Adotada Pela Loucura

Capítulo 50- Apenas continue segurando.


Eu não faço nada histórico. Tentar parar uma guerra, tentar salvar o mundo, achar uma cura pra uma doença, nada. Apenas tento achar meu caminho de volta pra casa.

[...]

Depois do sorvete, de ver a Lena ficar sentada no muro olhando pro céu, e Jeff e Jane conversarem, me veio algo na cabeça.

Eu fui até a Lena e fiquei a encarando, para ela poder parar de admirar o tempo, e olhar pra mim.

Ela me olhou séria e assustada.

– O que ouve? Não gostou do sorvete?

– Não, não é isso... É que... Você ainda têm mãe, e pai, certo?

– S-sim? Por quê?

– Então, meus pais estão vivos?

Ela pulou do muro, e me olhou perturbada.

– Vamos Helena, quero uma resposta!

– Provavelmente...- Ela disse baixo.

Eu comecei a apertar o meu braço com força. Como isso era possível?

– Onde eu acho eles?

– Olha eu não sou adivinha porra.

– NÃO ME IMPORTA!- Eu peguei o braço dela e levei até Jane e Jeff. Eles me olharam assustados e eu tentei segurar a minha raiva.- Ela sabe onde estão meus pais.

– O QUE?!

– Como assim?!- Jane levantou do banco e olhou pra mim.

– Porquê você não contou pra gente?!- Jeff olhou pra Lena com raiva, e ela se soltou do meu braço.

– Pelo simples fato, de eu não querer mais ver a cara deles, e não saber onde diabos eles estão!

–... Você não sabe onde eles estão?- Eu disse e vi ela balançar a cabeça negativamente. Eu acabei voltando a apertar meu braço.

"Não posso matar ela, estaria basicamente me matando."

– Malennie.

– O que?- Respondi e Jane apontou pro meu braço, que estava sangrando, o acabei ferindo.

– Mas... onde você deixou eles?! ONDE ELES ESTÃO MERDA?!

– EU NÃO SEI.- Ela disse e suspirou.- Desdo maldito dia, que você, decidiu sair da cidade, eu não ficava mais em casa.

– Agora a culpa é minha?!

– É. Sempre foi! Eles só me culpavam de tudo. Eles não paravam de encher minha cabeça de coisas que eu não sou.- Lena tapou a cabeça com as duas mãos e apertou os olhos.

– A culpa é sua. Não cuidar do seus pais!- Jeff disse irritado.

– Olha quem fala, você matou os seus!

– POR QUE EU PRECISAVA!

– Ah, claro, e eu que sou a desnaturada.

– Ninguém te chamou de desnaturada, idiota!- Jeff gritou, e ele estava quase pulando em cima dela.

– DÁ PRA CALAREM A BOCA?!- Eu gritei e eles olharam pra mim.- Lena, eu quero que você diga, onde seus pais provavelmente estariam agora?

– Viajando.- Ela disse.

– Um país?- Eu disse. Ela precisava colaborar um pouco, ou eu nunca chegaria a lugar algum.

– Itália?- Ela respondeu.

– PERFEITO!

Jeff e Jane me olharam e Jeff se abaixou, pra ficar da minha altura.

– Seja lá onde seus pais estão, a gente não vai sair dos E.U.A- Ele disse colocando a mão no meu ombro. (N/a: Era pra ser U.S.A, mas tá em pt-br, então vai ficar assim mesmo.)

– A gente precisa.- Eu respondi.

– Annie, entende uma coisa, eu não vou ficar procurando seus pais. Sua vida já é boa!

– Eu preciso, pra saber pelo menos um motivo pra eles me deixarem!

– Agora ela vai dar uma de garota de novela, que começa a se dar bem na vida e vai atrás do passado. Típico.- Disse Jane. Eu olhei pra ela com raiva.

– Ao menos, você não foi esquecida pelos seus pais, não é? Ah Jane, me poupe.- Eu sorri.- Sei muito bem, que no começo você era a típica garota mimada. Filha única, é óbvio.

Ela ficou parada, serrando os pulsos. Ela fechou os olhos e começou a apertar a boca.

– Cala a boca Malennie.

– E se eu não quiser? Não preciso da sua ordem. Você mesma disse que não era minha mãe. Mas, aposto que sua mãe adorava dizer que te amava, não é? Mimada que qualquer um, teria inveja.

