Adults!

Capítulo 23


Chapter 23:

David estava na sala do loft, chorando. Ele se sentia culpado, mal, se sentia péssimo pela filha. Ele sentia que podia ter feito algo e não fez.

Flashback on:

- Filha eu vou ali na barraquinha pegar refrigerante pra gente, pode ser? – perguntou David.

Eles estavam na praia fazendo um programa de pai e filha.

- Beleza pai! – respondeu Emma sorrindo abertamente.

Seu pai foi até a barraquinha, que estava um pouco longe dali, deixando a filha sozinha. Emma estava sentada na cadeira quando ouviu um homem assoviando para ela. Ela olhou pra ele e virou a cara. O homem não muito contente chegou perto dela, segurou no seu braço e falou:

- Vem.

- Me larga! – disse Emma firmemente.

- Ou você vem ou morre – disse ele tirando uma arma da cintura e colocando-a na lateral do corpo da loira.

Emma não disse nada, somente se levantou e seguiu o homem. Quando David voltou não viu ninguém. Nem sua filha, nem nada. Ele começou a berrar chamando-a, mas nada.

Flashback off.

- Me desculpe querida – murmurou David enquanto chorava.

De repente ele ouviu Mary Margaret sair do quarto da filha, então a chamou e quando ela chegou perto dele e viu que ele estava chorando ela disse:

- Meu amor... Calma... Não foi sua culpa, não foi culpa de ninguém.

- Mary... Eu poderia ter ficado lá com ela e...

Ela se ajoelhou no chão, ficando na altura dele que estava no sofá e disse:

- David, não foi sua culpa! Poderia ter acontecido com qualquer um, não é algo esperado isso. Não foi culpa de ninguém...

Ele abraçou a esposa e eles ficaram juntinhos assim por um bom tempo, até que ela se levantou e se sentou no colo dele. Ele a abraçou pela cintura e apoiou a cabeça no ombro dela.

- Te amo – sussurrou ele.

- Também te amo, meu amor – sussurrou Mary.

Quando eram cinco e meia eles ouviram a campainha tocar. Mary Margaret saiu do colo do marido e abriu a porta.

- Oi Regina – cumprimentou Mary.

- Olá Mary, olá David... A Emma está aqui? – perguntou a mulher sem rodeios.

- Ela está dormindo – respondeu Mary educadamente.

- Ahm... Ta... Quando ela acordar, vocês podem pedir pra ela me ligar?

- Claro! – respondeu David.

- Ta... Obrigada, tchau!

Regina foi embora e dez minutos depois Emma apareceu na sala.

- Oi querida... – disse Mary indo dar um beijo na testa da filha.

- A Regina estava aqui? – perguntou Emma.

- Ela pediu pra você ligar pra ela – disse o pai.

Emma assentiu e voltou para o quarto, lá ela pegou o celular e ligou para Regina.

Ligação on:

- Oi amor – disse Regina.

- Oi querida... Está tudo bem?

- Não! Estou preocupada contigo!

- Desculpe!

- Podemos nos ver hoje a noite?

- Sabe o que é? Eu to com uma dor de cabeça muito forte... Preciso repousar... – mentiu Emma.

- Mais um motivo pra eu ir aí!

- Não não querida... Meus pais já estão aqui, não se incomode...

- Certeza?

- Sim!

- Okay...

- Te amo.

- Te amo também.

Ligação off.

Regina desligou o celular e respirou fundo. Sim, ela estava evitando Regina. Não queria responder as perguntas da morena. Não estava pronta para falar sobre. Não sabia se um dia iria estar.

- Não vai poder evitá-la pra sempre – disse o pai, assustando Emma.

- Pai! Não sabia que estava aqui!

- É... Como você está?

- Bem.

- Quem você quer enganar?

Eles riram de leve e Emma disse por fim:

- Vou ficar bem.

- Deveria conversar com Regina. Ela te ama.

- Eu sei. Também a amo. Mas não estou pronta pra falar sobre aquilo com ela.

- Isso ainda dói muito?

- Considerável.

- O que acha de ir à um psicólogo? Pode te ajudar...

- Talvez eu vá! – respondeu Emma sorrindo.

Ele se aproximou da filha e a abraçou!

