Akame ga Kill! – Jogos Mortais
Capítulo 1 – A volta dos que não foram
Depois de um dia de lutas e mortes, Akame já estava cansada. Aproveitou que a floresta tinha árvores bem altas e dormiu na copa de uma delas. Quando acordou, estava numa cama bem acolchoada e com lençóis novos. Além disso, as manchas que o veneno de Murasame haviam deixado em seu corpo haviam sumido e havia uma marca vermelha, parecida com uma pena, em seu braço direito, aparecendo mesmo pela proteção do braço.
Procurou pela espada e essa estava do lado da cama, em sua bainha. Ela olhou para os dois lados, analisando o local. O quarto era pequeno e só tinha a cama e uma porta logo na frente. Akame se levantou e foi até ela, na qual havia um bilhete dizendo:
“Akame,
Eu te trouxe aqui para fazer alguns desafios com você. Se sair pela porta, ela fechará e nunca mais abrirá, mas se ficar ai dentro morrerá de fome. Escolha: desafios ou morte.
Assinado, O Chefe dos Jogos.
P.S: Desculpe-me por tê-la capturado enquanto dormia, mas seria impossível fazer isso quando estava acordada.”
Sem pensar duas vezes, Akame abriu a porta e saiu. O lugar era um salão de pedra totalmente iluminado por tochas e com uma enorme tela presa no teto. Na parede de onde Akame saiu havia ainda outras três portas, sendo sua porta era a primeira das quatro.
O lugar era estranho, mas mais estranho foi quem saiu daquelas portas.
– Irmã? – Kurome saiu da segunda porta e não entendia aquilo, nem Akame. – Eu me lembro de ter morrido, mas...
– Kurome? – Wave saiu da terceira porta e foi até a garota, olhando para eu rosto e sem entender como aquilo era possível. – O que está acontecendo?
– Pessoal? – Tatsumi saiu da última porta e encontrou com eles. Todos estavam armados de suas Fardas e com as marcas de penas nos braços, também aparecendo por baixo das roupas e proteções. – O que tá acontecendo aqui?
Assim que todos se encontraram, as portas dos quartos se fecharam e a enorme tela acendeu. Um rapaz de cabelos brancos usando uma máscara apareceu na tela.
– Jogadores, vocês foram selecionados por suas enormes habilidades para participar de um grande jogo de sobrevivência no qual terão que trabalhar em equipe para passar.
– Tudo certo até ai. – Tatsumi apontou sua espada para a tela. – Mas como estamos vivos?
– Isso é história para outro dia. – respondeu o mascarado. – Agora vocês devem passar pelo primeiro teste. Se olharem para o final desse salão, há lá uma enorme pedra que impede a passagem de vocês. – os quatro olharam e viram a pedra. – Para continuar, devem passar por ela. E só avisando, depois dela existem alguns monstros esperando.
A tela apagou e os quatro ficaram lá.
– Vamos fazer o que ele disse? – perguntou Wave. – É bem suspeito isso tudo estar acontecendo dessa forma.
– Mas o mais importante. – Akame permanecia calma. – Kurome, porque você ainda não me atacou?
– Boa pergunta. – Kurome olhou para sua espada, mas sem intenção de pega-la. – Acho que foi algo que aquele cara fez que me impede de te atacar.
– Tá certo. – Tatsumi olhou em volta e para a grande pedra. – Acho que teremos que passar por aquela pedra para saber.
Os quatro concordaram. Foram em direção à pedra e analisaram, buscando uma brecha ou ponto fraco. Depois de encontrarem, Tatsumi e Wave trataram de pegar suas armas e passar pela pedra.
– Incursio!
– Grand Chariot!
Eles utilizaram suas lanças e começaram a quebrar a pedra. No terceiro ataque, a parede quebrou e eles se depararam com os “monstros”: uma piscina, banheiros, uma churrasqueira cheia de carne e mais uma tela enorme. Atrás daquilo tudo havia um portão de metal.
Os quatro olharam aquilo sem entender.
– Vocês passaram no primeiro teste. – o rapaz apareceu na tela e dava gargalhadas. – Vocês realmente acreditaram que havia monstros ai? Aí eu não coloquei, até porque seria sacanagem vocês terem de lutar com fome e logo depois de acordar.
– Então isso é para nós? – Kurome apontou para a churrasqueira.
– Já que vocês não comeram nada ainda, preparei isso pra matarem a fome. Vocês só irão para o próximo teste mais tarde e poderão aproveitar a piscina. Minha assistente fez as medições de vocês duas e deixou alguns biquínis para vocês do lado da piscina.
