Am I a Nerd?

Capítulo 44 - Le Confort


PDV – Sam

Freddie e eu saímos em busca de Pam. A cidade nem era tão grande assim e o centro, como a Carly falou, não ficava tão distante, mas tivemos que ir naquele carro estranho… novamente. Desta vez assumi o volante no lugar do nerd, visto que ele dirigia muito devagar e não tínhamos tempo para regras de trânsito. Ultrapassei todos os sinais juntando atrás de nós várias viaturas em fileiras.

—Sam, é melhor encostar! - Freddie murmurou pela milésima vez, colocando o cotovelo para fora da janela – A culpa é sua que está correndo demais!

—Eu não vou encostar, Benson! - olhei para o retrovisor e tive uma ideia – Se segura!

—Mas… O quê?

Não dei nem tempo para o nerd pensar e fiz uma curva brusca numa viela, saindo, assim, da mira dos policiais. Sem nem olhar para trás cortei pelo atalho até uma rua movimentada que dava acesso à outra cidade.

—Ótimo! Estamos perdidos! - Freddie saiu do carro reclamando quando estacionamos no encostamento.

—Não estamos perdidos! - disquei o número de Gibby – Oh Gibson, pode me dizer onde vocês estão?

“Sam? Graças a Deus” ele falou eufórico “estou no meio de uma avenida com sua mãe, ela está indo no apartamento de um tal de Wallace!”

—Merda! - praguejei – Qual avenida?

“Não sei… espera, ela vai entrar num prédio… o nome dele é Le Confort! Tchau!” e a baleia desligou.

—Gibby! Droga, ele desligou! - meti o celular no bolso e voltei pro carro, colocando o rosto pra fora da janela – Vamos, Benson! Pesquisa no seu GPS onde fica o prédio Le Confort!

De cara amarrada, Freddie ligou o celular digitando o nome do prédio.

—Nunca te vi tão preocupada com sua mãe!

—Eu não estou preocupada, é só que… sabe como é a Pam, ela é descuidada e eu não quero ir buscar ela num hospital de novo – falei sem tirar minha atenção do trânsito, desta vez eu dirigia mais cuidadosamente – Achou?

—Fica há dez quilômetros daqui!

—Beleza! - troquei de marcha e ultrapassei os carros, deixando pra trás minha preocupação com as regras de trânsito… de novo.

PDV – Geral

Gibby e Pam adentraram a um prédio de luxo que logo na entrada tinha um chafariz. Gibby tirou o celular do bolso e fotografou o golfinho de cimento que soltava água pela boca.

—O que você está fazendo, garoto? - Pam parou diante de Gibby.

—Nunca se sabe quando voltarei aqui! - falou tirando mais uma foto.

—Tanto faz! Vamos, me ajude a encontrar o apartamento 9-A!

E os dois foram de andar em andar, olhando atentamente para as plaquinhas que indicavam a numeração dos apartamentos.

Enquanto isso…

—Não, pai! Isso é injusto! - Carly praticamente gritava enquanto arrumava as malas contra a própria vontade – E meus amigos?

—Você informa eles quando estivermos no avião, quero ter certeza que vocês não vão fugir! - o Coronel Shay fez sinal para os dois rapazes, que o acompanhava, para pegarem as malas, já prontas, de Carly – Meninos, podem colocar no porta-malas!

—Sim, Senhor! - o mais alto respondeu e ambos desceram.

—Spencer, teremos uma conversa séria quando chegarmos em casa!

—Não sou mais criança, pai! - o velho Shay retrucou exaltado – Além do mais, eu não joguei aquele homem pela janela… Não precisavam me prender por causa de uma desavença boba.

—No momento não me interessa o motivo da sua prisão, me interessa saber o por que de você ter permitido que sua irmã ficasse tanto tempo fora da escola – o Sr. Shay se voltou para morena que estava emburrada num canto do quarto – E a senhorita terá que correr para resgatar as notas perdidas, não quero você repetindo de ano.

—Tá tudo sobre controle, pai! - ela disse com um tom baixo e estressado – Um amigo me manda todos os trabalhos por e-mail e eu faço e ele entrega para mim… Não sou tão descuidada quanto o senhor pensa.

O Coronel ficou sem jeito ao ver que, talvez, tenha chamado a atenção da filha à toa, mas, por fim, pegou a última mala e ordenou que os filhos descessem. Seu jeito durão de coronel não era evitado nem entre a família.

—Joe, direto para o aeroporto! - pediu ao motorista.

No prédio Le Confort…

—Tem certeza que é aqui? - Gibby olhou para a porta do apartamento 9-A – Parece que não mora ninguém.

—Wallace não gosta de colocar tapetes, ele tem alergia! - Pam bateu a campainha.

—Então se ele mora aí, ele não está!

—Talvez ele esteja no banho! - a loira, então, se abaixou e tirou um grampo do bolso.

—Agora eu sei com quem a Sam aprendeu a destrancar as portas! - Gibby falou surpreso por Pam ter aberto a porta tão rápido.

—Na verdade, eu aprendi com ela!

E os dois entraram lentamente. Pé ante pé, sem fazer nenhum barulho.

—Pam, não mora ninguém aqui! - Gibby voltou a repetir.

—Claro que mora! É que ele gosta de mobílias antigas! Ouça! Tá ouvindo o barulho da água? Ele está no banho!

Então eles continuaram a andar, até que…

—O que fazem aqui?

Pam e Gibby se viraram, avistando um homem branco, alto, másculo e que escovava os dentes, com uma toalha na cintura.

—Wallace? - a loira gritou surpresa e feliz.

—Pam! - ele, por sua vez, falou naturalmente.