O avião de Edward pousou em Nova York no fim da tarde. Um vôo cansativo e desgastante, mas que ele tirou de letra. Agradecia aos céus por não ter ficado perto de nenhuma criança, sentou na janela e ao lado de uma loira peituda, que tentou puxar conversa, mas Edward cortou o assunto (o que era surpreendente até para ele mesmo, dispensar assunto com uma mulher fodidamente atraente), mas o que ele podia fazer se não estava a fim? Deu um sorriso seco a ela, colocou os fones de ouvido do celular e adormeceu ouvindo música. Desembarcou carregando a mochila nas costas, guardou os fones nela e o celular no bolso. Pegou um carrinho de bagagem e foi para a esteira de malas, abriu espaço entre as pessoas e pegou as duas malas, colocou-as no carrinho e a mochila em cima. Foi empurrando o carrinho para longe da confusão de malas.

O aeroporto estava estranhamente cheio. Várias pessoas se despedindo, se reencontrando, se conhecendo. E no meio de toda aquela mistura de sentimentos, Edward andava devagar procurando rostos conhecidos, Rosalie e Emmett.

— Edward?! — escutou a voz conhecida e animada.

Rosalie, Rosalie, Rosalie! Seu cérebro gritava descontroladamente, virou-se para o lugar de onde vinha a voz e lá estava sua irmã parada. Ela estava linda, mais do que ele se lembrava. Um justo jeans que faziam jus a suas curvas, um top preto tomara que caia e por cima uma jaqueta de couro vermelha, além do habitual salto alto. Ela sorria animada e logo atrás estava Emmett, de jeans e camiseta com decote em V, sorrindo também, e carregando a bolsa da namorada.

— Rosalie! — exclamou emocionado, deixou o carrinho ali mesmo e andou rapidamente até a irmã.

Rosalie pulou em seus braços, fechando os braços em volta de seu pescoço. Edward lhe abraçava pela cintura com força, mas com cuidado para não machucá-la, até ergueu-a um pouco do chão.

— Ai Edward, estava com tanta saudade. — Rosalie disse em seu ouvido, ele a colocou no chão.

— Eu também Rose, estava com muita saudade de você.

— Mas não pense que vai se livrar dessa tão fácil. — ela disse com um sorriso no rosto, que logo sumiu e começou a bater nos braços do irmão. E com força. — Como. Você. Ousa. Viajar. Sem. Me. Avisar. — falou pousadamente distribuindo tapas e socos em seu braço, Edward ria, mas sentia os golpes.

— Eu sei... Ai, calma ok? — segurou os braços da irmã. — Sinto muito, mas valeu à pena. Tenho muito pra te contar e deixarei você me bater depois, agora cala a boca e me deixe te abraçar mais um pouco, eu senti sua falta, mandona.

— Af. Com esse jeito, como negar, peste? — ela se derreteu toda, lhe deu outro soco e voltou a lhe abraçar. — Idiota!

Idiota. Isso lhe lembrava uma única coisa. Ou melhor, uma pessoa. Bella. Retraiu-se instintivamente só de ouvir aquela palavra, sentia seu coração doer novamente.

Nota mental: Avisar a Rosalie não me chamar assim.

Após abraçar Rosalie, virou-se para Emmett, que abriu um grande sorriso e os seus grandes e musculosos braços.

— Fala cunhadinho!

— Emmett. — disse sorrindo e riu, abraçou o cunhado. Emmett era realmente grande, não apenas de altura, mas largura, com peito e ombros largos, então Edward coube em seus braços e ainda foi tirado do chão com facilidade, como se fosse uma criança. Edward gemeu, sentindo-o esmagar suas costelas. — Ai.

— Emm, você vai quebrar o meu irmão, coloca ele no chão. — Rosalie mandou preocupada com o irmão, sabia o quão forte o namorado podia ser, mas mesmo assim ria da cena. E óbvio, o namorado lhe obedeceu.

— Vou querer saber tudo sobre seu tempo em... — fez uma pausa pensativa. — Qual o nome da cidade mesmo?

Forks.

— Isso ai, seu tempo em Forks. Quantas mulheres você pegou? Tinha muita mulher bonita?

— Emmett Christopher McCarty, cala a sua boca. Agora. — Rosalie falou bufando de ciúmes, os dois riram. — Leva o carrinho dele, que eu vou com o meu irmão e depois ele conta sobre a viagem.

Rosalie passou o braço na cintura do irmão e ele sobre seu ombro, assim andaram em direção a saída do aeroporto. Emmett foi atrás empurrando o carrinho com as malas do cunhado.

Foram embora na Ferrari de Rosalie, mas os irmãos Cullen foram atrás conversando e matando a saudade sem se desgrudar um segundo se quer.

— E então, o que vamos fazer hoje? Balada? Barzinho? — Emm perguntou empolgado, olhando a namorada e o cunhado abraçados no banco de trás pelo espelho.

— Hum... Acho que nada.

— O que?! Edward Cullen negando fogo?