– Pervertido. – as duas irmãs falaram em uníssono.
– Eu? Eu nem estava lá quando ela escolheu o vermelho para a Akame e o preto para a Kurome.
Tatsumi e Wave se entreolharam, depois suspiraram.
– E pra que isso tudo? – Tatsumi perguntou. – Como estamos vivos?
– Eu já não disse? Vai ficar para outro dia.
A tela apagou, deixando os quatro lá.
– O que fazemos agora? – Wave perguntou.
Akame e Kurome foram até a churrasqueira e pegaram os maiores pedaços de carne. Logo só havia sobrado dois bifes assando para os dois rapazes.
– Mana, vamos nadar um pouco? – Kurome pegou os biquínis e puxou a irmã para dentro do banheiro.
Wave e Tatsumi ficaram lá, tendo que dividir aqueles pedaços minúsculos de carne.
– Aquelas duas comem muito e não engordam nada. – Wave riu da situação. – Pelo menos deixaram algo para nós.
Tatsumi olhou ao lado da churrasqueira, onde havia uma caixa. Ele abriu, achando muito mais carne.
– É melhor elas não saberem disso agora. – e tampou novamente. – Depois nós preparamos mais.
As duas meninas saíram do banheiro e pularam na piscina, brincando e sorrindo.
– Isso parece até um sonho. – comentou Tatsumi.
– É mesmo. – Wave pensava a mesma coisa.
Eles ficaram lá, brincando e comendo. Até os dois rapazes pularam na água e brincaram com as garotas. Foi uma manhã bem animada.
Depois de algumas horas, a tela novamente acendeu e o rapaz novamente apareceu.
– Como vão, meus jogadores? – perguntou. – Estou aqui para avisar que vocês terão que continuar agora. Depois daquele portão realmente há desafios e monstros. Preparem-se. A viagem vai ser complicada.
A tela apagou novamente e a porta fez um enorme barulho. A tranca estava solta, só precisavam empurrar.
Os quatro trocaram de roupa, pegaram suas fardas e se prepararam. Quando empurraram a porta, haviam dragões, aranhas gigantes, slimes e vários outros tipos de monstros num grande espaço.
– Pelo menos poderei conseguir mais brinquedos para mim. – Kurome puxou sua Yatsufusa da bainha e se preparou.
– Espere. – Wave entrou na frente. – Não vou deixar nada acontecer com você novamente.
Ele e Tatsumi se encararam, puxaram suas espadas e ativaram suas armaduras. Depois, foram na frente, matando os monstros mais próximos.
– Vamos lá, Mana? – Kurome sorriu para Akame.
– Vamos.
E seguiram a frente, matando todos os monstros do local. Os que morriam viravam pó, então no final não havia cadáveres. Então, a voz do rapaz ecoou no lugar.
– Fim da primeira onda! Faltam sessenta e nove!
– Sessenta e nove?! – Tatsumi e Wave gritaram.
Na segunda onda, as paredes abriram rapidamente e armaduras preenchidas com espíritos de grandes guerreiros atacaram. Havia mais de cem daquelas coisas, todas armadas de lanças bem afiadas e que só morriam quando todas as partes da armadura eram quebradas. Se sobrasse somente apenas uma mão, essa pegava a lança e perseguia a eles novamente.
Akame e Kurome quase não podiam fazer nada, já que as armaduras eram extremamente resistentes e suas espadas não causavam nenhum dano. Tiveram que deixar o trabalho para Tatsumi e Wave.
Os dois rapazes lutavam numa sincronia enorme, destruindo todas as armaduras possíveis, enquanto as duas garotas evitavam os ataques das armaduras e bloqueavam com suas espadas.
– Essas coisas seriam brinquedos incríveis. Não quebram facilmente e conseguem fazer muita bagunça.
Kurome desviou de uma lança e lançou-a de volta ao guerreiro que a lançou, quebrando o peitoral dele. Akame estava ao seu lado, defendendo-se dos ataques inimigos.
– Eles deviam ser muito habilidosos quando vivos. – comentou Akame. – Suas almas ainda trazem seus estilos de luta e sua sede de sangue.
Wave quebrou a última armadura com um soco, fazendo parte dos cacos caírem no cabelo de Kurome.
– Deixa-me limpar isso aqui. – ele passou a mão sobre seus cabelos, tirando os cacos.
– Obrigado, Wave. – ela agradeceu e sorriu, fazendo-o corar dentro da armadura.
Novamente, a voz gritou.
– Fim da segunda onda! Preparem-se para a terceira!
Dessa vez, os inimigos eram seres humanoides, mas com três metros de altura e corpos que eram somente músculos sem pele revestidos de armaduras.
