Ela abriu os olhos. A partir de agora viveria em um mundo sozinho, sem ninguém.

Seu melhor amigo havia sido assassinado, e assim como ele seu pai biológico. Todos a culpavam mas ela não tinha culpa de nada. De repente sua vida estava de cabeça para baixo.

Tudo o que ela tinha conquistado, ela havia perdido. Mas por que? Por que este ser misterioso estava determinado a destruir a sua vida? E por que a destruir a vida DELA? Qual era o dano que ela havia lhe causado? E por que matar Johny e Philipe? O que eles tinham a ver com isso? Devia ser ela, se esta pessoa queria lhe causar mal, deveria tê-la matado primeiro.

Ela estava morta por dentro, sem vida. Não tinha vontade de viver, não tinha mais sonhos, não tinha mais ambições. Tudo o que ela queria era que John voltasse para ela. Tentava se convencer de que ele não tinha morrido. Ela ainda não tinha se dado conta do que tinha acontecido, não estava a parte dos fatos.

O hospital que se encontrava não lhe era familiar. Não havia ninguém no quarto exceto um jovem policial que dormia em uma cadeira. Ela analisou suas feições, seu rosto era familiar. Ela logo o reconheceu. Kendall havia passado a noite no hospital a esperando acordar. Lisa tentou não fazer barulho para não acordá-lo. Não se lembrava de muita coisa depois de ter desmaiado, na noite passada, apenas podia se lembrar de seu suicídio emocional.

Durante seu lamentável e triste sonho, seus devaneios a atacaram mais do que nunca. Sonhou que caia de um abismo do qual a altura era imensa. A queda era infinita. Ela caia, caia, e mergulhava na escuridão. A pressão da era mais forte ainda, e atacava seu peito com violência. Sua respiração quase não era realizada. Os órgãos não funcionavam direito. John apareceu ao seu lado caindo profundamente, seus sub-conscientes deram as mãos e mergulhavam na morte.

Ela sentiu fortes dores na cabeça, mas tentou não fazer barulho para não acordar Kendall. Mas a dor na cabeça foi mais forte, ela começou a se remexer na cama. Naturalmente, os lençóis faziam barulhos e Kendall acabou acordando.

Ele chamou os médicos rapidamente .

-Ei, Kendall. - ela disse meio confusa.

-Ei -ele falou com uma voz suave. -Você está melhor?

-Sim. O que aconteceu na noite passada? -ela queria saber como tinha terminado aquela triste história de terror.

-Você dormia como anjinho e ninguém conseguia acordá-la. -ele respondeu, ainda com a voz suave.

-Hã? - ela ficou mais confusa ainda.

-Você tem alguma noção do que aconteceu? -ele perguntou também confuso.

-Sim, é claro. Eu cheguei em casa na noite passada e ... -ela foi interrompida por Kendall.

-Querida, não foi na noite passada. Na noite passada você estava em coma profundo. -ele respondeu.

-Mas como? -ela ficou ainda mais, e mais confusa.

-Lizz...

-Por favor, não me chame assim. -ela disse se segurando para não chorar.

-Ah, desculpe. -ela transpareceu tentar sorrir. - Bem, Lisa, você esteve em coma profundo durante três doloridos dias.

-Mas eu..

-Eu sei. O “acontecimento” foi à três dias atrás. Hoje já é outro dia. Ainda bem que você acordou. Falando nisso, aonde estão estes médicos? -ele se perguntou. - Ei! Enfermeiras! Lisa Stone está acordada! - ele gritou.

Em um instante uma multidão de médicas foram correram até o quarto. Elas começaram a arrumar a maca de Lisa, trocando lençóis e travesseiros.

-Enfim, você precisa de alguma coisa?

-Acho que não.

-Qualquer coisa, eu vou lá e trago para você.

-Pode me dar um carro?

Ela sorriu e se alto respondeu.

-Estou brincando. Na verdade, preciso de só um favorzinho.

-E é...? -ele perguntou.

-Sim. Sabe, é que eu estou com um pouco de fome. Você poderia me trazer alguma coisa para comer?

-Claro eu trago uns salgadinhos paravocê.

-Obrigada. Pode pegar umas 3 libras, aí na minha bolsa. Acho que dá.

