Algumas Histórias Pendendes

Por traz de um boné e através dos óculos


Por traz de um boné vermelho e através dos óculos escuros

Faz uma semana que Nico está trancado no quarto
Faz uma semana que eu não durmo

Faz uma semana que todos se preocupam com ele

...
Faz uma semana que Lizzie terminou com ele

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Estava pensando em tudo isso, quando Ukibi entrou no meu quarto com a pior cara possível para a situação: Uma cara seria e firme... Como a que vejo em todos os adultos que combatemos, isso só pode querem dizer que o assunto será muito serio, mas que droga!

–Abigail, já se passou 1 semana e você é a única que consegue se aproximar dele- ela tinha razão, mas eu jurei a mim mesma não interferir nessa situação, era perigoso e doloroso de mais.

–Ukibi, quando você ira entender que não é da minha conta, além disso, é melhor ele enfrentar isso sozinho, Nico não é do tipo que gosta de piedade ou ajuda- não sei por que estava me explicando, mas talvez ela entendesse e me deixasse em paz com essa confusão.

–Eu só queria ver dois amigos meus felizes juntos, inclusive você que sempre ajudou a todos com esse tipo de problemas!

–Teria sido melhor eu e ele termos feito como vocês: não nos deixando envolver em sentimentos e coisas de adultos. Se estamos sofrendo foi por tentarmos agir como adolescentes apaixonados. Não temos idade para isso!- praticamente gritei a ultima parte e me virei para a parede com raiva, querendo logo por um fim a essa discussão.

–Mesmo não parecendo, nos não ignoramos totalmente esse assunto- ela então desviou o rosto vermelha- Lembra-se daquela confusão com o raio do envelhecimento?

–Não me lembro de tudo porque fui transformada, mas o que tem a ver?- perguntei meio curiosa, mas também tentando mudar de assunto.

–Quando fui transformada em uma velha, fui perdendo a consciência aos poucos, mas lembro-me perfeitamente: depois de ser atingida, virei para o Mauricio, que estava muito assustado e pedi para que ele me beija-se... - ela parou de contar enquanto eu tentava disfarçar a minha cara de surpresa- Eu sei que foi o pior momento possível, mas naquela confusão toda eu pensei em como seria bom que eu acabase ali próxima dele me declarando... - Ukibi fechou os olhos como que para criar coragem para continuar contando- Ele de inicio se assustou, gritando frases sem sentido, até que foi se calando aos poucos, então no escuro ele agarrou as mangas do meu casaco, sussurrou sim e me beijou*. Depois eu o transformei em um velho e não me lembro ao certo o que aconteceu.- finalmente ela sorrio terminado a historia e voltou a me encarar seria.

–Ok, talvez você e o baixinho tenham tido um lance mais serio, mas isso não muda o fato que ocorreu 3 anos atrás**, Nico Uno não sente nada por mim, ele deixou isso bem claro, por que eu deveria me arrastar até ele implorando para servir de consolo?!- percebi que talvez tenha pegado pesado depois de perceber a cara dela.

–Abigail Oliveira... Não acredito que pensa isso do Nico! Ele realmente te feriu tanto assim?!- ela me encarou preocupada.

–... Não mas se ele não precisa especificamente de mim para resolver isso, ele pode acabar entendendo errado. – corei com o pensamento.

–Pois me parece que você esta mais do que pronta para fazê-lo entender suas verdadeiras intensões. - eu a encarei confusa, ela então segurou minhas mão e me encarou sonhadora. – Afinal o aniversario do Nico é depois de amanhã, vocês dois terão 11 anos, não serão mais tão crianças assim. - por fim ela parecia satisfeita com a conversa e foi embora.

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Depois de tudo que Ukibi disse, meu coração disparou e começou a doer, será que mesmo depois de ser rejeitada há três anos a traz eu ainda me deixo levar tanto por ele? Mesmo depois de ele ter arrumado uma namorada?! Eu devia mesmo ter mudado de equipe, devia mesmo ter ficado longe, nunca poderemos ser apenas amigos. Uma vontade de chorar me inundou de repente, mas teria de segurar, pois já estava na hora de levar comida para ele. Fui até à geladeira, preparei uma bandeja reforçada e segui até o quarto de Nico, respirei fundo e bati na porta.

–Nº 1, trouce o teu lanche... – minha voz foi morrendo em quanto meu coração voltava a acelerar. Já estava quase enfartando quando ele abriu a porta.

–Obrigado Abigail... eu já estava com fome...- ele me encarou cabisbaixo e com vergonha de seu estado.- Como esta o quartel? Todos estão te obedecendo?- Ha! Chega a ser uma piada de mau gosto ele pensar que todos estão normais e indiferentes ao que ele esta passando, até quando ele ficará assim?! Eu estava tentando esconder meus olhares por traz do boné.

–Não se preocupe, todos estão cooperando... – essa conversa já estava me incomodando muito, só não queria mais ser a única a vê-lo nesse estado.

–Você é a única pessoa com quem posso falar agora. Ele me encarou por entre os óculos e sorrio levemente. - Que bom você me entende. - logo após esse comentário ele fechou a porta... Ainda bem, porque naquele instante não pude mais conter as lagrimas.

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Passei não só o resto daquele dia como também o dia seguinte, trancada em meu quarto... Assim como o Nico, que ironia! Pedi para a Nª 3 deixar as refeições na porta dele e somente bater nela para avisa-lo, o resto das obrigações da turma seria uma simples missão para ré estocar os doces, uma mera distração para evitar perguntas.
No meu quarto somente o escuro e uma musica deprimente prevaleceram por um bom tempo após todos saírem. Até que ouvi batidas na porta “Como pode? Pensei que eles demorariam 1 hora até se decidirem sobre quais doces trazerem e pelo menos meia hora comendo metade até chegarem aqui!”. Abri a porta com mau humor já esperando o interrogatório da Nª 3, porem, quem veio até mim quase fez com que eu caísse no chão de surpresa.

–Nico...?!

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Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.