Am I a Nerd?

Capítulo 30 - I Bit the Mrs.Benson's Leg


PDV GERAL

Sra. Benson, depois de fazer o Check-in, se direcionou ao restaurante do enorme e luxuoso Park Plaza, descansou a bolsa no chão e despiu-se do casaco que usava, escolheu uma mesa e chamou o garçom.

—O que a Senhora vai querer? - um homem baixo e gordinho veio atendê-la.

—Vou querer esses cubos de frango com vegetais , por favor!

—Algo para beber?

—Não, somente isto, obrigada!

O garçom se retirou e Marissa aproveitou para dar uma olhada ao redor, para poder se familiarizar com ambiente. Famílias em férias sorrindo e comendo, amigos dando gargalhadas altas, casais de namorados fazendo juras de amor e…

—Carly!? - foi tudo que ela disse a si mesma quando viu uma morena ao longe pedindo a conta às pressas.

Recolheu a bolsa e correu até a mesa distante e notou que Spencer e Gibby mexia em algo por debaixo da mesa.

—Carly Shay?

—Sra. Benson…? q-que...surpresa! - a morena se virou puxando Spencer e Gibby com uma só mão e sorriu amarelo – O que faz aqui?

—Eu vim para acompanhar o trabalho dos policias mais de perto! - ela puxou uma cadeira e se sentou, mas sentiu que havia pisado em algo macio, não ligou.

—Policias? O que houve? - Carly fingiu surpresa e cutucou Spencer para que ele a ajudasse.

—Pensei que soubessem! Meu Freddinho desapareceu! - segurou as lágrimas – Mas eu sei que aquela loira delinquente está envolvida nisto e ela vai pagar caro!

Enquanto isto debaixo da mesa…

—Velha filha da mãe! Que pé ossudo é esse!

—Sam, não fala assim, ela é minha mãe!

—Freddie, não me importa se ela é sua mãe acontece que essa louca está pisando na minha mão!

Freddie então notou o salto alto em cima da mão da namorada, que já estava vermelha de raiva e de dor. Olhou desesperado. Eles não podiam mexer um músculo lá embaixo, então, por consequência, Sam ia ter que ficar sentindo dor até Sra Benson se levantar.

—Ai, Sam, eu não tinha visto...está doendo?

—Não, Freddie, é uma delícia sentir isto! Larga de ser idiota e faz alguma coisa!

—Não dá! Se nos mexemos ela vai saber que estamos aqui.

—E que se dane, Nerd, minha mão já está inchando, se você não fizer alguma coisa eu vou fazer e pode ter certeza que não vai ser coisa boa!

De volta a parte de cima da mesa…

—Não pode ser ela, Sra.Benson, a Sam está no banheiro! - Spencer tentou mentir, mas todos sabiam que ele era horrível nisto – Ela ficou o tempo todo perto de nós, o Freddie não estava com ela.

—Ela deve ter o prendido em algum lugar! Aquela vaga-AH!

Sra. Benson tirou um pulo da cadeira e se pôs a afagar a perna.

—Tem um bicho aí embaixo!

Carly jogou a mão na testa, sabia que aquilo não ia dar certo.

—...eu falei pra você fazer alguma coisa!

—Mas precisava morder ela?

Freddie e Sam levantaram discutindo, para ser mais exata, quase caindo no tapa.

—Você viu como minha mão está? Ela está toda inchada por causa desse saco de ossos ambulante!

Olhou para Sra. Benson e a viu massageando a perna.

—Sua...sua...Sua moleca!

—Moleca? - Sam caiu na gargalhada.

—É isto mesmo! Você me fez sair de Seattle para vir aqui atrás do Freddie!

—Eu te fiz sair de Seattle? Se liga mulher! - a loira puxou Freddie, que tinha os olhos arregalados, e pôs na frente da mãe – Ele veio porque quis...Vamos, Freddie , fala pra ela!

—Hum...Éh...Tá…

—Ele fugiu de casa!

Gibby, que até então só observava, interveio e disse a verdade, mas a às vezes a verdade não precisa ser dita.

—Eu sabia! Sabia que namorar essa delinquente daria nisto! - apontou o dedo na cara da loira e cuspiu as palavras – Ela está te levando para o caminho errado!

—Não aponta o dedo na minha cara, sua maluca! - agarrou o indicador de Marissa e ameaçou quebrá-lo.

—Mãe, a Sam não me pediu pra fugir, eu que disse pra ela que eu ia vir junto! - Freddie abaixou o olhar envergonhado – Eu não queria ficar longe dela!

—Mas, Freddinho, a melhor coisa pra você é ficar longe desta garota!