-Ah, que isso! Não precisa pagar nada, eu compro para você.

-Não, eu insisto. -Insistiu.

-Não, sou eu que insisto. Você é que está de cama, e eu não. Eu pago.

-Tá, vou deixar você pagar, mas só hoje.

-Tá bom.

-Ah, pode pegar um pacotinho só. Não estou com tanta fome.

-Ok. É melhor eu, ir. Tchau.

Kendall tentou beijá-la no rosto. Lisa recusou o beijo.

-Entendo. Desculpe.

Lisa só sorriu.

Kendall saiu pela porta. E junto com ele todas as enfermeiras.

Lisa aproveitou a “deixa” para sair da cama e ler sua ficha médica.

Ela pulou da cama, e começou a abrir as gavetas e armários, no quarto. Ela não achou nada em nenhum deles. Ela procurou com vontade, porém não achou o que procurava.

Então resolveu se deitar novamente, e desistiu.

Ao olhar para o lado, viu algumas pastas em cima da mesa. Saiu da maca,e foi em direção à mesa. Pegou os envelopes. Começou a abrí-los em busca de respostas. Achou a ficha médica de John. Ao abrir o envelope, os papéis não faziam sentido. Em todas as folhas, haviam carimbado um simbolo e algumas palavras.

O símbolo era simples, mas o que mais chamou a sua atenção foram as duas palavras em negrito.

“:Homem Morto”.

Elas diziam. Lisa resolveu procurar sua ficha. Johnny era um caso perdido.

Logo ela achou. A sua ficha contava tudo o que tinha acontecido, e também revelavam informações sobre seu coma. Ela precisava ler tudo aquilo para obter as respostas que merecia. Não apenas ler, como analisar. Analisar bem, para ter certeza de que tudo o que estava ali eram informações verdadeiras.

Ouviu passos, e guardou ambas fichas na bolsa. Voltou para a cama e fingiu que nada havia acontecido.

Era Kendall.

-Voltei. -ele disse entusiasmado

-É. Você voltou. -ela respondeu sem todo o seu entusiasmo.

Ele tirou um pacotes de dentro do saco de papel.

-Aqui. Serve? -ele perguntou.

-Sim. Era este mesmo! Obrigada. - ela respondeu. - Ah... Será que você poderia me deixar sozinha um minuto?

-Claro.

Ele saiu do quarto.

Lisa pegou as fichas escondidas. Voltou a ler a sua ficha.

“apresenta coma à três dias..”

Ela não se lembrava de nada e continuou a ler.

“Seu amigo próximo, Johnny Montiahggo, foi encontrado morto na noite da seta-feira em que recebemos tantos chamados de socorro. Creiamos nós que ele pode ter sido o possível agressor.”

-Agressor?. -disse Lisa em voz baixa.

Na ficha havia mais um monte de coisas que davam-lhe informações sobre ela e John. Então decidiu leva-la para casa. Colocou-a de volta na bolsa.

-Kendall! - ela gritou.

-Sim? -Ele entrou no quarto

-Preciso te pedir outro favor.

-Sim...?

-Você poderia por favor me informar aonde se encontra John? -ela tentou testá-lo para ver se a ficha estava certa.

-Ele... Bem... Lisa, - ele segurou sua mão. -John está morto. Vou deixar você um pouco sozinha, ok?

Ela assentiu com a cabeça.

Kendall saiu do quarto.

Lisa não tinha mais lágrimas para ser derramadas. Além de tudo, agora sua vida agora, iria se complicar ao extremo, com as investigações policiais, e suas possíveis consultas ao médico, por causa do coma. Sem falar da falta que John fazia ao seu coração. Ela não tinha tempo para chorar. E chorar não traria John de volta.

Ela faria sua justiça. Em seu nome, que fora falado tantas vezes quando ainda era vivo. Achariam seu assassino, e não teriam falado seu nome em vão.

Aquele minuto em que Kendall a havia deixado era desperdício. Eles haviam de procurar o ser que lhe tanto fazia mal.

-Kendall! -ela gritou por ele.

-Sim? -ele entrou no quarto.

-Estamos perdendo tempo. Não tenho mais lágrimas a derramar. Agora, temos de nos preocupar mais com a justiça de John, não com suas memoráveis lembranças. Vamos, investigar. Até agora o que já temos? -ela perguntou avançando passo a passo.

