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Cara Vitória, sinceramente espero que não leia este conto, mas se insistir, só espero que me perdôe.

Bem, tudo começou em uma tarde no Instituto de Educação, eu estava lá com Vitória, Giovana e Gustavo, ficamos até mais tarde para fazer um trabalho de História, Giovana namorava Gustavo e eu, Rafael, namorava Vitória. O grupo era motivo de piada entre a classe por ser formado por dois casais, nós não ligávamos, eramos muito amigos , e também é verdade que nenhum grupo quis dois pombinhos apaixonados, então nos unimos.

Naquele dia, achei que Gina me olhava de uma forma diferente. Eu estava com 17 anos na época e não era bobo, sabia que não era um olhar inocente. Claro que achei estranho, mas preferi gnorar, afinal Gustavo era meu amigo. E eu tinha Vitória,minha linda namorada.

Giovana não era uma menina feia, era até bem bonita, de altura mediana, cabelos ruivos e ondulados até os ombros com uma pequena franja, pele bem clara e olhos...até hoje não sei de seus olhos, ás vezes eram verdes e ás vezes cor de mel. Mas Vitória, minha namorada, também não era feia, longos cabelos pretos e ondulados, olhos grandes e bem pretos.

Naquele dia, durante a noite, fui a biblioteca local para pegar um livro sobre o holocausto que nos ajudaria a concluir o projeto escolar. O livro só estava disponível na biblioteca nacional, que fica no Centro da cidade. Obviamente que ninguém do grupo estava disposto a ir no Centro da cidade naquele dia pela noite, mas o livro precisava ser pego ainda hoje para que o grupo pudesse finalizar o trabaho no dia seguinte. Tiramos no "zerinho ou um" para ver quem iria pegar o livro, e eu fui o sortudo. Ainda perguntei a Vitória se ela queria ir comigo, mas ela obviamente não estava disposta a isso.

Pegue o último ônibus do dia até o centro e desci bem enfrente a biblioteca. E lá estava a garota dos cabelos ruivos me esperando.

-Gina, bem você poderia ter me

-Eu vim para conferir se não queria uma ajuda...com o livro. - ela disse dando um passo a frente.

Eu podia ser bobo, mas não otário ninguém precisa de ajuda para pegar um livro em uma biblioteca e ela sabia disso, ela estava mentindo, porém não criei caso, me fiz de bobo:

–Ah, claro, vamos ali comigo pegar o livro

Fomos até a bibliotecária e pedimos a ela que nos entregasse o tal livro, esperamos alguns minutos e um senhor barbudo nos trouxe o livro, registramos, pagamos uma taxa de segurança e saimos com o livro. Durante esse tempo não trocamos uma palavra e já estavamos fora da biblioteca a caminho do ponto de ônibus.

-Espera, Rafa... acho que você não percebeu mas... você é um garoto bonito, legal - ela disse se aproximando cada vez mais de mim - e já faz um tempo que eu venho notando que, sinto algo por você.

Ela se atirou em meus braços e me deu um longo e gostoso beijo, eu não pude evitar...a sensação soava tão deliciosa...mas eu não podia esquecer de Vitória que me amava e era fiel a mim, eu larguei Gina e corri ao ponto de ônibus peguei o primeiro ônibus que vi pela frente, desci no ponto seguinte e peguei o que me levava até em casa.

Na escola sempre fui o primeiro a chegar e o resto dos colegas chegavam sempre perto do início da aula. Mas nesse dia, logo que cheguei encontrei Gina, ela correu até mim, e se desculpou, disse que estava errada e que deveria esquecer essa paixão platônica. Mas sua face, sua cara de decepção me encantaram e eu, um bobo, a consolei e marquei um encontro.

No shopping Plaza as 15:00, escolhemos este lugar pois era o lugar menos frequentado pelas pessoas da região então não corria risco de sermos descobertos.

Eu lembro de ter enlouquecido de preocupação naquele dia, onde estava a minha cabeça para trair Vivi? Durante a aula pobre coitada não desconfiou de nada, até me chamou para ir em sua casa a noite, eu hesitei, disse que tinha muito trabalho.

Na hora e no local do encontro, lá estava eu sentei num bando e logo vi Gina, lembro que usava um rabo-de-cavalo no cabelo, disso lembro bem pois foi a primeira vez que a vi com aquele penteado, já que sempre estava com cabelos soltos, mas não consigo me lembrar da roupa que usava, provavelmente estava de calça jeans e uma daquelas blusas de manga que já eram típicas dela, mas lembro bem que ela correu até mim e me deu um doce e curto beijo, eu senti nojo de mim naquele momento, pela traição que eu fiz, mas mesmo assim, não hesitei e lhe retribui com outro.

Conversamos e trocamos alguns beijos, sim eu a beijei várias vezes eu não conseguia resisti a aqueles cabelos vermelhos e a sua doce voz, sua voz soava como a voz de Deus, ou seria a voz do Diabo? Que queria me levar a infidelidade com minha amada, eu estava completamente perdido.

Os encontros se repetiram algumas várias vezes durante os dois meses seguintes. A maioria das vezes na casa de Gina, enquanto seus pais não estavam em casa.

Na escola Gina procurava me provocar a todo momento. Sorria de canto, piscava para mim, mesmo quando Gustavo ou Vitória estavam por perto. O que me deixava um pouco apreensivo, mas na verdade eu nunca reclamei. Também nunca fizemos nada em ambiente escolar. Mas Gina estava mais próxima de mim, ela conversava bastante comigo sobre assuntos banais comigo,dos mais diversos tipos. O pior que que Vitória, que era melhor amiga de Gina estava feiz com a aproximação.

