Ainda Em Meu Coração

Para alguém de Marina


Campinas, 27 de abril de 2016

Querida Marina,

Venho através desta carta reivindicar a sua presença em meus dias. Espero que consiga compreender que há um imenso vazio em mim desde que esta presença se esvaiu das páginas do Zafón.

Certa vez, você disse que só nos lembramos daquilo que nunca aconteceu. Devo dizer que você não poderia ter sido mais eloquente ao proferir tais palavras. Então, é com o coração que escrevo a você, menina franzina, displicente, tão corajosa quanto um soldado no front e tão amada quanto um soldado voltando para sua terra natal. É para você que escrevo revelando meus sentimentos...

Como ousa, grande menina, chegar sorrateira, seduzir-me e me obrigar a segui-la em suas aventuras? Como ousa me fazer invejar o pobre Oscar, simplesmente por ele estar com você? Você, a garota aventureira e a mais corajosa que já conheci, com seu jeito espontâneo de ser e sua insaciável curiosidade. Você que tem a beleza de sua mãe, a benevolência e resignação de seu pai e, além de tudo, uma imensidão de vida que em nosso tempo cronológico pareceu-me pouco, mas não foi, pois foi o suficiente para eternizá-la em meus pensamentos.

Comecei esta carta reivindicando sua presença, e agora, chegada a parte derradeira de minha escrita, percebo a tolice de proferir tais palavras. Afinal, não se reivindica de volta o que não se perde. Perdoe-me o plágio, mas "o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele", então devo dizer a você que não importa quantos personagens passem por minha vida, você será para sempre a minha querida e adorável MARINA.

Atenciosamente,

Alex