Always

Capítulo 3


Rin acordou aquela manhã muito sonolenta, pois teve uma enorme dificuldade para dormir depois que escutou barulhos vindos da entrada da mansão. Parecia que alguém estava querendo entrar na propriedade ou era alguém com o carro em pane elétrica. Sua curiosidade a levou a lutar da cama e ir até a janela ver o que ocorria, e conseguiu ver os faróis do carro se aproximando da casa, depois alguém saiu do carro e correu pra dentro... Rin correu para a porta do quarto e abriu uma frente dela, tentando escutar qualquer coisa, mas só pode escutar o barulho da porta do escritório se fechando. Apesar de estar curiosa para saber do que se tratava, ela não saiu do quarto, pois Sesshoumaru era rígido com ela em relação a horário de dormir para não prejudicar na escola. e era estritamente proibido sair do quarto após o horário de dormir, e como o quarto tinha um banheiro e uma garrafa de água perto da cabeceira, não havia desculpa alguma para sair dali. No entanto sua imaginação mais a curiosidade de saber quem era não lhe deixavam pegar no sono... divagando nas inúmeras possibilidades da identidade do visitante.

Ainda de pijama, e muito sonolenta, Rin desceu as escadas e foi tomar café-da-manhã com Sesshoumaru, como sempre fazia. Entrando na sala, não viu nada de novo... Ou pelo menos não percebeu.

- Bom dia Sesshoumaru-sama. - falou Rin no modo "automático"

- Bom dia Rin. - falou Sesshoumaru enquanto tomava o café e lia seu jornal , como de costume.

- Bom dia Jaken. - falou Rin indo se sentar em sua cadeira, perto de Sesshoumaru

- Bom dia menina Rin. - falou Jaken a servindo leite quente, e logo em seguida saiu da sala para pegar algo na cozinha.

- Bom dia Rin. – falou Kagome que estava sentada na frente dela

- Bom dia tia Kagome. - respondeu Rin ao mesmo tempo em que pegou o copo de leite quente e o tomou sem deixar esfriar. Com o choque tomar algo quente a despertou para a realidade e finalmente percebeu que havia mais alguém a mesa, que esse alguém estava basicamente a sua frente. Nos segundos seguintes Rin que cuspir o leite de volta ao copo, e depois lagar o copo na mesa de qualquer maneira, na qual acabou virando sobre a mesa espalhando o leite, e depois caiu da mesa, enchendo o chão de cacos e leite. Com o olhar meio arregalado, Rin ficou olhando Kagome, apoiando as duas mãos sobre a mesa. - TIA KAGOME?!

- Hai?! - falou Kagome assustada pelo o decorrer das coisas e com o grito de Rin.

- Rin! – a repreendeu Sesshoumaru, pela sua bagunça, jogando o guardanapo sobre o leite derramado sobre a mesa, impedindo que se espalhasse mais. De repente se escutou o barulho de coisas despencando na cozinha, o que fez todos olharem diretamente para a porta da cozinha, onde saia Jaken, coberto uma espécie de massa com mel, açúcar e farinha, com uma colher de madeira na mão, todo assustado, indo até eles.

- O QUE HOUVE? - indagou jaken entrando na sala naquele estado lastimável, e pra piorar, escorregou na poça de leite no chão e caiu com tudo no chão. O resultado daquela visão não foi diferente, todos a mesa começaram a rir. Sesshoumaru disfarçou o riso tomando o café, Kagome e Rin não conseguiram disfarçar a tempo e caíram na gargalhada com tudo que aconteceu. - O QUE TEM DE TÃO ENGRAÇADO!

- Nada... - tentou falar Kagome, mas não conseguia conter o riso – Você está...

- Tá ótimo! - ironizou Rin quase caindo da cadeira de tanto que ria

- PAREM DE RIR DE MIM! - gritou Jaken se levantando do chão, todo envergonhado pela que ocorreu, pulando de raiva, a ponto de ameaçá-las com a colher de pau para que parassem de rir. – EU MANDEI PARAR SUAS...!

- Jaken... - falou Sesshoumaru calmamente, mas seu semblante era sério

- hai Sesshoumaru-sama. - respondeu Jaken, se recompondo – Perdão!

- Tome um banho e troque essa roupa imediatamente. - ordenou Sesshoumaru - Depois arrume essa bagunça.

- Sim Sesshoumaru-sama. - falou Jaken saindo quase que correndo em direção a seu quarto. Podia se escutar o barulho do dos seus pés grudando no chão devido ao mel, e a massa pingando de sua roupa por onde ele passava... limpar aquilo tudo iria levar a manhã toda.

- Pelo jeito ficará sem suas panquecas doces hoje, Rin. - comentou Sesshoumaru colocando a xícara vazia de café na mesa. - Se apresse em tomar seu dejejum... Terei de levar para a escola hoje.

- Hai! - obedeceu Rin praticamente devorando todo o seu café-da-manhã que restara, causando espanto em Kagome. Aquela criança realmente comeu 3 sanduiches de frango, uma fatia de melancia, 3 torradas com geleia de laranja de uma vez?! Quando deu por si que a menina acabara de comer, foi o momento que percebeu o olhar curioso de Rin. Era melhor se retirar antes que começasse a chuva de perguntas que lhe iria fazer... Não estava preparada para conversar sobre isso.

