Ponto de vista da Jéssica:

Eu nunca mais participo de um sorteio! Fiquei horas preenchendo aqueles bilhetes e esperando o sorteio para não ganhar nada? Fiquei possessa!

– Jéssica calma, não foi dessa vez – Sam disse tentando me acalmar. Eu estava visivelmente revoltada.

– Não é justo eu sair de mãos vazias! Eu e a Júlia compramos mais Ugg's do que qualquer pessoa – falei cruzando os braços e fazendo bico.

– Quem disse que você sairá de mãos vazias? Vem comigo!

Sam me puxou para ele e usou o lenço que eu estava vestindo para tampar meus olhos e me levou delicadamente para o primeiro andar do shopping. O que ele estava aprontando? Meu humor melhorou completamente! Eu ia ganhar um presente de Sam. Ele me deixou sentada num sofá e pediu para que eu não tirasse a venda. Fiquei alguns minutos sentada, já estava cansada de esperar e quando pensei em tirar a venda, Sam voltou tirando-a de mim. Ele estava com uma caixa enorme na mão e eu quase gritei de tanta felicidade quando a abri: ELE HAVIA ME DADO UM FILHOTINHO! Era um labrador marrom escuro lindo e com imensos olhos azuis. Quase morri quando ele se aconchegou em meu colo. Meu filhotinho lindo, nosso filhotinho lindo.

Fim do ponto de vista da Jéssica!

Cheguei ao hotel antes de Dean e percebi que Sam e Jéssica também não estavam lá. Tomei banho e vesti uma calça jeans azul clara, uma blusa branca, minha nova Ugg e minha inseparável jaqueta. Quando estava secando meu cabelo, ouvi um barulho vindo do quarto.

– Júlia, temos um novo integrante na família – Jéssica chegou gritando. Que bom que eram apenas eles!

– Já fizeram filhos? - perguntei debochadamente para ela que me deu um tapinha no braço.

– Ainda não – Sam interrompeu nossa conversa, chegando com um lindo filhote de labrador no colo. Corri em sua direção e o peguei no colo, era a coisa mais fofa do mundo (tirando o Dean é claro).

– Cadê o Dean? - Jéssica perguntou me olhando confusa.

– Ele ficou me enchendo o saco e eu voltei para cá sozinha – falei dando de ombro, fui quase tão infantil quanto ele. Jéssica e Sam me olharam com cara de espanto e minha consciência pesou bastante.

– Ok, fiz merda! Vou atrás dele! - bufei. Já passava das 21 h e tínhamos que “matar” o maldito fantasma.

Entrei na Dolly e mandei uma mensagem para Dean: “Sam precisa de ajuda”. Eu sei que menti porem não tinha outra chance de conseguir falar com ele. Alguns minutos mais tarde, ele me ligou.

– O que aconteceu com Sammy? - Dean foi curto e grosso.

– Oi para você também Dean! Onde você se meteu? - perguntei sem paciência.

– o que aconteceu com Sammy? - ele repetiu a pergunta. Babaca.

Percebi uma musica alta tocava no fundo da ligação. Dean estava em uma boate? Era só o que me faltava! Passei na frente de uma casa de strip tease que tinha no caminho entre o shopping e o hotel, avistei o Impala. Babaca². Entrei naquele lugar sujo disposta a sair com Dean mesmo que inconsciente. Avistei Dean sentado na ponta do palco principal e fui ate o bar. Pedi duas tequilas virando-as em seqüência. Eu precisava de coragem. Caminhei em passos decididos até o palco antes de ser barrada por uma garota de lingerie.

– Oi gata. Lésbicas são só amanha, mas eu posso abrir uma exceção para você. - ela disse acariciando o meu rosto.

– Desculpa desapontá-la, mas só estou procurando uma pessoa – disse me desvencilhando da garota.

Senti alguns olhares pesados sobre mim e me perguntei se estava parecendo uma vadia, certamente não. Depois de me desvencilhar de mais uns três caras, cheguei a Dean. Uma garota nojenta rebolava sua bunda suja na cara dele enquanto dançava sobre a bancada. Minha vontade foi de cortar aquela bunda em fatias e trancar a garota em um quarto apenas com fatias da própria carne, obrigando- a comer aquelas coisas nojentas para não morrer de fome. Sentei ao lado de Dean (que não se deu ao trabalho de me olhar) e depositei uma nota de 50 dólares na micro calcinha que ela usava. Ele queria jogar, então vamos jogar.

– As garotas daqui têm belos traseiros – falei sarcástica para Dean. Ele continuava me ignorando. Senti-me estúpida, Joguei mais 50 dólares na mesa e Dean me olhou revoltado.

– Dean desculpa, ta?! Precisamos de você para acabar com aquele fantasma, EU preciso de você – falei sem parar de encará-lo.

– Você reconheceu um demônio, Julia. Certamente, você consegue dar conta de um fantasma sozinha. - Ele respondeu. Ódio! Ódio!Ódio! Porque Dean sempre se acha inferior aos outros? Ele é o melhor caçador do mundo! Eu sei tudo sobre ele para afirmar isso. Sei mais sobre ele do que ele mesmo.

– Tem razão! Mas, eu não quero! - falei dando de ombros. Dean não podia saber a verdade, infelizmente. Ele respirou profundamente e se levantou indo para fora da boate, eu fui atrás, porem fui puxada por um cara.

– Quanto você custa gata? - ele disse puxando minha cintura. Não deu tempo de dizer nada, pois Dean empurrou o cara com força jogando– o em cima de uma mesa e pegou meu braço me carregando para fora do bar.