Acampamento Russo

4. Dores de um amanhã


O sol ainda estava começando a raiar no horizonte, quando todos os campistas foram acordados de uma forma bastante peculiar. Ninguém estava com a melhor de suas caras, já que tinham indo dormir haviam poucas horas.
Os novos integrantes estavam indo na direção de sua primeira atividade do dia, que seria nada mais, nada menos do que sobrevivência. Uma das atividades mais prestigiadas e requisitadas. Era ministrada pelo ex-coronel das forças armadas, um homem bastante intimidador se estiveres levando em conta que ele não tinha mais do que um metro e meio.
Eles estavam todos reunidos perto de uma grande parede de pedra, escondida entre as árvores a uns quinze minutos do Acampamento. Os dez novos membros estavam mais perdidos do que cego em show de rock.
Todos estavam esperando o Sr. Black, que estava atrasado mais de uma hora, com suas melhores caras de ressaca. Ele nunca havia sido conhecido por ser pontual quando se tratava de novas turmas, pois era começar tudo de novo, e ele odiava caras novas sem nenhuma instrução.
— Bom dia, urubus.
Ah, e ele também era conhecido pela sua maravilhosa educação e gentileza.
— Sou o Sr. Black. Antes de tudo, devem ficar sabendo que não aceito qualquer tipo de desculpa no meu exercício. A vida de vocês aqui vai ser um inferno. — ele disse com um sorriso nada amistoso no rosto. — Espero que tenham se aquecido nesse tempo que estava resolvendo meus problemas. Se não, azar o de vocês. O primeiro exercício de vocês e mais fácil do que roubar doce de criança: Terão que escalar aquela parede. Alguma pergunta?
Os dez se entreolharam e nada disseram.
— Então, o que estão esperando para começar? Não temos o dia todo.
Eles dirigiram-se aos equipamentos de escalada que estavam amontoados perto de uma arvore que parecia ter uns quinze metros de altura. Os primeiros que chegaram até o local conseguiram os melhores equipamentos, os melhores capacetes, as melhores cadeirinhas, as luvas mais novas e o martelo, que ajudaria a subir com mais precisão e rapidez.
A Lisa conseguiu apenas um par de luvas novas, um capacete grande demais para sua cabeça e uma cadeirinha desgastada de tanto uso. E, junto com mais cinco que não haviam conseguido um martelo, buscava uma maneira de subir.
Foi quando ela viu umas pedras; tinha um caminho que se fosse seguido em reto dava para chegar com facilidade ate o topo. Foi até essa pedra, colocou suas mãos em uma pequena rachadura que havia ali e começou sua escalada.
Para quem estava vendo de longe, ela parecia calma e sem medo subindo uma parede de pedras lisas sem qualquer tipo de segurança.
Ela lutava com todas as forças para não olhar para baixo. Na metade da escalada, se arrependeu de começar. Na hora, a adrenalina era tão grande que não havia passado pela sua cabeça que aquilo era perigoso, mas agora já era tarde de mais.
Três dos cinco que haviam começado primeiro já estavam no topo olhando os outros subindo que nem uma tartaruga. Do nada ali começara uma amizade entre os três, uma amizade que causaria grandes problemas.
Faltava pouco para ela terminar, foi quando sua mão escorregou se desequilibrando. Uma mão agarrou o braço da Lisa que fez ela se equilibrar novamente, terminando sua tarefa.
Aquela que tinha ajudado, sumiu feito fumaça. No topo estavam apenas os três que havia chegado primeiro, ela e um garoto que estava acabando de terminar sua escalada.
Quase meia hora depois, todos já estavam no topo esperando as próximas orientações.
— Muito bem, agora desçam — gritou o Senhor Black com um megafone.
Pegaram as cordas que estavam no meio da pequena clareira em cima da montanha e alguns pregos para prendê-las. A decida foi mais rápida e prazerosa do que a subida. Em menos que vinte minutos todos já estavam no chão.
— Subam — foi à ordem dada assim que todos estavam no chão.
— Mas, senhor, não temos equipamentos aqui em baixo.— falou um dos três.
— Deveria ter trazido na decida.
— Mas como…
— Faça que nem a senhorita Lake suba sem nenhum.
E foi assim que eles passaram a amanhã toda subindo e descendo aquela parede de pedras..
***
— Então há sobreviventes da aula do Black.
— Se com sobreviventes você quer dizer com todas as partes do corpo doendo, sim. Mas não tenho certeza se será por muito tempo.
— Você vai sobreviver. A iniciação de vocês foi mais tranquila do que a minha. — falou tirando um cigarro do bolso.
— Se quer fumar, fuma lá fora Senhorita Wheatcroft — alertou um rapaz.
— Desde quando você virou monitor dos bons costumes, Harrison? Je sais hier...*— a Monique encarava com seus lindos olhos o garoto que sentava ao seu lado na mesa do refeitório.
— Quem é a loira que teve a infelicidade de sentar em uma mesa com aMiss Simpatia aqui? — cortou tentando mudar de assunto
— Lisa, Lisa Lake. Sou a companheira de cabana dela.
— Nossa, acho que encontramos mais alguém que vai pro céu. —deu um sorriso, que fez a Monique revirar os olhos — Sou Alisson Harrison.