- Se me der licença, vou ajudar adiantando a limpeza da cozinha. - falou Kagome se levantando da mesa, mas o olhar de Sesshoumaru a fez paralisar.

- Sente-se. - ordenou Sesshoumaru

- Mas eu...

- Sente-se. - falou mais uma vez Sesshoumaru deixando bem claro que não iria a deixar o contrariar em sua casa, muito menos na presença de sua afilhada.

- Eu só queria ajudar... – murmurou Kagome voltando a se sentar

- Jaken é pago para fazer esse tipo de trabalho, irá ofendê-lo se intrometendo. - falou Sesshoumaru

- Mas eu... – tentou argumentar Kagome novamente

- Não. – dando um ponto final naquela conversa e voltando a atenção para seu jornal, e deixando Kagome sem alternativa para deixar a mesa.

- Tia Kagome... O que faz aqui? - indagou Rin, logo em seguida, não se aguentando de curiosidade

- Estou apenas tomando o café-da-manhã. - respondeu Kagome ficando nervosa, mas tentando não o demonstrar.

- Porque? - indagou Rin cada vez mais curiosa

- Porque é importante ter no mínimo três refeições por dia. - respondeu Kagome evasivamente enquanto se servia de chá, precisava se acalmar.

- Mas você nunca fez isso antes, não com a gente. - respondeu Rin - Porque agora?

- Porque eu... – tentou responder Kagome, mas a mente dela estava em branco! O que poderia responder? Melhor ainda, qual seria a resposta certa?!

- Ela vai morar conosco por um tempo. - respondeu Sesshoumaru percebendo que os batimentos cardíacos de Kagome estavam elevados à medida que as perguntas eram disparadas por Rin. Era melhor intervir antes que ela desmaiasse pelo nervosismo... Ou tivesse um ataque cardíaco.

- Significa que o tio Inuyasha também está aqui? - indagou Rin olhando para os lados, incluindo debaixo do prato, numa tentando ver alguma prova que indicasse que sim também.

- Não, apenas Kagome. - respondeu Sesshoumaru - Agora chega de perguntas, vai se atrasar para sua aula.

- Não vou não, já acabei de tomar meu dejejum. - respondeu Rin sorrindo

- Creio que não é permitido alunas irem de pijama para escola. - respondeu Sesshoumaru dobrando o jornal e o colocando sobre a mesa - Se já acabo por aqui, vá trocar de roupa e pegue seu material. Irei a esperar lá fora, aprece-se ou irá com Jaken.

Para o espanto de Kagome, Rin sorriu e saiu correndo da mesa para se preparar para escola, espalhando pegadas de leite pelo caminho. Ao mesmo tempo em que Sesshoumaru se levantou da mesa e colocava o blazer de seu terno, que estava pendurado na cadeira.

- Não precisa explicar a ela nada que não queira. - comentou Sesshoumaru enquanto alinhava sua roupa - Rin é apenas uma criança, não entende muito o mundo dos adultos. Lhe dê respostas simples e diretas e ela ira parar de fazer perguntar.

- Eu não sei como fazer isso. - respondeu Kagome, dando um longo suspiro - Eu nem consigo responder minhas próprias indagações, quanto mais as dela...

- Ainda confusa? – indagou Sesshoumaru incomodado

- Não, estava analisando o que fiz. Praticamente eu fugi de madrugada com tudo que tinha e vim pra cá sem mais nem menos. É ainda muito recente e estranho me acostumar com a ideia de liberdade. É normal causar espanto e questionamentos em qualquer um...

- Se não gosta dessa sensação, tranque o processo e volte para Inuyasha. - respondeu Sesshoumaru serio – Ainda dá tempo para...

- Isso nunca! - respondeu Kagome energicamente se levantando da cadeira, a fazendo cair no chão - Prefiro mil vezes ficar aqui com vocês do que voltar, nem que seja por um minuto, para aquela vida. É como o ditado "admitir e corrigir seus erros é uma virtude, permanecer neles é burrice".

- Não me lembro de haver a palavra "corrigir" nesse ditado. - comentou Sesshoumaru se aproximando de Kagome - Mas me diga, porque exatamente prefere ficar aqui mil vezes ante a voltar pra ele?

- A resposta é meio obvia, não é? - indagou Kagome o olhando nos olhos, lhe dando um sorriso que não saberia definir como sincero ou malicioso, enquanto arrumava a gravata dele.

- Talvez... - comentou Sesshoumaru desviando o olhar para a porta - Eu sei que está ai Jaken.

- Desculpe, eu não queria interromper a... a conversa. - comentou Jaken nervoso

- Não interrompeu... nos vemos a noite Kagome. - falou Sesshoumaru se afastando dela, indo até a porta olhando ameaçadoramente para o servo, falando baixo - Jaken ajude-a em tudo que ela necessitar e não a deixe sozinha por nada. Isso é uma ordem, fui claro?

- Como desejar, Sesshoumaru-sama. - falou jaken meio irritado com aquela ordem, não bastasse cuidar de Rin, agora tinha uma mulher humana para cuidar também. Gostaria de perguntar por que aquilo, mas provavelmente seria morto antes de obter uma resposta.

