Pov Kurt

Blaine me olha do outro lado da sala, prendendo o sorriso. Sam tenta não olhar na minha cara, e Rachel segue quieta. É hoje, o dia da tão esperada "surpresa" do meu namorado. Estou tentando parecer indiferente, mas poderia explodir a qualquer hora.

Meu celular vibra.

"Sossega, baby." - É a mensagem de Blaine pra mim.

Rachel lê a mensagem, e dá um sorrisinho.

Sr. Schuester nos dá uma aula mais rápida e direta. Falamos sobre música Country, e Puck apresenta um número no violão. Quando a aula acaba, ele nos pergunta se mais alguém trouxe a música que o define.

Rachel ergue a mão.

Ela estava feliz e sorridente até aqui. Mas agora, ela parece nervosa. Pega alguns papéis de sua pasta de partituras, e as aperta nervosamente, enquanto se dirige ao meio do palco. Artie se posiciona ao piano, e ela lhe entrega as partituras.

"Eu... nunca pensei que fosse ser... difícil estar no centro dessa sala. Eu sempre gostei de ser o centro das atenções, de receber aplausos... mas a música é mais do que isso. Ela é... tudo pra mim." - Ela encara os próprios pés, com uma pequena lágrima descendo do rosto.

"Eu vivi um momento muito difícil recentemente. Eu não acho que eu vá simplesmente esquecer de tudo isso algum dia. Mas, com a ajuda de algumas pessoas especiais," - ela olha pra mim - "eu acho que é hora de seguir em frente. Crescer."

"Eu não escrevo muito bem, mas eu tive uma excelente ajuda." - ela aponta para Quinn, que balança a cabeça em concordância, a pequena Beth dorme no bebê conforto bem ao lado dela - "E eu gostaria de compartilhar com vocês essa canção que escrevemos."

Música: Glee - Get It Right

Ela canta com todo o seu coração. Rachel pode ser uma pessoa difícil quando se trata de perseguir a fama e competir pelos solos, mas nossa, ela sabe cantar! Vem de dentro dela, de sua alma, como um pedaço de quem ela é. E conhecendo toda a história por trás da canção, é impossível não chorar também: estou aos prantos, Quinn choraminga baixinho, e até Blaine está emocionado. Sr. Schuester enxuga as lágrimas enquanto Rachel termina de cantar, mesmo o embargo em sua voz não atrapalha seu tom perfeito.

Paramos para beber água, enquanto nos recuperamos de toda a emoção. Beth acorda, e Quinn senta no cantinho da sala, para amamentá-la.

"Bom, antes de terminarmos a aula de hoje..." - Sr. Schuester fala - "Eu tenho alguns anúncios para fazer. Mas parece que alguém tem algo a falar novamente, certo Blaine?"

"Certo." - Blaine se levanta, com sua mochila. Os meninos se levantam com ele, todos carregando algum tipo de sacola. Antes que eu possa acompanhá-los com o olhar, eles saem da sala.

E Sam fica no meio dela.

"Bom, aparentemente eu tenho que distrair vocês enquanto o tempo passa, então "Alexa, toca ai!".

O celular responde ao comando de voz. E ele começa a dançar e cantar "baby", do Justin Bieber.

A apresentação é hilária, e eu quase me esqueço que Blaine e os demais meninos sairam da sala a alguns minutos. Noto que Brittanny parece curtir o show mais que todas as outras meninas juntas.

Enquanto Sam dá sua última pirueta, Finn chega trajando terno e gravata. Entrega um paletó à Sam, que o veste também, enquanto todos os meninos se posicionam atrás deles, em fileira.

E eles começam a cantar.

Música: Glee - Silly Love Songs

Depois que os meninos finalizam o coro inicial, Blaine, o mais baixinho de todos, sai de trás dele, cantando o solo da canção.

Você deve pensar que as pessoas já têm canções bobas de amor suficientes,

Eu olho ao meu redor e vejo que não é assim.

Algumas pessoas querem encher o mundo com canções bobas de amor,

E o que há de errado nisso? Eu gostaria de saber, porque aqui vou eu de novo.

Eu te amo, eu te amo.