— Também conhecido como o chato de galocha — caçoou a Monique.
— Não podemos nem almoçar em paz, mas pelo mesmos podemos fingir que temos educação na frente da moça. — alertou o Alisson, como um falso moralismo.
— Ela terá que nos conhecer como somos, e não por aquilo que inventamos. — devolveu a Monique.
Ambos ficaram se olhando por alguns minutos, como se pudessem se comunicar por telepatia e depois voltaram para suas comidas. A Lisa ficou encarando ambos por alguns minutos antes de voltar para seu prato.
Mas, sobre o Alisson, ele tinha olhos azuis claros médios, um rosto quadrado e cabelos castanhos escuros. Razoavelmente bonito para seu gosto; se a Beatriz estivesse ali daria um tapa na sua cara por dizer que aquele rapaz era tal coisa. Ela diria que ele era lindo sem mais nem menos, porém para ela qualquer um que tenha um par de olhos azuis era um Deus Grego.
Tirou seus pensamentos da beleza do garoto à sua frente e voltou a encarar sua comida.
—Sua majestade deu o ar da gloria.— disse o Alisson.
A Elisabeth levou um susto com aquela fala, já que estava tão concentrada em sua comida que nem viu o outro rapaz sentar do lado esquerdo da Monique, o que a deixou um pouco com medo, pois os três estavam daquele lado da mesa e ela sozinha do outro lado, parecendo que estava uma interrogação, onde estavam o delegado e dois promotores.
— Não enche, Alisson. — ordenou o garoto que possuía um forte sotaque. Um sotaque conhecido pela a loira, mas não se lembrava da onde.
— Pelo seu humor, deve ter levado um lindo fora, ou sua alimentação não foi como o esperado. — informou a morena, seu sotaque perto ao do rapaz era quase invisível.
A Lisa percebeu que tinha perdido uma indireta ao garoto, que fez olhar mais detalhadamente aos três em sua frente; o Alisson fingia que não estava rindo; a Monique olhava com seu olhar descrente; o rapaz fuzilava a inglesa com o olhar e com essa deixa pode olhar melhor para ele, também tinha um rosto quadrado, olhos e cabelos pretos e o rosto cheio de pintas, que o deixa com o rosto mais de inocência. Mas foi quando viu logo abaixo do pescoço uma mancha vermelha, que entendeu com o que era a direta.
O garoto apenas deu um sorriso falso em resposta ao comentário nada apropriado da Monique.
— Gente, vamos manter essa conversa na classe. O que a nossa acompanhe-te deve estar pensando ao nosso respeito. - queixou-se o moreno de olhos azuis.
Com isso foi à primeira vez que o rapaz percebeu a garota sentada em sua frente.
— Quem é ela? — perguntou intrigado.
— Elisabeth Lake, a companheira de quarto da Monique.— respondeu o Alisson.
O menino que agora pouco estava com a cabeça em outro lugar analisou a jovem, e deu um sorriso inocente em direção a ela.
— Drake Ashwortk.— estendeu uma mão com cumprimento. A loira respondeu o aperto de mão mais estanhou quando ele levou em direção a sua boca dando um beijo,- Prazer em conhece-la.
Sem tirar os olhos do seu pode perceber que aquela verdade dita, que olhos falam mais do que alma era pura verdade, no olhar do Drake não tinha nada de amistoso ou inocente.
— Drake o Cameron está te procurando— anunciou a Blue quebrando o clima que o Drake estava começando a criar ali. — Olá, novata, tudo bom? Você está se adaptando bem?
Alguma coisa acendeu no fundo da loira dizendo que aquela pergunta não era inocente.
— Estou sim, a medida do possível. — respondeu tomando um pouco do seu suco. Enquanto a Monique se engasgava.
— Ate mais, pessoas. — disse o Drake saindo da mesa seguindo a Blue.
— Só para altear fique longe dele. Se não a princesa ali- apontou para a porta onde a Blue o Drake passava.— Vai infernizar sua estadia aqui.
— Por qual motivo?
— Apenas alertando.
***
O sol já estava se pondo quando na casa principal, estavam reunidos todos os cincos educadores para um levantamento do primeiro dia dos novos integrantes.
— Como você havia dito pouco deles sabe falar mais do que um idioma. Fluente só uma jovem, Amanda, com já tinha mencionado. O que passa na cabeça desse pais desse jovens a não coloca-los para fazer outro idioma. Ser fluente em apenas um. Como isso pode ser tão difícil de se entender. — desabafou a Senhorita Reed.
— E treinamento físico. Dos dez, apenas quatro tem capacidade de subi uma parede em mesmo do que vinte minutos — comentou o Senhor Black.
— Esses quatro são os que tinha mencionado?— questionou o Cameron.
— Sim, daquele grupo vejo futuro para apenas para eles. E em uma especial tem cara de quem vai nos trazer grandes problemas.
— Se ela tiver uma parte da inteligência dos seus pais. Será uma grande líder.- falou a senhorita Reed.
— Ela também possui a teimosia de ambos. Ela vai nos dar muito trabalho.- disse o Black — Mas o que não sai da minha cabeça é: mesmo depois de tudo o que aconteceu chama-la para esse acampamento fui uma tremenda burrice.
— Não, se tudo ocorrer como o planejado.

* Eu sei que ontem.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.