Regina continuava olhando para sua amiga com espanto, Zelena só podia ter enlouquecido.

— Nem pensar! Esqueceu quem foi que fugiu nessa história? Eu não vou atrás dela de forma alguma. Quem tem que voltar é ela, o que é evidente que não está em seus planos, portanto a vida continua.

— Regina, que vida é essa? Pois a sua, com certeza não continuou, você pensa na Emma o tempo todo. Pensa que me engana? Você anda bebendo demais, dormindo de menos, pegando vagabundas que não valem o seu tempo, não tem trabalhado direito e muito menos tem sido feliz. Então por favor, me diga, que raios de vida é essa? – Zelena perguntou irritada, sua amiga estava se afundando sem perceber, não poderia deixar ela se perder desta forma. Respirou fundo e continuou em um tom de voz carinhoso– Minha amiga, eu quero o seu bem. Eu sei que Emma errou feio, não estou pedindo que você a perdoe e corra atrás dela, e sim que possam conversar. Vocês precisam acertar as coisas entre vocês, para o bem ou para o mal. Isso precisa de um encerramento ou recomeço. Depende apenas de vocês.

Regina tinha lágrimas em seus olhos, sabia que sua amiga estava com razão, mas não queria arriscar. Não queria arriscar se magoar mais ainda, não queria procurar a loira, queria que ela voltasse sozinha. Queria tanto que Emma apenas voltasse para a cidade, assim poderiam conversar corretamente. A morena respirou profundamente, antes de responder para Zelena tranquilamente.

— Eu não quero, Zel. Por favor, não insista.

— Aff, Regina! – A ruiva reclamou resignada, sabia que não adiantava tentar mais nada no momento. Sua querida amiga necessitava pensar sozinha sobre tudo, tinha certeza que ela iria tomar a melhor decisão, depois de analisar tudo com o cuidado que sempre tinha em sua vida. – Te dou 24 horas para pensar!

— Obrigada, mas não há o que pensar. – Regina pegou sua bolsa, deu um beijo na bochecha da amiga, e foi em direção a saída. – Nos falamos mais tarde.

Regina seguiu sem rumo na direção de seu Mercedes, depois de mais de uma hora dirigindo pela cidade, acabou indo para o seu refúgio. Sentou na beira do riacho, e ficou pensando em tudo que sua amiga falou. Um sorriso bobo veio em seus lábios, ao imaginar encontrar Emma nos próximos dias, se repreendeu mentalmente por isso. Não deveria estar ansiosa para encontrar a loira covarde, mas seu coração besta estava acelerado com essa possibilidade. Lembrou dos momentos vividos com Emma ali naquele lugar, seu refúgio pessoal de tantos anos. Olhou para o lugar, aonde havia estendido a toalha de piquenique e lembrou da dança que tiveram ali, naquele dia foi tudo tão especial. Uma lágrima solitária escapou de seus olhos, mas ao contrário das anteriores derramadas, essa era de um sentimento mais ameno. Era de saudade, uma saudade boa, como se estivesse preparada para reencontrar a dona de seu coração quebrado.

Regina foi para a mansão, logo na entrada viu Killian descendo as escadas, fechou a cara e estava pronta para o ignorar, quando ele resolveu se manifestar.

— Parece que a garota perdida enganou a nós dois! Isso é um feito e tanto para alguém do nível dela. – Killian tinha um sorriso debochado nos lábios.

O sangue de Regina ferveu, por mais que ainda estive triste com a atitude da loira, não admitiria ninguém falar mal dela, ainda mais injustamente.

— Vai para o inferno. Ela não me enganou, apenas foi embora.

— Você é patética. – Killian gargalhou. – Ainda a defende. Está esperando que ela volte, é isso?

— E você é um corno, um baita corno com dor de cotovelo. – Regina sorriu arrogante. – Qual o problema? Nunca perdeu para uma mulher? É isso? Puro machismo idiota? Ou é o fato que Emma escolheu a mim? Me explica o que tanto te incomoda.

Killian fechou a cara irritado, seu rosto ficou vermelho de raiva rapidamente e quando ele abriu a boca para responder, foi interrompido por Cora.

— Chega. Os dois foram idiotas nessa história toda. Essa mulher nem está se importando com nenhum dos dois, e ainda brigam por ela? Que tipo de feitiço ela lançou em meus filhos? – Cora não aguentava mais isso, tudo tinha ruído após aquela festa surpresa na mansão. Nada mais era o mesmo, incluindo seus dois filhos e as relações de todos eles. – Superem, e tenham vergonha na cara, nenhuma mulher vale tudo isso.

Killian ainda encarava a irmã com raiva, enquanto Regina estava com um sorriso confiante em seu rosto.

— Escute a sua mãe, para você pode ser de grande ajuda. Mas já que vocês insistem nesse assunto, vou deixar claro uma coisa para ambos. Emma foi embora sim, ela realmente me abandonou aqui, mas isso é temporário. Iremos nos acertar, e quando isso acontecer, não se preocupem. Pois não iremos voltar para Storybrooke.

Cora e Killian pareciam surpresos com essa novidade. O que fez o sorriso de Regina aumentar e ela continuou falando.

— Amanhã mesmo estou indo encontrar a Emma. E antes que digam mais alguma besteira, eu realmente não me importo da fuga dela e já a perdoei por isso. Nos amamos e isso é tudo o que é importante para mim. Então fiquem avisados, estou me demitindo do The Mirror, aproveitem o jornal da família.

Regina foi em direção a escada, quando teve um de seus braços segurado por sua mãe, que a olhou no fundo de seus olhos e falou calmamente.

— Você está cometendo o maior erro da sua vida.

— Não, mãe. Esse é o maior acerto da minha vida. O maior erro da minha vida foi deixar Emma partir. Eu não cometo o mesmo erro duas vezes. Adeus.

E assim Regina deu as costas para sua mãe e seu irmão, arrumou todas as suas coisas e depois ligou para Zelena.

— Iremos de carro mesmo, vamos sair às 14 horas. – Zelena atendeu animada, recebendo uma gargalhada de Regina.

— Você é muito abusada mesmo. Nem sabe para o que eu estou ligando.

— Eu sempre sei o motivo de suas ligações minha querida, e ainda mais essa que não tem erro. Chame de intuição, previsão do futuro, bruxaria ou o fato que te conheço com a palma da minha mão. Estou certa, não estou?

— Bruxaria? Qual delas você seria? – Regina respondeu sorrindo, sua amiga era a melhor de todas.

— Uma linda, inteligente e poderosa é claro.

— A da Branca de Neve? – Regina estava se divertindo com os devaneios da ruiva.

— Claro que não, aquela não é páreo para mim. Poderia ser a bruxa de OZ.

— Qual delas?

— A Wicked é óbvio. Amo verde.

Regina gargalhou com isso, Zelena definitivamente não poderia ser normal.

— Tudo bem, se é assim que você deseja. – Regina riu novamente. – Mas sim, você tinha razão, iremos para Boston.

— Eu sabia amiga, a viagem vai ser inesquecível, você verá.

— Disso eu não tenho dúvidas, só espero que seja um inesquecível bom!

— Alguma vez eu já falhei com você?

— O que mais você não está me contando? – Regina estranhou, tinha mais alguma coisa acontecendo.

— Regina, você confia em mim?

— Você sabe que sim.

— Então se prepare, apenas isso, o resto deixa por minha conta!

— Que a sorte esteja ao meu lado! – Regina resmungou.