Eu, eu não posso explicar, o sentimento é claro pra mim, você não vê?

Ah, ela me dá mais, ela me dá de tudo, agora você não vê

O amor não vem em um minuto, às vezes não vem.

Eu só sei que quando estou nele, ele não é bobo, não, ele não é bobo, o amor não é bobo afinal.

Eu te amo, eu te amo.

Eu, eu não posso explicar, o sentimento é claro para mim, diga que você não pode ver?

Estou chorando. Estou chorando mais do que achava ser possível. Eu o amo, e ele me ama também. Blaine, meu Blaine Devon Anderson. Ele sorri tanto, e eu estou a ponto de derreter.

"Bom, eu acho que já pedi isso umas 700 vezes..." - Blaine fala, novamente se ajoelhando na minha frente - "Mas aqui vou eu de novo. Kurt Elizabeth Hummel.." - Ele estende a mão. Uma caixinha. E uma aliança dentro. - "Quer namorar comigo?".

As meninas fazem "oooown" em uníssono ao fundo. As meninas e Sam.

Eu só consigo balançar a cabeça em afirmação.

"Você não vai mesmo me dizer sim nenhuma vez?" - Blaine ri, e nos levantamos juntos.

"Sim, com certeza, sim!" - Nossos lábios se tocam rapidamente, e nos abraçamos. Toda a sala aplaude e assobia.

"Viva o amor!" - Sam grita, jogando os braços pro alto.

"Viva!" - Sr. Schuester também comemora, e faz sinal para que voltemos aos nossos lugares - "Mas as emoções ainda não acabaram por hoje."

"Bom," - ele começa a falar, quando nos acalmamos. Blaine e eu permanecemos de mãos dadas, a aliança em meu dedo parece quente e aconchegante ao mesmo tempo - "Como vocês sabem, estamos a alguns meses do fim do ano. E para alguns de vocês, as nacionais serão a última chance de se apresentar com este grupo maravilhoso de amigos. Então comecem a ensaiar, porque as competições pro solo e pro dueto deste ano começam já na semana que vem!"

"Uhuul!" - Mike assobia, ao fundo.

"E como aparentemente eu sou muito louco, eu decidi assumir a vaga deixada pelo antigo clube de teatro." - O clube de teatro não conseguiu membros o suficiente este ano - "O que significa que nós vamos apresentar um musical no teatro aqui da escola."

Nós batemos palmas, e comemoramos. Será um desafio, mas hey, quanto mais música, melhor!

"E.. para o tema deste ano eu selecionei..."

"Grease, Grease, Grease..." - Sam começa a sussurrar, e Blaine se junta a ele em uníssono.

"Muito boa ideia, mas quem sabe no ano que vem. Para este ano, teremos um desafio ainda maior. Finn, pode rufar os tambores."

Finn obedece prontamente.

"O musical deste ano será... Spring Awakening!"

Rachel é a única a comemorar, com um gritinho empolgado.

"Que é sobre..." - Sam é o primeiro a perguntar, com cara de quem não faz a menor ideia de que musical é esse. Eu não o culpo, Spring Awakening não é exatamente o musical mais conhecido de todos.

"Nem queira saber." - É o que Mercedes diz.

"Senhor Schuester, o senhor não acha que este musical é... meio polêmico pra apresentar no ensino médio?" - Eu pergunto. Não sei se meu pai gostaria de me ver contracenando um musical sobre o despertar da sexualidade na adolescência.

"Somos artistas, um dos papéis da arte é ser incômoda. Este musical é perfeito!" - ai está Rachel, em seu total modo broadway. É meio óbvio pra mim que o Sr. Schuester só escolheu este musical por ser o favorito dela, e porque ele quer fazê-la feliz. Admito que acho uma boa idéia.

"É claro que faremos algumas adaptações para deixar o musical com a classificação... mais apropriada para a idade de vocês... Mas os temas são muito interessantes, e as músicas são ótimas."

"Claro que são! Eu posso ajudar a ensaiar todos vocês!" - Rachel se levanta, empolgadíssima.

