Capítulo 17

(Morgana Pov’s)
Corri para casa com o rosto de Baker em minha cabeça,ele estava ainda mais lindo,o cabelo estava com algumas mechas roxas... Igual como eu disse uma vez que iria ficar legal.Me lembrei de quando fiquei no hospital,de como Baker cuidou de mim e passou o tempo todo comigo. Aquilo pesou uma tonelada,cheguei em casa e fui direto pro meu quarto,não queria falar com ninguém,nem ver ninguém,só queria ficar sozinha e chorar.Prendi meu cabelo em um coque e parei em frente ao espelho do meu banheiro.Sentir a pele dele,o perfume forte,o jeito como ele me completa.Fez a falta que eu sinto de ter ele pra mim,vir átona.Me sentei no chão do banheiro e fiquei horas lá... chorando,minha camiseta já estava encharcada de lagrimas quando ouvi o barulho da fechadura da porta,meu pai entrou olhando pelos lados,sequei as lagrimas rápido,mas não adiantou muito,logo mais lagrimas começaram a cair.

– Morgana...
Meu pai disse baixo se sentando no chão ao meu lado.

– Eu o vi papà... eu não queria,mas vi.
Disse e encostei minha cabeça no ombro dele.Ficamos um tempo em silencio,só dava pra escutar meu choro ecoando pelo banheiro.

– Sabe,eu não te reconheço mais.
Meu pai disse olhando para o balcão da pia.

– Como assim?

– Você sempre foi forte,decidida,sempre correu atrás do que queria,não se deixava abalar.Quando sua mãe morreu,mesmo você estando péssima,você continuou ali,firme,cuidando de mim e dos seus irmãos.Sua vida nunca foi muito fácil,mas você sempre aguentou,só que agora,as coisas começaram a pesar pra você,as coisas ficaram mais complicadas do que já eram. E você não está aguentando,por isso não te reconheço,você fica pelos cantos,corando,pensando,sofrendo,morrendo todo dia no mesmo lugar. Essa não é você.A Morgana que eu conheço,ia dar a volta por cima.
Ele disse e saiu do quarto,fiquei pensando no que meu pai disse,era tudo verdade,aquela garota que estava ali chorando,se lamentando,não era eu. Eu era muito mais do que aquilo.
Me levantei,vesti um shorts preto desfiado,uma regata preta,fiz uma maquiagem leve só pra ninguém reparar que eu estava chorando,liguei para Melanie e perguntei onde Baker estava morando,ela me explicou onde e eu sai de casa sem nem avisar meu pai...

– Ta,calma,é só apertar a campainha.
Disse parada em frente a porta do apartamento do Baker.Apertei a campainha,ouvi Baker gritar “já vou” e logo depois ele abriu a porta,estava sem camisa deixando algumas tatuagens,que pra mim eram novas,a mostra. Ele me olhou e sorriu.

– Não esperava que fosse você.
Ele disse.

– É,posso entrar?
Disse.

– Claro.
Entrei no apartamento,era incrivelmente arrumado aquele lugar,eu esperava que fosse uma bagunça.

– Então,o que veio fazer aqui?

– Se preferir,eu vou embora e não digo nada do que eu preciso.

– Não é isso,é só que pelo jeito que você saiu correndo da praia,pensei que não quisesse me ver.

– Eu não queria,mas agora preciso.- Me sentei no sofá - Olha,eu vou direto ao ponto,quero que me conte por que me traiu com a Ashley...

– Morgana,isso foi a um ano e meio atrás.

– Mas pra mim ainda é importante.

– Ótimo então,eu não te trai com a Ashley.

– Não?

– Não.Olha... - Ele se sentou ao meu lado no sofá,e me contou o que aconteceu naquele dia. - ...Uns dias depois acabei descobrindo que a Ashley tinha combinado com umas amigas dela pra avisarem que quando você estivesse por perto,era pra ela me beijar,assim você ia ver e terminar comigo.

– Então quer dizer que... Você não beijou a Ashley? E aquilo tudo foi armação?

– É,a Ashley é doente,ela achou que se a gente terminasse eu ia voltar com ela.

– Sei...
Eu disse,depois disso ficou um silencio gigante,só dava pra ouvir o barulho do forno na cozinha.Meu olhar se encontrou com o de Zacky e ele se aproximou devagar,nossos lábios se tocaram e foi como se toda a falta que eu sentia de ter ele tivesse ido embora,quando ele viu que eu não me afastei,Zacky me puxou pela cintura me fazendo sentar em seu colo com os joelhos apoiados no sofá.Ele pediu passagem com a língua e eu concedi.Zacky apertava minha cintura enquanto eu ficava com uma mão em sua nuca e a outra em seus cabelos. O beijo pegava velocidade quando por falta de ar,nos separamos,abri os olhos devagar e Zacky me olhava sorrindo.

– Eu te amo,senti muito a sua falta.
Ele disse.

– Eu também te amo,muito,e você nem imagina o quanto senti sua falta.
Disse e sorri para ele,ele me beijou de novo,tentei o empurrar pra longe com as mãos mas não consegui.

– Zacky...

– Hum?

– Eu... Acho... Que tem... Alguma coisa... Queimando...
Disse entre o beijo,ele parou de me beijar e me olhou.

– Eu deixei uma lasanha assando!
Ele disse,me levantei do colo dele e nós dois corremos pra cozinha. A lasanha sabor bolonhesa tinha virado sabor carvão.Zacky abanou a lasanha com um pano de louça e tossiu por causa da fumaça.

– Caralho,que cheiro ruim.
Eu disse.

– Nem me fale,o pior é que essa fumaça vai – antes que Zacky terminasse de falar,ouvimos um “clik” e começou a cair água gelada na nossa cabeça – Acionar os sprinklers de incêndio.
Ele terminou a frase e fez uma cara de tédio,eu ri e baguncei o cabelo dele.

– Vai desligar esse treco!
Disse,ele foi até a lavanderia e desligou os sprinklers.

– Nossa!
Ele gritou me olhando.

– Que foi?

– Sua maquiagem ta toda borrada,ta parecendo uma panda.

– Droga!
Disse passando os dedos embaixo dos olhos tentando limpar a maquiagem.

– Não se preocupa,ta a panda mais linda que eu já vi na minha vida.
Zacky disse e eu dei um tapa no braço dele,ele riu.

– Vem,vou achar uma roupa minha que fique boa em você.
Ele disse e me puxou pelo braço até o quarto.