Marissa tentou acariciar os cabelos de Freddie, mas o mesmo recuou. Já era grande demais pra ficar sendo manipulado pela mãe.

—Já chega! O nome desta garota é Sam e eu amo ela do jeito que ela é! - puxou a loira para perto e a abraçou – Esse é o jeito dela de ser e foi esse jeito diferente que me fez gostar dela, mas denegrir a imagem dela não é uma boa coisa...só me faz gostar cada vez mais dela e menos de você! Vem, Sammy, vamos sair daqui!

O moreno, que já tinha a voz cansada, deu um singelo beijo em Sam e puxou para fora, onde pegaram um táxi e sumiram no meio da neve.

PDV SAM

Ele me abraçou mais forte e ordenou que o taxista nos levasse para a ponte mais próxima dali. Ele me virou e afagou meus lábios calmamente num beijo que eu não entendi bem o porque. Eu não queria fazer ele brigar com a mãe, tudo bem, eu odeio aquela velha, mas ele sempre fica mal quando discute com ela. Já basta eu com uma relação ruim com minha mãe, isso nunca me fez bem, não quero que com ele seja semelhante.

—Freddie..está tudo bem? - ele me olhou e sorriu.

—Está, Sam, e você?

—Ainda estou com o gosto da perna da sua mãe na minha boca, mas tudo bem! - ele forçou um sorriso e percebi que estávamos aos pés de uma ponte alta, onde, por baixo, passava um rio de águas azuis.

Freddie deu duas notas ao taxista e nos colocamos a andar pela ponte. Continuava a nevar, mas desta vez eu não me incomodava. Paramos no meio e ele me abraçou por trás.

—Você me sequestraria?

—Depende… - me virei para ele – Posso exigir presunto como fiança para quem quiser te resgatar?

Ele gargalhou e me abraçou. Eu nunca acreditei muito nesse negócio de sentir o que a outra pessoa está sentindo, mas naquele momento eu senti que o Freddie estava triste por alguma coisa e eu sabia bem o que era.

—Freddie, não precisa ficar brigado com sua mãe por causa de mim...eu...já me acostumei com o fato dela me achar uma delinquente, vagabunda, ladra, vadia…

—Não, Sam, você não deve se acostumar! - ele me interrompeu – Eu nunca concordei que minha mãe ficasse com Lewbert, por motivos óbvios, mas nem por isso ofendi ele do jeito que ela te ofende...eu sei que ela gosta dele, pelo menos no fundo, por isso não fico denegrindo a imagem dele, mas ela também sabe que eu gosto muito de você...ou melhor, eu te amo porém, ainda assim, ela continua a te agredir com palavras e isto me deixa mal e com raiva...afinal, eu só queria que ela te aceitasse!

No final os olhos dele estavam marejados. A mãe do Nerd é doidona, mas é tudo que ele tem, assim como eu e minha mãe. A diferença é que eu já me acostumei a brigar com minha mãe e mandar ela tomar naquele lugar, mas o Freddie nunca foi muito de brigas, principalmente com a mãe. Desde quando começamos a namorar se ele estivesse triste sempre era porque havia brigado com a mãe. Ele ama aquela louca. Fazer o que? Ele só ama pessoas loucas. Eu, Gibby, Spencer...a única normal é a Carly.

—Olha, quando começamos a namorar, minha mãe te odiava pelo fato de você ser certinho e Nerd… - ele me olhou fingindo mágoa, sorri cúmplice e continuei-...e ela te chamava de várias coisas, se você acha meus apelidos rudes, os dela era pior! Mas eu odiava isto porque eu sabia quem você era de verdade, então nós sempre brigávamos e, assim como você, eu só queria que ela te aceitasse, foi quando eu parei de revidar nas provocações, quando ela te chamava de alguma coisa eu simplesmente ignorava...no final, ela perdeu a graça e começou a não se importar com esse sei jeito...geek!

Ele desviou o olhar e pareceu examinar minhas palavras, como se eu tivesse dito uma teoria, e depois voltou os olhos sorrindo.

—Acho que você tem razão!

—Pois é, eu não ligo que ela me chame assim porque eu sei que eu não sou nada disto, você sabe, a Carly sabe...isso é importante! - dei um selinho nele e depois repensei – Claro, que ás vezes ela pega pesado, mas eu prometo não agredi-la fisicamente...talvez eu a agrida com palavras!

Ele sorriu e pegamos o primeiro táxi que passou.

Estávamos voltando, para Freddie se desculpar com a mãe, mas tudo que eu queria ver era a cara fervente da velha. Só para rir um pouco.