Always

Capítulo 13


Virei a cara. Peeta não disse nada. Sabia que ele ainda estava no camarim por que ele teria que passar na minha frente para sair. Alguma coisa quebrou ao cair no chão e resolvi ver o que era.

Quando me virei, Peeta me jogou contra a parede.

- Para Peeta! Tá me machucando! – Eu continuava grossa. Ele só estava me impressionando para eu desculpar ele. Ele me daria um beijo e tudo ficaria bem.

Olhei para ele e vi que nada disso aconteceria.Seus olhos antes azuis agora estavam pretos como carvão. Ele estava com uma mão em meu pescoço, e com a outra segurava meus punhos que já estavam machucados.

Eu não tinha muito o que fazer. Ninguém iria aparecer, não tão cedo. Todos estavam ocupados, com o programa. Eu não podia usar meus braços para abraça-lo e não podia me inclinar para frente e beija-lo. Fisicamente não tinha nada a fazer. Comecei a utilizar minha ultima forma de sair viva.

- Peeta eu te amo – ele apertava com mais força. – Por favor, não deixe que a Capital me machuque.

Tinha que dar certo. Se minhas palavras não adiantassem, nada mais daria certo.

- Por que eu faria isso sua bestante idiota? Se dependesse de mim te matava aqui e agora.

Peeta nunca chegou a esse ponto. Eu estava com medo. Sem Peeta, quem iria me proteger?

- Peeta, por favor – eu implorava em meio de minhas lagrimas.

- Como uma bestante nojenta como você está viva? Como que as pessoas não enxergam o verdadeiro monstro que você é?

Parecia que Peeta guspia as palavras, como se tivesse nojo de falar sobre mim. Ele me apertava mais forte, mas não eram os meus punhos que mais doíam. Meu coração era despedaçado a cada palavra que saia de sua boca. Se eu morresse com uma faca de Clove perfurando meu coração, doeria menos do que continuar escutando o que ele tinha a dizer. A Capital nunca me quis viva. E ela estava me matando da pior forma possível.

- Peeta, eu te amo! Você é meu dente-de- leão, meu garoto do pão. – Minhas palavras não faziam efeito. Minhas lagrimas não era importantes para ele. A mão em meu pescoço estava mais forte. Estava ficando sem ar. - Peeta eu preciso de você.

Nessa hora alguém bateu na porta. Peeta me soltou e ficou imóvel. Fui deslizando até o chão. Abracei minhas pernas e com a cabeça entre elas voltei a chorar. Só queria um abraço de Peeta.

Ele abriu a porta e escutei a voz de Gale

- O que aconteceu?

Acho que Peeta saiu do camarim pois foi Gale que veio me abraçar. Ele era o último abraço que eu queria. Ele era meu amigo. Mas tudo isso me deixava confusa... Eu só consegui berrar com ele.

- SAI GALE! EU... SAI!

Eu tentei me explicar mas não consegui.Ele saiu. Gale sabia do que eu precisava. No doze a floresta era minha saída. Era o lugar onde eu me entendia. A floresta do distrito doze, era “meu mundo.” E Gale me entendia. Ele sabia que como eu não podia correr para a floresta, eu precisava ficar sozinha.E eu fiquei sozinha chorando. Esse tempo que passei com Peeta descobri que era impossível viver sem amor. Minha vida estava acabada.

. Sai do camarim. Por sorte não encontrei ninguém no corredor. Sabia que um pouco mais a frente, tinha um lugar onde tinha alguns aperitivos. Na mesa tinha vários talheres. Eu estava certa de uma coisa. Se era isso que a Capital queria, era isso que eu daria a eles. E eu faria isso do meu jeito, ou melhor, do jeito da Clove.