Três meses depois

POV Uhura

– Oi amor – Spock disse assim que voltei do shopping e do médico (que eu fui por causa da Carol)

– Ufa, ainda bem que voltei, como foi o dia sem mim?

– Difícil, me acostumei a ver seu rosto 24 horas por dia.

– Então desacostume, porque eu só vim trocar de roupa, vou passar a noite com a Mia no hospital, são nove horas da noite, faz uma semana que Mia sofreu um acidente de moto e acabou de acordar de um coma, então eu vou ficar com ela, já que o noivo dela, que por acaso é o Jim, está muito ocupado, resolvendo assuntos da Frota Estelar, que você, senhor Spock, também deveria ter ido resolver, porque ainda está aqui?

– Estou pronto pra sair, só faltava você chegar, vamos sair juntos?

– Claro, só espera eu tomar um banho e trocar de roupa menino, estou uma pilha de nervos hoje, tenho que resolver problemas de muita gente.

– Um beijo meu aliviaria um pouco?

– Sim e muito – ele me pegou pela cintura, me sentou em seu colo, já que ele estava sentado no sofá e me deu um beijo lento e apaixonado, a maioria tem sido assim, não temos a necessidade de mais do que isso – agora, eu preciso mesmo tomar um banho, me espera.

– Tá – depois de ter tomado meu merecido banho, estava mais calma, coloquei um vestido e um casaco, porque estava frio, é inverno, e fui junto com Spock, ele me deixou no hospital onde Mia se encontrava – e meu beijo?

– Achou que eu ia esquecer?

– Só por precaução – demos mais um beijo leve, calmo, apaixonado.

– Tchau amor.

– Tchau – ele falou com uma voz meio triste.

– Deixe de frescura homem – eu disse assim que sai do carro e ele deu esse “tchau”, ele foi embora e eu entrei no hospital fui até o andar em que ela estava e rumei ao seu quarto, adivinhem quem eu encontrei, Carol Marcus – oi menina, eu tinha acabado de te ver.

– Eu sei, mas ela me chamou também.

– Então tá, como vai o bebê?

– Você sabe que ele está bem, foi comigo pra consulta a poucas horas.

– Eu sei, mas é mania.

– Meninas, oi.

– Você está horrível, nunca quis te ver desse jeito, num hospital, internada – eu disse assim que me sentei numa cadeira ao lado da cama de Mia, Carol sentou do outro lado.

– Eu sei, mas e aí, ganhou um bracelete pra combinar com o colar que você nunca mais tirou – ela respondeu.

– É, foi o Spock e sim, era pra combinar com o colar.

Olhem meu look:

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– Que fofo – Mia, disse meio cansada – alguma novidade?

– Jim e Spock foram resolver alguns problemas na Frota, fora isso nenhuma, só quem faz nossa vida funcionar é você – eu disse e ela se emocionou, e fingiu limpar uma lágrima.

– Obrigado, só que eu já sabia disso.

– Convencida – eu dei um tapinha de leve na perna dela, que falou um “ai” tão falso que nem ela acreditou.

– E, tem mais uma coisinha – Carol acrescentou.

– O quê? – Mia perguntou um pouco confusa.

– Quando soubemos do acidente, Jim estava muito ocupado e não conseguia sair de uma reunião na frota, eu e Carol viemos correndo, quando chegamos, tivemos uma surpresa.

– Qual? – ela diz mais confusa ainda.

– O médico disse que você e o bebê estavam bem.

– O quê? – ela diz perplexa.

– Você está grávida Mia.

– Como?

– Você está surda? – eu pergunto nem um pouco delicada.

– Não, mas é difícil acreditar.

– Como você acha que nós ficamos? E eu desconfio, que... – eu parei de falar.

– Uhura, conta.

– Eu acho que eu estou grávida.

– Não creio, sério? Que bom, tomara que sim.

– Ela tá com medo do resultado, então não fez o teste ainda – Carol disse e eu revirei os olhos.

– Porque? – Mia perguntou meio, é difícil dizer qual era a expressão dela.

