Cada vez perdia mais e mais sangue. Não sabia o que fazer, não me conseguia afastar ou mover. Apenas conseguia dizer mais umas palavras se me apressasse. Umas ultimas palavras.
-Angel… - sussurrei como ultimo suspiro. Ele olhou para mim com uma expressão de horror ao reparar no que tinha feito.
- Lilith, não! – ele mordeu o próprio pulso, ficando a sangrar. – Toma! Bebe e ficaras bem! Agora! Por favor! – ele colocou seu pulso na minha boca, e eu bebi. Bebi seu sangue. Comecei a sentir de novo as forças. Não por completo, mas grande parte delas, pelo menos. O predador fitava-me com um olhar de desejo e medo. Não sabia o que dizer ou fazer. Apenas queria acreditar que de um filme de terror tudo se tratava.
-Angel…? – Fitei-o também.
-E era por isto que não queria me apaixonar. Não de novo. – ele olhou para baixo enquanto se afastava – Vemo-nos por ai, Lilith…
-Angel, não! – corri para ele e abracei-o. Sentindo-me ainda tonta e sem saber o porque dessa reacção. – Não vás… Fica…
-O predador nunca poderá ficar com a presa. Por mais que ele não tenha intenções de a magoar, irá chegar a uma altura em que nada o irá impedir. Nem o seu amor por ela. – ele olhou para baixo. – E eu estou disposto a sofrer para que tu não sofras, meu anjo…
-Não quero saber… - olhei para cima, para os olhos dele. – Eu não quero saber o que tu és, apenas quero estar contigo… Com a pessoa que eu amo. Quer ela seja vampiro ou humano. – olhei para ele e sorri. Ele aproximou-se dos meus lábios, e beijou-mos.
-Eu amo-te, meu anjo.
-Eu também… - disse por entre lágrimas. – Não me abandones… Por favor…
-Isso é uma promessa difícil de cumprir, por mais que eu queira. Por mais que te ame, nunca me perdoaria se não tivesse acordado daquela prisão mental… És demasiado especial para simplesmente partires. E se eu tiver de ir embora para te salvar, eu irei. Farei de tudo para te salvar. – ele beijou-me na testa. – Boa noite, anjo. – ele desapareceu por entre o escuro da noite, deixando-me ali, especada a chorar e a gritar de raiva por dentro. Não queria dizer adeus. Não a ele.