Accidentally in Love
Natal
O Natal havia chegado, a data tão esperada por todos, principalmente pelo casal Swan-Mills. Havia amanhecido com a temperatura ainda mais baixa do que nos dias anteriores, fazendo um frio congelante em Storybrooke. Emma que desejava desesperadamente por neve, acordou e logo levantou, abrindo a janela do quarto e espiando para fora, sentindo uma grande decepção ao ver que ainda não nevava. Regina acordou com a esposa levantando da cama, se espreguiçou e coçou os olhos, observando a loira fechar a janela e fazer o caminho de volta para cama. Os ombros caídos, a expressão entristecida e o biquinho nos lábios cor de rosa disseram tudo para a morena.
— Sem neve ainda? – Regina sentou na cama, se encostando na cabeceira.
Emma negou com a cabeça, sentando ao lado de sua mulher e lhe dando um selinho de bom dia.
— Eu queria tanto um natal com neve. – Emma se queixou.
— Ainda pode acontecer. – Regina pegou uma mão da loira, iniciando um carinho com o seu polegar. – Vamos torcer por um pequeno milagre de natal.
— Quando você se tornou tão otimista? – Emma sorriu.
— Eu culpo você por isso. – Regina brincou.
— Espero que tenha razão.
Emma se aninhou na morena, deitando sua cabeça em seu ombro e passando seu braço esquerdo pela cintura da esposa. Regina virou a cabeça um pouco, depositando um beijo na testa da loira e se ajeitando melhor para abraçar Emma de volta. A morena alisava os cabelos loiros devagar, em uma caricia acolhedora e tranquilizante.
— Temos que nos arrumar. – Emma falou.
— A ceia é só de tarde. – Regina respondeu. – Podemos ficar aqui o tempo que desejarmos.
— Eu falei para a sua mãe que iriamos de manhã para a mansão. – Emma informou. – Você sabe disso.
— E também sei que podemos chegar mais tarde do que o combinado. – Regina riu. – Ajuda para preparar as comidas é o que Mamãe não precisa. Afinal ela não chega nem perto da cozinha da mansão.
— Deixa de ser implicante. – Emma riu. – Ela quer passar o dia conosco, não apenas na hora da ceia.
— Eu sei, meu anjo. – Regina deu um selinho na loira. – Apenas não precisamos sair correndo, ainda é cedo. Eu queria ter trazido café na cama para você, mas a tua criança interior pulou da cama mais cedo do que eu imaginei. Só faltou correr até a árvore de natal para abrir os presentes embaixo dela.
Emma revirou os olhos, tentando segurar o sorriso.
— Combinamos de abrir os nossos presentes de noite, depois de voltarmos da mansão. – Emma sorriu, depositando um beijo no ombro de sua esposa e voltando a deitar a sua cabeça naquele lugar. – Café na cama, é?
— Ah, quer dizer que só por isso não saiu correndo até a árvore de natal? – Regina provocou. – Me abandonaria nessa cama sozinha, na manhã de natal, só para abrir os presentes, é isso mesmo?
— Talvez? – Emma mordeu o lábio inferior.
— Talvez? – Regina repetiu incrédula. – Ah, não. Isso merece uma punição.
Regina se soltou do abraço que compartilhavam, iniciando um ataque de cócegas na barriga da esposa, que tentava se desvencilhar a todo custo, mas acabou deitando de costas na cama, enquanto se debatia. A loira gargalhava alto, provocando risos em Regina também, que se inclinou sob ela e continuava implacavelmente aplicando as cócegas pelas laterais do corpo da esposa. Emma pedia para a morena parar, suplicando clemência, sentindo o ar começar a lhe faltar, de tanto que ria. Regina ao perceber isso, parou com as cócegas, deitando ao lado da esposa e lhe puxando para os seus braços. A loira se aninhou ao corpo de Regina, tentando controlar o ritmo de sua respiração, enquanto recebia carinho em seus cabelos. Era praticamente automático para a morena, sempre afagar as madeixas loiras em determinadas posições. Regina sorriu contente por alcançar o seu objetivo, de fazer a esposa se distrair e esquecer a ausência de neve, que tinha deixado a loira momentaneamente aborrecida.
— Isso foi golpe baixo. – Emma finalmente tinha acalmado as batidas frenéticas de seu coração e regularizado sua respiração. – Você sabe o quanto sou sensível a cócegas.
— Minha preciosa, eu sei o quanto você é sensível a muitas coisas. – Regina sorriu. – Não só a cócegas, mas no momento elas eram mais pertinentes.
— Definitivamente você não tem mais jeito. – Emma riu.
— Você quer que eu tenha? – Regina ergueu a sobrancelha e procurou pelo olhar da loira.
