Um brinde

Regina e Emma estavam almoçando no Granny’s com Zelena e Ruby. A manhã no The Mirror tinha sido particularmente agitada, e Emma propôs que fossem almoçar com as amigas para descontrair um pouco, o que Regina prontamente aceitou, pois tinha ficado bastante estressada. Entre uma conversa e outra, a loira notou que a sua namorada foi melhorando seu estado de ânimo e ficou feliz de seu plano ter dado certo.

— Vocês vão viajar esse fim de semana? – Emma perguntou.

— Sim, Zelena tem uns assuntos para resolver em Boston e vamos aproveitar para passar o fim de semana nos divertindo por lá. – Ruby respondeu.

— Vão ficar quanto tempo? – Emma questionou.

— Acho que no máximo até quarta-feira. – Ruby falou. – É coisa rápida.

— Bom, aproveitem bastante. – Emma sorriu.

— Pode deixar, pretendemos fazer isso. – Ruby sorriu e deu um selinho na ruiva.

— Então Emma, Regina me contou que Cora te pediu desculpas, eu confesso que fiquei chocada com isso. – Zelena sorriu.

— Sim, é verdade. – Emma confirmou. – Na realidade ela tem sido ótima conosco e eu percebi que tinha sentido falta dela. Afinal eu gostei dela logo de cara, ela me recebeu tão bem na sua casa, ao contrário de outras pessoas. – Emma apontou com a cabeça para Regina.

— Ah, eu me lembro dessa época. – Zelena falou. – Deixa eu me lembrar das palavras exatas que Regina usou para te definir. – Zelena fingiu pensar e sorriu. – Um drama oxigenado e inconveniente.

— Sério, Regina? – Emma encarou a namorada.

— O que? – Regina deu de ombros. – Isso foi antes de eu te conhecer de verdade, a única coisa que eu sabia era que seria obrigada a trabalhar com você no jornal, me desculpe se eu não estava tão animada para fazer isso com alguém que eu não sabia nada.

— Vocês pareciam cão e gato, era incrível a capacidade de uma irritar a outra tão facilmente. Só podia ser atração mal disfarçada mesmo. – Zelena apontou.

— Regina no início cismou que eu estava interessada no dinheiro da família e fazia questão de demonstrar isso o tempo todo. – Emma suspirou. – Ela me tirava do sério em questão de segundos.

— E Emma tinha mania de revidar cada comentário meu. – Regina sorriu. – Ela adorava me desafiar.

— Eu ainda gosto. – Emma sorriu

— Ok, parou com isso. – Zelena falou fazendo careta. – Eu sei muito bem aonde esse assunto de vocês vai terminar, e não sou obrigada a ouvir isso.

— Incrível essa capacidade de elas tem de virar qualquer conversa para flerte entre elas. – Ruby falou.

— É um dom. – Regina falou e deu um beijo na bochecha da loira.

O resto do almoço transcorreu tranquilamente, entre conversas e piadas entre as quatro amigas. Depois que terminaram o almoço, se despediram com a promessa de fazerem algo juntas antes da viagem de Zelena e Ruby. E Regina levou Emma até o jornal, parando na frente do The Mirror.

— Meu anjo, eu vou dar uma saída e volto mais tarde, certo? – Regina falou fazendo carinho nos braços da namorada.

— Aonde você vai? – Emma perguntou desconfiada, não sabia de nenhum compromisso da morena.

— Eu prometo te contar depois, primeiro eu quero resolver isso, você confia em mim? – Regina perguntou.

— É claro que eu confio. – Emma deu um selinho na morena. – Tudo bem, boa sorte com o que quer que seja.

— Obrigada e não precisa se preocupar, não é nada grave. – Regina afirmou.

— Eu acho que vou ter que esperar para ver. – Emma sorriu.

— Eu te amo. – Regina deu um beijo apaixonado na namorada.

— Eu também te amo. – Emma respondeu ao encerrar o beijo.

Emma entrou no jornal e Regina pegou o carro para sair. A morena dirigiu até a mansão, precisava ter uma conversa com o seu irmão. Ainda não tinha certeza de como ele iria lhe receber, mas precisava tentar. Killian merecia uma conversa decente entre eles, e não queria que ele soubesse do casamento de outra forma que não fosse por si mesma contando. Chegou na mansão e depois de estacionar seu carro foi direto tocar a campainha. Uma das empregadas da casa abriu e lhe deixou entrar, lhe informando que sua mãe não estava e seu irmão estava no quarto dele. Regina foi até o quarto de Killian e bateu na porta, quando ele abriu e suspirou ao ver a irmã ali.