— Emmett! — Rosalie o repreendeu.

— O que? Vai dizer que não é estranho?

— Não, claro que... Ok é sim. O que foi Edward? Vamos pelo menos jantar né. Eu quero saber sobre tudo que aconteceu em Forks, qual é?

— Ok. Podemos jantar amanhã? Hoje eu estou cansado da viagem, quero descansar. E quero terminar de escrever o epílogo do livro e enviar para vocês ainda hoje, por favor?

— Edward, eu não...

— Um mês, Rose. Esse foi seu prazo, um mês e eu vou cumprir. Emmett, me leve pra casa e amanhã saímos para jantar. É sério.

Sob os olhares céticos de Rosalie e Emmett, Edward foi levado para casa. Rosalie aceitou matar as saudades no dia seguinte, sabia que tinha algo errado com o irmão, mas não insistiria. E assim deixaram Edward e suas malas dentro de seu apartamento e foram embora após um longo abraço entre os irmãos Cullen.

Edward entrou no apartamento lentamente, era tão estranhamente bom estar em casa novamente. Estar em Nova York novamente. O apartamento estava do mesmo jeito que tinha deixado, silencioso e arrumado. Deixou as malas na sala e andou até o telefone fixo que piscava insistentemente mostrando ter mensagens, clicou para ouvir uma:

“Edward? Cadê você? Amor, você sumiu e eu estou com...”

Parou a mensagem ao reconhecer a voz da Tanya. Rosalie estava certa, ela estava louca. Rapidamente clicou para apagar todas e em pouco tempo a caixa postal estava vazia. Deixou a mochila na sala e carregou as malas para o quarto, deixou-as em um canto, pegou uma roupa confortável no closet e foi tomar banho. Um longo banho. Tirando qualquer resquício de Forks de sua pele. Olá Nova York, eu voltei!

Após o banho, foi para a cozinha. Era na sala, separados apenas por um balcão. Uma rápida inspeção pela geladeira e armários, viu que não tinha comida. Ficar um mês fora atrasou um pouco suas compras. Sorte tinha cerveja e refrigerante. Foi para o sofá e pegou o telefone, ligou para a pizzaria e pediu uma pizza grande de calabresa.

Enquanto esperava ela chegar, pegou o netbook dentro da mochila, abriu-o sobre o colo e rapidamente começou a digitar o fim do último capítulo, das despedidas e ver a pela última Bella até entrar no avião.

A pizza chegou meia hora depois, enquanto ele ainda escrevia. Deixou a caixa em cima da mesinha de centro e pegou uma garrafa de cerveja, abriu-a e deu um longo gole. Colocou em cima da mesinha e foi escrevendo enquanto comia. Uma hora depois tinha terminado. Foi uma das partes mais difícil de escrever, não era fácil relembrar o quanto tinha doído dizer adeus sem nenhuma palavra, não era fácil transcrever tudo que tinha sentido naquele momento, mas achou que do jeito que escreveu, dava para entender.

E então começou a escrever o epílogo. Um balanço geral de toda a viagem e dos sentimentos, das lições e experiências. Enquanto digitava percebia o quanto sua ida a Forks tinha sido importante. O quanto tinha mudado e aprendido. Foi mais do que uma simples viagem em busca da experiência, mas sim do autoconhecimento.

Tinha valido muito a pena.

Em quase três horas na frente do netbook, finalizou o pouco que faltava do último capítulo e o epílogo, uma das partes mais emocionais do livro. E então digitou um doloroso... Fim.

Deu uma lida rápida em algumas partes e no que tinha acabado de escrever, estava bom e Rosalie sabia o que fazer (se devia tirar ou acrescentar algo), tinha dado 320 páginas. Sem contar se aumentariam na diagramação, os agradecimentos, dedicatória e todas as páginas em branco de praxe, então daria pouco mais de 330 páginas ao todo. Mas estava basicamente pronto. Colocou uma rápida e sincera dedicatória do livro. E percebeu que não tinha pensado em um nome para o livro.

Passa a porra do mês escrevendo e esquece a porra do nome da porra do livro? Porra, Edward! — reclamou consigo mesmo. E percebeu quanta ‘porra’ tinha falado e riu do duplo sentido do pensamento.

Salvou um arquivo e fez uma cópia sem a dedicatória. Abriu o e-mail e selecionou a Rosalie, colocou o arquivo do livro como anexo e explicou que ainda não tinha nome, só queria que ela lesse e depois arrumariam os últimos detalhes. Enviou.

E agora sim, tinha acabado seu livro.

E tudo parecia tão vazio quando não tinha objetivo fixo. Nesse último mês esse tinha sido seu objetivo: Terminar seu livro. E agora? Nada. Só de pensar em não fazer nada, ficava com medo. Medo de ficar apenas pensando na Bella e tudo ficar ainda mais doloroso.

Terminou de comer a pizza, deixando apenas dois pedaços e tomou toda a cerveja, levou a caixa e a garrafa pra cozinha. Foi para o quarto e escovou os dentes, ainda era cedo, mas tinha sido uma viagem cansativa, então se jogou na cama e dormiu.

