Prólogo

Hospital de Long Beach, CA.

Outubro. 17:48

Certo dia, um amigo me disse que a mais terrível verdade ainda é melhor que a mais bela mentira. Eu pensava nisso enquanto via o Sr. Haner na cama do hospital. As imagens do que havia ocorrido algumas horas atrás ainda rondavam minha cabeça. O barulho dos aparelhos me deixava aflita, e eu não sabia o que sentia na aquele momento. Olhei para as mãos sujas de sangue já seco torcendo para tudo aquilo acabar.

Mas eu sabia que aquilo não teria um fim.

Os olhos de Sr. Haner estavam fechados, a respiração artificial estava fraca e irregular. Ele merecia estar na aquele lugar. Meu rosto fervia de raiva. Estávamos sozinhos ali, minha mãe e Brian não haviam chegado, e os enfermeiros saíram da sala.

Ainda recordo de quando era uma adolescente comum, com todo um futuro pela frente. Meu destino já estava traçado. Sempre viverei em meio de uma guerra. Pessoas mataram e morreram para guardar esse segredo. E muitas outras pessoas vão morrer.

Apenas eu e Brian sabemos.

Nunca teremos que contar pra ninguém. Enquanto ninguém soubesse, ninguém virá atrás de nós. Nasci em meio de um fogo cruzado. Apenas terei paz quando morrer, ou me matarem.