– Cala a boca.- Ela disse pegando o meu braço e o apertando.

Eu comecei a rir.

– Ui, que medinho. Para com a cena Jane.

Ela apertava e meu braço ia ficando dormente.

– Eu disse, cala a boca. Não sei se entende, mas agora, eu cuido de você pirralha. Me respeite ou eu te levo de volta pra Zalgo.

Eu puxei meu braço, e ela abriu um sorriso de ponta a ponta. Quando eu e ela olhamos pra frente, Jeff e Lena não estavam mais lá.

Andei um pouco e vi os dois andando devagar, o caminho pra casa. Corri até eles, Jane atrás de mim.

– Pra onde diabos os dois estão indo?

– Fazer as malas.- Eles responderam sem ânimo.

– A gente vai mesmo pra Itália?

– Yep.- Lena respondeu.- Se você quer tanto assim uma resposta dos seus pais, vamos logo então.

– Obrigada.- Jane ficou do meu lado, e revirou os olhos.

A gente entrou em casa e eu subi correndo. Comecei a jogar tudo pra fora do meu guarda-roupa, até encontrar uma pequena caixa rosa-claro.

Peguei uma corrente, o pingente dela, tinha a foto dos meus pais. Era basicamente a única que tinha.

– Vou precisar disso.

P.O.V Lena

– Ainda não acredito que você não gosta da Malennie.- Eu disse olhando pra Jane.

– Ela é você. Como posso gostar?

– Não importa, você devia proteger ela. Não a ameaçar.

– Oi gente. Querem Gummy?- Jeff estava segurando um pote e enfiando o máximo que conseguia na boca.

– Eu quero.- Ela me jogou o pote e eu enchi minha mão.- Quer?

Jane balançou a cabeça e apontou pra barriga.

– Não acho que vai fazer muito bem.

– Olha, de qualquer jeito você vai ficar gorda, então pega logo.- Eu mostrei o pote e ela só pegou um.- Frescura aguda.

– Não é frescura, é consciência. Coisa que acho que os dois não tem.

– Eu tenho.- Jeff disse.

– Dê exemplos?

– Aquela vez que salvei seu traseiro da polícia. A outra que Zalgo quase te matou...

– Não nesse caso. Do tipo, consciência das coisas.

Ele enfiou mais do doce.

– Sei lá, não ligo.

Jane apontou pra Jeff e olhou pra mim.

– Tá vendo?- Ela disse.

– Ele é diferente.

– Exemplos!

– Dane-se os exemplos, eu como e não engordo. Não preciso saber se vai fazer mal.

– E se... você tiver uma reação alérgica?- Ela disse.

– Aí eu tomo remédio?- Eu respondi irônica.

– Ha-ha.

– Então, esquecendo o fato de remédio, reação alérgica, e comer e não engordar, como diabos a gente vai ir pra Itália?

– De carro?- Jane disse.

– Nem fudendo.- Eu respondi.- Avião é melhor.

– Polícia?- Jeff olhou pra mim.

– Who cares?

– Ainda estamos sendo procurados.- Jane disse.- Muito arriscado.

– Por isso eu digo, usem luvas e máscaras, mas não, vamos ser feliz e morrer pra polícia.- Eu disse baixo.

– Você nunca disse isso pra gente.- Jeff disse.

– Aniversário da Emilly.

– Ah, tá esquece. É, a única opção é essa.

– Droga.- Jane disse.

– O que têm?

– Tudo bem pra vocês, Blusa de capuz. Mas e eu? Vou colocar um lençol na minha cara?

– Até que não seria má ideia...- Jeff disse.

Jane tacou uma almofada na cara dele com força.

– Brigado!- Ele tacou de volta.

– De nada.- Ela sorriu.

– Hum... Lente falsa? Aqueles adesivos que se cola no olho pra ele ficar parecido com outra coisa.

– Pode ser. Não tenho nem uma cicatriz... É, pode ser.

– Perfeito. Vamos pra Itália!- Eu falei empolgada.

– Antes precisamos das passagens. E um dia livre... Ou a gente pede pra Zalgo.- Jane disse.

– O que não é uma ideia ruim. Ou, a gente pode pedir pra ele trazer os pais da Malennie pra cá. Fica mais fácil.- Jeff disse e Jane balançou a cabeça.

– Sem viagem?!

– É, pelo jeito.

– Mas ele está bravo com todo mundo!