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A campanhinha de seu apartamento tocava insistentemente. Irritantemente. Inconvenientemente. Malditamente. Puta que pariu! Ele ficou na cama, esperando que quem for que fosse, desistisse, mas não aconteceu. A pessoa continuava.

Saiu da cama vagarosamente. Percebeu que estava de jeans e sem camisa, nem se lembrava de ter tirado-a, apenas acordou sem ela.

— Já vou! — gritou. Foi até o banheiro e jogou uma água no rosto, rapidamente escovou os dentes e andou, apenas de jeans, em direção da porta.

Algo dentro dele tinha uma ponta de esperança que fosse Bella, mas era óbvio que não seria ela. Ou era? Não, claro que não, não seja estúpido, Edward. E a campanhinha, que tinha parado por vários segundos, voltou a tocar.

— Já estou indo! — disse irritado e abriu a porta. Seus olhos se arregalaram com a surpresa.

Ela estava ali parada na sua frente, sorrindo como nunca. E não sorria apenas com a boca, mas seus olhos claros – com muito rímel, delineador e lápis – também. Seus cabelos estavam diferentes da última vez que ele a tinha visto, não estavam mais longos, estavam na altura de seu ombro um pouco repicado e uma franja cobria sua testa, além de estar ainda mais loiro em um tom platinado. Seus cabelos faziam moldura para seu rosto extremamente redondo com as bochechas altas e lábios finos com um forte batom vermelho. Por mais que não quisesse, Edward reparou em seu corpo, não tinha como negar que ela tinha um corpo atraente – estava em um curto e justíssimo vestido preto, deixando suas coxas e seios em grande destaque, nos pés uma sandália vermelha de salto fino e um extravagante laço no tornozelo, e sobre o ombro uma bolsa vermelha envernizada.

— Surpresa, Pitico! — ela disse animada. Sua voz era aguda, sonora e enjoativa. A loira deu um pulinho animado e se jogou em Edward, lhe abraçando pelo pescoço, o sufocando e fazendo seu forte perfume invadir suas narinas, era doce demais, tão enjoativo quanto a sua voz, ele quis espirrar.

Ela sempre pareceu uma prostituta ou só agora estou percebendo isso? Edward se perguntou. Ele sempre convivera com mulheres assim, com essa aparência, e depois de um mês longe de todo esse pseudo-glamour, tinha outro estereótipo de mulher preferida em mente.

Edward tirou seus braços de seu pescoço com cuidado e segurou-os na sua frente, ela parecia confusa com sua reação.

— O que você está fazendo aqui, Tanya? — perguntou sem rodeios.

— Nossa Pitico, esse é jeito de me tratar? Depois de um mês separados, nem um abraço ou um beijo? Vim te fazer uma surpresa! — sorriu e ergueu os braços, mesmo com ele segurando-as — Surpresa!

— Para de me chamar de Pitico, Tanya, você sabe que eu odeio. — resmungou, soltou-a e deu um passo para trás. — Como ficou sabendo que eu voltei? Como subiu?

— Eu disse que ia te fazer uma surpresa, o porteiro me conhece e me deixou subir, Pitico. Acho que você se esqueceu de me ligar ou não ouviu meus recados. Uma amiga minha te viu chegar e me ligou, eu ia vim ontem, mas preferi te deixar descansar um pouco, mas não agüentei de saudades e vim logo cedo. Senti tanta sua falta Pitico, podia ter me avisado que ia viajar e eu iria com você, poxa. — fez um beicinho magoado, mas logo sorriu. — Mas tudo bem, águas passadas, podemos nos concentrar no futuro. Em nós. Eu realmente senti sua falta. — sorriu maliciosa e sua voz saiu mais sedutora, olhando o abdômen dele. — Uau, tinha me esquecido do quão fodidamente sexy você é!

— Tanya...

Tanya se jogou para cima dele outra vez, mas dessa vez o agarrou pelos cabelos e o beijou. Sua boca tinha um gosto doce de cereja.

Talvez seja isso, preciso de outra mulher...

Colocou as mãos firmes na cintura dela e retribuiu seu beijo, deixando suas línguas se cruzarem. Seu perfume era como um soco no estômago lhe dava vontade de vomitar de tão doce (e depois de beijá-la, percebeu que era um perfume de cereja, talvez fosse kit com o batom), sim porque sua boca também tinha um gosto insuportável de cereja.

Aquele beijo não estava bom, as mãos dela frenéticas em seu cabelo não estava bom, suas mãos na cintura dela não estava bom, a língua dela em sua boca definitivamente não estava bom. Estava faltando algo ou algo estava errado

Ah é, ela não é a Bella. Não, eu não preciso de outra mulher.

Empurrou Tanya, separando seus lábios. Ela estava ofegante e com um sorriso vitorioso nos lábios. O batom não estava borrado, devia ser algum batom que não sai ou qualquer merda do tipo, não lhe importava.

