Am I a Nerd?

Capítulo 46 - Back To Seattle


PDV – Freddie

Sam! Encosta! - gritei tentando fazer Sam parar – Já tem helicópteros rondando nosso carro!

—Que se dane, nerd!

—Sam! Já falei pra encostar! - gritei novamente, desta vez balançando os braços dela fazendo o carro dançar na pista.

—Para, idiota! Não me sacode!

—Então, PARA o carro! - dei ênfase no “para” praticamente berrando no ouvido da loira.

—Se eu ficar surda, eu te tiro a oportunidade de ter filhos! - sussurrou assustadoramente e freiou de supetão – Feliz?

—Um pouco… - respondi com medo olhando pra trás.

Uma dezena de policiais vinham na direção do carro e nenhum deles tinham uma expressão muito amigável, parecia até que havíamos interrompido uma folga deles e agora a vontade que eles têm é de nos matar.

Abaixei o vidro o mais rápido que pude e logo um dos policiais veio arriscar um inglês.

—Saim do carro! - um deles ordenou e era realmente difícil entender o que eles falavam.

—Olha aqui, fala minha língua direito, aí eu saio! - Sam desafiou cruzando os braços, mas eu logo a puxei pra fora.

—Não complica as coisas!

—Coloquem as duas mãos no carro – o que havia ordenado para sairmos do carro deu mais essa ordem – Antoine, checa o carro!

Veio de lá dois policiais gordos e se prepararam para nos revistar.

—Opa! Cuidado com a mão! - a loira gritou e eu me virei para ver o que estava acontecendo.

—Qual é, cara? O que tu tá fazendo? - gritei pegando um dos gordinhos no flagra, mas a Sam foi mais rápida em torcer a mão do imbecil – É você mexeu com a pessoa errada!

—Coloca a mão na minha bunda de novo e eu quebro seus dedos! - a loira repreendeu o policial fazendo o outro se afastar também e eu dei um selinho nela – E você, Freddie? Devia ter me defendido.

—Eu ia, mas você foi mais rápido!

Enquanto isto, em Seattle….

—São eles mesmo? - Spencer perguntou boquiaberto, mastigando uma pipoca que acabara de fazer.

—Não duvido nada, inclusive eu liguei para a loira há alguns minutos e ela parecia estar realmente dirigindo um carro em alta velocidade – Carly falou entre convicta e confusa – Vou ligar para ela!

—Não! - o Coronel Shay praticamente gritou – Deixa essa garota pra lá…

—É a Sam, pai! - a morena choramingou.

—Não importa! Nós precisamos conversar! - insistiu e se levantou cruzando o braço em frente aos dois filhos – Primeiramente, porque torraram a mesada de vocês em outro país? Por acaso pago pra vocês ficarem viajando o mundo inteiro? Principalmente você, Carly!

A morena, que estava distraída pensando em qual cor de esmalte usar mais tarde, totalmente desatenta às palavras do pai, levantou o rosto imediatamente e se fez de ofendida.

—Eu? Mas o que eu fiz?

—Quer mesmo que eu responda? Você largou a escola em pleno meio de ano, deixando tudo pra trás, como se não dependesse disso…

—Mas eu já falei que mando os trabalho por e-mail! - rebateu.

—Mas e sua presença? Não conta?

—Eles nem dão falta de mim! - resmungou baixo, mas era mentira.

—Sabe por que eu fui buscar vocês dois? Primeiro porque recebi a ligação de um amigo meu, que é delegado, falando que o Spencer foi preso – olhou furioso para o filho – E depois porque a SUA escola, Carly Taylor Shay, me passou um telefonema me perguntando se havia te acontecido alguma coisa… Sabe a vergonha que eu passei? Meus dois filhos saem aprontando por aí e eu nem fico sabendo.

—Não é pra tanto, pai! - Spencer resmungou, jogando uma pipoca na boca.

—Não é pra tanto? Eu deixei minha base militar, lá na Itália, pra ir buscar meus dois filhos que por sinal já estão bem grandinhos.

—Tá legal, nós vamos arrumar tudo – Carly se levantou, já impaciente – Eu vou repôr os dias que faltei na escola, Spencer vai agir como um adulto agora e vai arranjar um emprego.