— Podemos conversar? – Regina perguntou calmamente.

— Eu preferia não ter qualquer contato com você. – Killian respondeu.

— Eu sei que não, mas realmente precisamos conversar. Acho que essa conversa já foi adiada demais e necessitamos disso para seguir em frente. – Regina falou.

— Se você insiste tanto. – Killian suspirou. – Vamos até o escritório, se realmente vamos fazer isso, eu preciso de bebidas junto.

— Por mim tudo bem. – Regina concordou.

Killian e Regina foram até o escritório, ele serviu um copo de vodca para cada um e entregou para a morena, ambos sentaram um de frente para o outro. Regina bebeu um gole da bebida e resolveu iniciar a conversa.

— Primeiro de tudo, eu gostaria de pedir desculpa por tudo que aconteceu. – Regina suspirou. – Eu não planejava que as coisas acontecessem daquela forma, mas eu nunca quis te magoar e odeio que fiz isso. Você sabe que nunca acreditei no amor, mas Emma entrou na minha vida e foi se tornando cada vez mais importante. Eu me apaixonei profundamente e tudo aconteceu naturalmente entre nós.

— Naturalmente? – Killian bufou. – Ela era a minha namorada, o que tem de natural nisso?

— Killian, você sabe que ela não era apaixonada por você. – Regina respirou fundo. – Eu sei que agimos extremamente errado, mas você tem que concordar comigo que vocês dois não tinham um futuro juntos.

— Você não tem como saber disso. – Killian falou. – Se vocês não tivessem se envolvido, eu poderia ter feito ela me amar.

— Você sabe que isso não é verdade. – Regina bebeu mais um gole da bebida. – Você queria que desse certo entre vocês, mas sabemos que você não sentia por Emma o que você sentiu pela Milah.

— Isso é o que mais me magoa nessa história. – Killian olhou para sua irmã. – Você estava lá, estava ao meu lado quando eu encontrei ela na cama com outro homem. E mesmo assim fez o mesmo comigo.

— Eu sinto muito. – Regina falou com os olhos marejados. – Eu realmente sinto muito por isso.

— Você viu como eu fiquei destruído e mesmo assim me traiu. – Killian cerrou o maxilar. – Eu ainda não posso te desculpar, eu nunca esperei uma traição da minha própria irmã e não sei lidar com isso.

— Eu entendo. – Regina suspirou. – Tem outra coisa que eu queria te falar, eu sei que você ficou sabendo de nós duas da pior forma possível, por isso gostaria de falar para você antes de acontecer.

— O que? – Killian perguntou desconfiado.

— Eu vou pedir Emma em casamento. – Regina falou firme.

— Casamento? – Killian perguntou perplexo. – Você não acredita em casamentos.

— Eu amo a Emma e quero passar o resto da minha vida ao seu lado. – Regina respondeu.

— E veio pedir a minha benção? – Killian ergueu a sobrancelha.

— Não, claro que não. – Regina negou com a cabeça. – Eu vim te contar, achei que era o mínimo que eu podia fazer.

— O mínimo que você podia fazer, era ter me falado que tinha se apaixonado pela minha namorada e não me apunhalar pelas minhas costas da forma que fez. – Killian terminou a sua bebida e levantou. – Boa sorte na proposta, a minha não terminou bem.

Killian saiu do escritório e Regina jogou sua cabeça para trás no sofá. Sabia que seria uma conversa difícil e no final das contas não tinha terminado tão mal assim. Talvez um dia, Killian conseguiria lhe perdoar por tudo, só restava torcer por isso. Ficou naquela posição por um longo tempo, pensando em tudo que tinha acontecido. Não sabia quanto tempo tinha se passado, quando sua mãe chegou e se juntou a ela.

— Regina? – Cora falou surpresa com a presença de sua primogênita.

— Mamãe. – Regina levantou a cabeça. – Eu vim conversar com o Killian.

— E como foi? – Cora questionou curiosa, torcia tanto que os filhos pudessem superar suas magoas.

— Podia ter ido pior, pelo menos ele me ouviu. – Regina deu um sorriso triste. – Eu pedi desculpa, mas ele falou que ainda não conseguia me desculpar.

— Ele ainda está muito magoado com você. – Cora refletiu.

— Sim, ele está. – Regina concordou. – Falei para ele que iria pedir Emma em casamento e ele ficou bem surpreso.

