A summer to remember

Capítulo 1 Hamptons


A Summer To Remember

“Ainda parece nossa primeira noite juntos
Parece o primeiro beijo
E está ficando melhor, amor
Ninguém pode melhorar isto
Ainda estou aguentando
Você ainda é a pessoa certa
A primeira vez que nossos olhos se encontraram
É assim que ainda me sinto
E sinto cada vez mais forte
Eu quero amá-la para sempre
Você ainda acende o fogo
Então, se você estiver se sentindo sozinha, não se sinta!
Você é a única que eu sempre quis!
Só quero continuar assim
Então, se eu a amo
Um pouco mais do que deveria
Por favor, perdoe-me”
Música : Please forgive me.
Bryan Adams

Richard Castle :

Haviam se passado meses, longos meses que vi por último a pessoa que levou meu coração.

Tudo começou no verão, já estava há algum tempo servindo no exército e, depois de meses em confronto, finalmente uma pausa. Um verão é o que tenho para colocar a cabeça no lugar, solucionar as coisas e descansar antes de voltar.

Tínhamos uma bela casa de praia nos Hamptons, que simplesmente adorava, a residência é privada, então, sossego e paz é tudo que preciso no momento.
Após uma longa viajem de avião e mais algumas horas de carro, enfim chego ao meu destino. Já é quase noite e tinha me esquecido como o pôr do sol pode ser belo nesse lugar. Após pegar minha mala no carro, me apresso a entrar em casa, afinal Alexis estava me esperando, ainda não a conhecia.

Enquanto estava servindo, recebi uma carta da minha mãe me dizendo que eu era pai. Alexis tinha três anos e meio, filha de um relacionamento que tive antes de ser convocado pelo exército, se é que posso chamar de relacionamento. Conheci Meredith em uma noitada em Nova York, ficamos algumas vezes e perdi o contato quando fui servir. Na carta minha mãe dizia que ela tinha ido à sua residência com uma bela menina ruiva de olhos azuis, dizendo que era minha filha e que estava atrapalhando sua carreira artística. Para espanto dela, Meredith entregou a garotinha como se fosse um bichinho de estimação e se foi.

Meu coração estava destroçado, como alguém poderia ter um filho e não amá-lo? Criei coragem, passei pelo hall, me deparei com minha mãe brincando com uma menininha adorável. Fiquei por alguns minutos observando.

Ela tinha meus olhos, claro, teria que fazer um teste de paternidade, mas meu coração sabia, Alexis era minha filha, ela ainda era pequena, porém graciosa.

“Richard, há quanto tempo esta aí? Não ouvi você chegar!” Minha mãe parecia tensa, estava sentada ao chão brincando com Alexis, que me olhou imediatamente após suas palavras.
“Cheguei há pouco, mãe.” Ainda nervoso caminho, mas parei perto e me abaixo, ficando de joelhos na altura da garotinha, “Então, você é a princesa Alexis?” Ela me olhou tímida, e com um sorrisinho acena com a cabeça, já se movendo para ao lado da minha mãe.

Congelei nesse instante, ela ficou com medo, e se ela não gostar de mim? Lembrei que no aeroporto tinha comprado um urso para ela, fui até minha mala e peguei um embrulho cor de rosa, que chamou sua atenção.

“Olha o que eu tenho aqui para certa princesinha” Cheguei mais perto dela mostrando o pacote, ela sorriu e pegou. Teve dificuldade em abrir e fiquei muito feliz quando ela aceitou minha ajuda. Ao ver o urso, marrom e fofo ela o abraçou.

Fiquei ali parado, observando ela brincar com mais novo brinquedo, às vezes sorrindo para ela. Como podia amar alguém que acabei de conhecer? E mais importante, como sua mãe conseguiu abandonar ela assim? Saí de meus pensamentos com minha mãe anunciando que o jantar estava pronto, só percebi nessa hora que estava com fome. Olhei para Alexis, que ainda brincava com o ursinho, e perguntei se ela também estava com fome. Para minha surpresa ela balançou a cabeça e me dando a mão, me puxou para cozinha.