— Podemos ir para o seu quarto, talvez o meu. — ela sorria de lado, maliciosa.

— Não, não vamos. Você vai pra sua casa e eu vou entrar. Tchau Tanya. — pegou a porta e ia fechá-la, mas ela segurou.

— O que? Você nunca negou um bom sexo, vamos Edward, eu sei que você sentiu minha falta.

— Claro, tá sabendo bem hein. — ironizou. — Tanya, não complica isso ok? Não temos e nunca tivemos nada sério, nem vamos ter. Vai pra sua casa ou procura outro, sei lá, só vai embora.

— Pitico...

— Para de me chamar de Pitico, merda. — revirou os olhos e fechou a porta, mas logo voltou a abrir, Tanya abriu um enorme sorriso esperançoso. — E para de perturbar minha irmã, você está irritando ela e eu não vou me colocar no meio quando ela decidir dar na sua cara!

Piscou para ela e fechou a porta, bufou irritado. E ainda pode ouvir alguns murmúrios de Tanya, algo como: Tudo bem Pitico, entendo que você está cansado e estressado por causa da viagem, conversamos e nos resolvemos depois. Riu com isso. Apesar de tudo, Tanya não era má pessoa, mas sabia ser irritante quando queria.

Trancou a porta e voltou para o quarto, tomou um longo banho, colocando jeans e camiseta xadrez. Ligou para a diarista e pediu que ela fosse ao apartamento no meio da tarde, só precisaria dela pra lavar roupa. Colocou a carteira e celular no bolso. Então se lembrou que tinha trocado de chip antes de ir para Forks, para evitar ligações. Primeiro passou todos os contatos de Forks para a memória do celular, para não perder quando trocasse de chip, tirou o chip que usou em Forks, guardando-o, e colocou o chip original, com todos os contatos. Várias ligações perdidas e mensagens, que apagou sem nem se dar ao trabalho de ler.

Fechou o apartamento e desceu de elevador para a garagem. O Volvo estava ali estacionado em sua vaga. Prata e reluzente como sempre, Edward sorriu animado e desativou o alarme.

— Ai bebê, que saudades! — falou pro carro, acariciando sua lataria. Tinha uma real paixão por aquele carro. Abriu e entrou, respirando fundo o cheiro do estofado, fechou a porta e colocou a chave na ignição. — Os carros em Forks não são tão espetaculares quanto você, você iria se sentir o mais foda lá. — após escutar o motor roncar com suavidade e o carro começar a se movimentar, se tocou do quanto estava patético. — É Edward, você realmente tem que parar com essa mania de falar com coisas inanimadas.

Riu e seguiu dirigindo. Foi até o supermercado perto do prédio, pegou um carrinho e o encheu de comida congelada para fazer no microondas (lasanhas, refeições prontas, pizzas, tortas), pegou dois potes de sorvete, salgadinhos e bolacha, passou na parte de bebidas alcoólicas e abasteceu o carrinho (refrigerante, cerveja, vinho, vodka, além de energético). Pagou tudo com cartão, colocou no carro e voltou pra casa.

Almoçou uma lasanha congelada que preparou no microondas com coca-cola. E só depois arrumou o que tinha comprado na geladeira e armários.

Sentou no sofá com um grande pote de sorvete e ficou comendo, vendo televisão, um filme tosco qualquer. Estava se sentindo em uma daquelas comédias românticas onde a mocinha se separa do galã e fica chorando no sofá, comendo sorvete. Mas no caso, ele era a mocinha. Patético.

Menino! — escutou uma voz conhecida.

Olhou para trás assustado e deu de cara com Genevieve, sorriu ao revê-la e ficou em pé, deixando o sorvete no sofá, indo a sua direção, desejando seu abraço.

Genevieve Walters era sua diarista. Edward não a contratou para ser sua empregada fixa apenas por não ter certeza que conseguiria mantê-la, então preferia assim, mas tinha uma certeza, se o livro fosse um sucesso, iria contratá-la. Geny, como ele a chamava carinhosamente, era uma mulher corpulenta pra lá dos seus quase 60 anos, com cabelos ruivos com cachos volumosos até o ombro. Usando uma saia laranja extremamente longa com alguns desenhos que ele não entendeu e babado na barra, um casaco de crochê, sobre o ombro uma enorme bolsa feita à mão e no rosto seu habitual sorriso maternal.

Edward abraçou Geny, se abaixando um pouco, por ser mais alto que ela. Sentiu seu cheiro de rosas e comida caseira, era muito bom.

— Como você está menino? — ela perguntou carinhosamente acariciando seu rosto.

— Estou bem, Geny. — mentiu, mas sorriu sinceramente, pegou a mão dela e beijou-a, respeitosamente. — E você? E como entrou?

— O porteiro já me conhece e ele nem ousa me parar mais, então subi e eu tenho uma cópia da chave, lembra? Estava morrendo de saudades, menino. Esse seu sorriso me fez falta, mas não me parece tão animado ou cínico como antes, o que aconteceu?