- Estou pronta! - falou Rin descendo as escadas correndo

- Já disse que não devia correr nas escadas Rin. - repreendeu Sesshoumaru

- Eu preferia descer escorregando pelo corrimão, mas me proibiu. - argumentou Rin – E também me proibiu de usar o treno nas escadas, que era bem mais rápido... então eu tinha que correr, não queria te atrasar, ainda vai me levar pra escola?

- Sim. - falou Sesshoumaru, pegando sua maleta no escritório e se dirigindo a porta principal da casa, Rin que irradiava felicidade o seguindo. Kagome os acompanhou até a porta.

- Iterashai! - falou Kagome acenando para eles da porta, quando saíram da mansão

- Itekimasu! - respondeu Rin sorridente, enquanto segurava na manga do terno de Sesshoumaru, descendo as escadas, indo em direção ao carro importado com motorista, que já os aguardava de portas abertas.

Kagome ficou encostada na porta até os ver partir de carro, com Rin acenando quase freneticamente para ela, com Sesshoumaru sentado ao seu lado. Havia percebido que tinha perdido totalmente o foco da curiosidade de Rin sobre sua presença ali na mansão, com a intervenção dele, com o simples argumento de levá-la para a escola. Bom, quem não se esqueceria dela comparado a presença de Sesshoumaru? Entendia muito bem esse tipo de sentimento, pois desde que o conhecera ele foi uma espécie de porto seguro para ela... ela mesma esquecia do resto do mundo quando estavam juntos. Ele não era frio ou raivoso como Inuyasha vivia se queixando, na verdade ele era apenas lógico e sincero para com tudo que acontecia. Realmente no começo Kagome achou que ele estava apenas curtindo com sua dor, torturando-a com as palavras ríspidas e diretas... Mas com o tempo ela percebeu que aquelas palavras não lhe machucavam como imaginava, as mentiras de Inuyasha eram sempre as que mais lhe doíam. As palavras de Sesshoumaru eram uma forma de ajudar a ver a realidade, sem as lentes coloridas do "amor que perdoa tudo" que ela colocara em si. Sesshoumaru representava muito mais que um amigo ou...

- Vai passar o dia todo ai encostada a porta? - indagou Jaken cansado de esperar que Kagome voltasse à realidade

- Desculpe, eu só estava...

- Não me interessa e nem é de minha incumbência saber sobre sua vida particular humana, sou apenas um servo de Sesshoumaru-sama. - falou Jaken rapidamente - Tenho minhas obrigações a cumprir, mas Sesshoumaru-sama me mandou ajudá-La com tudo, e isso inclui a sua mudança e a organizar seu quarto. Se importar em nos apresarmos em fazê-lo agora? Ainda tenho que arrumar a bagunça do café-da-manhã.

- Eu faço sozinha, não se preocupe. - respondeu Kagome saindo de perto da porta, voltando para dentro da mansão – Não há necessidade de...

- Sesshoumaru-sama mandou especificamente eu a ajudar e o que irei fazer. - respondeu Jaken, fechando a porta

- Depois não diga que não lhe avisei. - comentou Kagome dando um suspiro, pegando as chaves do seu carro, indo para a garagem pegar sua mudança e as transportar para o quarto. Jaken foi logo atrás dela, contrariado e resmungando muito... Ela já sabia que seria inútil discutir com ele, afinal ela já tinha experiência com yokais daquele tipo.

Ao começarem a fazer as mudanças, Jaken notou que Kagome fazia questão de lhe dar malas ou as caixas pequenas em quanto ela arrastava as maiores até o quarto. Aquilo feriu de certa forma seu orgulho de "macho"... quando faltava apenas duas malas, sendo uma delas a maior de todas as anteriores, Jaken tentou a pegar.

- Não toque nessa mala! - alertou Kagome, esticando o braço para o impedir

- Não toque em mim humana! Posso ser menor que você, mas ainda sou um yokai e tenho mais força que um humano comum. - falou Jaken entrando no carro para pegar a mala – Um yokai puro, não se esqueça disso!

- É exatamente por isso que não deve tocar nessa mala. - falou Kagome o alertando, mas não adiantou. Ao tocar na mala, Jaken levou um choque e se queimou com uma chama azul e em seguida foi repelido, lançado para fora do carro, em direção a parede, todo chamuscado e soltando fumaça pela boca.

- Jaken?! Jaken?! - chamava Kagome preocupada ao se aproximando dele - Ainda está vivo ou inteiro? Consegue me ouvir? Dói em algum lugar? Consegue se mexer? Diga alguma coisa!!!

- Que diabos têm naquela coisa?! - gritou Jaken irado – Quase me matou!!!

- Eu avisei que não devia tocar naquela mala. - comentou Kagome - Pode tocar em qualquer mala que eu trouxe, menos naquela lá. É a única que ninguém deve mexer.

- O que tem naquela mala? - indagou Jaken

- Sou descendente de uma longa linhagem de sacerdotes do Templo Higurashi, é normal que tenha objetos de extermínio, exorcismo ou proteção contra yokais, entre outros desse tipo comigo. - comentou Kagome dando um leve sorriso - Eu bem que tentei te avisar...

