É, eu estou cansando de escrever, bom para você, já que vou fazer dessa, a última parte da carta. Ruim para mim, já que vou ficar com muita coisa guardada no peito, sem coragem de lhe dizer tudo.

Eu só queria saber se ela o faz feliz mesmo. Pelas fotos, ela parece legal (e sua irmã me contou que ela é mesmo), mas parece um pouco superficial também. Não vou julgá-lo se a escolheu. Deus me livre fazer isso. Eu só não quero que ela lhe faça de objeto.

Agora, prometo me comportar se chegar a ver vocês dois pela estrada. Ah, acho que eu não preciso mais me esconder de você, não é? Não vou agarrá-lo, como achei que faria (eu sou tão descontrolada que não confio em meu próprio ser) porque não gosto de trair as pessoas. Creio que foi por isso que me mantive afastada. Para que eu não pudesse trair você e seu caráter.

Tudo bem, acho que, depois de algum tempo, vou me recuperar disso. Ok, a quem eu quero enganar? Essa “recuperação” está durando cinco anos! Mas eu vou viver minha vida. Prometo. E tentarei vivê-la do jeito certo, não do jeito que eu estava vivendo.

Eu fico curiosa com uma coisa apenas: como você chegou a não perceber? Sou tão óbvia! Mas já que não percebeu, resolvi ser a portadora da notícia.

Só me sinto mal por um motivo: Quando uma amiga nossa perguntou sobre mim para você, você disse que não se lembrava. Isso é sério? Digo, a minha mãe trabalhou na sua casa e você não se lembrava de mim? Que legal, então a “capa da invisibilidade” funciona! (só que não ¬¬)

Mas, então. Isso tudo eu escrevi para você ter alguma ideia do que eu sinto. Não, eu ainda não estou chorando. E te pergunto: eu deveria? Mas não estou.

Falei bem mais do que deveria, não é? Não. Não falei nem metade. Quero que saiba que vou tentar amar com a alma, já que o coração estará com você! Bem, boa sorte com tudo. Espero mesmo que dê certo!

Beijos, abraços e votos de felicidades;

Camila M. E. Sander