A segunda parte do plano se completa.

– Segunda parte do plano, quase completa. – James disse enquanto rapidamente começava a desabotoar a farda e o colete a prova de balas de um dos policias. – Já temos proteção para nós dois, e um disfarce para mim.

– Vamos para o hospital – Lilly disse se levantando do chão e olhando com desgosto para os dois homens desacordados.

– Não esqueça das armas James. – Lilly disse se levantando rapidamente e limpando a poeira das roupas. – Munição. – Ela disse simplesmente assim que notou o olhar de desentendimento dele.

– Certo. – Ele falou enquanto ainda tentava arrancar o colete de um dos homens. – Obrigado por me lembrar e agora me faça o favor de ajudar um pouco aqui, tudo bem?!

– Claro. Me desculpe. – Ela disse e logo os dois já haviam retirado os coletes dos dois homens e Lilly já guardava o que serviria a ela mais tarde no carro dos dois.

– Entre e nos tire daqui. Vamos para uma parte da cidade que não seja suspeita e onde possamos encontrar um lugar para eu me trocar. – James deu as ordens e ela assentiu prontamente se pondo a dirigir no instante seguinte.

Lilly dirigiu por cerca de mais cinco minutos até eles estarem em uma rua onde algumas lojas podiam ser vistas. Foi uma pequena lanchonete que chamou a atenção de James.

– Vamos parar ali. – Ele disse apontando para o pequeno estabelecimento. – Ali você pode pedir comida para nós enquanto eu me visto no banheiro. Depois vamos arrumar um jeito de fazer você parecer apresentavel para entrar comigo no hospital.

– Tudo bem. – Lilly disse sentindo o nervoso começar a se apossar de si. Era um plano tão arriscado, que se falhasse, certamente os levaria diretamente para a cadeia. – James? – Ela chamou pelo primo que logo direcionou o olhar a ela esperando por uma possível pergunta. – Você pode se vestir sozinho com essa farda, sem usar o braço machucado?

– Merda. – James praguejou e Lilly quase o acompanhou. – Peça a comida e depois vá até o banheiro. Você vai ter que me ajudar a vestir a roupa.

– Tente vestir sozinho ao menos as calças. – Lilly pontuou e James riu.

– Preciso te lembrar que foi você quem invadiu o banheiro em que eu estava tomando banho? – Ele falou e Lilly quis bater nele, mas optou por ignorar. Talvez a pele de seu rosto não tivesse tomado a mesma atitude já que logo James ria ainda mais ao seu lado. Ela devia ter corado até a raiz dos cabelos.

– Estúpido. – Ela disse estacionando o carro e saindo do mesmo em seguida sem esperar pelo primo.

James saiu do carro em seguida, antes de Lilly acionar o alarme e assim que entrou na lanchonete percebeu que ela estava meio vazia. Poucas pessoas ocupavam as poucas mesas. Lilly já se aproximava do balcão e rapidamente fazia alguns pedidos que eram prontamente anotados pela garçonete.Ele se direcionou ao balcão e se pondo ao lado de Lilly perguntou a garçonete:

– Desculpe, poderia me dizer onde eu posso usar o banheiro? – Ele perguntou a garota de uniforme engraçado que logo respondeu.

– É no fim do corredor à direita, senhor. – A menina disse e corou assim que recebeu o enorme sorriso de agradecimento de James.

Lilly continuou a fazer os pedidos se perdendo entre os pensamentos que lhe inundavam a mente. E em meio a todos aqueles problemas estranhos uma duvida maior tomava conta de seus pensamentos. Desde quando James era assim tão... Tão... Tão, sexy? Não. James não era sexy. James não costumava deixar as garotas coradas apenas com sorrisos. James era só o nerd que jogava vídeo game a tarde inteira e via filmes de ficção cientifica. James era só o cara do computador e não o capitão do time de basquete. James era só James. Ou talvez ele sempre tivesse disso James assim, e Lilly nunca tivesse notado.

– Mais alguma coisa? – A garota perguntou e Lilly negou, pagando pelos pedidos e pegando o pape que a moça lhe entregava com um sorriso. Ela se lembrou naquele instante que devia estar ajudando James com as roupas. Sorriu para a garçonete e correu para o banheiro. Ela seguiu o caminho que a moça indicou a James e viu que só haviam duas portas. Uma indicava o símbolo de feminino e o outro o de masculino. O único problema era que os banheiros não passavam de cubículos embutidos na parede.

– James! – Ela chamou pelo rapaz que logo respondeu.

– Estou aqui Lilly. Empurre essa porta e entre logo aqui. – Ele disse e Lilly obedeceu prontamente se recriminando em seguida por estar sendo tão submissa.

– Como quer que eu entre ai? – Ela perguntou com espanto assim que abriu a porta e se deparou com o minúsculo espaço.

– Que tal assim? – James a puxou com um único braço a trazendo para dentro do banheiro e trancando a portinha atrás de si. O movimento brusco fez Lilly se chocar instantaneamente ao peito desnudo de James. Ele estava sem camisa, e vestia apenas a calça de policial e os coturnos. Lilly não era capaz de se mover. Pela altura dele, ela estava frente ao peitoral do rapaz. E mais uma vez Lilly se perguntava, como e porque ela nunca tinha notado aquilo no primo. Analisando assim, tão de perto, James era mesmo forte. Não musculoso como um gorila enorme, mas forte na medida certa. Ele até tinha aqueles riscos na barriga.

– Gostando da vista? – Ela sentiu James se abaixar um pouco para alcançar seu ouvido.

– Me solta, seu inútil! – Ela pediu e sentiu ele se mexer. James estava gargalhando.

– Eu soltaria. – Ele respondeu entre as risadas. – Se eu estivesse te segurando, é claro. – Ele disse a última parte apenas com um sorriso convencido brincando nos lábios.

– Será que dá pra gente resolver logo isso? – Lilly disse tentando fugir do assunto, mas James não parecia assim tão disposto quanto ela.

– Eu não pensei que você fosse do tipo que toma a iniciativa Lírio. – Ele brincou ela o fuzilou com seu pior olhar. – Mas tudo bem, pensamos sobre isso mais tarde. Agora trate de me ajudar com essas roupas, antes que as pessoas dêem por nossa falta lá fora.

Lilly assentiu a contra gosto e logo passou a ajudar James a vestir a farda improvisada. Quando terminou o pouco espaço a impedia de olhar como ele estava por completo, mas uma coisa era certa: Lilly sempre havia tido uma queda por homens de farda, e James, de fato, não estava a ajudando em nada a superar isso.