— Minha querida, você passou a vida inteira rejeitando a ideia de casamento, claro que é surpreendente que queira isso agora. – Cora sorriu.

— Eu também nunca imaginei que iria querer casar, Emma virou a minha vida de cabeça para baixo. – Regina sorriu.

— Já sabe quando vai propor e como vai fazer isso? – Cora perguntou.

— Estou dividida ainda da forma que farei, mas planejo que seja nesse final de semana mesmo. Eu já estou com as nossas alianças prontas. – Regina suspirou feliz. – Não vejo a hora de ver o rosto de Emma quando isso acontecer.

— Ela vai explodir de felicidade. – Cora garantiu. – Aquela garota é louca por você, fico feliz de você ter encontrado o amor em sua vida.

— Eu sei. – Regina sorriu emocionada. – Eu não poderia ter sonhado com alguém melhor para mim.

Regina se despediu de sua mãe e voltou para o jornal. Logo que entrou foi direto até a mesa da namorada, lhe dando um beijo na testa e contando que tinha dado tudo certo e de noite iria lhe contar o que era. No final do expediente, a loira foi até a sala de Regina, avisando que já estava na hora de irem, pois a morena estava tão concentrada no trabalho que nem viu as horas passarem. Depois de jantarem, uma massa preparada por Regina, resolveram levar Toby para passear. Andando pelas ruas de Storybrooke, a morena iniciou o assunto.

— Eu sei que te deixei morrendo de curiosidade, mas achei melhor do que você ficar nervosa ou ansiosa enquanto eu estava fora. – Regina começou.

Emma continuou caminhando de mãos dadas com a namorada, enquanto Toby cheirava tudo que encontrava no meio do caminho, olhou para ela e concordou com a cabeça.

— Eu fui conversar com o Killian. – Regina olhou para a loira.

— Ele aceitou conversar contigo? – Emma perguntou.

— Sim, ele aceitou. – Regina suspirou. – Eu pedi desculpas para ele, mas ele falou que ainda não conseguia me desculpar.

— Ele precisa de mais tempo, meu amor. – Emma afirmou.

— Eu imagino que sim e eu vou esperar pelo tempo dele. – Regina apertou a mão de Emma. – Eu sinto falta do meu irmão.

— Eu sei que sente. – Emma parou e puxou Regina para um abraço apertado, sussurrando no seu ouvido. – É normal sentir saudade, vocês eram bastante unidos. Por isso mesmo, que tem que acreditar que tudo vai se resolver um dia.

Regina continuou no abraço, até Toby pular nelas e elas rirem com a atitude do cachorro.

— Ele só podia ser teu cachorro mesmo, possessivo que nem a dona. – Regina apontou.

— Nosso cachorro. – Emma sorriu. – E você também é bem ciumenta, não pode falar.

— Culpa sua. – Regina lhe mostrou a língua e continuaram o passeio tranquilamente.

O resto da semana passou de forma normal. Regina estava cheia de trabalho no jornal, mas era recompensada pelos cuidados de Emma, que se preocupava em não deixar a morena sobrecarregada demais e sempre dava um jeito de mimar a namorada com algo, podia ser uma massagem, um cafuné ou uma sobremesa gostosa. Na sexta-feira o casal se reuniu com Zelena e Ruby para bebidas no Rabbit Hole, aonde ficaram até tarde da noite, bebendo, dançando e se divertindo.

Era sábado de manhã, e apesar de querer dormir até mais tarde, a morena levantou cedo, com todo o cuidado para não acordar a namorada. Saiu sem fazer barulho, tinha que preparar toda a sua surpresa e estava muito ansiosa por isso. Depois de ajeitar tudo conforme tinha imaginado, Regina voltou para casa, estava no meio da manhã e felizmente Emma ainda dormia tranquilamente. A morena se aproximou da cama e subiu devagar, a loira estava de bruços e logo teve suas costas preenchidas de beijos e assim despertou manhosamente.

— Adoro ser acordada assim. – Emma falou dengosa.

— Eu sei que adora, meu anjo. – Regina deu um chupão no pescoço alvo. – E eu adoro te acordar assim!

Emma se virou e reivindicou os lábios carnudos em um beijo cheio de desejo, ao qual foi encerrado com vários selinhos.

— Meu anjo, levanta e se arruma, que eu quero te levar em um lugar! – Regina falou dando um beijo na testa da loira.

— Lugar? – Emma franziu as sobrancelhas. – Agora de manhã? Que lugar?

— Você vai ver quando chegarmos lá. – Regina sorriu. – Agora vamos logo!

