Regina aguardava a resposta de Emma ansiosa. A loira a olhava no fundo dos olhos, e parecia querer desvendar todos os seus segredos.

— Eu quero...

— Mas?

Emma suspirou derrotada, o que falaria? Que seria ainda mais errado com Killian? Ou que tinha medo de Regina perder o interesse nela? As duas coisas eram verdade, mas do fundo do seu coração, só queria falar sim.

— É um grande passo, não é?

— E você ainda não está preparada para isso. – Afirmou resignada, respirou fundo e continuou. – Não tem problema, podemos esperar o seu tempo.

— Podemos? – Perguntou como uma garotinha indefesa.

Regina sorriu e lhe abraçou forte.

— Claro que podemos. O que pensou? Que sua negativa iria me fazer desistir da gente? – Pelo silêncio da loira, Regina se afastou um pouco, procurando a olhar nos olhos. – Você pensa tão pouco a meu respeito?

— Não é isso.

— Você não confia em mim.

— Eu quero confiar, mas confiança nunca veio fácil em minha vida, e ainda é tudo muito novo.

— Eu sei que meu passado te deixa insegura. Mas saiba, que eu nunca me envolveria com a namorada do meu irmão, apenas por diversão.

Emma lhe encarou, e assentiu com a cabeça. Regina voltou a lhe abraçar fortemente, fazendo a loira esconder sua cabeça no seu pescoço.

— Vamos para casa? Mamãe falou que tínhamos convidados para o jantar, não faço ideia de quem são, mas deve ser importante.

— Eu não quero ir. – Respondeu manhosa. – Quero continuar exatamente onde estou.

Regina fazia carinho na cabeleira loira, também não queria sair dali. Foram despertadas de sua bolha particular, com o telefone tocando. Se olharam, e Emma fez que sim com a cabeça. Regina então a soltou e foi atender a chamada. Emma tentava adivinhar com quem Regina estaria falando, mas com a quantidade de sim que ela dizia, só poderia ser Cora. Quando Regina encerrou a ligação, suspirou fundo, tinha certeza que esses convidados de sua mãe lhe trariam dor de cabeça com a loira. A família Luccas, era uma das mais antigas da cidade. Eugênia Luccas, era uma grande amiga de Cora. O problema era as filhas dela, Anita e Ruby. Regina já havia ficado com as duas, em épocas diferentes é claro, não era tão cafajeste assim.

— O que houve? – Questionou Emma. – Era sua mãe?

— Sim, agora eu sei quem são nossos convidados.

— Você não parece feliz com eles.

Regina voltou para perto da loira, e segurou em suas mãos delicadamente.

— Nem você vai ficar!

— Fala logo Regina, deixa de suspense!

— Mamãe convidou os Luccas, para jantarem com a gente.

— Aquela senhora que é amiga de sua mãe? O que tem a família dela?

— São apenas ela e suas duas filhas...

— Ah, acho que agora entendi o teu receio! Você já ficou com uma delas?

Regina mordeu o lábio inferior, devia a verdade, certo?

— Você ficou com as duas? – Emma falou um pouco alto demais. – Regina!

—Não ao mesmo tempo, vamos deixar isso claro.

— Sim, isso melhora tudo.

— Emma...

— Eu sei Regina, eu sei que você tem um passado agitado, não posso reclamar disso. Mas...

— Você não gosta nenhum um pouquinho disso. Eu te entendo, mas é passado, estou contigo agora.

Emma sorriu amplamente, amou ouvir isso da morena. Decidiu que iria tentar controlar o máximo possível o seu ciúme neste jantar.

Ambas encerraram suas atividades no jornal, e foram para casa. Ao chegarem, perceberam pelo carro estacionado no jardim da mansão, que as convidadas já haviam chegado. Antes de saírem do Mercedes da morena, Regina segurou em uma mão de Emma, apertou forte e disse.

— Não esqueça, nada do meu passado foi importante. Você é importante para mim!

Emma sorriu emocionada, queria muito beijar a morena neste momento, mas não podiam, então só concordou com a cabeça. Palavras não eram necessárias naquele momento.

Entrando na mansão, elas vão até a sala de estar, encontrando Cora, Killian, Eugênia, Anita e Ruby em um papo animado.

— Regina Mills, só vindo até sua casa para lhe ver, não é? – Anita levantou para abraçar a morena. – Saudades de você.

Emma observou a cena, sentindo um incômodo absurdo, as duas filhas da senhora Luccas eram lindas. Foi tirada de seus pensamentos, com um braço rodeando sua cintura, Killian a levou para mais perto de todos, fazendo as devidas apresentações.

— Esta é Emma Swan, a dona do meu coração. Amor, a senhora Luccas você já conhece, e essas são a Anita e Ruby, filhas dela.

Regina sentiu um aperto no peito, ao ouvir o irmão falando deste jeito. Sabia que ele era apaixonado por ela, mas o que mais a deixava aflita, era o sentimento de posse que ele demonstrava. Emma não era para ser dele, devia ser sua, só sua. Estava começando a se arrepender, de não ter deixado Emma terminar o namoro com ele.

O jantar foi servido, Cora estava na cabeceira da mesa, com Eugênia sentada do seu lado direito, acompanhada de Ruby e Anita. Do outro lado, ficou Killian, Emma e Regina. Estavam todos conversando amenidades, quando Ruby resolve fazer uma piada.

— Então Regina, me conta as novidades, rola um boato pela cidade que você se aquietou, não anda saindo com nenhuma beldade?

Regina terminou de beber o vinho que segurava, e respondeu calmamente.

— Achei que era mais esperta do que confiar em boatos, Ruby!

Ruby sorriu maliciosamente. E Anita resolveu participar da conversa.

— Quer dizer que ainda não encontrou a mulher ideal, querida? Não acha que já procurou por muito tempo? Deve não ter prestado atenção nas pessoas com quem conviveu!

Emma fechou a cara, quem essa fulana pensava ser? A solteira mais disputada da cidade, por acaso? Olhou para Regina, esperando sua resposta. Regina sentindo que todos a olhavam, tomou mais um gole de vinho, antes de responder com ironia.

— Falta de percepção nunca foi o meu problema. O que acontece, é que não estava procurando, e sei que irei reconhecer essa mulher no momento em que a ver pela primeira vez. Não irei cometer o erro de deixar a oportunidade passar, pode ter certeza.

Emma não conseguiu evitar o sorriso, Regina fez uma clara referência, ao que ela havia lhe dito uma vez. Anita fechou a cara, e mudou de assunto.

O resto do jantar correu bem, depois do mesmo, todos voltaram para a sala de estar. Regina cansada de fazer a social, pediu licença para ir descansar. Já estava de pijama, quando ouviu batidas em sua porta. Pediu a todos os deuses, que não fosse Anita ou Ruby, até pensou em ignorar, mas as batidas continuaram, a fazendo ir até a porta. Feliz foi sua surpresa, em ser empurrada para dentro do quarto, por uma Emma afoita.

— Eu confio em você. Eu sou sua e você é minha!

Regina abriu um sorriso encantador.

— Somente sua!