"Exato!" - Sr. Schuester puxa Rachel para um abraço. - "Vou precisar de toda a ajuda possível com este pouco tempo que temos. E como teremos audições abertas à toda a escola, vocês precisarão desenvolver seus colegas que não possuam treinamento musical.

Rachel para, e encara o Sr. Schuester.

"Audições para os papéis de apoio, certo?"

"Para todos os papéis, Rachel."

"Não, Sr. Schuester, eu SOU a Wendla, eu nasci pra interpretar este papel. É meu dever e direito como a líder deste grupo."

"Achei que a líder ainda era eu." - Quinn provoca, do outro lado da sala.

"Líder substituta. É óbvio que eu vou assumir no ano que vem." - Rachel desata a falar - "Finn pode fazer o Melchior, nossas vozes são ótimas juntas."

"Rachel... teremos audições abertas para todos os papéis. É a política da escola, todos podem concorrer."

"Mas eu..."

"Já está decidido. As audições serão na semana que vem."

Rachel franze o rosto, e se senta com os braços cruzados.

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Pov Jesse

Entrar nessa sala depois de tanto tempo é estranho. Estranho, doloroso e reconfortante ao mesmo tempo. Observo a sala do balé e sou atingido pelas memórias de um Jesse diferente, cheio de esperança, feliz por compartilhar com os outros aquilo que amava. O clube de dança acabou depois que eu faltei à segunda aula sem dar nenhuma explicação, e por minha causa provavelmente nenhum outro aluno terá chances de comandar um clube daqui pra frente. Eu, como sempre, estragando tudo.

Eu nem deveria estar aqui. Mas como sou um inútil que não tem nenhuma atividade extracurricular depois das aulas, não tenho muito mais o que fazer.

Uma ideia me vem à mente. Quase como um ímpeto, uma vontade incontrolável, até. Ligo meu celular em uma das músicas favoritas de Rachel, e deixo os passos fluírem por mim.

Música: Spring Awakening - The Mirror Blue Night

Sinto a música por entre meus dedos, minhas pernas, meus músculos. Me movimento sozinho, e deixo que ela me guie. Danço até todos os problemas sumirem e até que eu consiga, com meus passos, materializar a minha dor. Os passos são rígidos e leves, ritmados e desconexos, tudo conectado e tudo perdido, exatamente como me sinto.

"Você é bom nisso." - ouço a voz de Kurt, e me assusto.

"Obrigado." - digo, me sentando no chão. Ele se senta ao meu lado.

"O amor é uma coisa dolorosamente engraçada, não é?".

"Acho que sim." - Digo, encarando meus pés.

Ficamos ambos em silêncio por alguns segundos.

"Você sabe que ela te ama, não sabe?" - Kurt me encara, e eu olho para ele.

"Sei. Eu a amo também. Mas tenho medo de machucá-la." - digo o que vem me corroendo por dentro. Como posso exigir amor de Rachel depois de tudo o que a fiz passar? Já é um milagre que ela não me odeie completamente. Eu não a mereço.

"Ela é forte. Mais forte do que você pensa." - Kurt diz, se levantando - "Aliás, nós vamos apresentar um musical, e ela está empolgadíssima em conseguir o papel principal." - Ele me estende sua mão, e me apoio nela pra me levantar. Deixo escapar um sorriso leve.

"É, isso é muito ela."

"Spring Awakening." - Kurt diz.

"O musical favorito dela." - Confirmo com a cabeça.

Kurt me dá um abraço. E eu me sinto tão quebrado, tão confuso, que simplesmente me entrego ao carinho.

"Baby..." - Blaine Anderson aparece na porta da sala de balé - "Desculpem. Tá na hora. Vamos?" - Blaine me olha carregando todo o peso do mundo no olhar, e eu sei que ele sabe. Sei que sabe porque eles dois são namorados agora, e Kurt é o melhor amigo de Rachel. Sei que sabe, porque ele me olha como se eu precisasse mesmo de um abraço.

Blaine se aproxima de mim.

"Cara... Eu não sei muito bem o que falar. Mas... não desiste não, tá? Vale a pena lutar por algumas coisas." - Ele pega a mão de Blaine, entrelaçando-a com a sua.

