Adaptação

Capítulo 11 "Lost" - Vegas, baby!



"Como assim, quem é Nicholas Steve?" Perguntei, muito confusa.



"Eu não sei de quem você está falando. Ele é algum amigo seu?" Scott perguntou, parecendo interessado.



"Ele era, eu acho... eu não sei! Scott, você não se lembra? O que é isso? Algum tipo de brincadeira?"



"Brincadeira? Eu não sei de quem você está falando Kristen, é só isso."



"Então o que veio fazer aqui? Tão cedo assim?"



"Eu estava indo para o colégio. Lembra... c-o-l-é-g-i-o." Ele riu como se estivesse me fazendo de boba.



"Então nós não vamos para a delegacia?" Perguntei.



"Por que? Você quer roubar rosquinhas com cobertura de morango dos policiais? Eu compro isso pra você no caminho, Kris. Vamos lá, estamos atrasados." Ele puxou o meu braço, dando a indicação para que eu seguisse à sua frente.



Após algumas quadras, chegamos ao colégio e Scott estava com uma cara de quem estava muito atrasado para fazer algo, e eu tinha a impressão de que era algo normal demais, como...



"Trabalho de educação física! Estamos mesmo atrasados!" Scott disse em voz alta, apontando o ginásio, onde todos os alunos estavam vestidos com roupas dos Anos 80 e dançando músicas de bandas como A-ha, Wham! e Tears For Fears.



"Bom dia, turma! Vamos começar com uma música bem básica, só para aquecer. Quero ver todo mundo se mexendo!" Disse o professor Derek, animado demais para aquele 'trabalho de educação física'.



"Bom dia, Kristen." Disseram, algumas pessoas em uma roda bem no centro do ginásio.



"Bom dia" Repeti. "Eu queria saber sobre o Nicholas. Eu sei que talvez vocês já saibam o que aconteceu entre a gente, aquela coisa toda no teatro... Foi uma loucura, mas eu preciso achá-lo. Vocês sabem dele?"



"Quem?" Todos repetiram com um ar muito confuso.



"Como assim, quem? Há-há, vocês estão mesmo afim de zoar com a minha cara hoje, não é mesmo? Qual é, isso é sério. Galera, eu preciso mesmo da ajuda de vocês." Disse, séria.



"Eu não sei quem é Nicholas. É algum amigo novo seu, Kris?" Uma garota de pele branca e casaco azul-escuro perguntou para mim.



"Não. Querem saber, esqueçam! Hoje eu não estou para brincadeira e vocês ficam aí... sabe o quanto foi difícil aguentar todo aquele lance sozinha? Valeu mesmo, galera!" Virei as costas, sem saber o que fazer e fui a caminho da porta do ginásio.



"Ei, ei. Onde você pensa que vai, mocinha? Vamos, vamos. Volte agora para o seu lugar, você por acaso já tem um par?" O professor se colocou à minha frente, impedindo que eu saísse e perguntou.



"Sim, ela já tem um. Mas obrigado, se eu não puder vir no dia do baile, você pode tomar conta dela, professor?" Uma voz grossa e masculina atrás de mim se voltou para nós.



"Nicholas?" Perguntei, assustada com as palavras ditas por ele.



"Vamos, Kristen." Ele me olhou, de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Seus olhos estavam escuros, ele estava tranquilo, sem preocupações, mas ao mesmo tempo tinha algo que o incomodava... e eu precisava descobrir o que era, e se me envolvia.



"Mocinho, eu nem sei quem é você, mas se for falar com ela, não demore." O professor ordenou.



"Pode deixar, Sr. Derek. Eu cuidarei bem dela." Ele fez um sinal para que eu saísse dali junto à ele.



"O que você está fazendo aqui? Isso é algum tipo de pegadinha? Por que todos estão falando que não te conhecem?" Perguntei, esperando que ele respondesse pelo menos uma das minhas milhões de perguntas.



"Você ia me entregar para a polícia, junto com o Boneco Ken ali..." Ele disse, com uma expressão brava. "Então... você achou que eu ia deixar acontecer, do nada?" Ele sorriu. "Não posso matar todos os policiais de Mississipi. Você sabe disso." Ele novamente sorriu



"Vo-você anda me espionando? Como sabe que íamos te entregar à polícia? O que você fez?" Me concentrei, tentando não pensar na última frase em que ele diz matar e policiais no mesmo lugar.



"Sabe... sim, você já deve saber. Eu sou louco. Por ser louco, eu posso fazer o que eu quiser. Até apagar todos os meus dados de todos os lugares do mundo, e fazer uma 'lavagem cerebral' em todas as pessoas dessa cidade, pelo menos." Ele sorriu.



"Você fez o quê?" Assustada, me afastei.