— Às vezes você me assusta. — ambos riram. — Eu estou bem, sério. E obrigada por ter vindo, acho que surtaria se tivesse que cuidar das minhas próprias roupas.

— Pode deixar que eu vou lavar tudo, secar e deixar guardadas na suas gavetas, deixe comigo. — sorriu e deu dois leves tapinhas em seu rosto. — Tão bonito e tão confuso.

Ela deu uma risadinha leve e foi para a lavanderia cuidar das roupas. Tão bonito e tão confuso? Estava tão óbvio assim?

Pegou o netbook e voltou a se sentar no sofá. Abriu a pasta com fotos e tinha todas que tinha tirado em Forks, abriu-as. As fotos do almoço na casa da Bella com todos. Queria tanto ligar, nem que fosse para escutar a voz dela, mas não podia fazê-lo. Foi vendo-as, todos sorrindo, se abraçando, rindo, fazendo caretas. E então fotos com a Bella. Até parar em uma, que era uma de suas favoritas. Ela estava em seu colo, ele estava com os braços em sua cintura e ambos sorriam. Tocou a tela com os dedos em cima do rosto dela, não pode evitar sorrir com melancolia.

— Ela é linda! — uma voz disse atrás dele, para seu susto. Geny. — Quem é?

— Você devia parar de chegar assim do nada, sempre me assustando. — Edward disse irônico, fazendo-a rir. — Isabella, mas prefere ser chamada de Bella.

— É uma nativa de onde você ficou?

— Uma não, ela é A nativa de Forks, onde eu fiquei. — sorriu. Geny o observou por alguns segundos e então gargalhou, deixando-o sem entender nada. — O que?

— Nada, desculpe. — ela engoliu o riso e se manteve séria. — O que aconteceu? Vocês ficaram, transaram e você a largou, como fez com todas?

— Credo, Genevieve, você me fez parecer tão... Escroto.

— Não me faça responder essa, Edward. — falou cética.

— Ok. Você tem razão. E não, não foi isso. Ficamos e... Ela teve alguns problemas no passado, acabou... Desistindo e eu... Bem, eu não corri atrás porque era uma decisão dela e não seria justo e... Eu sei lá... — parou no meio da frase, engasgando com as palavras. Nem ele sabia o que tinha acontecido. Geny novamente gargalhou.

— O que foi Genevieve?

— Você está bem de quatro por ela, né menino? — perguntou sem rodeios. — Oh meu senhor, você corou! Isso é bem pior do que eu pensei. Você está bem? Quer conversar?

— Estou. E acho que não, mas obrigado. — sorriu.

— Eu sei que é mentira, mas vou te respeitar. Quem te conhece há tempos como eu te conheço, menino, vê a diferença só no seu olhar, então se isso foi tão importante quanto parece, não deixe escapar por entre seus dedos. — sorriu carinhosamente e tocou seu ombro, antes de sair da sala.

E ali ele ficou encarando a foto da nativa. Foi importante Geny.

Precisava tirar aquilo da cabeça e estranhou o fato de Rosalie ainda não ter ligado, aproveitou e pegou o celular, pressionou a tecla um do celular e a discagem rápida fez o resto, chamando o celular da irmã. Quatro toques depois, alguém atendeu:

— Alô? — a voz masculina do outro lado da linha falou.

— Emmett? Cadê a Rose? Ela não me ligou o dia todo, estranhei então resolvi ligar.

— Ah, ela está sentada no sofá com o Ipad lendo o arquivo do seu livro. Desde que recebeu, ela só parou para dormir. Que tipo de magia negra é essa cara? O que você escreveu?

Edward riu: — Sério? Ela está gostando tanto assim?

— Sua irmã está devorando o livro. Ou está um lixo total e ela quer apenas ver o quão ruim você é ou está uma perfeição que ela não consegue parar de ler.

— Torço para que seja a segunda opção. — riu. — Vamos jantar hoje?

— Vamos. Nem que seja preciso arrastá-la. — Emmett falou, mais para Rosalie do que para Edward. Rose riu. — Ela já tinha me feito fazer reserva no restaurante italiano favorito de vocês dois, eu ia te ligar. Às nove horas, está bom pra você?

— Sem problemas. Manda um beijo pra essa estranha. Nos vemos lá.

— Ah, se você chegar primeiro, só dizer que é a mesa reservada no nome de Emmett McCarty, ok? Já deixei seu nome por lá. Falô, cunhadinho! — desligou.

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Edward estacionou o Volvo em frente ao restaurante nove horas em ponto. Usava uma calça de jeans preto, uma blusa branca social por dentro com os primeiros botões abertos, obviamente sem gravata, e um terno preto por cima. Os mesmo cabelos bagunçados, celular e carteira na mão. Deu as chaves do carro pro manobrista e entrou.

