um jeito que nunca havia visto antes. Sua pele era branca como neve, criando contraste com os cabelos pretos, assim como um bando de corvos voando no céu clareado de uma manhã bem-vinda. Seus lábios, tão rosados quanto um pôr-do-sol, estavam comprimidos em plena dúvida enquanto observava cada um dos homens que havia naquele bar.

A jovem, intrigada, procurava com seu olhar apenas um aquele que ela havia visto antes uma vez. Quando seus olhos recaíram sobre o viajante, porém, um sorriso pleno em confiança e alegria tomou forma nos lábios avermelhados e os olhos vermelhos rubi cintilaram de certeza do que se passava por sua cabeça.

A jovem levantou-se ao cruzar seu olhar comigo, os olhos vermelhos se tornando, repentinamente, sobressaídos do resto de sua beleza exótica. Era, assim como eu, vampira. Uma vampira nova ouso chutar, pelo modo como olhava as pessoas a sua volta enquanto tentava arranjar espaço em minha direção, evitando o máximo de contato possível.
Quando chegou perante mim, sua pele cintilando palidamente à luz fraca de uma lamparina próxima, sorriu ainda mais abertamente e falou, sua voz de soprano alto divina ao tocar meus ouvidos em meio ao distúrbio sonoro a nossa volta.
— Você me deixou esperando por muito tempo! – Brincou, ela rindo um pouco.
— Me desculpe senhora. – Abaixei a cabeça em um pedido humilde de seu perdão, ainda enfeitiçado

Capitulo_3 O encontro ( Alice)

__JÁ ESTÁ PRONTA PARA PEDIR? – Falou a garçonete impaciente.
A garçonete era ruiva, com os cabelos até o ombro. Era baixinha, talvez até menor que eu impressionante. Sua aparência era engraçada, de algum modo, tinha muitas sardinhas e vestia roupas infantis.
Eu estava sentada num bar, e essa garçonete de cinco em cinco minutos vinha ver se eu mudei de idéia e iria querer pedir.

__ Hm... Água. – Pedi a primeira coisa que me veio na cabeça. Não precisava mais me preocupar com garçonetes e não fazia idéia do que pedir. Minha mente estava em outro lugar.
__. Algo mais? – Perguntou num tom rude.
Percebi que estava irritando ela. Não posso culpá-la. Estou sentada no mesmo lugar por quase três horas. Achei melhor pedir algo mais não que eu fosse comer, não seria nada útil ser expulsa daqui logo agora que ele estava prestes a chegar.
__. Sim, eu vou querer... Olhei para o homem da mesa ao lado e apontei

__O que aquele homem está comendo. – Não me importava o que era não faria diferença.
A garçonete olhou a mesa ao lado e assentiu indo buscar o que eu pedi. Foi rápido, logo vi a mulherzinha ruiva voltando com o mesmo prato do homem ao lado.
__. Me desculpe intrometer, mas... será que ele vem mesmo? – Havia censura em sua voz. Mas também havia pena.
Tentei ao máximo ser amigável, ela já estava me deixando impaciente com aquele humor.
__. Sim, eu tenho certeza. Com certeza ele vem, nunca duvide de mim.
A garçonete deu um meio sorriso e se retirou.
É claro que eu não precisava ficar nesse pequeno bar por tanto tempo. Sabia exatamente quando ele iria chegar. Mas estava tão ansiosa. Será com ele que passarei meu futuro? Será que eu errei? Será por ele que eu irei, pela primeira vez, me... Apaixonar?
São perguntas que eu não só sabia as respostas, mas tinha visto elas. E eu nunca estive errada, não desse jeito. Está bem determinado, daqui a sete minutos a razão de tudo iria chegar. E, sabendo disso, como poderia ficar em qualquer outro lugar? Sabendo que todo o meu futuro irá passar por aquela porta daqui a poucos minutos? Ah... eu nunca me senti tão confusa assim.
E se eu não gostar dele? E se ele não gostar de mim?
Eu tinha visto tudo, ele vai gostar de mim – mas por que eu me sentia tão preocupada?
Continuei com os meus pensamentos, e o tempo foi passando. Até que olhei o relógio: estava na hora. Olhei através do vidro da janela e o vi – vi com os meus próprios olhos – andando rapidamente até a porta. Rápido demais.
Ele entrou, ah, ele entrou! Eu senti uma felicidade e um alívio enorme ao vê-lo. Tive que me controlar para não sair correndo e abraçá-lo. O que é isso, Alice? Controle-se.
Ele andou até o balcão e fez uma pergunta para um garçom. Não me preocupei em ouvi-la. Já sabia que ele estava procurando seus amigos, e sabia que eles não estavam lá. Estava entorpecida demais olhando ele.
Ele era alto – muito alto comparado a mim -, era magro, mas musculoso. Tinha cabelo cor de mel. É claro que sua pele era extremamente branca, como a minha, isso era inevitável. Seus olhos estavam escuros, estava com sede. E seu rosto, que estava meio angustiado, era lindo.
Nunca fiquei tão encantada com um rosto. Já tinha visto muitos rostos perfeitos, mas nada se compara com aquele rosto. Tinha algo mais, era diferente, era especial.
Talvez eu tirasse essas conclusões porque eu já sabia do nosso futuro, mas duvido muito. Eu realmente me encantei com aquele rosto.
Logo ele iria embora, ao perceber que seus amigos não viriam. Eu precisava agir, precisava falar com ele. É claro que ele não viria até mim.
Fiquei de pé e fui o mais rápido possível nos meus passos humanos ao lado dele. Ele era muito mais bonito de perto. Não conseguia parar de sorrir.
__você me deixou esperando por muito tempo. Disse com um sorriso zombeteiro no rosto