- Que insolência, vou relatar tudo a Sesshoumaru-sama! - gritou jaken

- Vai mesmo? - indagou Kagome ficando séria - Tem certeza que quer contar isso para ele e arriscar seu emprego?

- O que quer dizer humana? - indagou jaken mais cauteloso

- Use seu cérebro Jaken, o que seria pior? - indagou Kagome saindo de perto dele, indo até o carro e começar a tentar tirar a mala - Ele saber que você teve um pequeno acidente de trabalho por ter o obedecido ou descobrir que trataste de forma grosseira a sua hospede, que é membro da família Taisho? Além, é claro, de me chamar de “humana”, em vez de “Kagome-sama”?

- Eu não... eu não...

- Você não pensou nisso, não é? - indagou Kagome voltando a olhar para Jaken, já com a mala fora do carro - Não há necessidade de ficarmos brigando, ou nos ameaçando. Não houve nada demais, que tal mantermos isso em segredo? Nenhum de nos sairia perdendo...

- É uma boa ideia... Para uma humana. - comentou jaken após pensar no que ela falou

- Sabia que concordaria comigo. - falou Kagome sorrindo, puxando a mala pelas rodinhas. - Irei arrumar meu quarto, sozinha, enquanto isso você pode fazer suas obrigações. Se eu precisar de ajuda, eu digo.

- Certo, Kagome-sama. - falou jaken se levantando do chão.

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Sesshoumaru tinha acabado de deixar Rin na escola, tinham se despedido... Mas a mente dele estava muito longe dali. Especificamente, ele estava ainda pensando na noite anterior, ou melhor, naquela madrugada. Nunca havia pensando que em menos de 24h Kagome desse a entrada no divorcio e se mudaria para mansão dele com todos seus pertences... sempre achou que ela demoraria pelo menos uns 2 dias pra tomar coragem.

No entanto quando a viu entrar de carro e estacionar na frente da porta principal da mansão, ele se preocupou. Era visivelmente claro que o estado emocional dela estava em total descontrole, ela parecia não saber exatamente o que fazer, ela ria e chorava ao mesmo tempo, suas mãos estavam tremendo e seu rosto estava pálido... Fora o idioma quase indecifrável que ela tentava explicar o que aconteceu.

A única coisa que ele pode fazer naquela hora era trazer para dento da mansão, fazendo um sinal para que jaken cuidasse do carro, enquanto levava Kagome diretamente para um quarto, especificamente foram para o quarto dele (pois não havia preparado nada até aquele momento). Chegando lá, fez com que se sentasse numa das poltronas, perto lareira, que estava acessa. Aquela noite não estava fria, mas ele havia adquirido o habito de olhar para as chamas enquanto meditava... mas no caso de Kagome, o fogo poderia a aquecer um pouco. Quando Jaken voltou de guardar o carro, Sesshoumaru mandou que fizesse um chá bem forte para ela. Em poucos minutos ele retornou com uma bandeja com o chá, e logo em seguida foi dispensando do serviço. Não queria que ninguém mais a visse naquele estado tão vulnerável, preferia cuidar dela sozinho. Além disso, Jaken poderia fazer algum comentário infeliz sobre Kagome, e ele acabaria o matando por isso... e isso deixaria Rin sem o café-da-manhã.

Como o esperado, o chá que Jaken fez não surtiu efeito, então Sesshoumaru lhe deu um calmante, de nível yokai, que a deixou sonolenta. Quando ela estava prestes a adormecer na poltrona, ele a pegou no colo e a levou para a cama, a deitando e a cobrindo com o lençol. Não tinha condições de deixá-la sozinha, apesar de acreditar que ela dormiria o resto da madrugada, ele resolveu ficar no quarto a vigiando, pois não sabia se haveria algum efeito colateral do calmante. Se afastou da cama para pegar uma das poltronas e a colocar ao lado da cama pois... Mas antes dele conseguir se afastar para pegá-la, Kagome segurou sua mão.

- Não me deixe sozinha... por favor. - havia pedido Kagome parecendo lutar para ficar acordada. Ele não o faria, mas o tom da voz dela foi muito estranho, parecia desespero. Alguma coisa estava errada, pois Kagome estava mais emotiva que o normal... As emoções conflitantes, e o desespero no olhar o convenceram que ela precisava mais que nunca de seu apoio. Sem alternativa, Sesshoumaru se deitou ao lado de Kagome, que dormiu em questão de minutos depois, mas ele permaneceu acordado o resto da madrugada.

Mesmo em sonho, Kagome chorou. Mas desta vez Sesshoumaru não estava certo sobre o que ou porque ela chorava. A única coisa que fez foi amparar as inúmeras lágrimas, que escorregavam pelo seu rosto... Quem dera pudesse apagar aquelas memorias dela. Mas não podia mudar o passado, mas agora que Kagome estava sob sua tutela, ele iria se certificar que ela não voltaria a chorar, torná-la-ia mais forte...

