Akai ito_ Reader insert

My sweet and stupid prussian - Prússia X Reader


—Adeus._você abraçou o americano que fez um biquinho quando você o soltou.

—Vai voltar logo, não vai?

—Claro, Alfred!_afirmou, tombando a cabeça levemente para o lado._Acha que eu consigo viver sem vocês?

Alfred olhou por cima do ombro e encarou as outras figuras que estavam junto, Arthur apenas sorriu enquanto o italiano e o espanhol acenaram alegremente. Você estava partindo. Tinha seus motivos, e o principal era certo prussiano que a deixara de cabelos em pé desde o momento em que pisara naquele país.

Repreendendo-se mentalmente por se lembrar, você lançou um sorriso tristonho para os amigos.

Última chamada para o vôo 347, destino Los Angeles.

—É a minha deixa._você suspirou, fitando os amigos.

—Até logo!_gritaram quando você se afastou rumo ao portão de embarque.

Você deixou as suas malas na esteira e logo estava dentro do avião, o celular numa mão e a bolsa com os remédios para enjôo e dor de cabeça na outra. Sentando-se em sua poltrona, você fitou o assento vazio que ficaria ao lado do seu, sentindo seu próprio peito doer levemente.

“Ele estaria aqui comigo.”

Sacudindo a cabeça, espantando a ideia, você se sentou em seu lugar e encaixou os fones nos ouvidos, aumentando a música até que estivesse no último volume. Sua música favorita tocava, e cantarolando você a sentiu te reconfortar levemente.

Ele estaria ali com você.

Ele havia prometido.

E ele se esqueceu.

Mas você... não.

Tirando os fones de ouvido para escutar as turbinas começando a funcionar, você percebeu que o avião estava parado e não havia mais ninguém ali além de você.

A aeromoça passou, com seu carrinho cheio de lanches.

—Deseja alguma coisa, senhorita?

—Sim..._afirmou, pensativa._O que está acontecendo?

—Ah!_suspirou, olhando ao redor, como se só então notasse que o avião estava parado._Era isso!

—Isso o quê?

—Não vamos sair agora devido ao mau-tempo._afirmou.

—Por que eu estou aqui?

—Você entrou, não seria conveniente sair com o tempo do jeito que está.

WHAT?!?

—O conselho não está um tanto quanto errado?_indagou, a voz trêmula._Eu deveria estar lá fora, junto com o resto dos passageiros.

—Está chovendo muito, senhorita._a voz da aeromoça de sorriso falso soou sombria._A pedido do capitão, te manteremos aqui.

Seu corpo se arrepiou e a aeromoça te entregou uma garrafinha d’água e um pacote de salgadinhos antes de continuar seu caminho pelo não muito extenso corredor. Você pegou um casaco que achou perdido dentro da bolsa e o vestiu, sentindo seu coração apertar ao olhar pela janela e ver a chuva, as gotas escorrendo como lágrimas pelo vidro.

Maldita hora em que foi confiar no prussiano!

Você teria ido na econômica se não fosse por ele ter te impedido, falando que seria melhor para ambos irem juntos de primeira classe.

—Maldito._resmungou, deitando-se na poltrona.

Você desistira dele semanas atrás quando percebeu que não daria certo. Vocês discutiam demais, e aquele clima não faria bem a você, nem a ele, e nem a ninguém.

Ambos concordaram, ou pelo menos, você concordou por ele. Até porque Gilbert Beilschmdt havia deixado claro que ele não a deixaria ir, mesmo que isso ferisse aos dois.

—Ei!_um garoto surgiu no corredor._Você!

—Sim?

—Seu nome é (S/n)?_indagou, lendo algo semelhante ao verso de um envelope branco e liso.

—Sim, por quê?

—Me pediram para te entregar isto._estendeu o envelope._Poderia assinar isso?

Você assentiu e assinou uma folha perto de várias outras assinaturas.

—Ah! Aqui também._indicou um dos espaços logo abaixo da sua assinatura.

Depois de assinar tudo, o garoto sorriu e saiu do avião, você começou a avaliar o envelope, tentando adivinhar quem o teria enviado. Logo ele apareceu novamente dentro do avião, com algo semelhante á uma caixa não muito grande, nem muito pequena.

—Aqui está!_sorriu satisfeito, deixando a caixa em seu colo._Boa viagem, senhorita.

Franzindo o cenho você esperou que o garoto saísse do avião e abriu o envelope, logo reconhecendo a letra, sentindo os olhos encherem-se de lágrimas.

“Querida (S/n)

Sei onde está e o que pretende fazer. Sei que pretende fugir de mim, mas eu também sei que você ainda sente por mim o que eu sinto por você, eu sinto, quando eu te vi atravessando aquela porta, enlouqueci, todos tentaram me acalmar, mas só fiquei realmente bem quando me avisaram que estava no mesmo hotel que os seus amigos.

