Accidentally in Love

Acertando as coisas


Regina puxou Emma pela cintura com uma mão, e com a outra segurou firme em seu pescoço, aprofundando o beijo. O beijo era avassalador, dotado de sentimentos de ambas as partes, que pareciam não querer terminar esse momento. Mas o ar foi necessário, fazendo elas juntarem suas testas, as respirações se misturando e lágrimas descendo dos olhos delas.

— Você não pode terminar algo, que eu nem fiz o pedido oficial ainda. – Regina tentou fazer uma piada, mas sua voz falhando não permitiu isso. – Por favor...

Emma suspirou fundo, afastou um pouco o rosto, olhando direto nos olhos castanhos.

— Eu também não sei mais viver sem a sua presença. Eu pensei muito em tudo que aconteceu, e não quero mais que esse tipo de coisa se repita, Regina. Eu me odiei por acertar aquele tapa em seu rosto.

— Me desculpa, eu não queria te ofender, eu juro por Deus, que não foi essa a minha intenção. Eu apenas odeio aquele cara, ele representa tudo o que eu não quero perto de você. Não por desconfiar de sua lealdade, não é isso, eu não confio é nele. Ele é vil, e não mede esforços para conseguir o que deseja. Ele e Killian brigaram feio uma vez, desde então eu ignoro a existência dele.

— Eu não fazia ideia, seu irmão nunca mencionou isso.

— Imagino que não, foi há uns dois anos atrás, Kill estava namorando uma ex-namorada dele. E quando ele descobriu, decidiu tornar a vida dos dois um verdadeiro inferno.

— O que houve? – Emma questionou receosa.

— Durante uma viagem, Killian encontrou Jefferson na cama com a Milah. Foi uma briga horrível, ainda bem que eu estava junto e pude segurar meu irmão, para ele não fazer nenhuma besteira.

— Ele reagiu tão mal assim?

— Sim. Mas eu sei o que você está pensando agora, e as situações são diferentes. Milah havia dito que estava gravida do Kill, quando na verdade, nem carregando uma criança ela estava, graças a Deus. Meu irmão estava planejando casar com ela, ver ela na cama com o cretino do Jefferson destruiu ele. Eu sei que não deveria ter traído ele desta forma, dada a toda essa história, mas eu realmente não pude evitar.

— Eu sei, Regina. Mas está tudo tão errado, eu só queria paz. Adoro o seu irmão, tenho um carinho enorme por ele, odeio toda essa situação. Deveríamos ter aberto o jogo desde o início com ele. Só quero viver nosso amor, sem culpa e mentiras. Quero estar bem comigo mesmo, sem mais sairmos escondidas como duas criminosas. Quero viver plenamente e tranquilamente ao seu lado.

— E viveremos, eu te prometo isso. Iremos conversar com ele, pode ser difícil, mas no final do dia nós ainda seremos irmãos. Existem laços mais fortes do que tudo nesta vida. E o amor que Killian tinha por Milah foi diferente, era o primeiro amor dele, foi tudo muito intenso. Eu sei que ele gosta de verdade de você, mas se entregar como daquela vez, eu acho que ele não é mais capaz disso.

Emma foi até a janela do quarto pensativa, enquanto olhava para fora, imaginava quantos problemas ela e Regina iriam ter que enfrentar para continuarem juntas. Regina se aproximou devagar, abraçou a loira por trás, escondendo sua cabeça no vão do pescoço de Emma, que se aconchegou no abraço. Ficaram um bom tempo assim, apenas aproveitando a presença uma da outra. Até Regina questionar.

— Como ficamos? Me diz que não estraguei tudo.

Emma suspirou, e virou para encarar a morena de frente.

— Eu amo você. E iremos lutar pelo nosso relacionamento, não é um mal-entendido pequeno que vai destruir a gente. – Emma a beijou, transmitindo todo o seu amor naquele gesto. – Mas por favor, não fale mais daquela forma comigo, eu mereço mais de você. E desculpe pela agressão, eu prometo não fazer mais isso também.