Sesshoumaru olhou para fora da janela e sorriu, se lembrou da cara de choque de Jaken ao entrar em seu quarto e ver Kagome deitada na cama com ele, o abraçando. A boca que Jaken estava tão aberta que o fez lembrar-se daqueles truques de circo, onde o domador faz uma fera felina abrir boca e ele coloca a sua cabeça nela... Sesshoumaru teve vontade de rir na hora, mas isso iria acordar Kagome e fazer Jaken morrer de infarte, pois raramente sorria, muito menos ria. A única coisa que fez foi dar um olhar intimidador para o servo, que se recompôs e saiu do quarto discretamente. Kagome agora estava a salvo, iria a proteger a partir de agora... Pelo menos até o momento que ele tivesse de entregá-la a alguém que a merecesse, ele cuidaria dela. Mas a questão era, quando esse dia chegar, ele realmente abriria mão dela?

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Já se passaram 3 semanas que Kagome havia se mudado para a mansão de Sesshoumaru, e tinha de adaptado muito bem ao ritmo daquela casa. Tomava café-da-manhã com todos, depois de se despedirem ela ficava no seu quarto lendo ou conversando com Sango por telefone. Outra rotina era evitar contato com Jaken além do necessário, não eram exatamente amigos, mas se toleravam e eram educados... apesar do jaken ainda a chamar de “humana” e ela o chamar de “sapo”. Jaken, para ela, era uma mistura de “bicho de estimação”, empregado, e um anão... e tecnicamente fazia parte da família.

Viver com eles era como se estivesse vivendo uma vida de faz de conta, tomar café-da-manhã como se fossem uma família feliz, cuidar e ajudar Rin com as tarefas da escola, brincar com ela, lhe ler histórias para dormir e... e mais tarde dedicava seu tempo exclusivamente a Sesshoumaru. Na qual passavam o tempo das formas mais variadas possíveis.

Entretanto não faziam muito sexo, pelo menos não com muita frequência, desde que Rin quase os pegou juntos uma noite, nas preliminares, ao entrar no quarto de Kagome pedindo para dormir com ela, por causa de um pesadelo. Fora frustrante, tanto para ela quanto para Sesshoumaru, que se escondeu num canto escuro do quarto quando escutou passos na porta do quarto de Kagome. Mas não tinha muita opção, afinal se não tivesse saído, Rin teria os vistos e faria perguntas das quais nenhum dos dois poderia responder... Na manhã seguinte, Sesshoumaru estava de péssimo humor na manhã seguinte, tomando o café em silencio total, no entanto Kagome se controlou para não rir da situação. Será que era isso que todos os casais enfrentavam, quando os filhos acordavam e visitavam o quarto?

- Tia Kagome, o que é essas marcas no seu pescoço? - indagou Rin curiosa pelas marcas avermelhadas, na qual ela não saberia dizer se eram provenientes das pequenos mordidas que lhe dava ou de seis beijos.

- É.... É picada de inseto. - comentou Kagome rapidamente, depois de dar uma olhadela para Sesshoumaru que continuava sério

- Mas parece estar arranhada... – comentou Rin

- Eu devo ter coçado enquanto dormia... – comentou Kagome, dando uma risadinha nervosa

- Mas porque eu não fui picada também? – indagou Rin, confusa

- Minha mãe vivia me falando que tenho o sangue doce pra isso... - comentou Kagome tentando parecer calma, mas estava com enorme vontade de gargalhar - Além disso, você roubou meu lençol, e fiquei desprotegida, por isso fui picada com mosquitos.

- Desculpa... - falou Rin arrependida - Prometo que quando tiver um pesadelo, irei para seu quarto com meu cobertor e um pijama de Sesshoumaru.

- Porque um pijama dele? - indagou Kagome ficando nervosa, por acaso Rin sabia sobre eles ou...

- É maior e lhe protegera muito mais do que aquele vestidinho pequeno de seda vermelha. - respondeu Rin inocentemente. Kagome ficou vermelha, pois não contava que Rin fosse detalhista assim... No entanto, Sesshoumaru acabou sorrindo na hora.

- Sesshoumaru, seu quarto tem insetos? – indagou Rin

- Não. – respondeu Sesshoumaru – Os insetos comuns não chegam perto de yokais.

- Então tia Kagome pode dormir com você, assim inseto nenhum vai a incomodar. – respondeu Rin animadamente – Não é uma boa ideia a minha?!

Sesshoumaru não respondeu, apenas ficou olhando diretamente nos olhos de Kagome, que estava ficando cada vez mais vermelha. Entretando Jaken entrou na sala, repreendendo Rin, por estar tagarelando ao invez de acabar logo de tomar o café-da-manhã e se arrumar pra ir para a escola. Às vezes ela tinha a impressão que Rin queria sempre ‘juntar’ Kagome e Sesshoumaru...

Apesar de Sesshoumaru ter trabalho, e Rin ter colégio para ir de manhã, nada impedia de Kagome sair também. Sesshoumaru providenciou para ela um carro, e a Jaken instruiu de ir com ela, para escoltá-la. No entanto na pratica Kagome saia na maioria das vezes sem jaken. Não que eles fossem inimigos, na verdade eles eram bastantes cordiais um com o outro. Eles haviam feito um acordo que apenas quando fosse extremamente necessário ela pediria para Jaken ir com ela, ou para entrar e arrumar seu quarto. Sem isso, a ida para o quarto dela, ou dirigir o carro dela era proibido. Além disso, era ridícula a ideia que jaken poderia a defender de qualquer coisa...