"As audições são daqui a alguns minutos. E são abertas ao público. Se quiser vir assistir." - Kurt me diz, e eu apenas nego com a cabeça. Não teria coragem de aparecer na frente de Rachel nesse estado e estragar todo o brilho dela. Quero que ganhe este papel, quero que ganhe e seja feliz. Sem mim.

Os dois saem da sala enquanto permaneço sozinho com minha dor.

Pov Rachel

É estranho e doloroso demais, isso que precisamos fazer. Seguir em frente sem olhar pra trás. Sou a primeira a chegar no auditório, e estou aqui, sentada no chão, segurando minhas músicas comigo.

Não importa o que eu faça, o quanto eu chore ou peça ao universo: meu bebê não vai voltar só porque eu quero isso. Respiro fundo enquanto me concentro e o imagino mais feliz do que nós, um anjinho sorridente brincando nas nuvens.

Uma pequena lágrima escorre dos meus olhos bem quando Sam Evans se joga em cima de mim, fazendo cócegas.

"Alegriiiiiiiaaaa, Rachel Beeeeerry!" - Ele diz, e eu começo a rir também. Kurt e Blaine estão chegando logo atrás, e Blaine se joga em cima de nós dois, em meio aos gritos de protesto de Kurt de que ambos vão me esmagar. Somos um grupo maravilhoso, é bom tê-los aqui comigo.

Mas vou destruir todos eles nesta competição.

—-

"É, eu meio que já esperava isso." - Senhor Schuester se rende, depois de esperarmos 30 minutos a mais do que o horário marcado para o início das seleções. Fora umas 2 pessoas da banda, não apareceu mais ninguém. É o final do ano, todos estão preocupados com o encerramento de seus respectivos clubes, isso sem contar as provas finais. Pros formandos então, nem pensar.

"É, vai ser o musical do Glee, então. Brad, George, bem vindos ao clube!" - Ele dá as boas-vindas aos membros da banda, Brad com seu violão, e George com a franja na cara, mal olhando para nós. Eles devem assumir algum lugar no coro, já que vamos usar uma trilha musical pré-gravada.

Passei o último fim de semana ajudando o Sr. Schuester a montar toda a estrutura da peça. Nós separamos a trilha de fundo, Kurt começou a trabalhar nos cenários, e Blaine é surpreendentemente habilidoso com as mãos. Spring Awakening é meu musical favorito, e vê-lo ganhando forma pelas mãos das pessoas que amo me deixa radiante. Estou feliz só de trazê-lo à vida. Mas a Wendla é minha, isso ninguém vai tirar de mim. Espero que Finn consiga o papel de Melchior, também.

Santana é a única que ousa concorrer explicitamente comigo pela protagonista, apesar de eu saber que Tina também quer esse papel. Uma vez que eu sei todas as falas, tio Will diz que não seria justo nos selecionar simplesmente passando o texto. Ele prefere que cada uma de nós apresente um número musical, e ele vai selecionar os papéis com base nisso.

Tudo isso é balela, eu sei. Ele só não pode ser muito óbvio nessa escolha, para não parecer nepotismo.

Depois que Tina termina de cantar "I Kissed a Girl", numa péssima escolha para uma seleção de musical, assumo o palco e entrego minhas partituras para Artie.

"Bem, uma vez que temos que passar por esta dita seleção" - Santana rola os olhos - , "apreciem o que eu preparei pra vocês de todo o coração. No final do número, me digam se eu fui brilhante, ou simplesmente perfeita."

Me sento na cadeira ao lado de Artie, nunca ficando de costas pro público. Nós ensaiamos uma vez, e antes que ele comece a dedilhar o piano, deixo que minha voz saia à capela.

Tem uma chama surgindo no meu coração

Está tomando conta de mim e me tirando da escuridão

Deixo a música fluir, e a sinto em minha garganta. Sinto-a em meus dedos, meus lábios, meus ouvidos.

Meu coração salta quando meus ouvidos escutam outra voz se juntar à minha,

Finalmente, eu posso te ver claramente

Vá em frente e revele meus defeitos, e eu vou expor todas as suas mentiras

Jesse. Meu Jesse.