Tinha se esquecido do quanto Nova York era agitada. A noite era iluminada pelas luzes da cidade – prédios, letreiros de neon, faróis de carros –, muitas pessoas transitando em conversas paralelas. Em Forks era difícil não cumprimentar quem avistava na rua, afinal eram todos conhecidos e muito próximos. Ali em Nova York, a cidade grande, eram todos desconhecidos, como se não houvesse outras pessoas além de si mesmos.

Entrou no restaurante, deu o nome de Emmett ao maitre e foi levado até a mesa, sob os olhares dos clientes, principalmente as do sexo feminino. Era uma reservada no canto do restaurante, com privacidade, como Rosalie gostava.

Uma garçonete se aproximou. Ela tinha um longo cabelo extremamente negro e liso, lábios e nariz finos, olhos claros e sedutores, além de um bom par de seios bem evidenciados na blusa branca justa e quase transparente do restaurante.

Buona notte! — ela cumprimentou em italiano, talvez para combinar com o restaurante. — Sou Lily e serei sua garçonete essa noite, gostaria de fazer seu pedido?

— Hum... Não, estou esperando umas pessoas. Ou talvez, uns daqueles pãezinhos de olho e uma água sem gás, por favor. — pediu tentando ser simpático, mas sem sorrir.

— Ok, já volto. — Lily sorriu e foi para a cozinha, rebolando, Edward percebeu.

Menos de dois minutos depois, a garçonete lhe trouxe os pães e a água. Ele agradeceu e disse que faria o pedido quando quem estava esperando, chegasse. A morena sorriu e se afastou.

Ele ficou ali mordiscando os pães e fora da realidade. Estar em um restaurante grande depois de um mês comendo apenas no pequeno restaurante familiar da Sue era estranho. E sentia falta do atendimento de Bella...

— Boa tarde, seja bem-vindo, já está pronto para pedir? — perguntou com uma voz monótona, como se tivesse dito aquela mesma frase outras trezentas vezes no dia, e ao mesmo tempo simpática. Ele reconheceu a voz. Baixou o cardápio para fitar a mulher e um sorriso confuso se abriu.

— Você? — ele quase riu. A mulher que antes não falava seu idioma agora estava falando um inglês perfeito sem sotaque algum e lhe servindo. A única diferença é que agora seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo bagunçado, sem o casaco e com um pequeno avental na cintura. A bela morena de olhos claros.

Ele quase riu com a lembrança, mas foi tirando do transe ao escutar a risada estrondosa de Emmett, eles tinham chegado. Olhou na direção deles. Rosalie estava com um vestido preto justo e salto alto, por cima um bolero cardigan. Emmett logo atrás vestido socialmente carregando a pequena bolsa de Rosalie, que estava mais ocupada lendo algo no Ipad que tinha em mãos. Edward ficou em pé.

— Fala Emmett! — pegou a mão dele e apertou, depois um abraço.

— E ai Edward. Sim, sua irmã continua lendo seu livro. — riu revirando os olhos.

— Oi Rose, como está a leitura? — perguntou sorrindo de lado.

— Só vou expressar minha opinião sobre seu livro quando acabar de lê-lo, o que falta pouco. Mas irei terminar em casa. — falou sem tirar os olhos da tela do aparelho e então ergueu o rosto para fitar o irmão, sorrindo. — Pronto. Fechei tudo e agora vou jantar com vocês.

— Que bom! — Edward sorriu e abraçou a irmã, beijando seu cabelo.

A garçonete voltou e os dois deixaram Rosalie fazer o pedido, mesmo tipo de massa para os três, Emmett escolheu o melhor vinho tinto da casa e Edward ficaria escolheria a sobremesa.

— Alguém mais aqui percebeu que a garçonete estava dando em cima do Edward e ele não retribuiu? — Emmett perguntou enquanto esperavam os pratos.

— O que? Cala a boca! — Edward mandou.

— É sério maninho, ela deu pra você com os olhos e você... Cricricricri.

— E daí? Queria que eu levantasse e agarrasse a moça?

— Não. Mas pelo menos lançasse um dos seus gracejos de duplos sentidos? Sei lá, Edward, você está... Estranho! — Rosalie disse sinceramente. — De todas as suas viagens você voltou louco para encher a cara em alguma festa e transar até as bolas incharem, e agora... É.

— Vocês me chamaram para jantar ou reclamar que eu não quero transar com alguém até as bolas incharem? Porque se foi, vou embora agora mesmo. — bufou irritado.

— Ok, desculpa, já calei.

Eles ficaram em um silêncio desconfortável até a comida e o vinho chegarem e começarem a comer. Emmett então rompeu o silêncio perguntando a Edward sobre Forks e lá foi ele contando. Sobre as pessoas, a casa que tinha ficado, os lugares que tinha ido, o luau. Os fatos engraçados e emocionantes. Resolveu não citar Bella em todos os detalhes, só que tinha se envolvido com uma nativa; e Emmett zombou esse fato, obviamente:

— Esse é o Edward que eu conheço, mais uma nativa pra sua lista. Acho que você vai acabar pegando uma garota de cada lugar desse país, talvez até do mundo.— e depois gargalhou estrondosamente.

