Algumas semanas se passaram o dia estava corrido o que não me impedi-o de perceber que Hannah não estava bem, ela tentava disfarçar, mas via em seu olhar. Ia chamá-la para a minha sala, mas não ouve tempo antes que pude se ter a chance de conversar com ela ouvi uma voz alterada vindo de fora da minha sala.

Um homem alto, careca e com uma bela barba estava visivelmente bêbado e gritava com Hannah. Eu sabia quem era o sujeito, o namorado dela pelo que sei estão juntos a um bom tempo.

—Como, como pode fazer isso... Sua vaca, você o matou você matou nosso bebê.

Hannah estava envergonhada e chocada, ela chega bem perto do namorado e coloca a mão em seu ombro.

—TIRE SUAS MÃOS DE MIM, SUA ASSASSINA. Ele bruscamente tirou a mão dela de se ombro, e seu deu conta de que as pessoas no ambiente haviam parado seus afazeres e estavam passadas observando.

Ele se vira para as pessoas, cambaleando um pouco por conta da bebida e diz:

—É ISSO MESMO QUE ESTÃO VENDO, ESSA MULHER MATOU O MEU FILHO. Ele diz apontando para a namorada.

Hannah que estava limpando as lágrimas do rosto diz:

—Jason você não sabe o que está dizendo, vá embora. Ela diz tentando conduzido até a saída. Ele sai do abraço dela, e volta a gritar.

—NÃO VOU A LUGAR ALGUM COM VOCÊ MULHER.

Esse show já foi longe de mais, voltei a minha sala, peguei o telefone chamando a segurança. Em poucos minutos dois seguranças o retiraram do local a força, o homem gritava e protestava.

Todos estavam cochichando ou ainda em choque pelo ocorrido. Ângela estava ao lado de Hannah tentando conforta-la.

—Todos voltem a suas tarefas, o "show" acabou. Digo atraindo a atenção de todos.

Vou até Hannah e lhe digo:

—Hannah por que você não vem até a minha sala por um momento. Ela acena com a cabeça e entra. Ela se senta ainda muito abalada e lhe entrego um copo com água e açúcar. Ela bebe e me sento.

—Me desculpe Anastasia... Não sei como entrou o que ele fez... Lamento muito. Levanto a mão para ela me deixar falar e ela se cala.

—Hannah se acalme, respire, inspire e espire. Ela faz o que eu peço e toma mais um gole da água.

—Primeiro de tudo me digo o que aconteceu entre você e Jason, depois dele ter invadido minha empresa e feito esse escândalo acho que tenho o direito de saber. Ela inspira e começa:

—Eu descobri que estava grávida e Jason sabia que eu não quero filhos, então eu fui ao médico e fiz um aborto, nós discutimos muito e ele começou a ficar entranho e a ausente. Ele não dormiu em casa ontem e apareceu aqui hoje.

—Hannah sei que não é uma situação fácil mas o que Jason fez foi muito sério, ele não poderá mais se aproximar do prédio e ficará marcado. Você não será punida pelos atos dele.

—A Ana obrigada. Sorri pra ela e lhe disse:

—Agora me traga os relatórios de vendas dos autores A, B e C. Ela abre uma enorme sorriso.

—Trago em um minuto Ana.

Tentei seguir à rotina de meus afazeres mas foi quase impossível. Quando pela noite deitei a cabeça no travesseiro pensei na decisão de Hannah, ela estava em um relacionamento e não queria ter um filho e eu não estava mais em um relacionamento e queria muito outro filho. As pessoa sempre pensam que ter um filho é simples mas não é. É uma escolha, sua vida nunca mais será a mesma depois dele, e você terá que se acostumar com isso. Tem que desejá-lo, amá-lo e ter condições de criá-lo.

Por fim o dia seguinte era sábado, passei pelo ex quarto do bebê e pensei em Will e em nossa discussão.

—Merda... Mas que merda.

Meu celular toca me tirando de meus pensamentos. E é meu pai.

—Oi papai. Digo com o choro na garganta.

—Olá Annie, como você está minha filha ?

—Estou apenas seguindo um dia de cada vez pai.

—O querida então de mais alguns passos estou em frente à sua porta. Tirei o celular do orelha e corri até a porta.

Quando abri a porta aí está ele, o abracei com toda minha força. Ele retribui me apertando como se décadas nos tivessem separado.

—Senti sua falta pai.

—eu também senti a sua.

Ele se separa de mim e me olha e pergunta:

—Como está se sentindo ?

—Como se uma parte da minha alma tivesse arrancada de mim, mas eu vou sobreviver. Ele dá um sorriso fraco e diz:

—Você sempre será minha menininha, e eu sente estarei aqui pra cuidar de você.

—A papai. As lágrimas socorrem pelo meu rosto e nos abraçamos de novo.

—Mas vamos entra, deve estar cansado da viajem. O guio para dentro da casa.

—Teddy, Pheoby o vovô está aqui. Eles chegam em disparada e pulam no avó.

—Deixem o vovô respirar.

—Está tudo bem Annie. Ele diz sorrindo e pega os dois no colo.

—Vamos comer alguma coisa então.

Seguimos para a cozinha e encontro Christian, meu pai coloca as crianças no chão, que resmungam e lamentam não estarem mais sendo carregadas.

—Christian, com esta? E a fisioterapia?

—estou bem, a fisioterapia vai bem mais ainda não sai dessa coisa Ray.

—Tenha paciência logo você sairá dessa.

—Obrigada.

—Vamos tomar o café da manhã para podermos aproveitar o dia, Humm ?

—Só se for agora, diz meu pai.

Sentamos-nos a mesa e comemos tudo o que temos direito, panquecas, ovos mexidos, waffles e muito mais.

Depois as crianças foram brincas e ficamos conversando, Ray não sabia muito bem como reagir ao fato de Christian ainda morar comigo e estarmos divorciados. Fazia sentido antes pelo fato das crianças se acostumam ao poucos teriam duas casas e pelo novo membro da família que chegaria e Christian não aceitaria vi de vez em quando, mas eu perdi o bebê, Christian sofreu o acidente e a recuperação ainda será longa então estamos lidando com isso da melhor maneira que sabemos.

Os pequenos queriam assistir Divertida Mente de novo e nós fomos para a sala de cinema e assistimos, comemos pipoca. Passamos a tarde tranquilamente e foi um dia maravilhoso e mais um motivo para agradecer pela minha família.

Teddy e Pheoby foram brincar no jardim e subiram nas árvores, disse para terem cuidado, e fiquei observando mas meu aviso foi em vão quando fui pegar umas bebidas ouvi o barulho de alguem se chocando contra o chão o ouso o choro alto de minha filha. Largo as bebidas fazendo com que elas caiam no chão e corro até ela.

Ajudo Pheoby a se levantar, ela chora alto, as lágrimas escorrem pelo seu rosto, e fica com a face vermelha. Ela segura o braço esquerdo e diz que está doendo, pergunto se ela consegue mover e ela diz que não.

Todos nós entramos no carro e seguimos pra o hospital.