Estou muda, e a voz não sai. Meus lábios estão abertos, mas não consigo vocalizar nenhum som. Ouço sua voz em meus ouvidos, e enquanto acho que estou louca e imaginando coisas, me viro para vê-lo ali, no topo da escada da platéia, a garganta projetando sua voz única como se ele fosse um profissional.

Veja como eu sairei com cada pedaço de você

Não subestime as coisas que farei

Tem uma chama surgindo no meu coração

Está tomando conta de mim e me tirando da escuridão

Jesse caminha até o palco e seus olhos nunca se desviam dos meus. Ele está cantando sozinho, e eu continuo parada no lugar, a cabeça girando e o coração batendo. Todos os olhos da sala se voltaram para ele, vejo de relance, sem nunca desviar meus olhos dos seus. Tão azuis quanto o oceano, eu vejo neles fúria, dor, tristeza e solidão. E um amor que é tão forte que me quebra em duas, me corta e me faz sangrar por dentro.

Jesse St. James.

Nesse momento, tenho raiva dele e tenho raiva de nós dois. Tenho raiva do calor que sinto crescendo entre minhas pernas, dos flashs que percorrem a minha mente, estar em seus braços, ser completamente sua, e cair o mais fundo que alguém pode cair. Geramos uma vida juntos, criamos um milagre, e o deixamos partir. Ele não estava comigo quando nosso milagre se foi, e eu o odeio por isso, o odeio por não ser mágico e não conseguir trazer nosso bebê de volta, o odeio por ter ido embora quando eu mandei que fosse. O odeio por ter me feito virar manteiga e ser sua, e ter passado os últimos meses sem me procurar. O odeio por não ter chutado a porta da minha casa, me tomado em seus braços e me feito sua outra vez, no chão da sala.

Eu o odeio tanto que o som sai guturalmente da minha garganta.

O odeio tanto que poderia despí-lo aqui mesmo.

Eu te odeio tanto, Jesse St. James. VOCÊ É MEU!

As cicatrizes do seu amor lembram-me de nós

Elas me deixam pensando que nós quase tivemos tudo

As cicatrizes do seu amor me deixam sem fôlego

Não consigo evitar pensar que

Nós poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração na palma da sua mão

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

E você brincou com ele, no ritmo da música

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Quando canto, meus dedos rangem e se apertam ao piano. Ele se aproxima de mim, me levanto, e cantamos juntos pelo palco. Quero socá-lo e quero que ele me faça gemer. Quero que ele me aperte nos braços e quero nunca mais vê-lo. Quero tudo com ele, tudo o que ele tiver a me oferecer, tudo o que ele é. Somos um, seremos pra sempre um, eu dei a ele tudo o que eu sou. Quero ser dele, quero ser dele agora, porque ele é meu!

Meu coração salta tanto no tempo que é impressionante que estejamos apenas na primeira estrofe. Artie nem sequer encostou no piano. Toda a deixa que ensaiei ao longo das semanas foi por água baixo e aqui está ele, roubando o meu brilho, me deixando tonta. Quero puní-lo de tantas formas agora, arrancar seus cabelos e rasgar suas roupas. Sinto raiva e sede e desejo dele ao mesmo tempo. Em tão poucos segundos, sinto todas as sensações do mundo.

Jogue a sua alma através de cada porta aberta

E conte suas bênçãos para encontrar o que procura

Transformo a minha mágoa em ouro precioso

Você irá me pagar de volta e colher o que plantou

Nós Poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração na palma da sua mão

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Mas você brincou com ele

Brincou com ele

Brincou com ele

Brincou com ele no ritmo da música

Quando a música acaba, não tenho mais nada a dizer.

"É bom te ver, Rachel." - Ele me diz, chorando e sorrindo ao mesmo tempo. É exatamente como me sinto.

"Jesse... o que você faz aqui?" - Deixo escapar a única coisa que posso.

É quando o som de aplausos e assobios cortam o auditório.

"Bem, parece que achamos o nosso Melchior, afinal de contas. - Sr. Schuester fala, e eu vejo o rosto de Jesse perder imediatamente a cor.