Prefácio.

Depositei a rosa branca, favorita de minha avó Marie em cima de seu caixão aberto e não contive as lágrimas. Ela estava tão linda... plena. Que não parecia que aquele momento doloroso era real, um pesadelo sem fim. A única pessoa que sempre me protegeu já não poderia estar ali ao meu lado.
E eu teria que caminhar agora sozinha.

Eu estava sozinha.
Senti os olhares surpresos e amedrontados a minha volta com meu retorno após longos anos sem pisar naquele lugar.
Afinal, antes de tudo isso uma história se iniciou e não foi um conto de fadas, eu era apenas uma menina de 16 anos que deixou os pais e sua casa para estudar fora. Era o que meus pais fizeram acreditar para que não fossem mal vistos para seus grandes sócios e afiliados. Um Swan sem controle de sua família seria mal visto e isso seria a morte para Charlie Swan e sua reputação impecável aos olhos de quem não o conhecia como eu.

O que pensariam sobre uma filha adolescente que engravidou de alguém que para eles não era ninguém e que não sabiam para onde tinha ido por longos seis anos?

Jamais a reputação de um Swan foi sujada. Eles sabiam bem como esconder debaixo do tapete os segredos da família. Como se ouvissem meus pensamentos, ao levantar meu olhar ainda secando as lagrimas de meu rosto os vi. Meu genitor tinha um olhar gélido, mas sabia que temia eu ali afinal eu poderia desmentir tudo que inventou esses anos todos para justificar meus motivos de ter ido embora.
Já minha mãe como sempre extremamente submissa tinha o olhar baixo porém ao olhar para mim pude ver por alguns segundos a dor e culpa que carregava.
Mas era tarde demais para ela sentir isso.

Afinal eles tiraram meu bebê de meus braços assim que nasceu.

Não permitindo nem mesmo que eu pudesse o amamentar uma única vez. Confrontei meu pai com o olhar e voltei meus óculos escuros para meu rosto, dando um último adeus para minha amada vovó antes de partir dali sem olhar para trás.
Porém não seria um adeus desta vez, eu voltei e dessa vez meus pais não iram me calar.
Eu lutarei por mim e pelo meu próprio destino, não vai ser eles que o controlará novamente.
Não irei permitir.