— Deixa eu tomar um banho primeiro. – Emma falou ainda desconfiada.

Regina concordou e esperou a loira tomar banho. Depois que se arrumou, Emma foi arrastada por uma ansiosa Regina até o carro. A morena vendou os olhos da namorada com um pedaço de pano, que reclamou no início, mas acabou concordando com o gesto. Regina dirigiu até o seu refúgio, aonde tinha preparado tudo para surpreender Emma. Com cuidado, a morena ajudou a namorada a descer do carro, a levando até o local que havia preparado para a ocasião.

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Regina tirou o pedaço de pano dos olhos de Emma, que abriu a boca surpresa com o que viu. Na sua frente tinha dezenas de pedaços de rosas amarelas, a sua preferida, formando a frase: Quer casar comigo? Em volta as árvores estavam decoradas com luzes e na beira do riacho tinha uma toalha estendida aonde estava um balde de gelo com champanhe.

— Emma, meu anjo, minha vida, você sabe que esse é o meu lugar especial no mundo, aonde eu vinha quando queria ficar sozinha e pensar em paz. Mas desde que voltamos de Boston, eu não senti mais a necessidade de vir até aqui, pois a nossa casa é o meu refúgio, o nosso lar é tudo o que preciso em minha vida. É nos seus braços que eu encontro a minha paz. Esse lugar significa muito para mim, por isso eu escolhi ele para um dos momentos mais importantes da minha vida. – Regina sorriu e tomou fôlego, ainda olhando nos olhos verdes que estavam cheios de lágrimas já. – Eu nunca imaginei que a vida pudesse ser tão boa assim, mas viver ao teu lado é extremamente mágico. Você me faz sentir uma plenitude sem fim, ao seu lado eu encontrei motivos para sorrir, você me faz sorrir. Apenas a tua presença é necessária para eu me sentir bem, para eu me sentir feliz. Eu te amo com tudo que eu sou, eu amo cada pedacinho de você e da vida que estamos construindo juntas. Você me faz querer ser a melhor versão de mim mesma, e por você eu sou capaz de fazer qualquer coisa. Você é a mulher da minha vida, a razão da minha existência e o meu final feliz. Eu quero passar a eternidade ao seu lado, ao lado da minha melhor amiga, da minha eterna namorada, da minha amada, futura esposa e mãe dos meus filhos. Eu quero tudo com você, por isso eu te peço com todo o meu coração, você aceita casar comigo? – Regina abriu a caixinha contendo um lindo anel de diamantes.

— Oh, meu deus. – Emma abriu um lindo sorriso, com o rosto banhado de lágrimas. – Sim, mil vezes sim. Claro que eu aceito casar com você. Nada me faria mais feliz do que ser sua esposa.

Regina abraçou a loira pela cintura e deu um beijo cheio de carinho e afeto, um beijo que deixava transparecer todo o amor que sentiam uma pela outra.

— Eu quero tudo com você também. – Emma falou encostando a testa na da morena. – Eu quero o nosso felizes para sempre!

— E teremos, minha vida. Teremos tudo o que temos direito. – Regina falou, sentindo uma felicidade sem tamanho, a mulher de sua vida tinha lhe dito sim, parecia um sonho.

— Regina, eu te amo tanto, mas tanto. – Emma uniu os seus lábios em outro beijo extremamente apaixonado.

— Deixa eu colocar isso no lugar a que pertence. – Regina sorriu e tomou a mão da loira, colocando o anel em seu dedo. – Pronto, você é oficialmente minha noiva. – Regina deu um beijo na mão da namorada.

— E cada a sua? – Emma sorriu.

— Ah, sim. – Regina lembrou e pegou do bolso da calça, entregando para a namorada.

— Oficialmente noivas. – Emma tomou a mão da morena, colocando delicadamente o anel em seu dedo, dando um beijo na mão dela também. – Meu coração está batendo que nem um louco.

— Nem me fala, eu estava tão nervosa. – Regina sorriu.

— Não vai me falar que estava com medo de ouvir um não. – Emma falou brincando.

— Nunca se sabe, não é? – Regina mordeu o lábio inferior.

— Claro que sabe. – Emma deu um selinho na morena. – Você é a minha vida.

— Vamos brindar a isso. – Regina pegou o champanhe e colocou em duas taças, entregando uma para sua noiva. – Um brinde ao resto de nossas vidas juntas.

— Um brinde ao nosso felizes para sempre. – Emma brindou e sorriu lindamente.