O primeiro passo seria esquecer John , e este passo ela já havia andado.

-Ok. Já sabemos que.. Deixa eu ver. - Kendall começou a procurar a ficha de John.- Mas onde está este papel?!

Lisa tirou a bolsa embaixo das cobertas, pegou as fichas e as jogou no chão.

-São aquelas ali?

-Ah. -ele as pegou no chão. - São estas sim. Como vieram parar aqui?

-Enfim. O que já temos? - perguntou.

-Nós já temos muita coisa. Nos falaram que ele foi assassinado, Lisa.

-Por quem?

-Creiamos que é o mesmo assassino. Que matou seu pai.

-Meu Deus! O que isto quer dizer? - ela se surpreendeu.

-Lisa... Eu sei que tem sido difícil encarar a verdade nos últimos dias, mas isto é a verdade.

-Verdade?

-Tem uma pessoa atrás de você. - ele falou. -não sabemos ainda ao certo, por que ele te escolheu. Nós pensamos muito e chegamos à conclusão, que alguém está tentando te prejudicar. E muito. - ele acrescentou. -Parece que está matando as pessoas que você mais ama.

-Meu deus! - Lisa se surpreendeu novamente.- Mas... mas eu não tenho nenhum inimigo.

-Bem, ele pode te odiar, ou amar. Não sabemos ao certo o que é.

-Então John e Philipe morreram por minha causa?

-Sim. Eu sei. É difícil aceitar, mas logo, logo você se acostumará com a idéia de que várias pessoas ao seu redor morreram.

-O quê? - lágrimas escorreram em seu rosto.

-Ah... Me desculpe. Eu não quis ser insensível.

-Não... - ela gaguejou entre lágrimas. - não tem problema. Acho que depois de tudo isso, alguém ser insensível, é o de menos.

-Bem, mesmo assim peço desculpas a você.

Ela sorriu.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, até que Kendall disse pausadamente:

-Lisa...

-o que?

-Bem... Você vai ter que ficar na minha casa por um tempo.

-O que? Por que?

-Bem primeiro por que a sua casa está interditada,pela cena do crime.

-hum.

-Segundo, por que tem um assassino atrás de você.

-Bom ponto.

-Terceiro: Todas as unidades envolvidas no caso, chegaram ao acordo, de que você teria de ficar na casa de alguém. Para ficar segura.

-E daí que...

-A minha unidade conversou e chegou a conclusão, de que como eu sou o cara, que tem a idade mais perto da sua, você fica comigo.

-Sem antes nem me consultar?

-É para o seu bem!

-eu sei mas... Eu não sei não, Kendall.

-Eu sei. Você vai para casa, comigo e ponto final. Não posso deixar você se machucar.

-Ah é? E por que não?

-Por que senão John terá morrido em vão.

Lisa ficou sem palavras. Ele estava certo.Em todas as suas palavras.

-E assim como ele seu pai. Seu pai terá morrido em vão.

-Então está bem. Eu vou com você.

-Ok. Vou pegar suas coisas no carro.

-Minhas coisas?

-É. Alguns policiais tiveram que revistar a sua casa.

-Por que?

-Para ter certeza de que não foi suicídio, nem homicidio de alguém que vivia na casa.

-Alguém que vivia na casa? Eu não matei o John!

-eu sei, mas foi necessário.

-Eu estava na delegacia, quando ele morreu! Eu estava com vocês!

-Lisa...

-Eu não pude fazer nada por ele! -ela gritou o interrompendo. -Eu não pude salvá-lo por que estava respondendo à suas estúpidas perguntas, sobre o estúpido assassinato de meu “papai!”

-Desculpe Lisa, mas meu pai me obrigou a fazer isto!

-Seu pai? Não entendi?

-É. Sabe o outro homem, que estava no carro comigo. Quando formos te procurar? Carlos? Bem, ele é... ele é meu pai.

-Seu pai?

-É eu sei, é meio estranho, mas é verdade.

-Hum. Agora, traga as minhas coisas.

-Você, está brava comigo?

-Um pouquinho.

Kendall fez cara de triste.

Lisa se levantou e beijou-o no rosto. Ele sorriu e saiu do quarto.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.