As saídas de Kagome eram normalmente para ir à casa de Sango, se encontrar com seu irmão Souta ou com a advogada. Numa dessas visitas a sua melhor amiga, ela ficou sabendo que Inuyasha já havia voltado para casa a quase 2 semanas, e estava a procurando quase desesperadamente. Graças à esperteza de Sesshoumaru, Inuyasha não havia a encontrado até agora... Mas não poderia permanecer assim para sempre. Mais cedo ou mais tarde eles se encontrariam, e Kagome tinha que estar emocionalmente preparada para essa ocasião, desta vez não iria fungir. Souta também a alertou que Inuyasha vivia ligando para casa da família Higurashi, mas por sorte ele fez o telefone sempre transferir as ligações do cunhado para o seu celular, ou o resto da família teria descoberto sobre ela fugiu ou sobre a entrada no pedido de divorcio.

- O que pensa em fazer? - indagou Sango, sentada na sala, tomando um chá gelado com Kagome, após almoçarem - Já falou com a advogada? Qual são as novidades da parte dela?

- Ela me disse que mandou um detetive vigiar Inuyasha nessa viagem de trabalho. - comentou Kagome - Pelo que soube ele não apareceu no escritório nenhuma vez.

- Aquele canalha... E ainda inventou a desculpa de que não poderia te levar porque ficaria no trabalho o tempo todo resolvendo assuntos importantes. - falou Sango muito irritada, fechando a mão - Eu juro que se minha família ainda exterminasse Yokais como antigamente, Inuyasha estaria no topo da minha lista!

- Sango, eu não disse isso para você se irritar. - comentou Kagome docemente, segurando a mão da amiga - Te disse por que não quero esconder nada sobre isso de você ou Miroku. Não quero que se preocupem mais comigo, pois eu não vejo mais Inuyasha como o centro do meu mundo.

- Eu não sei se fico feliz ou triste com isso. - comentou Sango

- Eu sei... - respondeu Kagome - Vamos mudar de assunto, quando é que eu finalmente vou conhecer Miki?

- Pelo que eu entendi, ele provavelmente vai nascer daqui a uma ou duas semanas. Agora que nos mudamos pra essa casa, me sinto muito melhor em preprarar o quartinho pra a chegada dele. Nunca achei que prédio era um local ideal pra ter uma família... Mas nada impede dele vir antes do tempo...

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Kagome já estava indo para o carro, quando ligou para o irmão, que havia mandado uma mensagem de texto um pouco antes de sair da casa de Sango, lhe avisando que Inuyasha havia ido até o templo Higurashi tentar achá-La e que o resto da família se preocupou, pois não estavam entendendo ao certo o que estava acontecendo. Inuyasha tinha ficado muito nervoso ao saber que ela não estava ali... e por ninguém responder as suas perguntas.

- O que quer que eu faça Kagome? - indagou Souta – Eu consegui acalmar a mamãe e o vovô, mas eu acho que Inuyasha vai continuar a vir aqui pressionar a gente. Mas se você precisa de mais tempo eu posso...

- Não Souta, diga a Inuyasha onde estou. - respondeu Kagome decididamente - Chega dessa brincadeira de esconde-esconde. Vou enfrentá-lo de uma vez por todas.

- Tem certeza disso irmã? - indagou Souta preocupado

- Sim, eu quero acabar com isso de uma vez. - respondeu Kagome - Não se preocupe, não estarei sozinha, vou avisar Sesshoumaru agora mesmo.

- Certo. Te darei meia hora para decidir se enfrenta ou adiar o confronto, depois desse tempo irei contar a ele, como o combinado. - respondeu Souta - Pense bem e boa sorte maninha. Saiba que estarei sempre do seu lado.

- Obrigada Souta, por tudo. - respondeu Kagome antes de entrar no carro e ir embora, em direção à mansão de Sesshoumaru. Estava um pouco nervosa, no entanto não tinha medo do que enfrentaria, já que tinha todos argumentos e ainda cartas na manga que iriam acabar com qualquer argumento de Inuyasha sobre o "amor" ou o "casamento feliz" deles. Desta vez ela não teria misericórdia, poria um fim em toda aquela encenação toda.

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Kagome nunca pensou que Inuyasha viria para a casa de Sesshoumaru imediatamente após saber que ela estava morando lá. Teve vontade de rir ao o encontrar com cara amarrada, com o olhar bravo, muito suado pela corrida que deu até ali. Pela primeira vez em muito tempo ela conseguiu ver Inuyasha como verdadeiramente ele era um egoísta, mimado e patetico. Como pudera amar cegamente a alguém que só pensava em si?

Kagome tinha se preparado previamente para aquele confronto, havia acabado de sair do banho, se maquiado e vestindo uma calça jeans bem justa e camisa sexy de frente única. Sabia muito bem que aquele tipo de roupa afetava Inuyasha, e era exatamente sua intenção, iria exibir o que estava perdendo. Antes de ir para o banho ela ligou para Sesshoumaru, o avisando do que iria fazer e ele lhe prometeu chegar a casa assim que possível para ajudá-la. Eram por volta de 14:30h, e Rin estava na escola nas tarefas do clube de musica... Se a discussão com Inuyasha demorasse, mandaria Jaken a buscar. Mas de hoje, aquele assunto não iria passar!

