# PARTE 2 #


Depois de cinco anos, Shirou e Atsuya tinham estabelecido uma relação ‘fixa’. Seus pais não sabiam de nada, e eles também se preservavam para não dar “pistas”.

As brigas e as várias discussões que eles tinham, foram todas esquecidas, hoje como eles já eram maior de idade, eram eles por eles.

Zoe e Kouji ainda saíam bastante, Shirou e Atsuya aproveitavam...

Foi num dia desses em que Zoe e Kouji não estavam em casa que...

– Shirou, espera...

– Esperar mais o quê?! – larga ele – isso é cú doce!

– É que... – olha para o lado

– É que o quê?! – encara. Pega na mão dele – Atsuya, a gente já tá há cinco anos juntos, não tô mais entendendo você, sabe?

– Nem eu me entendo às vezes, sabe... Mas... – olha para Shirou – Você sabe que eu amo você... – sorri.

– Eu sei Atsuya, mas é que às vezes parece que você foge de mim, é como se eu sentisse isso, sabe?

– Acredite, eu não fujo

– Pois parece... – larga a mão dele.

– É só que, tem dia que eu não fico muito afim...

– Ah, então, cansou de mim, é isso?!

– Não, não Shirou! Não é isso – o abraça

– É o que então Atsuya? Explica-me... – corresponde o abraço

–É só que às vezes eu não tô muito a fim de transar, tá?

Silêncio. Eles estavam no quarto. Era de tarde.

– E esse dia por acaso, seria hoje? – pergunta Shirou.

Olha para Shirou – Sim, me desculpe – fica quieto

Suspiro – Tudo bem Atsuya, não vou forçá-lo a nada. – larga ele e começa a andar.

–Pra onde você vai? – fica parado

– Vou lá fora – continua andando

– Shirou... – o abraça por trás e segura -... Não fica bravo comigo, tá?

Dá uma risada – E porque você acha... - Se vira e olha para Atsuya -... Que eu ficari...

Shirou nem terminou de falar, Atsuya o surpreendeu beijando-o.

Era com se eles tivessem voltado no tempo e o mesmo beijo que Shirou lhe deu pela primeira vez de surpresa, hoje Atsuya correspondera.

Shirou tinha ficado muito surpreso e por tal fato estava ainda com os olhos abertos. Olhando para Atsuya, ele percebeu que a cada momento Atsuya intensificava o beijo.

“Isso... tá... muito... bom...” pensa Shirou. E logo ele começou a fechar os olhos lentamente para ficar envolvido e totalmente despreocupado na boca de seu irmão. Eles estavam perto da porta e não demorou muito para que Atsuya colocasse Shirou contra a parede.

Shirou na parede e Atsuya à sua frente conduzindo o que Shirou teria que fazer. Com Atsuya mesmo havia dito naquele dia acho que não “rolaria algo mais”, então... Era só no “básico”.

Por muitos momentos eles paravam de se beijar e ora Shirou, ora Atsuya, começavam a beijar os pescoços de ambos. Respirações ofegantes e gemidos podiam ser ouvidos entre os dois. Eles mesmos estavam enlouquecendo. E voltaram novamente no beijo. Dessa vez Atsuya começou a “brincar” com a língua de Shirou, dentro de sua boca. Brincadeira que Shirou correspondeu com o maior prazer, e logo eles estavam envolvidos novamente. Aquilo durou alguns minutos, Shirou abraçava Atsuya casa vez mais forte; foi quando ele percebeu que seu corpo queria algo mais além de simples beijos.

“Vou ter que acabar com isso... mas... eu não quero...”

O beijo terminou com Shirou mordendo de leve os lábios inferiores de Atsuya e trazendo-os para trás. Depois ele soltou. Atsuya deu um gemido de leve e inclinou-se para beijar seu irmão novamente, mas Shirou colocou a mão em seu peito.

– Não Atsuya...

– Ah... Por quê?

– Porque senão eu vou querer fazer outra coisa com você... – solta Atsuya – vou lá fora...

Shirou sai e vai ao quintal, Atsuya deita-se na cama.

“Acho que é a primeira vez que eu faço algo assim... nossa!” “Poderia fazer outras vezes...” pensa Atsuya.

Shirou senta-se no chão. “Realmente, muito bom, mas...”

De repente seus pensamentos são interrompidos por seus vizinhos que gritavam. Atsuya se levanta e começa a observá-los pela janela, Shirou continuava sentado e também os observava.

Nagumo, Hiroto e Suzuno aparentemente estavam apenas conversando... Ou não...

– Já falei, não é assim... – fala Hiroto.

– Se não é assim, como que é então?! – responde Nagumo.

– Nagumo, olha – aponta – aqui você vai deixar positivo, não negativo.

– Por quê?

– Porque é o final da conta, e também lá no começo são valores positivos, e não negativos. Entendeu?

– Ah... É assim? – pega o caderno e mostra.

Faz careta – Ainda não. Tá quase lá...

– Ai que droga! – larga o caderno.

– Calma Nagumo – diz Suzuno.

Olha com cara zangada – Eu odeio matemática!

Pois é acho que dessas vocês ainda não sabiam, eles estudavam. Além de serem vizinhos, ainda estudavam juntos. Bom, na época do Shirou e do Atsuya, digamos que eles estavam de férias, ou seja, era por volta de Janeiro-Fevereiro, e mesmo nesse período, seus pais já trabalhavam.

Estamos no começo do mês de Abril, e os meninos penando para estudar matemática, quer dizer, Nagumo está penando muito.

– Hiroto, Suzuno... – diz Nagumo. Olha pra eles

– Me ajudem... Por favor. Eu não sei por que eu não entendo matemática.

– Você só conversa na sala de aula, quer o quê? – responde Hiroto.

Suzuno apenas observa. “Sinto que uma discussão vai vir daqui a pouco...”

– Vai começar a me tirar agora? – fala Nagumo.

– Isso não é tirar, só digo a realidade. Você além de não fazer ‘nada’ na sala, só conversa. Depois ainda reclama quando professor chama sua atenção.

– E você é o quê? O bajulador dos professores por acaso?

– Ah, nem começa, tá?

– Ah tá. Eu bagunço e tudo mais, mas pelo menos não sou tão falso como você. Você ainda bajula os professores e depois sai falando mal. Falso!

– Cala a boca Nagumo, você não tem nada haver com isso!

– Ah, vai catar coquinho vai...

– Gente, tá bom né, chega. A gente tá aqui pra ensinar matemática lembra? – diz Suzuno tentando apartar um pouco a briga dos dois.

– Idiota... – diz Hiroto.

– Sínico... – diz Nagumo.

Os dois ficaram emburrados

– Gente para de palhaçada, vai! – começa a falar Suzuno. – Toda vez é a mesma coisa, chega uma hora que irrita, sabe?

– Ele que começou – retruca Hiroto.

– Ah tá... – retruca Nagumo.

Suspiro – gente é sério, para aí... – diz Suzuno.

– Tá maninho... – responde Hiroto.

– Se ele colaborar, eu paro – diz Nagumo.

– Ai, vocês dois não tem mesmo jeito, né? – diz Suzuno.

Eles ainda estavam emburrados, mas depois eles se olharam, sorriram e começaram a rever a odiada matemática de Nagumo.

Shirou ainda estava ali, parecia que observar os meninos estava interessante, mas ele saiu com Atsuya o chamando.