Regina concordou com a cabeça, e voltou a beijar a loira. Terminou o beijo com vários selinhos seguidos.

— Eu sei que você merece mais, eu juro que nunca mais agirei daquela forma. E quanto ao tapa, acho que mereci, mas prefiro ele em outros momentos com você. - Regina arqueou uma sobrancelha, sorrindo sugestivamente.

— Bom, sua pervertida. Mas eu queria falar outra coisa com você.

— Diga. – Regina falou aflita. – Tem a ver com aquela mala na porta?

— Sim, acho melhor irmos embora. Quero resolver toda essa confusão em que estamos, creio que quanto antes fizermos isso, sua mãe não vai complicar mais as coisas. Hoje é o último dia da convenção mesmo, depois podemos programar outra viagem para aproveitarmos sozinhas, sem trabalho, sem jornalistas, sem mais esconder o nosso amor, o que acha?

— Uma excelente ideia, deixa eu arrumar minhas coisas e poderemos ir embora. – Regina deu um beijo na ponta do nariz de Emma, e foi organizar seus pertences. – Vamos comer algo antes de pegarmos a estrada, pode ser?

— Claro, e compramos lanches para comer no meio do caminho. – Emma começou a ajudar a morena a guardar as coisas. – Estou morrendo de vontade de comer uma lasanha.

— Você ainda não provou a minha, depois que fizer isso, nunca mais vai querer outra. – Regina comentou toda orgulhosa, arrancando um sorriso enorme por parte da loira. – Assim como tudo que se refere a mim. – Piscou para Emma, que deu uma gargalhada.

— Você é incorrigível, Regina Mills. O que eu faço com você? Me diz. – Emma enlaçou o pescoço da morena, que segurou em sua cintura.

— Eu tenho vários pensamentos sobre isso, mas temos que nos apressar, não quero dirigir no escuro. – Selou os lábios da loira em um beijo calmo e sem pressa. – Vamos meu anjo, teremos tempo para você fazer o que desejar com a minha pessoa.

Regina e Emma terminaram de organizar todas as suas coisas, pediram para um atendente do hotel carregar suas bagagens até o carro da morena. Comeram um pedaço de lasanha, conforme o desejo de Emma, no restaurante do hotel. Em seguida, Regina fechou a conta do hotel, acertando todo os valores, o que fez Emma protestar, pois queria dividir a conta.

— Emma, eu te prometo que dá próxima vez eu deixo você pagar. Agora vamos logo.

— Insuportável, isso é o que a senhorita é.

— Você já sabia disso.

— Mas não precisa me lembrar constantemente.

— Não posso prometer nada, não faço promessas que não posso cumprir.

Enquanto se dirigiam até o carro da morena, iam discutindo besteiras. Mas uma pessoa indesejada por ambas, surgiu no meio do caminho.

— Loirinha, achei que tínhamos uma conversa pendente. Já está indo embora? – Jefferson Stan se aproximou delas, questionando em um tom debochado, que fez Regina fechar os punhos. – Não ia nem se despedir?

— Jefferson, como sempre uma presença agradável! – Regina comentou, encarando ele com cara de poucos amigos. – Poderia nos dar licença?

— Regina Mills, achei que a namorada era do seu irmão, para que todo esse protecionismo?

—Jefferson por favor, estamos indo embora. Quanto a sua proposta, minha resposta é não, obrigada. – Emma falou com uma seriedade sem tamanho, que fez Jefferson estranhar. Ele olhou para Regina, e depois voltou seu olhar para a loira, comentando calmamente.

— Ela te contou. Saiba que não é bem como os Mills gostam de compartilhar essa história, o que aconteceu de verdade. Mas tudo bem, boa viagem de volta para o interior do Maine. Achei que você era mais esperta do que cair na lábia dos dois irmãos Mills. – Jefferson concluiu e saiu caminhando, deixando as duas sozinhas.

— O que ele quis dizer com isso, Regina? – Emma perguntou confusa.