Agathe
Servidão
Aprendi a permanecer de cabeça baixa, a direcionar o olhar a canto algum, a falar pouco e a chorar em silêncio. Aprendi a agradecer por ausências, apreciar a solidão, abraçar o escuro do sono e rezar, todas as noites, que a escuridão me consumisse.
Lembro, nesse solilóquio, as palavras de minha empregada. Sussurradas, enquanto olhava os hematomas de meu corpo.
"Isso é… errado".
Desviei o olhar.
Creio que havia morrido muito antes da morte se apresentar, mas, naquele momento, sonhei em viver. Resgatei em mim um tanto de coragem e te escrevi uma carta.
Agathe, meu amor. Perdoe-me por isso.
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