– Têm razão.

– UHU!- Eu disse.

– Mas acho melhor eu e Jane não irmos nessa coisa.- Jeff respondeu e fez uma cara de sábio.

– Ah, qual é?! Vocês podem ir! Vão com disfarces!

– A gente vai pensar melhor.- Jane disse e sorriu, mas depois serrou os olhos.- Onde diabos está Smile?

Eu dei de ombros. A resposta já era óbvia. Eu me levantei e fui pro quarto da Malennie.

Ela estava sentada em cima das pernas, com o braço esticado, segurando um colar, que balançava pro lado e pro outro. Ela não tirava os olhos e Smile estava do lado dela, assustado.

– Mas que merda, é essa?

" Provavelmente ela está tendo a lembrança de algo."

– Tá, deixa eu acordar ela, não é hora pra fazer i...

" Se você á acordar, ela pode acabar ficando com algum retardo mental, ou até morrendo mesmo. Não faça isso."

– Então como diabos eu vou fazer ela parar de palhaçada? Jogar ela da janela?

" Não. Tire o colar dela."

– Tá.- Caminhei até ela e arranquei do braço dela e ela caiu dura na cama.- Você tá bem?

– Não sei. Só, dor de cabeça. Eu acho. A gente ainda vai viajar? Tô me sentindo estranha, o que aconteceu mesmo?- Ela começou a falar tudo rápido e olhar pra mim e Smile.

– Eu buguei, o cérebro dela?- Falei sussurrando.

" Não, conta até 10, é o efeito."

– Gente, dá pra me responderem? Eu tô me sentindo estranha, têm remédio pra o que eu tô sentindo será?

– Dez.- Disse séria.

Ela ficou em silêncio boquiaberta.

– Vai arrotar?

– Não, só tô me perguntando por que você disse "Dez", em voz alta.

– Nada não.- Eu revirei os olhos e ela se levantou.

– Mas então, a gente vai, ou não?

– Estão indecisos, provavelmente não.

Ela bufou e Smile pulou em cima da cama.

" Então, vocês duas, vão viajar e nem me convidam?! Ah, e onde diabos vocês estavam?!"

– Tomando sorvete.

" Não, não, não... ME RECUSO A ACREDITAR! PORRA VOCÊS NEM ME TROUXERAM UM?! QUE TIPO DE DONAS SÃO VOCÊS? O SORVETE NÃO VAI FAZER MAL PRA MIM, EU NÃO LIGO, EU VOU REVIVER DE QUALQUER JEITO, E QUAL É O PROBLEMA DE TRAZER UM PRO CACHORRO? OU VIRAM FALAR EM VETERINÁRIO?!"

Eu e Malennie ficamos de olhos arregalados.

" Desculpa me exaltei."

– Ai. Meu. Zalgo. ELE FALOU UM PALAVRÃO?!

– Falou!- Malennie me respondeu e começamos a bater palmas.

Ele revirou os olhos e desceu da cama.

" Tá bem mas, e aí, querem fazer algo?"

De repente Jeff chegou ofegante e perturbado na porta do quarto.

– Oi?- Ela disse.

– A Jane... Ela tá... Passando mal... Vocês precisam... Me ajudar.

– ELA VAI TER UM BEBÊ AGORA?!

– Ou são só contrações... Ou é um E.T, o que é mais provável.- Malennie disse e sorriu, Jeff puxou nós duas escada a baixo e ela estava encolhida no canto do sofá, respirando com dificuldade e quase roxa.

– Tá bem... O que você tá sentindo?

– Dor serve?!- Ela respondeu fazendo pausas por causa da respiração.

– Pode ser só uma contração, sente algo quase te matando?

– Olha não sei explicar ao certo.- Ela respondeu.- Mas seria a mesma coisa que uma pessoa arranhar sua cara, passar cloro, tacar fogo, a pagar, abrir seu corpo, comer seus orgãos, costurar, depois vomitar tudo na sua cara.

– Pesado, pesado.- Lena disse sem nem um sentimento de pânico.

– Okay, acho melhor levarmos ela pro hospital...

– Ah que ótimo. Mas outra vez hospital, êh!- Jeff disse vistindo o casaco e colocando a mão na maçaneta.- Vocês não vem?

– Acho que ela,- Eu disse arrogante.- vai precisar de ajuda, não?

– Vocês ajudam, eu dirijo. Regra da casa.