Edward se sentiu desconfortável com o comentário, mas forçou uma risadinha. E assim o jantar foi passando. Entre risadas e muita conversa. Rosalie e Emmett contaram o que tinha acontecido enquanto ele estava fora. E a noite foi passando sem que eles se dessem conta.

Após comerem e beberem uma garrafa inteira de vinho, Edward escolheu a sobremesa – uma torta holandesa. Rosalie maneirou e comeu dois pedaços, enquanto Edward e Emmett comeram quatro pedaços grandes cada um. E riram com a situação.

Terminaram e Emmett pagou toda a conta. Edward queria ajudar, mas óbvio que Rosalie não deixou e obrigou o namorado a pagar, o que fez o irmão rir muito. Saíram juntos do restaurante, esperando os manobristas voltar com os carros. Rosalie estava abraçada no namorado, quase dormindo por causa do vinho (sempre fora fraca para a bebida) enquanto os dois conversavam.

Você está apaixonado! — Rosalie disse de repente, assustando os dois com seu quase grito. Saiu dos braços do namorado e virou-se para o irmão, rindo. — Isso é o mais irônico.

— Do que você está falando, Rose? — Edward perguntou confuso. — Está bêbada por causa de três taças de vinho?

— Não! Em Nova York você era O Senhor Fodão, então você foi pra Forks querendo apenas escrever, fugindo das festas e mulheres loucas pelo seu pau, então lá encontrou uma nativa linda. Uma mulher diferente de todas que já conheceu que não te achava lá grandes coisas e que não queria dar pra você, o desafio lhe atraiu, mas então você descobriu que existia muito mais por trás daquela nativa do que uma simples conquista e então, em apenas um mês... POOOOOOW...

— POOOOOOW? Você é horrível com efeitos sonoros. — Edward disse irônico, fugindo da teoria.

— Acidentalmente... Apaixonado! Yeah irmãozinho, você está fodidamente apaixonado. E isso é muito irônico, Senhor Quem-Precisa-de-Amor?! — Rosalie ria animada.

Edward se manteve calado e quando o manobrista voltou com o Volvo, beijou rapidamente a bochecha da irmã e um aperto de mão com o cunhado, e se foi.

Com aquelas palavras da irmã martelando em sua cabeça, Edward foi dirigindo para casa. Era isso. Sorriu ao perceber que as palavras de Rosalie serviriam para alguma coisa além de lhe deixar totalmente confuso. Esse seria o nome do livro, Acidentalmente. [N/A: Accidentally, sacaram? Euri]

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E mais uma vez lá estava ele acordando cedo por casa da campanhinha.

A mesma campanhinha que o acordara no dia anterior.

A campanhinha que tocava insistentemente. Irritantemente. Inconvenientemente. Malditamente. Puta que pariu... De novo!

— Por deus! Qual o prazer das pessoas de me acordarem? — se perguntou caminhando até a porta. Só tinha dado tempo de lavar o rosto e escovar os dentes, estava ainda de samba canção. — Pronto! — abriu a porta, irritado. — Rose?

— Bom dia, maninho! — sorriu. — Posso entrar?

— Claro, que pergunta idiota, você geralmente entra sem bater. — falou irônico e fechou a porta.

— É, eu esqueci a cópia da chave que você me deu. — tentou rir e colocou a bolsa em cima da poltrona.

— Rose, você aqui antes das dez? O que aconteceu? — perguntou preocupado e se aproximando da irmã. — Seu olho está meio vermelho, você estava chorando? Rosie, o que aconteceu?

http://www.youtube.com/watch?v=3LCBkkSdjEo

Ron Pope - A drop in the Ocean

Rosalie o encarava de um jeito meio estranho. Ele não entendia aquele olhar. E então ela sorriu de lado, ali havia tristeza e talvez orgulho? Era horrível quando não conseguia ler a irmã, desejava poder ler mentes nesses momentos.

— Terminei de ler seu livro.

Oh, agora está explicado, ela odiou! Pensou decepcionado. Respirou fundo e perguntou: — Ficou horrível?

— Eu estava lendo desde que você me mandou, ontem acabei dormindo assim que cheguei, acordei as cinco e retomei a leitura até acabar. Parei de chorar só quando cheguei aqui no seu prédio. — confessou. — Edward, ficou... Lindo!

— Rose...

Edward, eu estou tão, tão orgulhosa de você! — disse sorrindo e os seus olhos marejaram. — Ficou... Incrível. Você sabe que mesmo quando eu te cobrava ou falava alguma merda pra você, eu acreditava em você. Eu sempre acreditei em você, eu sempre soube que você tinha potencial, maninho! Mas devo confessar, ficou melhor do que eu esperava ou imaginava, perfeito! — sorriu e piscou, deixando as lágrimas descerem lentamente por seu rosto. — E eu... Eu sinto muito!

Edward sorriu com vontade de chorar. Rosalie estava orgulhosa, o que era seu objetivo, mas agora sabia o que tinha acontecido com Bella e o fim.

