Regina esperava que Emma falasse alguma coisa, estava começando a ficar preocupada com a falta de palavras da loira a sua frente. Emma lhe olhava com decepção, e por um momento se odiou por ser a causa deste olhar.

— Eu sou muito idiota mesmo! – Emma falou negando com a cabeça. – Realmente cheguei a pensar que tinha significado algo, mas devo ter esquecido com quem estava lidando.

— Emma.... – Regina falou tentando se aproximar, mas a cunhada andou para trás, colocando a mão a sua frente, impedindo que Regina a tocasse.

— Não me venha com Emma em mim! E não ouse me tocar!

Regina levantou as mãos em rendição, tentando outra abordagem.

— O que eu quis dizer foi...

— Eu entendi Regina, sou apenas mais uma a cair na sua rede, e você quer ter certeza que pode me chutar quando tiver vontade!

Com isso, Regina perdeu a paciência, seria a loira tão burra assim?

— Que merda você está falando? Se esse fosse o caso, nós teríamos transado aqui mesmo, quando você...

— Me ofereci? Pode falar, eu não tenho vergonha de assumir meus desejos. Mas tenho vergonha de ter confiado em você, que seria diferente...

Regina bufou impaciente, mandou a cautela para o espaço e puxou Emma para seus braços. A loira se debatia, mas não conseguia se soltar do agarre apertado.

— Cala essa boca. – Regina decidiu mostrar para a loira, a beijando, que sim, que era diferente. Poderia ter dificuldades de expressar em palavras, até porque nem conseguia se entender direito ainda, mas não podia deixar a loira ter uma ideia totalmente fútil, do que estava acontecendo entre elas. – Você é loira mesmo, não é? – Perguntou ainda abraçada fortemente ao corpo da outra, encostou suas testas, fechando os olhos e respirando fundo. – Não pense nem por um segundo, que não é especial para mim! Por favor, me dê um crédito...

— E como você quer que eu acredite nisso, Regina? - Perguntou derrotada, a morena não a deixava raciocinar direito, estando tão perto de si desta forma. – Você não quer que eu termine com o Killian, como acha que interpreto isso?

— Da forma errada. Pense bem Emma, seria complicado demais você fazer isso agora. Tem muita coisa envolvida, além do meu irmão, tem a Mamãe, que com certeza teria um surto histérico e o seu emprego no jornal. Vamos com calma, por favor me entenda...

Emma respirou fundo resignada. Definitivamente Regina Mills seria sua ruína. Pensou no que a morena falou, e mesmo odiando, viu que ela tinha razão. Não seria nada fácil para elas, assumirem algo agora.

— Você não presta, Regina!

Regina sorriu tristemente, concordando com a cabeça.

— Eu sei, mas sou egoísta demais para não lhe querer! Não vou te obrigar a nada, a escolha é sua. Mas por favor não pense besteiras, você significa muito para mim, sim. Você nem faz ideia do quanto.

— Eu te odeio por me colocar nesta posição.

— A linha entre o amor e ódio é tênue, minha querida!

— Achei que não acreditasse no amor!

— Eu também pensava isso!

Emma sorriu com isso, via o quanto Regina estava sendo sincera. Podia entender que para a morena era tudo muito confuso.

— Eu nem sei se realmente tenho uma escolha. Já era sim, desde que você me beijou pela primeira vez...

Regina sorriu e lhe capturou os lábios mais uma vez. Desta vez, o beijo era mais calmo e terno. Uma demonstração pura de carinho e afeto. Emma surrupiou uma de suas mãos pelo corpo da morena, até chegar no decote e pegar a chave da porta. Regina gargalhou com o gesto, afastando seus rostos, para poder olhar naquela imensidão verde que tanto gostava.

— Agora você quer ir embora? – Perguntou sorrindo.

Emma mordeu seu lábio inferior, sorrindo sapeca.

— Tudo bem, já passamos do nosso horário mesmo. Aliás, o tempo nesta sala não conta como hora extra, só para esclarecer!

Recebeu um tapa em seu braço em resposta.

— Regina, cala a boca! Meu deus, como você é idiota!

— Sua idiota!

Emma ficou séria, a morena era um sinal ambulante de problemas e sinais confusos. Mas gostava de saber, que de certa forma, tinha uma parte dela que ela nunca tinha dado a ninguém. E Emma era a sortuda, a ter essa parte de Regina.

— Vamos, sua mãe vai ficar braba com o nosso atraso para o jantar de família!

— Depois eu que sou cínica! – Regina falou com um sorriso enorme.

Ambas foram para casa, no caminho trocaram alguns carinhos dentro do carro, antes de chegar na mansão.

Logo que entraram viram Killian descendo as escadas, Emma sentiu um nó no estômago, nunca tinha estado nesta posição antes. Era uma traidora, e ainda por cima com a irmã do namorado. Podia fica pior? Não queria nem pensar nesta possibilidade, olhou para Regina de canto de olho, e foi ao encontro de Killian, que abriu os braços para a loira.

— Meu amor, achei que iria dormir na redação hoje. Regina a está levando para o mau caminho, está ficando viciada em trabalho igual a minha irmãzinha! – Falou abraçando a loira, que gostaria de se enviar em um buraco negro com esse comentário, ele nem fazia ideia do quanto Regina estava a levando para o mau caminho.

— Pelo menos é viciada em algo produtivo. – Regina resmungou, recebendo um olhar nada amigável da loira. – Mamãe já está na sala? – Resolveu mudar de assunto, antes que falasse algo mais impróprio ainda.

— Sim, estávamos apenas esperando por vocês, vamos lá? – Convidou animado, e se dirigiram todos para jantar.

Depois do jantar, Regina decidiu subir para o seu quarto, não estava disposta a socializar com a família. Queria ficar sozinha, e pensar em tudo que aconteceu. No início, era apenas desejo que sentia pela loira, mas agora já não tinha mais tanta certeza. Beijar Emma Swan era intoxicante, não estava em seus planos virar amante da cunhada. Tinha certeza que depois que ficassem pela primeira vez, teria perdido o interesse, como sempre acontecia, mas não podia estar mais errada. Estava a desejando ainda mais, e isso tudo era muito para assimilar. Ouviu batidas na porta e estranhou. Ao abrir, a surpresa não poderia ser maior.

— Não pensei que lhe veria ainda hoje!

— Acha que é a única que pode ir atrás de mim? Direitos iguais...

Regina sorriu, e cedeu passagem para a loira entrar, não precisavam ficar vulneráveis no corredor da mansão.

— Você continua me surpreendendo.

— A recíproca é verdadeira. – Emma sorriu e se aproximou de Regina – Não podia ir dormir, sem fazer isso antes. – E com isso iniciou um beijo delicioso.

Quando se afastaram, Regina estava sem palavras, o que fez Emma sorrir amplamente.

— Boa noite, Regina. Espero que sonhe comigo!

E assim, desta forma, Emma a deixou sozinha de novo. Com uma única certeza no meio de tantas dúvidas, seria impossível conseguir dormir direito esta noite. Pois, estava cada vez mais entregue, aos encantos de sua cunhada.