__desculpe senhora. Ele disse

__Olá, Jasper. – Soltei sem pensar.
Jasper olhou para baixo, com os olhos confusos me analisando. Ops esquece completamente que ele não me conhecia, e que ele não sabia que eu sabia o seu nome. Precisava me controlar, não queria que ele me achasse uma maluca.

__ ah, me desculpe. Disse ainda sorrindo

__meu nome é Alice.
__Olá, Alice. – Ele sorriu para mim, cauteloso.

__. Posso perguntar como sabe meu nome?
__ É uma longa história. – Meu sorriso não desaparecia, era involuntário. Seus profundos e enigmáticos olhos e seu sorriso magnífico me deslumbravam.

__Gostaria de ouvir?
__ Claro, por que não? Aceitou ainda cauteloso.

__ Quer sentar?
__Acho melhor.
Fomos nos sentar-se à mesa mais isolada do bar, sentamos um na frente do outro. Ele balançou as mãos para que eu prosseguisse.
__Eu não sei como começar, vai parecer loucura. Admiti.
__Já vi bastantes coisas loucas. Sorriu novamente para mim, agora não cauteloso, meio malicioso. Lembrando-se de algo do passado?
__Hm... Pensei. Como falar sem parecer uma doida e arruinar nosso futuro?

__ Ok, é óbvio que você deve saber o que eu sou.
Ele assentiu.
__Eu, como alguns outros vampiros, tenho certo... Dom. Você sabe sobre esses dons, não sabe? Não gostaria de explicar tudo para ele.
__ É claro, eu tenho também. Mas não é grande coisa, continue.
Quase morri de curiosidade. Ele tem dons? Que dons? São tantas perguntas, nunca tive tantas dês Da... Transformação. Mas obedeci.
__ Bom, eu meio que... vejo o futuro... algo assim. – Falei rapidamente E vi você nele.
__ Eu? Os olhos deles se arregalaram.

__Não é todo o dia que alguma pessoa estranha diz que viu seu futuro.

__O que você viu? Ele ajeitou suas feições, mas ainda estava cauteloso.
Dei um sorriso torto.
__Bastante coisa.
Expliquei todas minhas visões que tive com ele, mas editei um pouco, não achei bom contar que íamos ficar juntos. Expliquei que vi nós dois indo morar na casa de um homem chamado Carlisle Cullen e de sua família. Expliquei que eles eram diferentes, que não caçavam pessoas, e isso o deixou curioso.
__ Eles não caçam pessoas? ele franziu o cenho

__ Não sei se seria capaz disso. admitiu, olhando para o chão, envergonhado.
__ Não se preocupe com isso – era estranho como eu sentia que já o conhecia por muito tempo

__ Superaremos isso juntos.
Ele olhou para mim com os olhos brilhando. A cor rubi quase não aparecia mais. Ele estava confuso, percebi isso, mas havia outras emoções que eu não conseguia identificar. Nunca ninguém me olhou desse jeito, era uma sensação tão boa.
__Mas você tem que decidir. O futuro não esta escrito em nenhum lugar. Infelizmente. Queria que esse futuro estivesse escrito, e que ninguém pudesse apagar. Mas eu precisava dar escolhas para ele.

