Ainda Em Meu Coração

Para alguém de Marley & Eu


Campinas, 6 de maio de 2016

Olá Marley,

Não é muito lógico escrever para um cão, mas teoricamente é para alguém que já morreu, então vamos lá.

Tive um cachorro como você, ele permaneceu comigo durante três maravilhosos anos da minha vida, não sei se ele está morto, mas a dor da falta que ele me faz é bem significativa.

O nome dele era Willow e, meu Deus, como ele era terrível!

Comia de tudo, de sapatos novos a gavetas velhas, comeu o banco da minha bicicleta e furou os dois pneus mordendo. Uma vez comprei aqueles ossos que demoram uns 3 dias para um cachorro normal comer, ele devorou em duas horas.

Toda vez que assisto ao seu filme, a parte em que você morre é a que mais mexe comigo. A gente acompanha a história vivendo cada momento, rindo das suas travessuras e chorando nas partes fofas e trágicas — como o final.

É incrível a capacidade dos cães de amar sem esperar algo em troca. Não que outros animais não tenham isso, mas os cachorros têm algo diferente. A expressão "melhor amigo do homem" é a melhor definição para vocês. A lealdade, sempre de prontidão para o que precisar, uma lambida, um latido, ou quando balança o rabo, coisas tão simples, que, porém, fazem a diferença. Isso me faz lembrar quando ficava mal e ia aonde Willow ficava, parecia que ele sabia o que estava se passando. Não tem muito como explicar, no entanto, me deixava muito bem.

Ainda tenho esperança de que ele volte, mesmo depois de seis meses, mas se encontrar com ele por aí no céu, vocês dois vão se dar bem e contar histórias engraçadas dos "humanos" de quem cuidavam — e não o contrário. Diga que eu o amo e agradeço a ele por tudo.

Saudades,

Charllot