— Eu também. — seus olhos marejaram e Rosalie lhe abraçou com força.

Era a primeira vez em anos que Rosalie via o irmão chorar. E isso lhe quebrava o coração. Nunca pensara no quão profundo o irmão conseguia ser, porque ele nunca fora do tipo romântico, sentimentalista ou qualquer merda do tipo. E então leu seu livro. Estava tão... Maduro e diferente. Sua vontade era chacoalhar Bella e gritar: Porra, meu irmão te ama! Só de ler aquele livro, era óbvio. Mas tudo que podia fazer era lhe abraçar.

Os dois foram para o sofá e Edward ficou em seu lugar preferido de Rosalie – ela sentou e ele deitou a cabeça em seu colo, recebendo carinho nos cabelos.

— Eu estava certa ontem, não estava? — Rose perguntou quase sorrindo.

— Acho que sim. Só pensei que não assumir fosse tornar esse fato mais fácil.

— Que fato, que você está apaixonado?

— É. Que eu a amo. E queria que isso fosse suficiente. — confessou e fechou os olhos, para segurar as lágrimas. Deus, como estava chorando nos últimos dias, como uma maldita mulherzinha naqueles dias.

— Por isso perguntou quando eu descobri que amava o Emmett? — ela ligou os fatos, ele assentiu sorrindo.

— Queria ver se talvez eu estivesse confundindo meus sentimentos e só tivesse um tesão fodido por ela, mas agora percebo que era, ou melhor, que é algo mais!

— Tudo que aconteceu no livro, aconteceu de verdade?

— É. Tudo! Cada diálogo, cada momento, cada beijo. Acho que só coloquei uma narração mais cinematográfica e meus pensamentos, e cortei duas coisas porque não queria expô-la totalmente.

— As cenas mais picantes? — Rose perguntou com certo humor.

— Sim. E uma coisa que aconteceu entre ela e o ex-namorado...

— O primeiro forasteiro? Hum... James, esse é o nome?

— Uau Rosalie, você leu mesmo, isso chega a ser assustador, me faz lembrar que todos e qualquer um vão saber da nossa história. — riu. — É. Era uma coisa muito pessoal, que poucas pessoas sabem e eu seria o maior filho da puta do mundo se divulgasse.

Ficaram em silêncios alguns segundos, até Rose voltar a falar:

— Queria que tivesse um final feliz.

— Eu também. Mas eu aprendi tantas coisas, Rosalie. — sentou-se rapidamente e pegou as mãos da irmã. — Enquanto estive lá, percebi o quanto eu era moleque. Sabe, eu amadureci, Rose. Pode não ter sido totalmente, mas eu sou uma pessoa melhor e devo tudo a Bella, a Forks em geral, então de certo modo teve um lado feliz.

Mas...? Eu sei que tem um ‘mas’ escondido ai nesse fim de frase.

— Tem. De certo modo teve um lado feliz, mas eu sinto tanto a falta dela, Rose. E o tempo não está tornando isso mais fácil, só... Não está. É uma merda!

— É mesmo! Esse livro fará muitas pessoas, principalmente mulheres, chorar.

— Se for lançado, né? — zombou.

— Está brincando? Já falei com o pessoal da editora e disse que seu livro está pronto e tem um forte potencial para Best Seller, estão todos fodidamente animados. Enquanto eu lia, eu marquei algumas coisas para arrumar e já passei o arquivo para Emmett, que já está lendo. Irei trabalhar com ele, irei betar e fazer alguns ajustes, Emmett cuidará da diagramação e arte do seu livro. E ele será lançado em menos de um mês!

— Um mês? — perguntou sem acreditar.

Menos de um mês! Já mandei uma nota para todos os jornais, sites de fofocas e literários para divulgarem que ele será lançando. Eu cuidarei do Marketing, então se prepare para muitas entrevistas, fotos, sessões de autógrafos, conferências. Iremos com tudo e seu livro... — parou ao se lembrar de um fato. — Qual o nome mesmo? Não tinha no arquivo.

— É porque eu só decidi ontem, depois do que você me disse. O nome vai ser Acidentalmente! — disse hesitante. — Bobo?

— Não. Acidentalmente de Edward Cullen. Já posso vê-lo fazendo sucesso, perfeito! Iremos com tudo e Acidentalmente será um grande Best Seller, pode ter certeza! — Rose sorriu animada e abraçou o irmão.

Edward estava muito contente com a notícia. Contente e ansioso, talvez até com medo, tinha que assumir. Em menos de um mês muitas pessoas leriam e julgariam seu livro e sua história. Começariam as críticas, nem sempre positivas, mas ele estava pronto para isso, ou assim esperava.

Queria isso, que o livro fosse um sucesso e vendesse o máximo de cópias possível, mas uma caixa dele já estava reservada para Forks e iria autografar um a um. E já tinha certeza de quem seria seu primeiro exemplar, como um dia tinha prometido. Não sabia se um dia ela iria ler, mas o primeiro exemplar, assim como seu coração, era dela: Sua nativa.