__ Se você não quiser ir tudo bem, eu irei sozinha. Sim, eu iria sozinha, mas eu quero ir com ele.
Ele pensou por um longo momento. Os olhos nos meus o tempo inteiro.
__ Mas onde eu me encaixo nisso tudo?
__Como? – falei confusa. O que ele quis dizer?
__Bom... Por que eu? Por que você me viu? Onde eu me encaixo nisso tudo?
Ah, entendi o que ele quis dizer. E era essa parte que eu não sabia explicar. Eu acho que não queria explicar, queria que acontecesse naturalmente. Que ele me amasse ou não naturalmente. Não queria que ele pensasse que me ama porque eu disse que ele irá me amar. Como eu iria explicar?
“Hm... você se apaixonará por mim e eu por você. Iremos nos casar, e viver juntos para sempre!”
Com certeza isso não daria certo. Mas tinha algum jeito de falar sem assustá-lo?
Ele continuou a olhar no fundo dos meus olhos, esperando.
__Alice? Ele falou meu nome tão amavelmente que eu quase falei. Quase.
__Eu não quero te assustar eu iria parecer àquelas ciganas idiotas que ninguém acredita.
__ Eu acho que nada mais pode me assustar.

ele sorriu calorosamente e depois pegou minha mão. Seu toque, inesperadamente, estava quente sobre minha pele. Fiquei olhando para nossas mãos, imaginando ele aceitando vir comigo e ter essa poderosa sensação de seu toque por toda a eternidade. __Pode falar para mim.
Olhei para cima, nos seus olhos. Fiquei olhando por algum tempo. Olhar nos seus olhos é ainda melhor do que sentir seu toque. Era mais profundo, era mais intenso. Era enigmático; caloroso, mas havia um pouco de frieza por algum motivo. Devia haver muita confusão na sua mente. Ele olhava para mim como se eu fosse uma velha amiga... ou algo mais. Me perguntei se ele sentia o mesmo que eu. Isso me deu coragem.
__ Isso vai soar estranho, mas...

hesitei. Eu não iria mentir, era melhor contar a verdade. Só excluindo o fato de que estaremos casados, seria muita pressão - __Na minha visão... Estávamos juntos.
Observei bem o seu rosto para avaliar sua reação. Ele ficou surpreso, é óbvio, mas não tão surpreso como pensei que ficaria o que achei estranho. Mas, além de surpreso, ele parecia... Feliz. Seus olhos estavam mais intensos do que nunca, e seu sorriso era gentil. Se existia alguma frieza no seu rosto magnífico agora não havia mais.
O que ele estava pensando? O que ele achou sobre seu futuro? Ele gostou? O que ele esta decidindo? Essa última pergunta eu poderia muito bem saber a resposta. Mas eu não conseguia me concentrar, não queria me concentrar. Estava feliz demais com esse novo sentimento, como as pessoas humanas normais. Estava feliz demais me perguntando essas coisas. É frustrante. Mas é assim que isso deve ser não é?
__ É isso que você quer? perguntou ele, quebrando o silêncio, muito calmamente.

__ É isso que você quer para o seu futuro? Você me quer por perto?
Se eu te quero? Sim.
Sim. Era isso que eu queria dizer e é isso que eu vou dizer. Mas achei melhor esperar, para ele não ter dúvidas.
Enquanto isso me concentrei para não ver e não pensar no que poderá acontecer quando eu disser que sim.
Depois de alguns segundos, falei com firmeza. Tinha certeza de minha decisão.
__ Sim, eu quero.
Seu rosto se iluminou. Ele apertou minha mão mais forte e eu apertei a sua também. Ficou olhando nos meus olhos para ver se havia alguma dúvida dentro de mim. Mas eu sabia que ele tinha ouvido a firmeza na minha voz. Eu sabia que de certa forma ele me entendia. Entendia o que eu estava sentindo. Eu estava começando a desconfiar que fizesse parte de seu dom. Era tolo, mas eu não acho que faria diferença se seu dom não fosse esse que eu estava pensando. Eu sentia como se conhecesse ele há muito tempo. E se você conhece uma pessoa tão bem, essa pessoa também deve te conhecer, não é?
Mas nada disso importava agora, eu sabia qual seria sua decisão. Mas eu queria o ouvir ele falando. Eu não sabia se ele tinha dúvidas de sua escolha. Eu não tinha dúvidas da minha. Eu sabia o que queria quando o vi pela primeira vez. Eu o queria.
__ Então eu vou com você.