– Porque pode ser tudo coisa da minha cabeça.

– Talvez não – Carol me cortou logo.

– Uhura, isso é sério, você vai fazer o teste – Mia disse ameaçadoramente.

– Tá, poderoso chefão, eu faço, mas amanhã.

– Ok, e....o Kirk sabe?

– Sobre você estar grávida? Somos doidas mas nem tanto, queremos que você conte.

– É claro, que bom que não contaram.

– Não tem de quê – Carol “Exibida” Marcus falou.

– Quando será que o Kirk vai poder vir aqui?

– Depois da reunião, que não vai demorar eu acho que daqui a algumas horas.

– Ah, quando ele sair, avisa ele, pra vir aqui.

– Ok, eu falo pro Spock e ele fala pro Kirk.

– Tá – eu liguei para o meu “querido” marido.

Ligação on

– Que é?

– Fale direito comigo, que eu sou sua esposa.

– Desculpa, é que acabei de chegar e já estava indo pra sala de reunião.

– Fala pro Kirk que a noiva dele está MANDANDO, grave bem essa palavra, ela está mandando ele vir imediatamente, assim que terminar a reunião, para o hospital, que ela quer falar come ele.

– Tá.

– Tchau.

– Espera, desculpa por....

Ligação off

Desliguei na cara dele, hoje não estou com a mínima paciência pra qualquer coisa e ele está testando o resto de paciência que eu ainda tenho.

– Poxa, já sei quem manda na casa.

– Com certeza não é o Spock – Carol já disse o mais óbvio.

– Com toda a certeza do mundo que não é ele – eu já afirmei – ele pode ser Vulcano, mas eu sou humana e de sangue quente ainda.

– Ele nunca vai ter o comando.

– A não ser que eu permita.

– Mulheres no poder, bate aqui – eu, Carol e Mia fizemos o cumprimento que só nós sabemos.

– Mas eu sei quando tu perde, quando todas as mulheres perdem.

– Quando? – eu perguntei por perguntar, acho que sei a resposta.

– De noite, entre quatro paredes.

– Isso pode ser verdade.

– Tá, sei – ela disse desconfiada.

– Então, como você planeja contar a ele?

– Ainda estou pensando, mas vai ser simples.

– Que bom, não vai ser muito complexo para o intelecto dele.

Todas rimos, conversamos por mais um tempinho e eu passei o resto da noite até o Kirk chegar.

– Tchau Mia, tchau Kirk, não façam esse hospital tremer – tirar sarro, uma das maravilhas da vida.

– Vai te.... – ele não terminou a frase porque eu virei já com uma cara que daria medo até no próprio medo – tchau Uhura, nós te amamos – haha.

– Não se esquece Mia, conta pra ele.

– Contar o quê? – eu já estava no final do corredor, quando cheguei na entrada do hospital, vi Spock me esperando encostado no carro.

– Amor – eu corri pra abraçar ele e quando o fiz, fui logo beijando os doces lábios dele, não tenho controle sobre as minhas emoções tá, ou tô grávida ou tô de TPM.

– Vamos?

– Mas é claro idiota, acha que eu aguento ficar aqui mais um minuto? – eu não disse?

– Porque você está me insultando?

– Por favor, podemos ir pra casa – eu disse calma e doce, ele estranhou e muito, mas fomos até a nossa casa, eu estava tão carente, fiquei abraçada a ele o resto da noite, até fui dormir abraçada a ele, como se ele fosse um ursinho de pelúcia.

– Você está estranha.

– Eu sei – eu comecei a chorar que nem um bebê, depois comecei a me sentir enjoada, me levantei mais rápido que uma bala e corri para o banheiro, vomitei tudo o que tinha comido hoje.

– Você está bem? – ele perguntou passando uma mão de leve nas minhas costas e a outra segurando maus cabelos.

– Não sei, talvez sim – eu continuei a chorar, só que sem motivo nenhum.

– Porque você está chorando?

– Eu não sei – disse com a voz embargada.

