Algumas horas haviam passado. Leo e Max sobrevoavam agora o oceano pacífico próximo às ilhas da América central.

Diferente de quando tinha ido ao Brasil, Leo não poderia voar em linha reta, pois não tinha a proteção máxima de Éder com sigo. Fazendo com que ele resolvesse seguir pelas rotas alternativas. Mas ainda assim sua velocidade era extremamente insana. Max jamais havia voado com Leo a tal absurdo! Se não fosse a máscara de ar de sua armadura e sua incrível resistência física, provavelmente já teria desmaiado há muito tempo.

Diferente de Éder, Max se mantinha em silencio. Sabia que provavelmente deveria estar sendo muito difícil para seu amigo se manter numa velocidade tão absurda.

Por sorte a armadura do Leo possuía uns adereços que permitia a melhor acomodação de seus “passageiros” ...

Na parte do ombro brotava duas alavancas como um guidão de moto, para poder servir de apoio dos viajantes. Em baixo uma plataforma se levantava, para que não só segurasse o viajante, como também servisse de uma espécie improvisada de poltrona que mantinha maior segurança de quem se atrevia voar junto com o Leo.

Se não fossem por tais adereços, mesmo com toda a força de Max, provavelmente ele já teria caído ou se desprendido de seu amigo. Mesmo porque a própria visão já lhe era turva na altura do campeonato, impedindo sequer que ele soubesse onde e para onde estivesse indo.

— Drogaaa! –Quebra o silencio repentinamente Leo num pequeno grito de descontentamento.

— O que foi meu bom amigo? O que te incomoda além do que já é óbvio? – Pergunta Max surpreso pela quebra brusca do silencio.

— Estamos demorando demais. Levei bem menos que a metade do tempo quando vim te buscar. Mesmo com toda velocidade não esperava que fosse demorar tanto assim seguindo pelos caminhos alternativos...

— E o que você preferia? Que tivéssemos ido em linha reta e enfrentado todo o exército inimigo? –Diz Max surpreso. – Você sabe que isto seria um suicídio, ou no mínimo uma perda de tempo.

— Eu sei... Mas quando penso na loucura que o conselho teve de iniciar o ataque antes do combinado e sem nossa presença, quando penso no Gilmar sozinho... Porra! O medo consome minha alma...

— Não se preocupe meu bom amigo. De todos nós o Gilmar é o que deve saber se cuidar melhor sozinho. Meu medo são os demais. O orgulho do conselho em aceitar nossa liderança vai acabar matando todo mundo. Mesmo com os novos escolhidos por Thanos a receber poderes, estes, ainda não tem a experiência necessária para o que vem pela frente.

Neste momento Leo muda a rota e se alinha ao continente indo em direção ao Atlântico para se posicionar na direção de Nova York.

Apesar de estarem a quilômetros de distância, o que começa a ser visível em seus olhares faz com que as espinhas dos dois gele por completo. Um gigantesco objeto negro paira sobre o céu de onde deve ser Nova York. Na distância que ainda se encontram não era para ser possível ver qualquer coisa, ainda mais uma aeronave flutuando os céus. O que imediatamente revela a provável imensidão do quer que seja aquilo...

— Meu Deus! Que porra é esta!? Pergunta Leo desesperado...

— Este é o fim de nossos amigos! –Responde Max...

— Como assim? Do que você está falando? Você sabe o que é aquilo?

— Sim Leo... Infelizmente eu já tive o desprazer de uma vez em minha vida presenciar uma destas...

— Mas que porra é esta? – Pergunta Leo.

— Diante de nós meu bom amigo está a maior e mais destrutiva arma dos inimigos... O cruzador imperial de comando e destruição mundial. Ou como é carinhosamente chamada pelos OZs... Nave mãe de guerra...