– Ah, sério mesmo?!- Malennie gritou.

– GENTE! Discussão agora não!

P.O.V Malennie

Eu puxei o braço da Jane e ela se apoiou no meu ombro, Lena fez o mesmo.

Ela entrou e começou a apertar os olhos.

– Gente, só acho, que ela nem têm ainda nove meses de...- Eu ia continuar mas Jeff me interrompeu.

– Leia o Manual.

–... O que?

– O Manual. Não viu não?

– Não...

– Nossa, que orgulho.- Jeff disse e sorriu um pouco.- Depois eu deixo você ver.

– Mas o manual não vai me responder nesse instante.

– Tá, regra acho que 56, Creppypastas nunca são iguais a humanos.

– Hum, bom saber.

A gente chegou no hospital e a fila estava cheia.

– Ah, não.- Jeff disse e passou na frente de toda a fila, enquanto Jane se sentava no banco e Lena trazia água pra ela.

Eu fiquei olhando ele. Não consegui entender o que ele estava falando.

Ele bateu no balcão e começou a gritar com a atendente, que fez uma cara assustada, provavelmente por causa do rosto dele. Ele continuou gritando e apontando pra trás, ela colocou uma prancheta no balcão e ele tacou na cara dela.

– Gente, acho melhor a gente ir lá...

– Nah, tá legal, vamos ver.- Eu disse.

Ele começou a ficar cada vez mais irritado, e várias pessoas da fila estavam do lado dele, gritando também com a atendente. Ela saiu da bancada e chamou ele pra a acompanhar. Ele fez um gesto para que levantássemos, e fomos até lá.

Jane entrou e Jeff ficou na frente da porta.

– Jeff, sai da frente.

– Acredite em mim, não queira ver isso.

Eu revirei os olhos.

– É, acho melhor não vermos mesmo. É só um exame, vão tirar sangue dela, fazer alguns testes, e fazer o básico.

– Como sabe disso?

– Lembra que minha mãe também ficou grávida? Pois é, mas ela perdeu o bebê. Eu acompanhei tudo. O nome iria ser Kathy, ou Katherine.

– Uau. Sinto muito.- Eu disse.

– Nah, prefiro ser filha úncia mesmo.

Eu me sentei no chão e Jeff ficou me encarando. Olhei pra ele.

– Que foi, palhaço?- Disse sem ânimo.

– Por quê quer tanto achar sua mãe?

Bati minha cabeça na parede e deixei os olhos fechados.

– Não vou responder de novo.

– Tá,tá, tudo bem. Mas só acho, que Jane não vai poder ir.- Ele respondeu cruzando os braços.

– É, triste.- Eu disse sem ânimo.- Mas, e aí, vamos fazer alguma coisa enquanto isso?

– Exemplo?- Jeff perguntou.

– Vamos dar uma volta. O hospital é grande, e esse exame, aparenta ser bem grande.

– Pode ser.- Eles disseram em coro, e eu me levantei. Fomos pro jardim do hospital, onde ficavam alguns dos pacientes que se recuperam, de alguma doença, ou estão vendo o tempo passar junto com alguma doença terminal.

Muitas árvores, flores e uma pequena fonte, suja e com a água, sendo o único som no instante.

Jeff pegou algumas pedras e subiu em uma árvore, e ficou lá sentado, jogando as pedras na fonte.

– Ele tá bem?- Eu perguntei pra Lena, que balançou a cabeça negativamente.

– A gente precisa fazer alguma coisa, ou daqui a pouco ele vai entrar em depressão profunda.

– Hum...- Eu olhei pra um pequeno monte de pedras e olhei pra ele. Sorri e peguei uma pedra. Taquei na testa dele.

– AI PORRA!- Ele gritou.

– NADA. DE. DEPRESSÃO!- Eu gritei e taquei mais uma das pedras.

– EU NÃO TÔ DEPRESSIVO, PARA!

– Lena.- Olhei pra ela e ela pegou também uma pedra, e começou a tacar também.

– NÃO ME OBRIGUEM A DESCER DAQUI!- Ele tacou uma pedra e bateu no meu ombro, que começou a sangrar.

– Ui, que medo! DESCE!- Eu gritei e ele pulou da árvore.

Ele me virou de ponta cabeça e me jogou dentro da fonte. Lena começou a rir sem parar.

– Brigada, viu?