– Calma, tá tudo bem – ele disse abraçado a mim, detalhe: estávamos ajoelhados no chão do banheiro.

No outro dia, Spock saiu cedo e eu fiquei em casa, tem muitos problemas na Frota, não? Kirk também foi, então eu ia visitar a Mia, mas lembrei do que poderia estar acontecendo comigo, então fui até a farmácia e comprei um teste de gravidez, sim, ainda existem, voltei pra casa.

– Você consegue fazer isso, coragem – depois de dois minutos, eu olhei para o resultado, fiquei parada por um minuto, ouvi meu celular tocando, comecei a lagrimar, talvez de alegria, eu não sei identificar.

Ligação on

– Alô – eu falei com dificuldade não sei porque, como que disse, não tenho controle sobre a situação.

Uhura, tudo bem?

– Eu estou ótima, só não tenho controle das minhas emoções, Mia.

– Ok, fez o teste?

– Sim, e você, contou ao Kirk?

– Sim, o resultado do teste foi?

– Eu estou grávida – falei sem emoção, ou com muita emoção, eu não sei.

– Parabéns, amiga.

– Como o Kirk aceitou, sabe, ser pai?

– Ele achou maravilhoso, teria me levantado e girado no ar se pudesse.

– Que ótimo.

– E você, quando planeja contar?

– Não sei, quando ele chegar.

– Nyota, cheguei amor.

– Talvez depois.

– Mas conte logo, a Carol tá tão feliz, mas triste ao mesmo tempo, sabe, pelo McCoy, e vão me dar alta hoje.

– Que bom.

– Eu tenho que desligar, o médico chegou, tchau.

– Tchau.

Ligação off

Detalhe: eu estava trancada no banheiro, Spock começou a bater na porta.

– Nyota? Você está bem?

– Sim, eu tenho que te contar uma coisa – eu tomo fôlego e abro a porta, ele até já sentou na cama, vou andando devagar até ele – que bom que já sentou.

– O que tem para me contar? – eu continuo em pé e olho nos olhos dele, não consegui me manter assim por muito tempo, virei o rosto, depois olhei de novo.

– Eu estou grávida – ele caiu durinho na cama, ficou apagado por pelo menos 15 minutos, deu tempo até de tomar um café, eu estava na cozinha e ele desceu as escadas.

– É sério?

– Achou que eu ia brincar com uma coisa dessas? Até poderia, mas não, e é muito sério, eu estou mesmo grávida.

– Isso é maravilhoso – ele disse me pegando pela cintura e me girando no ar.

– Vou até a casa da Ashley, faz muito tempo que eu não vejo ela e provavelmente ela já deve saber, ela sabe sobre todo mundo.

– Até o que as próprias pessoas não sabem – ele me beijou rapidamente – tenho que sair com o Kirk.

– Fazer o quê? – fiz uma pose de mulher ciumenta – Você acabou de voltar.

– Assuntos da Frota.

– Daqui a pouco vou achar que vocês tão é tendo um caso – eu disse quando ele estava subindo as escadas de novo, como eu já estava pronta, peguei meu carro e fui rumando até a casa da Ashley, amiga nossa, irmã do McCoy assim como a Mia, é gente, ela é irmã de sangue dele, só que ele não admite e Ashley é um pouco mais velha que ela, dois anos mais nova que ele.

McCoy tem duas irmãs, Mia, que é cinco anos mais nova e Ashley, que como eu disse, é dois anos mais nova. Ele não fala, ou falava, com nenhuma das duas, e por isso muita gente não sabe sobre elas, o problema é que as duas trabalham na Frota, são das melhores em combate corpo a corpo, então vários passaram a saber delas.

E aqui estou eu, rumando para a casa dela, que fica numa floresta bem úmida, até que eu avisto duas pessoas andando na beira da estrada, um homem e uma mulher, ela está apoiada nele e com dificuldade para andar, parecem ter sofrido um acidente, eu olho direito e logo reconheço, quando chego perto, buzino, os dois se viram e me encaram.

– Não pode ser.

– Uhura?

– McCoy? – Meu Deus, é ele.