Acampamento Descendentes

Capítulo 6 - Annika das Ilhas do Sul


Bem, eu me chamo Annika. Tenho dezesseis anos e estou no Acampamento Descendentes por dois motivos:

Primeiro, minha mãe é a diretora.

E segundo, meu pai é o rei Hans das Ilhas do Sul.

Apesar da má fama de meu pai, ele tem dois segredos relacionados á mim e á uma garota daqui do acampamento que quer que sejam guardados á sete chaves de qualquer jeito. Bem, eu sou ruiva assim como ele e minha mãe; Todos que conheceram á mim e a ele dizem que sou a sua cara, porém por outro lado, eles dizem que puxei a minha mãe quanto ao jeito de ser. Só tem um detalhe que me diferencia da maioria dos campistas daqui:Eu sou cadeirante por que sofri um acidente quando pequena, um acidente do qual lembro de meu pai culpando minha mãe até hoje, mas sei que não foi culpa dela ter se descuidado de mim, a culpa foi minha por ter sido uma criança de três anos bem teimosa e curiosa.

Eu me dou bem com meus três meio-irmãos por parte de mãe. Eles são bem legais e sempre me convidam para suas festas. Nunca tive muitos amigos, ainda mais por causa do que aconteceu recentemente quando James (o filho da Anna) me deixou por ter escolhido Laila (a filha de Úrsula) e desde então não tenho muitos com quem conversar além de minha mãe, que é praticamente minha melhor amiga.

Era umas três da tarde quando George (meu melhor amigo e um dos empregados do meu castelo) estava me ajudando á desfazer as malas e uma das meninas entrou gritando quando viu um garoto no bangalô.

— O que um garoto está fazendo aqui? - Ela gritou como se tivesse visto um rato ou uma barata.

— Está me ajudando á desfazer as malas. - Respondi, me virando para ela. Então percebi que se tratava de Samantha. A irmã gêmea de James.

— Ah, desculpe. Não percebi que havia um plebeu ajudando uma inválida. - Ela cuspiu cada palavra do que disse.

— Repete isso de novo, vagabunda! - Provocou George, irritado.

— Você por acaso sabe quem sou eu? - Perguntou, tentando demonstrar seu "poder".

— É mais fácil dizer o que você não é! - Responde George.

— E o que eu não sou? - Indagou, com um sorriso maldoso no rosto.

— Uma garota educada,bonita,simpática,divertida e inteligente. Tudo o que você não tem, Annika tem em dobro. - Um sorriso vitorioso se formou em seu rosto.

— Você vai se arrepender de ter me insultado dessa maneira, plebeu!. - Samantha se virou e saiu, bufando de raiva.

— É por isso que eu te adoro. - Falei, George soltou uma risada seguido daquele sorriso fofo que amava nele.

— Só estou aqui para te ajudar e para te proteger desses idiotas que chamam de príncipes e princesas.

— George, pode me levar ao banheiro? O mais próximo fica no segundo andar do refeitório. - Perguntei, levemente constrangida. Mas um sorriso logo apareceu em meu rosto quando senti aquelas mãos me empurrando na cadeira para longe daquele quarto.

George subiu as escadas com a cadeira de rodas e depois me carregou para dentro de um dos cubículos. Pude ver sua sombra por debaixo da porta e isso só fez com que eu me sentisse segura por tê-lo ali me protegendo. De repente sua sombra sumiu e o medo tomou conta de mim, por que ele saíra quando deveria estar tomando conta de mim?

Chamei por seu nome várias vezes, mas não obtive resposta. Então empurrei a porta da cabine com as mãos e saí após levantar a saia do meu vestido. No entanto quando a porta se abriu, eu caí para a frente e senti minha cabeça doendo por ter batido no chão e fui me arrastando até a minha cadeira. Quando consegui me acomodar sob ela e estava ajeitando meu vestido, senti alguém segurar no puxador e começar á me empurrar.

— George? - Perguntei, pois não conseguia olhar para trás. A pessoa misteriosa continuou me empurrando e então me dei conta do que iria acontecer. Meus olhos se encheram de lágrimas quando a cadeira caiu comigo pela escada abaixo e a última coisa que sinto é meu rosto no chão frio e o peso da cadeira nas minhas costas.