Agora...

A minha mãe sempre me dizia que um quarto diz muita coisa sobre você. Dos livros e decorações à limpeza do mesmo. E conselho de mãe, todo mundo sabe que levamos para nossa vida.

Atribuindo isso, digo sempre para os meus filhos, mas não obtém tanto efeito. Adam é um exemplo e prova exata disso. Eu posso dizer com toda convicção: Meu filho é um porco.

Roupas sujas misturadas com as limpas, embalagens de confeitos espalhados no chão. Meias insuportáveis de sentir, papeis de rascunhos juntos com provas, que Graças ao Divino, puxou as notas da mãe. Mas o cheiro... O cheiro era a pior parte daquele quarto.

"Cheiro de homem, pai." Dizia o meu filho.

—Adam. -Lhe chamava para acordar.

Ele tinha praticamente a minha aparência. Seus olhos avelã e seu cabelo albino denunciava junto com a voz, que era filho de Austin Moon.

—Adam!- Mais um vez. O garoto não respondia.

Fui até o banheiro e procurei algo para encher de água. Atitude mais cliché, eu sei, mas era a única alternativa que eu tinha naquele momento.

Comprovando que a água estava fria, fui até a cama do Austin Moon mirim que bernava intensamente com os roncos. Mantendo uma distância legal, despejei toda água em sua cabeça, vendo o sucesso logo após.

Adam se levantou atordoado, como se estivesse se afogando ,mesmo ja estando em pé ao lado da cama.

—Pai! -Exclamou ajeitando o cabelo. -Precisava disso?

—Sim. Sua irmã ja está lá em baixo tomando café da manhã, enquanto você exalava esse quarto com o seu alito. -Respondi jogando a jarra que contia a água em algum canto daquela bagunça. -Toma um banho e desce pra não perder a hora. Você ja fez a minha manhã começar difícil.

Desci as escadas e deparei com uma copia da Ally, mas com quinze anos.

Sorriso, cabelo e olhos grandes, era como se eu visse a Ally ali, no celular , à muitos anos atrás.

—Bom dia pai. -A garota sorriu a perceber a minha presença na cozinha.

—Bom dia Aria. -Dei um beijo em sua testa e sentei-me ao seu lado. -Sua mãe ainda não desceu?

Aria balançou a cabeça negando.

—Adam ja acordou? - Minha filha pergunta ainda mantendo os olhos na tela do celular.

—Já... E a senhorita- Peguei o aparelho de suas mãos e coloquei em meu bolso. -Quando quiser falar algo, olhe nos olhos, é falta de educação mexer no celular na hora da refeição, e principalmente enquanto fala com alguém.

Nesse momento seu celular vibra em meu bolso. Enquanto ela leva o prato para pia, aproveito para ver quem mandava mensagem para ela.

—É falta de educação xeretar as coisas dos outros PAI! -Aria puxa seu aparelho das minhas mãos e leva junto com ela para cima.

Logo depois a mulher, que eu almejava ver, descia as escadas com um vestido longo que deliniava todo o seu corpo. Engraçado, né? Mesmo depois de tanto tempo, Ally continuava sendo a mulher que eu mais desejava. E mesmo depois de muitas discordias e bravuras, ainda estamos prontos para outra.

—Espreitando novamente as coisas da sua filha? - Ally perguntou me dando um beijo em meu rosto.

—É um direito meu saber com quem meus filhos falam. -Defendi-me terminando de tomar um gole do café, que naquela hora ja estava frio.

Minha esposa acreditava que Aria poderia está namorando, algo totalmente errado em minha concepção devido a conversa que tivemos em relação à Aria, minha pequena filha de quinze anos, namorar.

E em relação ao Adam, bom, estava na cara que ele estava com alguém. Além de horas no celular, e não estou falando de mensagens, e inumeras cartas que ele anda fazendo, ele tem sido muito ouvinte em assuntos de relacionamentos. Outro dia eu peguei ele vendo um video de como fazer uma caixa surpresa. Não comentei nada, acredito que ele nem saiba que eu vi.

Ally aposta com minha mãe que seja a Melanie. Melanie é a filha mais velha de Trish com Dez.

Algumas semanas depois do Adam nascer, Trish entrou em trabalho de parto. Foram duas horas de muita dor, xingamentos e gritos. Mas por fim, uma menina branquinha e cabelos extremamentes ruivos e que logo percebia que ficariam também, extremamentes encaracolados, nasceu. Apesar de lembrar muito o pai, Mel tinha toda a personalidade da mãe.

—Não esqueçam que hoje jantaremos na casa da avó de vocês.

Ouço Ally falar me despertando. Os meus filhos acenam para nós e logo saiem.

—Vamos jantar na casa da sua mãe? -Pergunto, mas logo me arrependo.

—É Aus. Te falei isso durante a semana toda. É o aniversário de casamento deles. -Ela responde impaciente. -Vão fazer 45 anos de casados.

E entao ela começa a chorar. Simplesmente!

Levanto-me da cadeira e vou ao seu encontro, lhe abraço e deposito um beijo em sua bochecha.

—O que foi meu amor?- pergunto.

—Você não acha lindo? -Seus soluços aumentam um pouco. -Quarenta e cinco anos de casados. É muito tempo.

—Realmente- Digo enxugando suas lágrimas. - É muita paciência de Penny devido a mão amarrada do seu pai.

E ela ri. Mas logo fecha a cara.

—Não tem graça. -Ally fala fazendo um bico. Sorrio.

Mas ela tinha razão. É muito tempo. E muita felicidade. Imagino eu e Boneca chegando nessa etapa de nossas vidas. Uma casa com toda a familia comemorando.

Dou mais um sorriso e lhe dou um abraço, fazendo ela se aconchegar em meu peito.

—Estive pensando querida...-começo- Você está me devendo.

Ally se desvencilha dos meus braços e me olha confusa. Mas antes que ela fale alguma coisa, lhe enconsto na parede e a beijo. De manhã formos interrompidos... Outra coisa que aprendi com a minha mãe foi: Termine o que começou.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.