"Eu não sei como você vai fazer para reverter isso, mas se tentar, as consequências serão piores."



"T-tentar o que?" Gaguejei.



"Me entregar. Fazer com que as pessoas lembrem de mim, tentar reverter o que eu fiz. Afinal, se eu fosse você, eu voltaria a ter a vidinha chata que levava, antes que eu mude de ideia." Ele piscou.



"Não." Eu disse.



"Como é?" Ele respondeu, assustado.



"Nicholas! Você quer mesmo saber? Eu cansei. Cansei de ter medo de você, cansei de achar que a culpa é só minha de tudo isso estar acontecendo, eu cansei!"



"Você não pode cansar, doce. Você é o meu 'brinquedinho especial', do tipo aqueles que vem no 'Mc Lanche Feliz', sabe?" Ele riu.



"Me deixe em paz!" Gritei, e logo em seguida senti uma onda de calor que subiu diretamente pela minha espinha.



"Quer saber? Eu gosto disso. Gosto de sentir o seu calor, o seu medo. Admita, Kristen. Você tem medo, e apesar de tudo, você ainda é louca por mim." Ele sussurrou no meu ouvido esquerdo.



Droga.



"Você não vai fugir, você não pode fugir. E de alguma forma, do meu jeito, eu sei que deixo você louca. Eu sei que você não consegue esconder o que sente por mim, e tudo aquilo que disse para mim na Ilha, era mentira. Confesse, Kristen. Confesse." Ele novamente sussurrou no meu ouvido, e em seguida começou a dar beijos em meu pescoço.



"É, sou louca. Você descobriu, sou louca por você." Em seguida, sem pensar no que estava realmente fazendo, o beijei como se fosse a minha primeira vez, o abracei como se ele fosse o meu mundo, e que se eu soltasse, todos nós cairíamos.



"E sabe de mais uma coisa?" Sussurrei no seu ouvido. "Cansei de ser boazinha." Me virei, saindo logo de cena, ainda sem saber o que pensar sobre o que tinha acabado de fazer.



"O que foi isso, doce? Não está mais do lado de me entregar para a polícia e fazer justiça?" Ele gritou, enquanto eu caminhava pelo corredor do colégio, em direção a saída.



"Só me deixe em paz, cansei de me preocupar com você. Faça o que você quiser." Disse, saindo do colégio e logo pegando o telefone para ligar para Alice.



"Alice? Sou eu, Kris."



"Sim, o que foi?"



"Por acaso você já está em Vegas?"



"We're Talking away

I don't know what

I'm to say I'll say it anyway

Today's another day to find you

Shying away

I'll be coming for your love, OK?

Take on me, take me on

I'll be gone

In a day or two

So needless to say

I'm odds and ends

But that's me stumbling away

Slowly learning that life is OK.

Say after me

It's no better to be safe than sorry..."



Las Vegas, a cidade m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a.



Alice disse, saindo de um Táxi e logo parando na frente de uma casa que aparentava ser normal.



"Então, é aqui?" Perguntei.



"Sim, é isso mesmo. Agora me diga, você está mesmo bem ou ainda está com aquela história inventada sobre aquele tal de Nicholas?"



O que mais me deixava triste, era saber que Alice, sendo minha melhor amiga, ou a única, não tinha a menor ideia de quem era Nicholas, mesmo ele sendo do nosso grupo e sempre estando conosco durante todo esse tempo.



"Eu já disse, ele existe. Eu o beijei, e você conhece ele."



"Tá, o.k. Você o beijou, interessante. Mas, o que esta exatamente pensando em fazer?" Ela me olhou, de um jeito de que podia mesmo ler os meus pensamentos.



"Nada. Eu vou me divertir, vou curtir essa semana aqui em Vegas com você, dando o melhor de mim para todas essas festas e essa bagunça, eu adoro isso." Menti, sem pensar.



"Não seja mentirosa, eu sei que você detesta festas e barulho. Mas essa semana sou eu quem dou as ordens, seja qual for o seu plano maluco com esse tal de Nicholas, se tiver festas e farra até cair, eu aprovo." Ela piscou, e logo entramos na casa de sua tia.



"Então você deve ser a Kristen, não é?" Uma mulher de cabelos vermelhos e pele branca tatuada me olhou, fazendo um sinal do tipo 'a casa é sua. blá,blá entre blá,blá bem vinda, blá, blá.'



"Sim, muito prazer. É..."



"Katherina." Ela sorriu. "Entre, se acomodem no quarto de hóspedes logo subindo as escadas."



"Pele tatuada? Katherina? Sério, mesmo? Ela é sua tia de verdade ou estou sonhando?" Perguntei, rindo.