Quando ele entrou na sala, ela adotou a mesma postura fria de Sesshoumaru, lhe indicando onde sentar, na qual ela se sentou na poltrona oposta a Inuyasha, o olhando, esperando ele começar sua ladainha. Jaken estava na sala, perto da porta, observando tudo. A situação parecia muito tensa naquela sala... Certamente não seria bom deixá-La sozinha com Inuyasha tão alterado, e de certa forma Kagome agradecia imensamente a iniciativa de jaken.

- O que veio fazer aqui Inuyasha? - indagou Kagome calmamente – Vai ficar apenas me olhando?

- Vim falar com você. - respondeu ele rispidamente - Jaken, pode se retirar, não é necessário e isso é um assunto pessoal.

- Fique jaken. - falou Kagome na mesma hora, causando espanto em Inuyasha, já que sempre concordava com ele em tudo, principalmente evitava discutir na frente dos outros.

- Como desejar Kagome-sama. - respondeu Jaken, lhe dando o devido respeito

- Kagome, esse assunto é nosso. - falou Inuyasha se levantando do sofá - Não deve envolver ninguém além de nós dois. Mande-o sair agora!

- Eu o mandei ficar... e você não manda em mim Inuyasha. - falou Kagome calmamente, mas seu olhar causou arrepios. Ela estava controlado a raiva...

- Droga Kagome, porque você tinha que envolver meu irmão nessa palhaçada também? - desabafou Inuyasha, irritado pela sua desobediencia - Eu só me atrasei 2 dias do previsto para voltar, por causa do maldito trabalho, mas não tinha porque você fugir de casa e vir para cá! Justo com Sesshoumaru, que me odeia! Isso é uma traição Kagome! Você não pensa em mim, em meus sentimentos?!

- Perdão Inuyasha, eu pensei... - falou Kagome, atuando exatamente como fazia antes, quando ainda acreditava nas mentiras de Inuyasha lhe contava.

- Sempre pensa o errado de mim, mas eu estava trabalhando o tempo todo. Fiquei trancado no escritório o tempo todo, só saia para ir para o hotel dormir, fora isso eu ficava lá em tempo integral. - falou Inuyasha - Eu sei que ficou brava, mas eu liguei para casa pra lhe avisar, mas ninguém atendeu e seu celular dava como inexistente. Você é uma mulher adulta, pelo amor de Kami-sama, haja como tal! Não vou tolerar essas crises infantis novamente!

- Eu dei um descanso para os funcionários, e como não queria ficar sozinha naquela casa eu vim para cá. - respondeu Kagome ainda fingindo arrependimento, causando espanto até em Jaken.

- Devia ter ido para casa de Sango como eu lhe disse! - bracejou Inuyasha - Mas não, você tinha que vir para casa de Sesshoumaru. Porque você não confia em mim Kagome? Sou seu marido, nunca de dei motivos para desconfiar de mim em nada.

- Oh Inuyasha... - falou Kagome o colocou as mãos no rosto, fingindo estar chorando, mas na verdade estava disfarçando o riso que ameaçava aparecer a qualquer instante. Como ele poda ser tão sínico? Como podia mentir pra ela daquela maneira e lhe exigir tanto? Como ela pode ser tão cega?

- Se está realmente arrependida, suba e faça suas malas e vamos embora para nossa casa. -respondeu Inuyasha num tom convencido, na qual sempre usava com Kagome para dizer que queria ser obedecido - Resolveremos nossos assuntos lá na nossa casa. Mas avisar que essa será a ultima vez que vou aturar isso, porque na próxima eu...

- Aquela casa nunca foi minha. - respondeu Kagome num tom gelado, ainda ocultando o rosto com a mão - E você sairá daqui sozinho. Não pretendo sair dessa casa, muito menos voltar para lá com você.

- Que diabos você disso com “não vai”. É minha esposa e tem que ir comigo! - respondeu Inuyasha indo na direção dela, puxando pelo braço para forçá-la ficar de pé. Mas ao ver a cara dela séria, sem qualquer emoção ele se assustou... Não sabia mais se aquela mulher era realmente sua esposa. Onde estava o rosto choroso e arrependido? Ou o olhar apaixonado? Quem era aquela que o olhava tão fria e fixamente?

- Achou mesmo que eu acreditaria em suas mentiras? - indagou Kagome pegando na gravada dele, puxando, o fazendo a olhar diretamente nos olhos - Pensou que eu nunca descobriria a verdade, não é? Que nunca soubesse, não foi?

- Do... Do que esta falando? - indagou Inuyasha apreensivo, soltando o braço dela, dando um passo para trás. No entanto ela ainda segurava a gravata dele, impedindo dele se afastar.

- De tudo, Inuyasha, tudo. - respondeu Kagome calmamente - Acha que eu não sei que você nem passou 1 hora no escritório que disse que estaria? Que a negociação que você supostamente faria, na verdade era feita por outro representante, pois você não tem capacidade de a fazer? Acha que não sei que estava com ela o tempo todo?

- Não acredito que acreditou no que Sesshoumaru lhe disse... Ele tem inveja de mim e de nosso casamento. Faria de tudo para nos separar e...