Nós erramos ao brigar daquele jeito, eu errei quando pensei que talvez te odiasse, e você errou quando decidiu por mim que não dava mais. Sabia que em momentos como esse a decisão deve ser dos dois? E sabia que quando você acolheu o meu: ‘precisamos conversar’ e ouviu quase tudo o que eu tinha para falar, você entendeu tudo errado? Eu quero continuar com você! É você que eu amo. Te conheço bem o suficiente para saber que está chorando, e sei que está escutando aquela música que adora. Nos conhecemos a tanto tempo!

Somos diferentes, mas é isso que nos torna perfeitos um para o outro, um completa o outro. Sei que estou meio que agindo de uma forma um tanto quanto estranha nesta carta, mas considere isso algo bom. Eu quero ficar com você. Eu te amo! E eu sei que ainda me ama.

Que tal abrir essa caixa e ver o que tem dentro antes que o avião acabe naufragado? Não gosto de te ver chorar, me machuca, principalmente quando eu sou o motivo.

Abra a caixa, tenho uma surpresa.

Carinhosamente,

Gilbert Beilschmdt”

Limpando as lágrimas com as costas da mão, você abriu a caixa, logo tendo um vislumbre de seu interior.

Porta retratos, bilhetes, cartas, presentes que vocês trocaram e várias outras coisas estavam lá. Você pegou o bichinho de pelúcia que estava ali, um dos seus favoritos, ganhara dele no natal junto a uma cesta cheia de chocolates e guloseimas que não durou muito mais que um dia, já que vocês discutiram e você decidiu descontar suas mágoas nos doces e em filmes dramáticos.

Lembrava-se de ter dormido abraçada ao bichinho de pelúcia, e de ter segurado-o fortemente contra o peito quando Gilbert anunciou que estava namorando com outra, lembrava-se de ter chorado e de quase ter o decapitado num ataque de raiva.

Sorrindo levemente você o colocou na poltrona ao lado, pegando um bilhetinho que trocaram quando ainda estavam no Ensino Fundamental, antes dele voltar para a Prússia. Viu também os codinomes que usavam para que a professora não os pegasse.

“Se eu crescer e aos 16 ainda não tiver encontrado uma alma gêmea você casa comigo?”_Princesa.

“Claro. E você vai me escutar resmungar todas as noites depois que já tivermos completado 70 anos.”_Cavalheiro.

“E nossos netos brincariam pela casa, deixando-nos loucos.”_Princesa.

“Eu não quero que morra antes de mim, esta vida sem você seria insuportável!”_Cavalheiro.

“Eu também não quero... Se eu vivesse para sempre, iria querer que estivesse comigo.”_Princesa.

“Sério?”_Cavalheiro

“Sério.”_Princesa.

“Te amo.”_Cavalheiro

“Também te amo, você é o meu melhor amigo!”_Princesa

Os soluços ecoaram pelo avião vazio, você soltou o bilhete e pegou o casaco que estava dobrado dentro da caixa. Era o casaco dele, o casaco que ele deixara para que você não o esquecesse.

Você o abraçou, sentindo a maciez e o cheiro dele impregnado no tecido grosso, macio e reconfortante.

Já estava pronta para ir para outra lembrança quando sentiu uma mão em seu ombro, desviando o olhar para a pessoa, você colocou a caixa na poltrona ao seu lado e se levantou, abraçando-o.

—(S/n)...

—Gilbert._apertou-o contra si, uma das mãos afagando os cabelos albinos.

Ambos ficaram abraçados por mais um tempo, até que você se afastou um pouco dele para poder ver seu rosto.

—Por que fez isso?

—Porque eu não podia te deixar ir sem antes saber o que eu sinto realmente.

—Seu idiota._resmungou, fungando._Por que não agiu como sempre age em situações assim? Por que não ignorou simplesmente? Por que não demonstrou que ia se curar rapidinho e voltar á ativa?

—Porque você não é como as outras coisas que perdi._acariciou-lhe a face._Você não é uma aposta, não é um jogo, não é apenas uma garota com a qual fiquei.

—Você...

—Eu prometi, lembra?

Você assentiu.

—De dedinho._ergueu o dedo indicador.

Rindo você juntou seu dedo mindinho ao dele.

—Nós prometemos.

Naquele momento você lembrou-se da lenda dos fios vermelhos, a lenda que sempre considerara ridícula por causa das almas gêmeas, você pensou que nunca encontraria a sua, que nunca se sentiria como se sentem as meninas apaixonadas, que nunca estaria numa montanha-russa emocional novamente, mas pelo que via estava enganada.

Por alguns segundos você os viu, nos dedos mindinhos dos dois, ligando-os, embolando-se nos pulsos. Você sorriu bobamente e logo os fios desapareceram.

—Foi você que pediu para aquela aeromoça me trancar aqui?

—Ela me devia uma e o próprio capitão que me disse o que eu devia fazer.

—Você? Seguindo conselhos de alguém?

—No amor vale tudo querida._piscou, pegando a caixa que você deixara na poltrona.

—Idiota.

Ele podia ser um idiota. Mas era o seu idiota.

O seu doce e idiota prussiano.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.