Satisfeitos com o resultado, eles foram para seus quartos arrumar suas coisas e descansar.

–A Vitória vai ser minha antes disso tudo acabar.- disse Gabriel para si mesmo, ele era louco por Vitória desde o quinto ano e nunca se interessou por mais nenhuma outra, mas ele era muito tímido para expressar seus sentimentos, por isso, agora que ele estava mais maduro. decidiu demonstrar pra ela o que sentia.

Enquanto isso, a cabana de Matheus e Luana era um pouco mais espaçosa, ela tinha dois andares, uma cozinha com vários quadros coloridos e um armarinho com o que eles comeriam durante o mês. Na metade da cozinha, era possível observar uma pequena fresta larga onde tinha dois sofás e um rádio de última geração com vários CD's do lado pra que eles escutassem. No andar de cima, os quartos eram de uma cor branca acinzentada, enquanto os lençóis eram pretos, quartos com aparências meio góticas, mas nada que se preocupasse.

–Nada mal.- disse Matheus, enquanto colocava sua mala em cima da cama.

Enquanto isso, a Diretora Olívia e o Professor Celso decidem mostrar para os alunos o quão alta seria o barulho do alarme que esse bracelete ia soltar se eles se distanciassem. Então, Olívia colocou um bracelete no braço dele e ele foi andando normalmente até uns dez metros de distância da última cabana que o acampamento tinha, mas Olívia percebeu que pela velocidade que ele andava, o alarme devia ter disparado, mas não disparou, Celso, que estava se preparando para ouvir o barulho do alarme soar, estranhou quando o barulho não soou.

Intrigados, os dois decidem investigar o bracelete e tentam descobrir o que deu errado. Após uma breve análise, eles percebem que o sela "Made in China" sem querer soltou quando o dedo de Olívia passou por ele e estava descolando, quando Celso ia colocá-lo de volta, viu outro selo por baixo daquele.

–Ei Olívia, olha isso.- ele disse, retirando o selo e observando o que tinha embaixo do mesmo. Quando eles vêem que o adesivo debaixo estava escrito: "Made in Paraguai", percebem que o selo era falso.

–Eu não acredito que aquele maldito nos vendeu braceletes rastreadores falsos!- disse a diretora Olívia com aquele jeito esquentado de sempre.

–Temos que dar um jeito nisso diretora.- disse Celso.

–É, tem razão. Vem, vamos ligar para o pessoal e pedir que eles tomem conta dos alunos.

Então eles chamaram o Professor Renê para ficar no lugar de Celso e a professora Suzana para ficar no lugar de Olívia, como os alunos não gostavam da Suzana, era bem provável que eles a obedecessem. Então eles foram logo resolver esse problema com o vendedor, que lhes vendeu um produto que não funcionava de jeito nenhum, mas pediram para que os dois não deixassem os alunos descobrirem pra que não fugissem.