- Não foi ele quem me falou Inuyasha, eu já sabia muito antes de qualquer um me falar. - respondeu Kagome colocando a outra mão no rosto de Inuyasha. No entanto ela estava usando seus poderes sobre ele, o fazendo ficar imóvel. - Acha mesmo que eu não sabia que sempre dava desculpas do tipo para ficar com Kykio por alguns dias? Achou que eu nunca descobriria não é... Como você é um MEIO-YOKAI muito estúpido.

- Eu não sei que mentiras falaram pra você, mas eu nunca...eu te amo muito e...

- Chega de mentir Inuyasha! - repreendeu Kagome, cortando seu argumento - Você mesmo admitiu que nunca foi ao escritório, caso contrário teria visto o meu pedido de divorcio que estava sobre a mesa na manhã seguinte, no escritório que dupostamente estava.

- O QUE?! - indagou Inuyasha em estado de choque, nunca pensou que algum dia isso pudesse realmente acontecer. – Como assim?!

- Eu quero divorcio. - respondeu Kagome apertando a gravata dele, depois o empurrou para o sofá, o fazendo cair sentado - Volte para sua casa, pode levar Kykio para lá também ou qualquer outra vagabunda que queira. Mas eu não voltarei aquela casa nunca mais... Pode ir agora Inuyasha, não tenho mais nada para falar com você. Se precisar, irei mandar minha advogada o fazer. Retire-se imediatamente!

- Eu não assinarei o pedido de divorcio algum... - tentou argumentar Inuyasha, se refazendo do choque inicial - Nos ainda somos casados e...

- E nem preciso de sua assinatura, posso provar que você me traia até na nossa lua-de-mel. - respondeu Kagome andando até a porta - Posso me livrar de você a qualquer momento, facilmente!

- Espera Kagome, precisamos conversar! - falou Inuyasha se levantando do sofá, indo na direção dela, nesta hora jaken correu e se colocou na frente dela, impedindo Inuyasha de chegar mais perto de Kagome.

- Afaste-se de Kagome-sama! – falou Jaken, valente

- Não precisamos conversar, nunca mais. - respondeu Kagome tirando a aliança de casamento e de noivado, jogando-as em Inuyasha - De isso a ela, pois é o que Kykio mais desejava ter, mas eu não preciso mais de você Inuyasha. Ela pode ficar com você todo... Eu já tenho tudo que necessito, TUDO mesmo.

- O que quer dizer com isso Kagome? - indagou Inuyasha nervoso. Mas em vez de responder, Kagome deu um sorriso sínico, lhe dando o benefício da duvida sobre o que ela provavelmente queria dizer. - O significa exatamente "tudo"? Você tem outro?! Você tem um amante?! Está me traindo?!

- Se afaste Inuyasha! - falou jaken energicamente, mas não era tão intimidador assim

- E se eu não o fizer, o que vai fazer em? - indagou Inuyasha, ameaçando Jaken, pegando pela gola da roupa - Acha mesmo que pode me enfrentar seu anão verde?

- Ele não pode, mas eu posso. - respondeu Sesshoumaru entrando na sala - Você não é bem-vindo aqui. Saia da minha casa Inuyasha.

- Só irei sair com minha esposa! - respondeu Inuyasha energicamente, soltando Jaken, que caiu sentado no chão.

- Já lhe devolvi a aliança, anel de noivado e já entrei com pedido do divorcio. Independentemente de você assinar ou não eu irei me livrar de você. Não sou e nunca mais voltarei a ser sua esposa! - respondeu Kagome mais corajosa, por causa da presença de Sesshoumaru - Saia daqui Inuyasha!

- Eu... Eu vou te dar um tempo para pensar, daí então a gente conversa. Você deve estar confusa, mas com o tempo você vai... - falava Inuyasha, percebendo que não adiantaria argumentar com Kagome agora

- Não preciso de tempo, minha decisão será a mesma daqui pra frente. Eu quero o divorcio... - respondeu kagome firmemente

- Kagome, não pode terminar assim sem...

- Você já ouviu a decisão dela, esse assunto termina aqui. Agora saia de minha casa antes que eu mesmo o faça por você, Inuyasha. - falou Sesshoumaru ficando na frente de Kagome, intimidando Inuyasha. As energias sinistras começaram a se chocar, no entanto Inuyasha cedeu e foi embora. Não tinha como argumentar e nem podia fazer isso em um território que era de seu irmão, por hora iria recuar... Mas isso não significava que não iria lutar. Alguma coisa no sorriso de Kagome o fez perceber que ela falava sério, existia alguém. Mas quem? Inuyasha não podia admitir que perdesse a esposa por outro cara, não estava certo... Tinha a obrigação de descobrir, tirar satisfação e reconquistar Kagome. Não a perderia para outro... ela lhe pertencia! Sempre lhe pertenceu!

Inuyasha entendia o porquê de Sesshoumaru estava do lado de Kagome, pois ela era membro da família Taisho e devia ficar com o patriarca da família enquanto não resolvessem o assunto. A questão principal agora era saber se realmente Kagome estava envolvida com alguém ou era blefe. Quem seria exatamente o cara que havia conquistado Kagome a ponto de Sesshoumaru o permitir e o aceitar aquele envolvimento? Como foi que sua vida virou aquele inferno? Onde exatamente tinha errado? E o mais importante, conseguiria reconquistar Kagome?