"Sim. Na verdade ela é quase uma prima, é nova demais para que eu a chame de tia." Ela sorriu. "Primeiro passo, vamos ao shopping comprar roupas e almoçar. Estou morrendo de fome. Depois decidimos o que fazer."



"Sim! Vamos!" Sorri, logo em seguida o meu celular vibrou em meu bolso direito da calça jeans.



"Kristen? Onde você está? Achei que íamos almoçar juntos hoje." Scott disse do outro lado da ligação.



"Eu estou em Vegas. Scott, falando nisso, avise a minha mãe que vim para Vegas na casa da tia de Alice e voltarei no final da semana. Marcamos o almoço outro dia, beijos." Desligo.



"Você não avisou sua mãe?" Alice perguntou, assustada.



"É uma questão de 'princípios'. Eu vim para curtir, e isso não envolve deixar que sua mãe faça uma mala só com medicamentos e outras coisas extras para que você não morra fora de casa." Ri.



Após alguns táxis e um tempo incrivelmente longo, chegamos ao maravilhoso shopping central. Lindo por fora e com toda a certeza do mundo perfeito por dentro. Eu parecia desligada, mas na verdade eu queria mesmo me desligar do mundo inteiro. De repente eu queria só curtir e não parar mais. De repente eu não estava nem aí, de repente eu tinha deixado tudo ir embora e seguido realmente em frente.



"Isso aqui é incrível! Não, espera. Eu não tenho palavras para descrever esse lugar agora. Alguém me ajude, que maravilha!" Alice disse, desesperada.



E era verdade. O Shopping era enorme, e não era como um daqueles shoppings comuns que vemos pelas cidades em volta dos Estados Unidos. Era diferente, era real. Era uma realidade fora do normal, tantas funções, tantos lugares, tantas pessoas... e eu nunca tinha me sentido tão feliz e tão ferrada ao mesmo tempo.



"Ali! Não, ali! Espere, aquela primeiro!" Corríamos de lá para cá, sem parar. Entrávamos em todas as lojas, comprávamos tudo. Dispostas a gastar todas as economias sem sentido e estourar de vez o cartão de crédito dos pais de Alice, apenas deixamos com que o nosso cérebro de uma adolescente de 15 anos e o nosso corpo mal-vestido falassem por nós.



E depois de passar quase a tarde inteira escolhendo vários lugares da cidade maravilhosa e visitando muitos deles. Nos divertindo muito, eu só pensei em uma coisa.



"Strip Boulevard!" Gritei, desesperadamente. "Como isso pode ser tão bom, assim? Aqui é maravilhoso, aqui realmente não parece nada como a realidade!" Olhei em volta, toda aquela paisagem incrível, a cidade escurecendo e as luzes se acendendo, os Cassinos entrando em cena. Era tudo como um sonho. Um sonho que eu precisava aproveitar, agora!



"Precisamos voltar para a casa da minha tia, vamos nos trocar e voltamos aqui. Eu preciso entrar em um desses Cassinos. Qual é, será mais um sonho realizado. Eu quero beber até cair e arranjar um garoto. Se você não quiser tudo bem, mas só por hoje pelo menos, eu quero agir como se estivesse em um filme de chefões." Ela disse, rindo.



"Concordo plenamente! Vamos!"



Noite, roupas novas. Vegas, baby!



Vestir algo qualquer não é bem o apropriado para de sair em um lugar como Vegas, então peguei um vestido curto e preto de seda, que tinha me custado o braço esquerdo, mas que valeu a pena. Um salto para combinar com os sapatos, perfume, acessórios... pronta! Alice estava quase ao mesmo, só que com um vestido mais caro e azul-escuro. o.k. ela estava mais bonita.



"Estamos saindo! beijinhos, beijinhos!" Alice gritou para Katherina.



"Opa, opa, mocinhas... onde as senhoritas estão indo?" Ela perguntou, com um ar sério.



"Estamos indo jantar... fora." Alice mentiu, com um sorriso enorme nos lábios.



"Não cheguem muito tarde, e tomem cuidado, essa cidade é perigosa." Ela gritou, enquanto encostávamos a porta da frente.



"Você não contou a ela?" Perguntei, rindo.



"Ela não precisa saber que vamos entrar em um Cassino com identidades falsas." Ela piscou.



"Como assim?" Me assustei.



"Esta é a sua. Seu nome é Katty Peterson, e eu sou Livian Ackles." Ela novamente piscou.



"Você é muito malvada. Adivinha só? Eu não me importo!" Rimos, e após algum tempo chegamos a um dos milhões de Cassinos de Las Vegas e entramos.



Ual!


Foi tudo o que eu consegui pensar naquele momento.


"Mãe, não olhe agora, mas eu vou jogar e beber mais do que parece." Alice riu e em seguida observou aquele espaço impressionante.