Tudo foi perfeito, fiz algumas palhaçadas para chamar atenção da garotinha, minha filha, precisava me acostumar a me referir assim, e com algumas risadas o jantar foi agradável. Estava cansado da viagem, mas queria detalhes, precisava conversar com minha mãe, e enquanto ela tinha ido ao andar de cima colocar Alexis na cama, eu arrumei toda a bagunça do jantar. Algum tempo depois, ela desceu dizendo que Alexis tinha dormido, eu já a aguardava com um bom vinho, para que pudéssemos conversar.

A conversa foi longa, me disse tudo que tinha ouvido da Meredith e como foi difícil a primeira semana, que a criança tinha chorado muito e não a culpava, tinha sido deixada na casa de estranhos e pela própria mãe. Disse também que tinha entrado em contato com nosso advogado e providenciado tudo.
Desse detalhe eu não sabia, através de seu DNA foi possível comprovar o parentesco com Alexis e, como sou filho único, já tinha sido claro que ela era minha filha, apesar de não ter nenhuma dúvida, desde quando a vi, assim que entrei pela porta.
Ainda tinha uns detalhes sobre a guarda, assinaturas, mas o importante agora era me aproximar dela, mostrar que ela podia ser amada, e eu não tinha muito tempo, apenas um verão.

Depois de horas conversando decidi que era melhor dormir, já estava tarde e estava cansado. Abracei minha mãe pela primeira vez desde que cheguei e dei um beijo no seu rosto, agradeci por tudo que tinha feito e fui para o quarto, não sabia se ia conseguir dormir.

Então, depois de um banho e com um milhão de pensamentos me deitei, minha cabeça doía, mas naquele momento era de tantas incertezas: Seria eu um bom pai? Poderia fazer isso sozinho? Como lidaria com uma criança, sendo um homem solteiro que vivia fora lutando pelo país?
Algumas horas depois, despertei com um grito. Já em alerta me coloquei em pé, por causa do combate era normal reagir rápido, mas, não estava no campo, estava em casa, quem estava gritando? “Alexis”.

Corri mais rápido que pude, e ao entrar no seu quarto ela estava encolhida na cama chorando, “um pesadelo”, pensei, me aproximei devagar e sentei do seu lado na cama, pensei em abraça-la, mas só a assustaria, afinal, eu era um estranho para ela.

“Hei, Abóbora, o que aconteceu? Teve um sonho ruim?” nem sei porque a chamei assim, talvez pelo seu lindo cabelo ruivo. De certa forma foi bom, pois ao ouvir como a chamei, ela me olhou curiosa e acenou.
“Gostaria de me contar?”
“Euu, eu, estava sozinha” ao falar começou a chorar apertando contra o peito seu ursinho, me partiu o coração, de certa forma era verdade, sua mãe tinha deixado sozinha, como explicar se nem eu entendia tal atitude? Mas ela precisava saber que agora ela jamais ficaria sozinha, que apesar de ser recente, eu era seu pai e nunca a abandonaria.
“Querida, você sabe quem eu sou?” perguntei um pouco inseguro , afinal ela era pequena e poderia nem ter ideia do que estava acontecendo, percebendo seu aceno com a cabecinha, olhei para ela.
“Papai”... Oh ela sabia, minha mãe deve ter falado, claro.
“Sim, princesa! E você não precisa ter medo, nunca te deixarei sozinha, o papai esta aqui agora!”
Ela me olhou ainda desconfiada, mas antes que pensasse em alguma coisa, lá estava ela, no meu colo, agarrada com seu ursinho. Abracei mais forte e coloquei um beijo na sua cabeça.
“Pode dormir abóbora, papai vai ficar aqui!” Aos poucos ela se acalmou, e como se estivesse estado nos meus braços sempre, adormeceu.
Devagar e com cuidado, coloquei ela de volta na cama, ajeitei a coberta e ali fiquei. Não conseguia me mover, tinha medo de sair e ela acordar ou ter outro pesadelo, prometi a ela que estaria aqui e sempre cumpro minhas promessas.

