II. Make you feel my love

II

Caitlin passou praticamente a noite em claro, a bebê chorava por estar faminta ou com frio ou com sono ou por simplesmente chorar. Mas quando a manhã chegou Caitlin se encontrava deitada ao lado dela na cama de sua mãe, Carla havia protestado para que ela dormisse na cama com a bebê e ela ficaria muito dormindo no sofá. Era pouco mais de sete da manhã quando Caitlin observou sua mãe se sentar no sofá, a bebê dormia em um sono profundo depois de mais uma mamadeira, a terceira da noite. Carla havia conseguido contatar uma amiga cuja a filha havia acabado de dar a luz e tinha leite de sobra, ainda haviam três mamadeiras na geladeira, mas Caitlin sabia que logo ela precisariam de mais.

Caitlin podia pedir a Iris um pouco do leite que ela produzia, mas seria bastante insensível de sua parte e um ato totalmente cruel. Por isso havia decidido não contar a ninguém o que estava acontecendo, Barry e Iris precisavam de um pouco mais de atenção devido a tudo o que havia acontecido com eles nos últimos dias. Iris parecia estar entrando em uma crise de depressão e Barry estava se preparando para o que se seguiria. Caitlin preferia manter aquilo para si, seu pequeno segredo.

"O quê vamos fazer com ela?" Caitlin indagou observando a mãe se aproximar.

"Podemos levá-la a uma delegacia e explicar o caso, eles vão chamar o conselho tutelar e explicar ela será mandada a um orfanato."

"Isso é horrível, ela não tem idade para ser exposta a isso. Ela pegou uma chuva forte, deve ir ao médico e tomar a medicação adequada, alguém precisa ficar ao lado dela, ela precisa que alguém cuide dela, ela precisa…"

"De você. Acho que ela precisa de você." Carla afirmou olhando para ela com aquele olhar de quem sabe tudo. Caitlin suspirou e olhou para a bebê.

"Não acho que eu seja a melhor escolha. Não tenho experiência e nem moradia fixa."

"Mas tem um bom coração e força de vontade. E é exatamente isso que ela precisa."

Caitlin olhou para a bebê dorminhoca e depois para sua mãe.

"Você acha mesmo que eu posso fazer isso. Que eu posso cuidar dela?"

"Não existe ninguém mais adequada para fazer isso do que você, minha querida."

"Mas vai ser um longo processo."

"Não se preocupe com isso, você voltará para Chicago com essa bebê." Carla afirmou e Caitlin a encarou um tanto preocupada. "Agora o mais importante, que tal escolher um nome? Eu estava pensando em Eleanor."

"Não, velho demais." Caitlin murmurou e viu Carla arquear as sobrancelhas em descrença. "Ótimo para vovó, péssimo para um bebê. Ela vai se chamar…" ela olhou para a bebê, cabelos escuros e bochechas coradas. Nunca havia passado por sua cabeça ter um filho, mas agora oportunidade estava à sua frente, dormindo tranquilamente em um quarto de hotel. Suspirou sorrindo e disse com firmeza. "Nia, seu nome é Nia."

Oito anos depois…

Ela tinha o cabelo escuro e volumoso com cachos que apontavam para todos os lados, corria pelo apartamento tentando desesperadamente encontrar o outro par de seu sapato.

"Nia, sua avó não vai esperar por muito tempo." Caitlin caminhou pelo apartamento até o quarto da sua filha. Nia estava deitada sobre o tapete puxando algo embaixo da cama. "Peixinho, o que está procurando?"

"Meu tênis, eu perdi um pé." Nia revelou e ergueu o pé calçado apenas por uma meia com desenhos de ovos fritos.

"Pegue outro, não temos tempo."

"Mas é o meu favorito." Nia insistiu ao se sentar no tapete, Caitlin riu algo observar o rosto vermelho e o cabelo bagunçando da filha.

"Apenas pegue outro ou irá se atrasar. E eu não posso me atrasar." Caitlin afirmou, então se aproximou e beijou a testa de Nia. "Agora ande rápido."

Ela saiu do quarto indo para o seu, começou a fechar as cortinas e desconectar os abajures das tomadas. Faria uma viagem de duas semanas para Central City enquanto Nia ia com Carla para Vancouver, fazia pelo menos três anos que ela não visitava seus amigos, depois de Chicago a ARGUS havia lhe mandado para New York e depois para Seattle, ela era uma peça importante para muitas das operações que eles tinham por toda a América.

Nia nunca havia ido para Central City ou se encontrado com qualquer habitante de lá, um ironia já que ela havia nascido lá. Era óbvio que todos sabiam quem ela era, Nia Snow, filha de Caitlin Snow, eles tinham fotos e vídeos, mandavam presentes no natal e aniversários, mas eles nunca haviam realmente a visto pessoalmente. Mas aquilo iria mudar já que Nia e Carla iriam para Central City dali há cinco dias, e finalmente, depois de oito anos, sua família teria o prazer de conhecer o maior presente de sua vida.

"Mamãe, onde está a srta. Iris?" Nia indagou entrando no quarto.

"Ela está na sala, peixinho." Caitlin disse e observou a filha correr apressada para fora do quarto. Pegando a mala, ela apagou as luzes e fechou a porta. Na sala Nia já a esperava com sua mala amarela canário cheia de adesivos coloridos de um lado e a coelha azul que ela alegremente chamava de srta. Iris. "Pronta?"

"Sim!" Nia saltitou até a porta e Caitlin apenas riu, pegou a bolsa e apagou todas as luzes do seu apartamento. As duas pegaram um táxi e seguiram até o aeroporto de Boston. Caitlin não precisou mais do que dois minutos para achar sua mãe, a cara emburrada de Carla demonstrava que elas estavam atrasadas, o que não era uma novidade, depois de Nia seu relógio interno que a impedia de se atrasar havia quebrado.

"Mamãe, espero que tenha uma boa viagem e por favor não dê doces demais para ela, mesmo que Nia implore." Caitlin disse olhando sério para Carla que apenas assentiu e beijou os cabelos de Nia. Caitlin curvou o corpo em direção a filha e a encarou nos olhos, o verde ainda estava lá, mas era apenas visível quando a luz mudava de posição, agora suas íris eram de um intenso caramelo. "Prometa que vai se comportar e não irá se aproveitar de sua avó, estamos entendidas, srta. Snow?"

"Doutora Snow." Nia a corrigiu e então a abraçou, Caitlin segurou a filha contra si sentindo todo o seu corpo vibrar em felicidade.

"Boa viagem, meu amor." Caitlin beijou a testa dela e então se afastou apenas para observar Nia e Carla seguirem para a área de embarque. Seu celular vibrou anunciando uma nova notificação, Caitlin o pegou e sorriu ao ler a mensagem de Barry. "Esperando ansiosamente com uma placa brega e festim para sujar o aeroporto."