"Esse será um dos momentos únicos da nossa adolescência, a senhorita gostaria de tirar uma foto para o Instragram?" Ela sorriu, e logo em seguida o sorriso sumiu de seu rosto. "Quem precisa de foto para Instagram? Vamos lá!" Ela riu.



Sem saber quase nada, somente observando os poucos filmes e com o conhecimento da matemática simples, entramos em uma mesa e começamos a jogar. Jogamos de tudo um pouco, bebemos de tudo um pouco e nos divertimos como se em cada lugar dali tivesse uma pista de dança tocando os melhores Hit's de todos os tempos.



"Eu estou cansada, vamos embora." Eu disse.



"Eu não consigo mais parar, mas eu não quero ir embora. Por favor, diga que vamos a uma outra festa, eu não quero mais parar!" Ela riu, quase completamente bêbada.



"Acho melhor eu te levar para a casa." Disse. "Você realmente não está bem." Afinal, eu não tinha culpa nenhuma se Alice não tinha um fígado bom.



"Kristen." Ouvi uma voz familiar, atrás de mim e logo me virei com Alice nos braços.



"O que você está fazendo aqui? Está me seguindo? Qual parte do 'me deixe em paz' você não entendeu?" Disse, para Nicholas, que se encontrava na minha frente de um estilo 'caras de gangue'.



"Vá para a casa, isso já foi muito longe. Primeiro que vocês nem deveriam estar aqui." Nicholas disse, puxando o meu braço. "Vamos, eu levo-á de volta à Mississipi.



"Nicholas! Eu não quero! O que aconteceu com aquele cara que não se importava com nada e mandava todos irem 'se ferrar'?!" Gritei, rindo descontroladamente.



"Olhe para você! Eu ainda sou o mesmo louco de sempre, mas eu me importo com você. Só porque quero que seja o meu brinquedo, não significa que a deixarei por aí para que acabe quebrando. Você está fora de si, está perdida." Ele me olhou de cima a baixo.



"Eu não ligo para o que você pensa de mim! Eu vim para me divertir e esquecer todo esse seu papo de me deixar louca. Vegas fará bem para mim, me deixe! Eu não vou embora... e muito menos ir embora com você." Peguei Alice pelos ombros, e a carreguei para fora do Cassino, apontando uma balada ao final da rua.



"Vamos, eu preciso me distrair mais!" Disse, sem esperar reação de Alice.



"Sim, vamos! Eu aguento! Eu quero arrumar alguém!" Ela riu, tropeçando, e logo entramos na balada que parecia muito animada, e que era só o começo da festa.



"Vou pegar uma água para você, espere aqui." Disse para Alice, colocando-a sentada em um dos sofás do lugar.



"Uma água, por favor." Pedi, observando o imenso lugar, que não era nem comparado às festas de Mississipi.



"Boa noite, moça." Um rapaz alto, de olhos claros e cabelos escuros


arrepiados, com uma jaqueta preta e uma calça jeans modelo antigo, sentado ao balcão, disse.


"Boa noite." Respondi, sorrindo.



"Desculpe o jeito, mas parece que sua amiga está ruim, você precisa de ajuda?" Ele sorriu.



"Não, obrigada. Eu estou bem. Nós estamos bem." Sorri, e logo fui em direção ao sofá onde tinha deixado Alice.



"Beba." Ordenei.



"Me diga que isso não tem álcool, eu não aguento mais. Desculpe. Vai ter que se divertir sem mim." Ela disse, com um olhar mal.



"Eu vou sentar com você e esperar um pouco até você melhorar e podemos ir embora. Eu nunca tinha jogado tanto e perdido tanto dinheiro ao mesmo tempo na minha vida. Acho que não estou em pânico porque talvez eu esteja bêbada." Ri para Alice, mas ela não respondeu, estava ruim demais para falar.



"Kristen. Vamos embora." Ouvi novamente aquela voz, já pela terceira vez naquele mesmo dia. 'Que saco!'



"Você está brincando comigo, não é? Cara, me deixa em paz! Eu não quero você por perto, agora que eu te chuto pra valer, você não vai? Faça-me o favor!" Me virei de volta para Alice.



"Você vai embora comigo, agora!" Ele disse, apertando o meu braço esquerdo com tanta força que eu mal podia suportar.



"Solte! Você está me machucando!" Gritei.



"Algum problema aqui?" O rapaz que estava sentado ao balcão segurou no ombro de Nicholas e o fez virar.



"Nicholas?" Ele disse, parecendo assustado com a presença de Nicholas de um modo muito estranho.



"Irmão." Nicholas respondeu, sorrindo falsamente.



"Irmão? Como assim, irmão?" Repeti e perguntei, assustada.