- Me desculpe – disse ele chorando.

- Não foi sua culpa pai... – falou Emma afagando as costas do pai.

XXX

Quando eram umas oito horas da noite, Emma estava vagando pelas ruas da cidade quando encontrou a namorada fazendo o mesmo.

- Regina/Emma – disseram juntas.

- Ta melhor? – perguntou Regina sarcástica.

- To sim! – respondeu Emma ignorando o sarcasmo da namorada.

- Qual vai ser a desculpa agora?

Emma ficou calada, observando a namorada, que estava realmente brava.

- Não confia em mim? – perguntou Regina – Vai me evitar até quando? Eu posso até ter cara de tonta, Emma! Mas não sou tonta não! Eu sei que aconteceu alguma coisa! Porém, aparentemente você não confia em mim pra falar! – explodiu.

- Desculpe – sussurrou Emma encolhendo os ombros. – Precisamos conversar.

Regina assentiu, então elas caminharam até o loft de Emma, lá elas foram no quarto da loira e Regina finalmente disse:

- Fala.

- Eu tinha vinte anos. Eu e meu pai estávamos na praia, ele disse que ia pegar refrigerante para nós na barraquinha. Eu disse que tudo bem, e fiquei esperando ele...

Emma contou tudo daquele dia. Quando terminou abaixou o rosto e ficou esperando a namorada falar algo. Mas a morena não falava nada. A loira suspirou fundo, e percebeu que tinha ficado aliviada ao contar para a namorada aquilo. Estava se sentindo melhor.

- Emma. – sussurrou Regina erguendo o rosto da loira.

- Fala, meu amor.

- Eu nem sei o que falar... Eu... Nossa... – sussurrou Regina.

- Tudo bem... Não precisa falar nada... Você queria uma resposta, e é muito justo você querê-la! Bom, só não é algo bobo...

- Eu nunca mais vou te chamar de bebê...

- Obrigada – respondeu Emma sorrindo.

Elas ficaram próximas, até que o rosto da loira encostou no da morena e elas se beijaram. Um beijo calmo, apaixonado, fofo até... Regina estava com as mãos na cintura da loira, e a mesma estava com a mão esquerda na cintura da morena e a mão direita no pescoço.

Toc. Toc. Toc.

As duas mulheres se separaram e riram. Emma se levantou e abriu a porta do quarto, ela encontrou seu pai emburrado.

- O que foi pai? – perguntou Emma sorrindo.

- A porta tem que ficar trinta centímetros aberta. Lembra? – perguntou ele.

- Achei que era somente pra quando eu era adolescente – comentou Emma com cara de “WTF?”.

- Não! – exclamou o mais velho.

- Tudo bem, pai. – riu Emma. – Pode nos dar licença? – perguntou Emma – Já vamos lá com vocês.

- Tudo bem. – concordou David deixando as duas sozinhas.

A loira olhou para Regina e elas caíram na risada. Emma voltou para a cama, se sentou, e fez beicinho.

- Onde estamos mesmo? – perguntou a loira.

- Acho que eu sei – respondeu Regina beijando a loira.

Depois de vários minutos namorando um pouquinho Regina deitou a cabeça no colo da loira e a mesma ficou fazendo carinho no cabelo da morena.

- Posso te contar uma coisa? – perguntou Regina mordendo o lábio inferior.

- Pode!

- Acho que ano que vem vou me candidatar para as eleições, o que acha?

- Vai ser difícil, já que aquele velho já está lá há séculos! Mas se você fizer uma boa campanha, e verdadeira, acho que você ganha! – respondeu Emma.

- A gente poderia morar juntas se eu ganhar... O que acha? – perguntou Regina com medo da resposta da loira, mas o que recebeu em resposta foi um enorme sorriso.

- Claro! Mesmo se você não ganhar a gente pode morar juntas mesmo assim!

- Sério? Você aceitou? – perguntou Regina nem acreditando.

- Eu te amo, minha linda! Claro que vou aceitar...

- A gente vai só juntar as coisas ou vamos fazer festa?

- Ah... Não sei... Acho melhor a gente juntar as coisas primeiro e depois fazer festa...

- É verdade!

- Olha só, nós duas planejando um futuro – comentou Emma rindo de leve.

- Pois é!