– Tatsumi, Wave, descansem um pouco. – Akame e Kurome se puseram a frente deles. – Deixem esses conosco.
As duas foram ao ataque, cortando pescoços e outros pontos vitais, acabando com a onda rapidamente.
Eles mantiveram esse sistema de trocas e apoio durante as ondas que se seguiram.
Depois de sessenta e nove ondas, a voz ecoou novamente.
– Última onda! Preparem-se para a batalha!
Os quatro, já cansados de tanto lutar, se prepararam novamente. Suas respirações estavam ofegantes e os dois rapazes não sabiam por quanto tempo segurariam as armaduras ativas.
A parede abriu novamente e dela saiu um enorme minotauro, totalmente revestido de metal. O ser olhou em volta, encontrou os inimigos e foi ao ataque em alta velocidade. Mesmo tão grande e pesado, corria muito rapidamente.
Durante a luta, Tatsumi e Wave ficaram na frente, cuidando da defesa e tentando penetrar aquela grossa armadura, enquanto Akame e Kurome procuravam por uma brecha. Tentaram cortar o pescoço e arrancar os membros, mas nada funcionou porque seus ataques não passavam pelo metal. Bater de frente não era uma opção viável.
O grande monstro atacava com socos, chifradas e atropelamentos. Tentava ao máximo bater para matar. Os quatro guerreiros cansados já quase não aguentavam aquilo quando o grande touro inventou de pisar no chão para causar tremores.
Os tremores derrubaram os quatro, fazendo-os vitimas fáceis. O minotauro se preparou e começou outro atropelamento. Wave e Tatsumi se levantaram correndo, se puseram a frente e protegeram as colegas.
O touro jogou os dois para a longe, quase desmaiando-os, e começou a perseguir as duas meninas. Elas correram para longe, desviando de socos e chifradas.
Wave se levantou correndo e ficou frente-a-frente com o grandão. Quando ele tentou chifra-lo, o rapaz rolou por baixo de suas pernas e acertou a junta do joelho do monstro, que gritou e caiu ajoelhado.
Ao perceberem essa falha nas juntas, os quatro começaram a atacar as das pernas e dos braços do monstro. Logo depois, ele estava caído no chão, imóvel.
Quando Wave e Tatsumi estavam prestes a destruir o minotauro na pancada, a voz gritou:
– Não! Não o matem!
Os dois pararam e olharam para o alto, onde uma tela se acendeu.
– Por favor. Tauren é a maior criação do meu pai. Ele tem uma mente totalmente independente e pensamentos, sendo praticamente uma pessoa. Ele é a única coisa que tenho para me lembrar do meu velho.
– Você nos coloca nesses “jogos” e agora pede misericórdia pelo seu bichinho de estimação? – Tatsumi, já sem a Incursio, cerrou os punhos e sorriu. – Era só não tê-lo colocado nos jogos.
O rapaz suspirou, aliviado.
– Eu era contra, mas ele pediu tanto para participar que tive que deixar. Coloquei-o contra vocês porque eu sabia que os outros não teriam tanta piedade...
– Os outros? – perguntou Kurome. – Que outros?
– Falei de mais... – o rapaz deu um tapa no próprio rosto. – Ali na frente tem banheiros, uma cozinha e um dormitório com pijamas para vocês quatro. Amanhã abrirei as portas para vocês continuarem e descobrirem por si mesmos. Até mais. – e desligou.
Eles foram até o local dito pelo rapaz. Lá, tomaram banho, puseram os pijamas e foram comer.
Todos sentaram à mesa, pegaram seus pratos e começaram a conversar.
– Esse cara tem algum problema? – Tatsumi olhou para o prato de Akame, três vezes mais cheio que o seu. – Reúne vários assassinos profissionais, mortos e vivos, e os coloca em um jogo maluco.
– Ele parece estar se divertindo com a nossa cara. – comentou Wave, mordendo a carne. – Isso tudo não passa de uma brincadeira para ele.
– Pelo menos ele nos trouxe de volta, né, Tatsumi? – Kurome olhou para o rapaz e sorriu. – Talvez ele tenha trazido a General também.
– Esdeath... – todo o corpo do rapaz tremeu ao pensar nela. Mas ao ouvir aquilo, sua esperança aumentou. – Se bem que ele pode ter trago...
– Talvez. – Akame foi ao forno, pegou e devorou uma gigantesca peça de carne. – Mas se trouxe a Kurome de volta, já sabemos o que podemos encarar novamente.
Os quatro assentiram, pois sabiam o que lhes esperava.
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