— Não. – Emma respondeu convicta, encarando os olhos castanhos. – Eu quero que continue sendo exatamente como você é.
— Bom. – Regina sorriu. – Vou lá preparar o café da manhã, tudo bem?
— Nem pensar. – Emma sorriu. – Eu vou junto, adoro ver você cozinhando, principalmente virando as panquecas.
— Claro, você fica olhando para a minha bunda enquanto eu cozinho, isso sim. – Regina riu. – Eu não me esqueci que 40% do motivo de você ter se casado comigo foi pela minha bunda.
— Quem falou isso foi você, eu nunca confirmei nada. – Emma riu.
— Nem negou. – Regina iniciou um beijo lento e tranquilo, encerrando com alguns selinhos. – O que já é o suficiente para mim saber que é verdade.
— Convencida. – Emma provocou. – Então levanta essa bendita bunda da cama, pois estou ficando com fome já.
— É claro que está. – Regina revirou os olhos. – Fome e Emma andam juntas.
— Vamos, Regina. – Emma levantou da cama, vestindo um roupão por cima de seu pijama e calçando suas pantufas. – Eu quero panquecas.
— Impressionante como a minha esposa fica cada vez mais mandona. – Regina negou com a cabeça sorrindo. – Oh, as maravilhas do matrimônio.
Emma apenas mostrou a língua em resposta, terminando de fechar seu roupão. A morena levantou, vestindo um roupão por cima de seu pijama também, afinal o frio estava intenso, calçou seus chinelos de pano e acompanhou a loira até o banheiro do casal, aonde fizeram sua higiene matinal. Desceram as escadas em direção a cozinha, enquanto Regina iniciava os preparativos para o desjejum, Emma foi servir ração e trocar a água de Toby na área de serviço.
Regina preparou ovos, bacon e suas estimadas panquecas, sob o olhar atento da esposa, que realmente adorava ver sua mulher cozinhando. Emma fez chocolate quente para as duas, colocando canela em cima do seu e as duas mulheres sentaram para desfrutar do café da manhã. Em um clima descontraído e amoroso, fizeram a primeira refeição do dia, o momento não poderia ter sido mais agradável para as duas mulheres. Após organizarem a cozinha, tomaram banho e se vestiram para irem para a mansão. Emma estava com um vestido listrado preto e branco até a cintura e preto da cintura para baixo, que ia até um pouco acima dos joelhos, meia calça preta, botas de cano longo pretas, um sobretudo preto por cima e um cachecol vermelho longo. Enquanto Regina vestia uma blusa de seda vermelha, saia de couro preta, meia calça preta, botas de cano longo pretas e um sobretudo preto por cima. A morena prendeu a guia na coleira de Toby, o levando até o carro e abrindo a porta traseira, ao que o cachorro prontamente pulou para dentro. Emma carregou os presentes que iriam dar para a família e amigos até o porta-malas do carro, entregando as chaves para a esposa, que estava encarregada de dirigir até a mansão.
A mansão estava majestosamente decorada, logo que entraram foram informadas pela governanta que Cora estava na sala de estar. Seguiram com Toby para o local, encontrando não apenas a matriarca do Mills, como também Killian e Milah. Cora estava sentada em sua poltrona, enquanto Killian e Milah estavam no sofá de dois lugares ao lado.
— Finalmente vocês chegaram. – Cora se levantou e foi abraçar a filha e a nora. – Pensei que tinham desistido de virem.
— Que exagero, Mamãe. – Regina sorriu. – Estávamos apenas aproveitando a nossa manhã de natal, deixe de drama.
— Olha quem está falando em exagero e drama. – Emma provocou a esposa.
— E Regina? – Killian esperou a irmã lhe dirigir o olhar para continuar. – Não precisamos saber o que vocês estavam aproveitando antes de virem para cá, informação demais, irmãzinha.
— Não desse jeito, idiota. – Regina revirou os olhos. – Eu me referia ao café da manhã.
— Vou fingir que acredito. – Killian sorriu.
— Aonde está o Albert? – Emma questionou a sogra, tentando mudar de assunto, já sentia suas bochechas corando de vergonha. – Pensei que ele já estaria aqui também.
— Deve estar chegando. – Cora informou, enquanto voltava a sentar em seu lugar. – Ele estava esperando o sobrinho chegar de viagem, para virem juntos.
— E o resto do pessoal vem só para a ceia mesmo. – Milah completou.
