Agathe
Há vinte e três dias que eu morri
A Morte senta-se ao meu lado, no topo daquela colina.
“A lenda sobre Mertih é verdadeira?” pergunto.
“Nada é completamente mentira, nem absoluta verdade”. Olho-a. “Não há como voltar a viver, mas há como voltar ao vivos”, diz, de maneira aliterada.
“Como?”
“Quando chegar lá, saberás”, ela levantou-se. “Aviso-te: só se vive uma vez, só se morre uma vez”. Eu pisco. Ela esboça um sorriso triste. “Já entendeste a morte, não? Esquecimento. Chegará a hora que tu a esquecerás também”. As palavras atingem-me. “A morte é uma escolha, Tola, a existência um fardo. Vês? Esse é o meu castigo”.
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