Adaptação

Capítulo 8 "And if you die, I wanna die with you."



It's raining in the park but meantime

South of the river you stop and you hold everything

A band is blowing Dixie double four time

You feel alright when you hear that music ring

You step inside but you don't see too many faces

Coming in out of the rain to hear the jazz go down

Competition in other places

But the horns be blowing that sound

Way on downsouth way on downsouth london town

You check out guitar george he knows all the chords

Mind he's strictly rhythm

He doesn't want to make it cry or sing

And an old guitar is all he can afford

When he gets up under lights to play his thing

And harry doesn't mind if he doesn't make the scene

He's got a daytime job he's doing alright

He can play honky tonk like anything

Saving it up for friday night

With the sultans... with the sultans of swing."



"Ok, eu acharei uma saída." Respondi, firme.



"Há-há-há! Você acha mesmo que consegue? Moça corajosa!" Nicholas riu.



"Cale a boca, e me deixe sair daqui. Eu nunca escolheria entre matar um de meus pais, a não ser que eu pudesse morrer junto. Eu acharei uma saída, e acabei com a sua festinha."



Nicholas me olhou assutado, talvez impressionado com a minha


firmeza no olhar, então abriu a cela e disse:


"Vá em frente, mas eu darei um prazo. Não sou tão bonzinho quanto você pensa, Kristen."



"Eu não te acho bonzinho, eu te acho louco e odeio você. Simplesmente diga quanto tempo eu tenho, e acharei a saída."



Ele me olhou como se estivesse triste, talvez por eu ter dito que odiava ele, mas mesmo assim não deu a mínima.



"Você tem até a lua cheia para achar a saída. Caso não saiba, é daqui 5 dias."



"Eu sei quando é lua cheia, o sonho é seu mas ainda não me perdi. Adeus."



"Há-há, até mais doce!" Ele sorriu.



Então eu saí daquele lugar abafado e fui encarar a noite escura e sombria daquele lugar que parecia mais um filme de terror do que um sonho de um adolescente normal, e procurei algo. Procurei qualquer coisa, uma chave, uma porta, uma passagem secreta, que pudesse ter ali, mas nada encontrei. Eu estava totalmente sozinha de novo. Então apenas segui em frente, procurando e procurando até não aguentar dar mais um passo.



"Acho que estou doente, ó meu Deus." Disse para mim mesma, olhando ao redor na esperança de encontrar alguém, mas nada vi. Eu nunca tinha me sentido tão solitária em toda a minha vida. Eu estava com medo, e sem saber o que fazer peguei no sono e adormeci ali mesmo, naquela escuridão praticamente infinita.


Abri os olhos, já era dia. Eu não tinha a menor ideia de que dia era, e nem sabia se meus pais já estavam mortos, a lua cheia já poderia ter passado, eu poderia ter adormecido por dias, mas eu não tinha a menor ideia de nada.


"Nicholas?!" Gritei, na esperança de uma resposta.



"Nicholas? Você está aí? Aonde você está?" Gritei novamente, mas ninguém respondeu. Pensei, se ele já tivesse matado meus pais, ele teria me acordado e zombado de mim, dizendo que eu não consegui e blá-blá-blá... Então, não. Ele ainda não tinha matado meus pais.



Andei mais algumas horas, até chegar a um lugar onde parecia ser o quarto de Nicholas. Tinha uma cama, um guarda roupa, um ou dois computadores, uma bateria, alguns pôsters e fotografias. Comecei a observar aquele local que me parecia tão estranho, mas ao mesmo tempo comum. Por que Nicholas sonha com o quarto dele? Procurei algo, qualquer coisa como uma saída, mas só o que encontrei foram fotos.



"O que é isso?" Perguntei a mim mesma. Aquilo era uma fotografia de Nicholas com outro garoto, Nicholas estava muito jovem, mas eu sabia que era ele. O outro garoto ao seu lado, era igual à ele. Mesma idade, aparência e roupas. Dos dois um, ou Nicholas tinha feito algo com o Photoshop para multiplicar à si mesmo, ou ele tinha um irmão. Um irmão gêmeo.



"O que você está fazendo aqui?" Ele estava bem atrás de mim, apoiado em sua porta, por onde eu deixei aberta ao entrar. "Você não deve entrar aqui, é um lugar privado. A porta estava trancada, como entrou?"



"A porta não estava trancada, ela estava..." Sem querer, algo como um artigo de jornal me chamou a atenção logo à minha frente, na cama de Nicholas.



"O que é isso?" Perguntei à ele, com já o jornal em minhas mãos, e o li.



23 de Outubro de 2000. "Jovem entra em briga de colégio, recebe ameaça de morte e no dia seguinte é assassinado por outros jovens de uma quadrilha em Pringgston School na cidade de New Orleans."



"Pare de ler isto! Você não deveria estar aqui, saia daqui!" Nicholas puxou o artigo de minhas mãos e o guardou em uma gaveta dentro de seu guarda roupa.



"O jovem que foi assassinado... ele era... seu irmão gêmeo? Por isso guarda o artigo?"



"Você não tem direito de fazer perguntas, saia logo daqui e ache a saída, ou eu darei para a Fênix o seu pai de jantar hoje."



"Por que está fazendo isso, Nicholas? Conte-me o que aconteceu. Conte-me o que está lhe perturbando."



"Eu tinha 13 anos." Ele disse, sentando na ponta de sua cama. "Eu o amava, ainda o amo. Para mim, ele ainda não se foi."



"Como ele se chamava? Quem o assassinou?" Perguntei, interessada.



"Ele se chamava Peter. Alguns garotos idiotas de um colégio aonde estudávamos. Eles mataram meu irmão, e fugiram. Eu deveria ter matado todos, mas quando me dei conta, já era tarde demais. Eram 5 contra 1, meu irmão era fraco. Mas era muito invocado com as pessoas." Nicholas estava com um olhar triste e fechou os olhos, tentando se concentrar em apenas me contar o que tinha acontecido.