O terror instaurado na mente de Leo ao ouvir tal revelação foi impactante e devastador. Ela já havia ouvido falar de tal aberração. Mas nunca tinha presenciado de perto tal horror! Sabia que meses atrás Thanos, Max, Marcos, Giovanna, e uma raça desconhecida de seres convocados por Thanos haviam enfrentado tal ameaça. E que mesmo com a força conjunta todos quase morreram. Muitos dos seres alienígenas que Thanos & CIA tinha tentado salvar sobreviveram, mas infelizmente seu planeta foi destruído por completo. Max nunca falava sobre o ocorrido. Se negava a comentar os horrores que havia presenciado...

Mas agora... Ali... A poucos quilômetros... Sobrevoando seu planeta amado... Estava aquela coisa. A arma do apocalipse bem diante dos seus olhos.

Não foi preciso Max falar nada, para que Leo pudesse perceber sua ansiedade, medo, e emoção, que praticamente inalavam de si.

— Leo... Preste muita atenção no que vou falar e não me corte ou discuta. Acelere o mais rápido que você já voou em sua vida. Muito mais do que agora, e de quando foi me buscar. Vá em linha reta, não se importando com o que quer que seja que esteja diante de nós. Visualize apenas a grande nave.

— Mas como assim Max voa... – Não me interrompa! –Brandiu Max!

— Faça somente o que estou falando! Quando estiver a poucas centenas de metros pare bruscamente me arremessando em direção à nave!

— Eita porra! Mas como assim? – Perguntou perplexo Leo com tamanha insanidade.

— A única chance de sobrevivência é se destruirmos o campo de força que cerca a nave. Sem isto estaremos todos mortos.

— Mas o que raios têm haver isto com esta loucura que você está falando Max?

— Eu usarei o poder da inércia de sua extrema velocidade junto com minha força bruta para tentar destruir o campo.

— Isto é loucura! –Disse Leo! – Você vai morrer! Está ficando louco?

— Não há tempo para este tipo de discussão. Se isto não for feito todos irão morrer!

— Mas... – Não há mais meu amigo. – Brada Max. No momento esta é a única esperança! Se o campo for destruído talvez tenhamos alguma esperança de vida!

— Então eu vou com você!

— De forma alguma! Quando você parar, e eu for arremessado, você deve fugir o mais rápido que puder...

— FUGIR UMA PORRA! – Grita Leo. - Eu lá sou homem de fugir e deixar meus amigos morrer?

— Que merda Leo! Você não percebe que se eu conseguir a explosão vai destruir tudo ao seu redor no alvo de quilômetros de distância?

— Mas como assim? – Pergunta espantado Leo. – E os nossos amigos que estão lá lutando?

— Infelizmente é a única coisa a ser feita. Muitos morrerão eu sei. Mas se isto não for feito TODOS MORRERÃO! Eu preciso que você viva! Não só para comandar os que sobreviverem, mas principalmente para que você busque imediatamente o Manoel na Ásia!

— Como assim procurar o Manoel na Ásia? – Pergunta leo confuso...

— Eu conheço muito bem a Giovanna. Ela com certeza está com tudo sobre controle em sua operação. Nós neste momento precisamos do Manuel mais do que qualquer um! Sem sua áurea curativa protegendo os remanescentes, ou mesmo curando os feridos, não haverá a menor chance.

— Mas Max... – Não há mais meu amigo. – Corta repentinamente Max.

— Você deve me prometer que irá imediatamente à busca do Manoel, e que se algo acontecer comigo, irá liderar as forças sobreviventes e cumprir a missão!

O silencio é emanado de Leo junto com lágrimas que começam a escorrer pelo seu rosto...

— Prometa-me Leo! Por favor! Eu te imploro!

Alguns segundos se seguem quando o silencio é quebrado...

— Segure-se Max. Pois temos muito o que fazer...

Max então esboça um sorriso que logo é desfeito com o gigantesco arranque de Leo. A velocidade que agora se mostrava era algo muito além de qualquer pensamento. Max se segurava para não desmaiar frente ao turbilhão que o cercava. Não era mais possível enxergar céu, espaço, terra nada. Apenas um enorme corredor de luz. Mas mesmo nesta loucura, por alguns estantes, Max pode perceber as lágrimas de Seu amigo... Que logo se evaporaram e desapareceram no turbilhão insano...