Os encontros se repitiam e a cada vezminha cabeça ficava mais confusa. Por que eu mantinha isso com Gina? Eu amava Victória? Ou Gina? Eu sabia que aquilo poderia não acabar bem, mas eu decidi ir em frente e arcar com as consequencias quaisquer que fossem.

Outra coisa que não estava bem explicada era o amor repentino de Gina por mim, eu queria questiona-la sobre isso, mas sempre que me encontrava com ela acabava me esquecendo de tocar no assunto.

Um dia ela me mandou uma mensagem de, celullar, lembro até hoje das palavras que ela usou, "Vem a minha casa hoje? Preciso falar com você, chega de esconder". li aquelas palavras um milhao de vezes, mas não consgeuia decifra-las. O que ela de fato queria dizer com "chega de esconder"? Parecia que o único modo de descobrir era ir até sua casa.

Fui a sua casa e ela estava sozinha em casa, abriu a fresta da porta com cuidado, estava com uma camisa bem larga e comprida do Green day me contou que seus pais e sua irmã foram visitar uma tia muito doente, ela ficou em casa com a desculpa de que “não aguentava ver tia Cléia doente”. Ela me disse que o assunto era sério.

-Rafa, você me ama? - ela perguntou com um tom sério e eu não hesitei a responder

-Sim, amo.

-Você me ama ou ama a Vitória?- dessa vez eu demorei a responder, maspor fim disse

-E-eu acho que as duas.-eu disse em tom baixo

–Sabe Rafa eu te amo, por isso estou te perguntando isso, não dá para você me amar e também amar a Vitória, você tem que se decidir, você me ama ou ama a Vitória?

–Eu te amo Gina. - dessa vez fui mais rápido

–Me ama de verdade?

–Amo. - respondi com toda a convicção

–Que bom! Eu não amo o Rafael, eu te amo, e acho que já ta na hora de admitirmos isso, amanhã a tarde vamos no Plaza e então vamos contar a Rafael e Vitória de que nos amamos.

Eu fiquei uns alguns segundos parado, imóvel, sem acreditar no que ouvi, eu gostava de Gina, mas Vitória era uma menina muito doce e inocente , ela não suportaria a traição, eu refleti um pouco e decidi que Vitória entenderia e que eu deveria ficar com quem eu “amo”. Vitória minha querida, se estiver lendo essa história espero que me desculpa pelo meu ato.

–Tá bom , então amanhã depois da aula no Plaza, combinado?

–Combinado.-Disse Gina sorridente, a garota me puxou para um beijo, que foi se aprofundando, até que minhas mãos apalpava seu quadril, e sem desfazer o beijo já estavamos a caminho de seu quarto.

Pode parecer insensível, mas eu dormi com a consciência limpa, na verdade nem pensei muito nesse assunto, o que já era de se esperar, já que eu não senti nenhum remorso quando comecei a sair com Gina.

Na escola , no dia seguinte eu estranhei Gina. Ela não parecia mais a pessoa confiante e decidida que me fez prometer que eu terminaria com Vitória , ela me pareceu preocupada e isso se agravou na hora da saída quando, ás escondidas, ela me pediu que eu fosse a sua casa antes de ir para o Plaza. Eu fiquei preocupada com Gina , mais respondi ao seu chamado e fui a sua casa.

Dessa vez quando cheguei lá ela estava me esperando atrás do portão olhando por uma fresta como se tivesse se escondendo, ela entreabriu o portão para que eu entrasse, eu tentei lhe dar um beijo, mas ela virou a cara e ficamos no seu quintal, Gina me contou que tínhamos pouco tempo, pois seus pais tinham ido ao mercado, logo voltariam e sua irmã estava dormindo. Ela começou:

–Você lembra do que eu lhe falei ontem, não lembra?- sua pergunta era meio esquisita, óbvio que eu lembrava

–Ora Gina, é claro que lembro, você disse que me amava e que já estava cansada de ter que se esconder, e que hoje revelaremos aos nossos namorados que nos amamos.

–Então, eu queria que você soubesse que...- ela fez um longo intervalo- que na verdade, eu não sei se te amo, acho que foi tudo muito precipitado nós não nos amamos, eu amo o Gustavo e você ama Vitória, e nós devemos parar de nos encontrar.

Nessa hora a raiva tomou conta do meu corpo, minha vontade era acabar com Gina ali mesmo, como ela podia não me amar? Foi ela que começou com toda essa história. Apesar da minha ira, eu não fiz nada além de dizer:

–Tudo bem.

E fui embora dali.

Cheguei em casa, fui para meu quarto e comecei a socar meu travesseiro de raiva, admito que chorei, depois deitei e dormi um pouco, lembro que sonhei com Vitória sonhei que eu a beijava, ela dizia que me amava e só. Quando acordei refleti um pouco sobre a situação e dei conta de que eu não amava Gina, a minha raiva passou e tudo voltou ao normal. Quer dizer depois de tudo que aconteceu eu passei a amar ainda mais Vitória, eu percebi que ela era a pessoa que eu realmente gostava e que ninguém substituiria isso.

E até hoje estou com Vitória, eu a pedi em noivado ontem, ela aceitou e já estamos pensando no casamento, ano que vem no mês de dezembro, que sempre foi seu mês preferido. Quanto a Giovanna, não faço ideia de como ela está, depois daquele dia ela se afastou de Vitória e de mim, mas isso não importa para mim, só importa que eu estu feliz com Vivi, e nao tenho dúvidas de que a amo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.