Ouvia os soldados contarem sobre suas famílias e filhos, e não podia imaginar como era diferente esse tipo de amor. Claro, daria minha vida pela minha mãe, pelo meu país, sem pensar duas vezes, mas agora tinha Alexis, e todo esse sentimento me inundou, de repente eu a amava mais do que a mim mesmo. Enquanto cuidava de seu sono, não pude parar de pensar, o que faria, como me aproximaria dela? Planejei todo um roteiro: praia, piscina, ir às compras, tomar sorvete e sair para comer fora. Tinha inaugurado um restaurante novo, além de eu querer conhecer, era uma ótima ideia Alexis ver pessoas, pois estar somente em casa comigo e a mamãe definitivamente não era o melhor para ela.
Devo ter dormido em um pensamento e outro, porque acordei com a luz do sol em meus olhos, ao abri-los dou de cara com lindos olhos azuis e um sorriso simpático.

“Ooh, Abóbora, bom dia princesa!” esfrego as mãos no rosto e sinto as costas reclamarem quando me movo, certamente não tinha sido a melhor das noites.
“Bom dia pa...” Ela olha com uma carinha tão fofa. Meu Deus, como pode? Solto sem querer um gemido, quando sinto meus ossos estralarem e a ouço rir.
“Alexis, você pode me chamar de papai ou Rick, não tem problema”. Claro que prefiro papai, mais ela vai precisar de tempo, só me conhece a algumas horas. “ Você entendeu abóbora?”
“Anham.” ao mesmo tempo que pronuncia balança a cabecinha, sem querer forçar, pergunto: “Então, será que alguém gostaria de panquecas?”
“Panqueeecas”
“Nossa, quanta animação, mas antes tem que escovar os dentes, mocinha” Na mesma hora ela cruza os bracinhos e faz bico, adorável esse bico por sinal. “Vamos lá, eu te ajudo”. Pego ela no colo e levo até o banheiro fazendo som de avião e a segurando no ar, como se ela estivesse voando.
“Comandante, chegamos ao seu destino, favor escovar os dentes direitinho”. Falo com a voz um pouco mais grave imitando um comando por radio, coloco pasta na sua escova e aguardo ela escovar os dentes. Ainda é pequena então fico observando ate terminar. Novamente a pego no colo e desço as escadas imitando um avião, em direção à cozinha. Parei na sala e liguei a TV em um canal infantil para que ela pudesse assistir enquanto preparo o café.

Estava quase tudo pronto quando minha mãe se juntou a nós. Percebi que Alexis já esta apegada a ela, e desejava que logo ela fosse assim comigo também.
Com a mesa posta, chamo as garotas para o café. Tínhamos panquecas, suco, calda de chocolate e sorrisos, muitos sorrisos, e com certeza esse era um dos meus sons preferidos agora.

“Então, querido, o que pretende fazer hoje?”
“Bom, como ainda é cedo e o sol não esta muito quente, pensei em ir à praia...”
“Praaaaia” grita minha pequena, animada, cheia de calda de chocolate pelo rosto. Não pude deixar de rir com a cena, e ela pareceu não se importar.
“Mãe, se importaria de trocar a Alexis enquanto mudo de roupa?”
“Claro que não, querido! Vamos Lexi , vamos te limpar e colocar uma roupa bem bonita , para você ir à praia com seu pai”.

Seu “Pai” não era pai até meses atrás quando soube, e agora não me imaginaria diferente. Limpei a pequena bagunça do café e me apressei para me arrumar, ia ser um longo dia e só estava começando.