"É por isso você faz isso? Prende e mata pessoas em seus pensamentos, em seus... sonhos?"



"Não é bem por isso. Eu nunca fiz isso com ninguém. Eu só queria achar alguém que eu realmente amasse, e testar essa pessoa até sua última gota de sangue acabar. Dessa maneira, minha dor de perder meu irmão que tanto amava, passaria."



"Não, Nicholas, ela só aumentaria!" Levantei a minha voz. "Você não acha que perder duas pessoas que você realmente ama, dói mais do que perder somente uma?"



"Eu construí isso, Kristen."



"O que você construiu, Nicholas?" Perguntei.



"Uma máquina!" Ele riu descontroladamente, e eu fiquei com o mesmo ar de confusa. "Uma máquina dos sonhos! Onde todos os seus sonhos podem virar realidade, onde você pode trazer as pessoas para dentro deles, e simplesmente sonhar!"



"Como você conseguiu fazer isto?"



"Eu usei o meu cérebro por completo. Ativei o resto da parte do meu cérebro, que as outras pessoas não conseguem usar nos seus. Pratiquei, e consegui. Consigo mover coisas, criar coisas! Qualquer


coisa que eu quero, eu posso fazer tudo!"


"Você ficou louco assim, por isso! Está se achando no poder, porque pode fazer essas coisas! Não deveria ter ativado o resto do seu cérebro, poderia ser... sombrio. E ele é!" Assutada, gritei.



"Eu não ligo para os seus pensamentos, como ativei meu cérebro por completo, posso bloquear meus sentimentos o quanto quiser! Posso esquecer você, minha família, meu irmão... mas eu não quero esquecer todos e sumir, eu posso recomeçar daqui mesmo." Ele se levantou e começou a vir em minha direção.



"Eu posso ser quem eu quiser, Kristen. Eu só não posso fazer você me amar, mas eu posso te obrigar. Mas não por pensamentos, por força." Nicholas chegou bem perto de mim, me puxou para perto de seus braços e me prendeu neles.



"Me deixe sair! Eu não te amo. Tudo o que eu disse à você era mentira! O nosso beijo foi uma mentira, o que você ouviu dentro da minha cabeça sobre amar você, é uma mentira! Eu te odeio, Nicholas. Eu não dou a mínima para os seus sentimentos ou para o que você pensa! Você não merece isso." Gritei, forçando e finalmente conseguindo me soltar de seus braços fortes.



Nicholas me soltou, e ficou olhando diretamente em minha direção. Me observou, e caiu. Ficou sentado no chão, e suas lágrimas saíram para fora de seu rosto.



"Eu não consigo bloquear isto... isto é forte demais. Isto está doendo muito, está me corroendo por dentro! Eu não... não consigo parar os meus sentimentos por você mais. O que você fez comigo?" Ele estava assutado, com os olhos cheios de lágrimas e olhando fixamente para o chão.



"Sabe porque você não pode bloquear seus sentimentos por mim, Nicholas?" Ele levantou seus olhos em minha direção. "Porque o amor é o único sentimento que consegue construir as barreiras mais fortes para que você ame muito, e ao mesmo tempo, sofra muito." Eu disse.



"Isso é... impossível. Meu cérebro me deixou forte o bastante para que eu possa ultrapassar qualquer barreira, qualquer coisa!" Ele estava com um olhar cheio de medo e tristeza.



"Você não pode ultrapassar as barreiras do amor, Nicholas. Não sem algum motivo forte o bastante para fazê-lo ultrapassar, assim como eu. Eu vou me virar e achar uma saída desse lugar, e você pode continuar sonhando. Eu voltarei à minha realidade, esquecerei e superarei os momentos que passei aqui, e desde quando nos conhecemos" Me virei, saindo finalmente daquele lugar escuro, entrando em uma bela praia. Sim, era a praia de onde eu saí, de onde tudo começou.



"Kristen?" Ouvi uma voz feminina me chamando.



"Mãe?! É você? Onde você está?"



"Estou aqui, me ajude, o seu pai está ferido." Então corri até meus pais, abraçando-os com toda a força que ainda me restava.



"Meu Deus, vocês estão bem? Me perdoem, por favor. Eu não queria que nada disso acontecesse com vocês! Eu amo tanto vocês dois!" Com muitas lágrimas, nós três nos abraçamos muito forte, e eu fechei os meus olhos me sentindo finalmente protegida.



"Está tudo bem meu anjo, nada disso foi culpa sua. Nós estamos bem, aqueles monstros sumiram misteriosamente de baixo de nós e o seu pai se arriscou pulando e tirando a corda de seu corpo, mas quebrou o braço em sua fuga. Me soltou e como mágica viemos parar nessa praia, até avistarmos você." Mamãe disse.



"Eu consegui, mãe. Eu superei meus sentimentos mais fortes, para salvar a vida de vocês. Nenhum garoto irá me fazer desistir do amor que sinto por vocês dois, para amar somente ele. Eu quero voltar para a casa, e ficar com vocês." Eu disse com um ar triste e orgulhoso. "Eu morreria apenas por vocês, arriscaria tudo. Assim como fiz hoje, e continuarei fazendo até o fim dos dias de minha vida."



"Minha querida, nós também amamos muito você. Estávamos tão preocupados. Graças a Deus você está bem. Venha cá!" Minha mãe me abraçou muito forte, e nós fechamos nossos olhos, até uma luz branca e muito forte nos atingir.



"Ufa! Essa foi difícil!" Charlie estava parado atrás de mim, junto com Alice. Sim, nós estávamos de volta.