– De nada fonte.- Ele disse tacando uma moeda em mim.

– Há-há-há.- Eu levantei e sorri pra ele.- Quer um abraço agora, é?

– NOPE.

– Vem cá, é só um abraço!

– NEM FERRANDO, SAI.

Lena barrou ele, e eu o abracei, ele ficou úmido e começou a se balançar.

– Agora como eu vou entrar no hospital e explicar que ganhei um abraço, de uma garota que joguei na fonte?!

– Simples,- Eu disse e o joguei na fonte.- diz que a garota também te jogou na fonte.

– Sua...- Ele ia continuar mas fez uma concha com a mão e tentou jogar em mim, mas eu esquivei e ele acabou jogando na Lena. Ela pulou no pescoço dele e começou a o balançar pro lado e pro outro.

De repente uma enfermeira estava nos olhando, e ficamos iguais a estátuas. Encharcados, e com frio.

Ela saiu correndo, e uma garota chegou.

– Hilário.- Ela disse.

–...

–...

–...

– Sério, esse é o tipo de coisa que eu não vejo sempre aqui.- Ela continuou falando.

– Q-quem é você?- Eu disse.

– Bianca, prazer. Jeff, certo?- Ela sorriu.

– Ah não, Fangirl não.

– Não sou Fangirl, só curto a história de vocês. E afinal, não é nada comum achar alguém do meio do nada em um hospital regional. Mas então, quem são as duas?

– Ela mais alta é a Lena, minha melhor amiga, e a mais baixa é a Malennie, minha filha.

– Filha?! Ela é adotada?

– Nossa, brigada. Dane-se meus sentimentos, okay, entendi.- Eu respondi.

– Desculpa é que...- Ela ficou apontando pra Jeff e depois pra mim.- Né?

– Tudo bem. É paciente?

– Não, vim fazer exame. Eu até que suspeitei quando vi uma mulher idêntica a Jane, chorando no corredor.

– O QUE?!- Jeff atropelou a menina e saiu correndo pelo corredor.

Ela ficou parada olhando ele saindo, e nós ficamos do lado dela.

– Ele, é sempre assim?

– Sim.- Dissemos.

– Aquela moça é a Jane?

– Yep.- Eu respondi.

– O que ela tá fazendo aqui, mesmo?

– Exames. Gravidez.- Lena a respondeu.

– Ela tá grávida?! COMO ASSIM?! Gente...

– Pois é, nem eu acredito. Mas seja o que está pensando, não é bem isso. É uma história muito longa, que eu adoraria contar, mas não posso. - Eu disse pra ela.- Vêm Lena!

Eu estava quase saindo do Jardim, até a garota me chamar.

– Como você se chama, mesmo? Eu tenho tantas perguntas, será que não pode ouvir algumas?

– Infelizmente eu não posso. Mas fiquei feliz em te conhecer... E quem sabe eu não responda? Eu te ache por aí, ou até invadindo o seu quarto, quando minha loucura passar dos limites?... Quem sabe? Por enquanto, quero que me chame de Annie.- Eu respondi e saí correndo, vendo ela acenar.

Quando chegamos na sala, Jane estava encolhida, com a cabeça afundada nas pernas. Jeff estava do lado dela.

– Olha, fica calma, vai dar tudo certo!

– E se não der?!- Ela respondeu soluçando.

– Se não der, continue em frente.

– Não é tão fácil assim.- A voz dela estava abafada.- E além do mas, seria muito mais fácil pra mim. Até pra Malennie.

– Pra mim o que?

Ela levantou a cabeça e sorriu.

– Nada.- Ela respondeu limpando o rosto.- Só... estava conversando com o Jeff.

– Jane para de fingir.

Eu olhei pro Jeff que estava sério.

– Eu não estou fingindo!

– Está sim! Olha, o negócio é simples ela...- Jane pegou o travesseiro e colocou na cara dele.

– FICA QUIETO!

– Nunca!- Ele respondeu quase engolindo o travesseiro.

– Gente, vocês podem me contar, tá?

– Malennie, em briga de marido e mulher, não se mete a colher.

Jeff chutou as pernas da Jane.

– MULHER?!- Jane começou a bater com o travesseiro nele.

– MA-RI-DO?!

Eu olhei pra Lena.

– Regra número um do livro de ser filho de Creppypastas, elas sempre são rivais. Principalmente se for o Jeff e a Jane.- Sorri.

[...]