Emma soltou a guia da coleira de Toby, que foi deitar no tapete em frente a lareira, sentando no sofá de três lugares de frente a Killian e Milah, com Regina ao seu lado. Killian serviu eggnog para todos e iniciaram uma conversa sobre os planos de Cora para a sua viagem, que seria no dia seguinte. Cerca de uma hora depois, Albert chegou acompanhado de seu sobrinho August Spencer, um homem alto e de olhos azuis. Após as devidas apresentações, iniciaram conversas sobre o cotidiano, fazendo o tempo passar mais rápido do que sentiram. No início da tarde, Zelena, Ruby, Eugênia e Anita se juntaram a eles. E uma hora antes do marcado para iniciar a ceia, Graham, Sidney Glass e sua esposa Colette chegaram para as festividades.
A mesa da sala de jantar estava impecável, com velas vermelhas decorando e um grande peru recheado e decorado com frutas coloridas no centro dela. Havia também uma grande variedade de comida, incluindo purê de batatas e saladas variadas. Todos sentaram à mesa, desfrutando de uma deliciosa e agradável ceia de natal. As conversas animadas e risadas prazerosas eram ouvidas em meios as garfadas e goles de vinho tinto. De sobremesa foram servidas tortas de maça e biscoitos de gengibre. Após a ceia, voltaram para a sala de estar, aonde trocaram presentes de natal. Eugênia contava a Sidney e Colette o quanto estava orgulhosa e animada pelo casamento de sua filha e Zelena. Anita estava entretida em uma conversa com August e Graham. Albert, Cora, Ruby e Zelena falavam animados sobre seus respectivos planos de final de ano, o casal de noivas iriam sair em viagem também. Killian e Milah estavam no maior clima de romance, o que fazia Regina sorrir pela felicidade estampada no rosto do irmão. Emma se aproximou da esposa, segurando sua mão e sussurrando em seu ouvido.
— Vamos para casa, meu amor. – A loira olhou para os olhos castanhos que tanto amava. – Está na hora de sermos só você e eu.
— Quer se aproveitar de mim, minha vida? – Regina sorriu, entrelaçando seus dedos nos de sua amada. – Não precisa falar duas vezes, vamos embora agora mesmo.
— E se eu quiser? – Emma ergueu a sobrancelha.
— Eu sou toda tua. – Regina selou os lábios cor de rosa. – Hora de dar tchau.
A loira concordou com a cabeça, seguindo ao lado de sua esposa para se despedirem de todos. Agradeceram pelo dia adorável a Cora, felicitando boa viagem a ela e Albert. Desejaram boa viagem para suas melhores amigas, que iam fugir do inverno para o calor da Flórida. Após se despedirem de todos os presentes e antes de saírem, Regina puxou o irmão para um canto, para falar sobre o jornal, enquanto Emma prendia a guia na coleira de Toby.
A volta para casa foi rápida e tranquila, já havia anoitecido. Quando chegaram em casa, a loira desceu do carro e soltou Toby, que saiu correndo para o jardim. Emma seguiu o cachorro, enquanto Regina terminava de estacionar o carro na garagem. A loira observava o cachorro farejar tudo pela sua frente, quando sentiu pequenos flocos de neve caindo por cima de si, olhou para cima e sorriu admirada, estava finalmente nevando.
— Olha só. – Regina se aproximou. – Natal com neve.
— Sim. – Emma sorriu maravilhada e olhou para a sua esposa. – Nosso pequeno milagre de natal aconteceu.
— Eu tive que subornar algumas autoridades celestiais para isso, mas valeu a pena. – Regina sorriu. – Afinal se minha mulher queria natal com neve, com certeza ela teria isso.
— Sua linda. – Emma esticou a mão para a morena, que prontamente a segurou. – Não tenho dúvidas de que se você pudesse, faria exatamente isso.
— Pode ter certeza que faria. – Regina olhou para o céu e depois para a loira. – Acho que não existe nada que eu não faria por você, meu anjo.
Emma sorriu emocionada para a morena, iniciando um beijo lento e carinhoso. Encerraram o beijo, encostando suas testas e sorrindo uma para a outra.
— Falando sobre isso. – Emma mordeu o lábio inferior.
— Sobre isso o que? – Regina franziu as sobrancelhas.
— Sobre milagres e coisas que faríamos uma pela outra. – Emma respirou fundo. – Eu tinha pensado no momento perfeito para te falar isso, a minha ideia seria entrarmos e depois de trocarmos os nossos presentes sob a árvore de natal, na frente de nossa lareira acessa, eu entraria no assunto. Mas aqui. – Emma olhou para cima por um momento, antes de voltar a olhar para a morena. – Com a neve caindo, essa neve que chamamos de pequeno milagre de natal. E você me falando essas coisas lindas e perfeitas, eu sinto que é o momento certo, é o nosso momento.
— Nosso momento? – Regina sorriu.
— Sim, o nosso momento. – Emma sorriu, com lágrimas em seus olhos verdes intensos. – Eu quero um filho, Regina. Eu quero o nosso filho.
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