—O quê? - Spencer tirou um pulo do sofá.

—Espera, Spencer não tem emprego? - o Coronel Shay pareceu o mais perdido ali no meio.

—Valeu, Carly!

De volta à França…

Le Confort…

Wallace andava de um lado para o outro, enquanto Pam e Gibby o observava atentamente, sentados no sofá.

—Tá, você quer dinheiro? Mas que dinheiro?

—Que dinheiro? Eu gastei o resto das minhas economias pagando o aluguel daquele hotel caro, até eles me despejarem. Quando viemos pra cá, você prometeu que pagaria! - Pam, nervosa, praguejou.

—Ah… Eu… - Wallace não soube o que falar – Tá bom – abriu a carteira – Quanto você quer?

—Dois mil dólares, pelo menos dará para eu voltar para Seattle!

—Dois mil não, Pam! - Gibby sussurrou – Ranca dez mil dele de uma vez!

—Desde quando você aprendeu a negociar?

—Tô andando muito com sua filha!

A loira assentiu sorrindo e virou-se para Wallace, que já fazia um cheque.

—Na verdade, adiciona mais oito mil!

—Oito mil? Você vai voltar de jatinho particular pra Seattle? - debochou com um belo sotaque francês.

—Quem sabe, não é?

E num minuto Pam e Gibby já saíam do apartamento luxuoso, mas foram barrados por Wallace, que na verdade só queria subornar, novamente, a velha Puckett.

—Por que não tentamos de novo?

—Olha só, troca o disco porque esse daí eu já ouvi muitas vezes – empurrou o ex-amante e puxou Gibby – Vamos embora, garoto!

Mais tarde…

Quando finalmente todos voltaram ao hotel, sentiram falta de duas pessoinhas importantes.

—Onde está a Carly? Ela me ligou e…

—E o Spencer? - Gibby interrompeu indo procurar no banheiro.

—Com licença! - uma camareira entrou o quarto – Este quarto está desocupado, vocês irão se hospedar nele?

—Não… a gente… Espera, desocupado, vazio? - Freddie perguntou confuso.

—Sim, desocupado? Acaso existe algum outro significado para a palavra desocupado? - a mulher respondeu arrogante.

—Uh, tá nervosa? - Sam provocou – Ele é meu namorado e acho melhor respeitá-lo, não tenho culpa se você é mal amada.

—Sam, deixa pra lá! - o moreno tentou amenizar, mas não resolveu muita coisa.

—Só porque é americana, loira dos olhos azuis, com um namorado musculoso, acha que pode sair por aí se achando a melhor? - a camareira já tinha jogado os lençóis no chão.

—Inveja é uma droga, não é? - a loira cruzou os braços com um sorriso maldoso.

—Eu? Inveja de você? Por que teria? Talvez por você ter um namorado tão… - olhou rapidamente para Freddie – Gostoso!

Freddie ergueu as sobrancelhas.

—Ela… ela chamou… Ela chamou ele de quê?… Ela não pode ter chamado… ela não pode – a medida que eu dizendo, ia tirando as coisas do bolso – Gibby, segura isso aqui pra mim! - soltou o cabelo e o balançou no ar, se colocando em posição de luta – Repete o que você disse!

—Você vai me bater?

—É o que tá parecendo!

—Essa eu quero ver! - a camareira também tirou alguns pertences do bolso e se virou para o Freddie – Segura pra mim, gatinho!

E foi uma pancadaria só. Pam, dezenas de vezes cogitou em entrar no meio, quando viu a filha por baixo, mas logo a loira se recuperava. Freddie, também pensou na ideia de intervir, mas apanharia, sabia disso.

Por fim, além de expulsos do Hotel, tiveram que pagar pelos prejuízos. Resultado: teriam que ir pra casa.

No avião…

—Tinha que bater na mulher? - Freddie perguntou pra loira que ainda estava um pouco roxa.

—Ela te chamou de gostoso na minha frente!

—E daí? Eu sou mesmo! - o moreno se gabou.

—Não fale sobre algo que você não tem certeza!